PRÉDIOS QUE DESABARAM NO RJ ERAM CONTROLADOS POR MILÍCIA LIGADA A FLÁVIO BOLSONARO E QUEIROZ

O bairro onde ocorreu o desabamento de dois prédios na manhã desta sexta-feira (12) é área de atuação da milícia comandada, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, pelo ex-policial militar Adriano da Nóbrega.

Foragido há quase três meses, ele foi companheiro no 18o Batalhão da PM de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sob investigação do MP-RJ, e tinha a mãe e a mulher nomeadas no gabinete do senador quando este exercia mandato na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).

Adriano também foi homenageado por Flávio na Alerj com a Medalha Tiradentes e defendido pelo presidente Jair Bolsonaro em discurso na Câmara quando foi condenado por homicídio —caso no qual foi absolvido um ano e três meses depois.

O ex-PM é acusado de comandar a milícia das comunidades de Rio das Pedras e Muzema, local onde houve o acidente com duas mortes. As investigações do MP-RJ apontam que ele tinha liderança também na exploração de construções irregulares da região.

A Prefeitura do Rio de Janeiro afirma que o grupo paramilitar dificulta a atuação de fiscais do município na região. Segundo a gestão Marcelo Crivella (PRB), os dois imóveis que desabaram são irregulares.

Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos quatro pessoas morreram —dois homens, uma criança e um adolescente. Cláudio José de Oliveira Rodrigues, 39, foi a única vítima com a identidade confirmada até o início da noite desta sexta. De acordo com a corporação, outras nove pessoas ficaram feridas e há 13 desaparecidos.

Por volta das 11h , dois homens chegaram ao hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, a bordo de uma ambulância enlameada: Raimundo Nonato, 41, com escoriações na cabeça, e Luciano Paulo, 38, com escoriações múltiplas. Milícias como a da Muzema costumam ser as responsáveis ou protegem a construção de prédios sem licença dos órgãos públicos. Os novos moradores e comerciantes que ocupam esses edifícios passam a ser nova fonte de renda das quadrilhas.

“A região é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e os prédios ali construídos não respeitam a legislação em vigor. Por se tratar de área dominada por milícia, os técnicos da fiscalização municipal necessitam de apoio da Polícia Militar para realizar operações no local. Foi o que aconteceu em novembro de 2018, quando várias construções irregulares foram interditadas e embargadas pela prefeitura”, afirmou a gestão municipal em nota.

De acordo com a legislação em vigor, a região só poderia ter casas para uma família, e não prédio com diversas unidades.

“Na Muzema, as construções não obedecem aos parâmetros de edificações estabelecidos, como afastamento frontal, gabarito, ocupação, número de unidades e de vagas”, diz a prefeitura em nota.

Denúncia do Ministério Público afirma que Adriano, junto com Maurício da Costa, tinha liderança na exploração dos negócios imobiliários da quadrilha em Rio das Pedras, Muzema, e áreas adjacentes.

Em telefonema gravado com autorização da Justiça, Manoel Batista, espécie de administrador da milícia, aponta a ascendência de Adriano no setor.

“Eu tenho oito apartamentos naquele prédio. O resto é tudo do Adriano e do Maurício, entendeu”, afirmou Manoel a um interlocutor.

Em outro diálogo, Adriano é chamado de “patrãozão”.

Outro líder na exploração da construção civil na região é o major Ronald Paulo Alves Pereira, preso na mesma operação. Policiais encontraram em sua casa tabelas contábeis —com referências a Adriano—, plantas de imóveis e documentação de loteamento de terrenos.

A prefeitura afirmou, em nota, que desde 2005 faz autuações a fim de impedir o crescimento irregular da comunidade. Foram 17 autos de infração desde aquele ano até o momento na região.

Adriano foi expulso da PM em janeiro de 2014 sob acusação de fazer parte da escolta de bicheiro no Rio de Janeiro. Foi o fim de uma carreira militar atribulada, com três prisões por diferentes acusações.

Entre 2007 e 2018, a mãe e a mulher do ex-capitão estiveram nomeadas no gabinete de Flávio Bolsonaro. O senador afirmou que o responsável pela contratação delas foi Fabrício Queiroz, que assumiu o fato.

Queiroz é o ex-assessor do senador investigado por lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Ele se tornou alvo do MP-RJ após o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) identificar uma movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão em sua conta bancária entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017.

Entre as pessoas identificadas como depositantes estão Raimunda Veras Magalhães e Danielle da Nóbrega, mãe e mulher do ex-capitão, respectivamente.

Queiroz é policial militar aposentado e amigo há mais de 30 anos do presidente Jair Bolsonaro, que o indicou para a vaga no gabinete do filho.

Que fizeram uma escolha errada ao o colocarem no Planalto.

O presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, em entrevista à TV 247, afirmou que a base social de Bolsonaro está diminuindo e que os eleitores que ainda o apoiam não querem admitir que fizeram uma escolha errada ao o colocarem no Planalto

O presidente do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, que realiza pesquisas de mercado, afirmou que com base na última pesquisa encomendada pela CUT e divulgada na última semana, o número de apoiadores do governo tem diminuído.

Para Coimbra os eleitores de Bolsonaro estão se afastando por conta da má atuação do presidente e aliados. “O problema do Bolsonaro não é só que ele dramatiza a opinião de quem já não gostava dele, o que ele está fazendo, e a turma em torno dele faz, é afastar uma parte maior da sociedade, e nessa altura ele já está cortando sua própria base social e apoio na opinião pública”.

Ele assegurou que esses primeiros 100 dias de governo são os piores que se poderia imaginar. “O que a opinião pública brasileira está mostrando é que não aprova o Bolsonaro, não aprova o bolsonarismo, ou seja, a turma que está em torno dele, e duvida, com intensidade cada vez maior, da agenda que ele tem a propor ao país. Se a gente achar que podia haver um resultado pior para esses primeiros cem dias eu não consigo imaginar qual seria”.

Segundo a pesquisa do Vox Populi, Haddad e Bolsonaro empatariam se o segundo turno das eleições fosse hoje. Para o presidente do instituto, isso se deve ao antipetismo e a negação dos eleitores de Bolsonaro de que fizeram a escolha errada. “O bolsonarismo é uma doença política e as pessoas que estão acometidas por essa doença não querem se tratar, a começar pelo chefe. Acham que o jeito de reagir às críticas é dando risada e pisando no acelerador nessa cada vez mais intensa redução de seu apoio social. Existe uma parcela do eleitorado que exita em mudar de opinião quase como se não aceitasse que errou, sabe que errou mas não quer admitir. Sabe que errou porque na hora em que você pergunta as coisas relativas ao governo ele mostra que está muito insatisfeito, mas ele continua dizendo ‘não vou admitir que pisei na bola e que errei no primeiro e/ou no segundo turno'”.

O antipetismo ainda mantém o mínimo de base social de apoio ao presidente, de acordo com Marcos Coimbra. “Esse resultado mostra que apesar desse intenso desgaste inicial do Bolsonaro, apesar dessa baixa expectativa de que ele vá dar certo como governante ainda existe uma coisa chamada antipetismo. Esse antipetismo é o que sustenta não a imagem do Bolsonaro, mas sustenta, na comparação com o candidato do PT, a mesma parte do eleitorado que votou nele em outubro passado e diz que votaria nele de novo”.

A pesquisa também mostrou que 65% da população rejeita a tão sonhada por Bolsonaro reforma da Previdência. Quando você detalha os diferentes tópicos da reforma como a pesquisa procurou fazer você vê que ainda que a ideia em si, de fazer uma reforma, tem esse apoio de perto de 30%, essa proporção cai significativamente quando você começa a falar concretamente. Se essa é a única tábua de salvação que o governo Bolsonaro tem, ele precisa ter consciência de que chega a 85% da opinião pública a rejeição à medidas concretas que a economia está discutindo”, comentou o presidente da Vox Populi.

ESTUDANTE DE 20 ANOS MORRE ELETROCUTADA EM FESTA NO RIO DE JANEIRO

A estudante de odontologia Maria Fernanda Ferreira de Lima, de 20 anos, morreu após receber uma descarga elétrica durante uma festa particular no Terreirão do Samba, no centro do Rio de Janeiro. de acordo com amigos de Maria Fernanda, o choque ocorreu por volta das 4 horas deste domingo (14/4), quando ela encostou, sem querer, em uma barra de ferro energizada localizada atrás do palco. Maria Fernanda desmaiou e chegou a ser levada com vida para o hospital municipal Souza Aguiar, também no centro da capital fluminense, as morreu depois de quatro paradas cardíacas.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde, ao chegar ao hospital, a jovem já estava em um quadro de parada cardiorrespiratória.

Os organizadores do evento postaram uma nota nas redes sociais lamentando a morte e informando sobre os procedimentos adotados logo após ela ser atingida.

“Infelizmente nessa noite, por volta das 4h, fomos informados pelos nossos brigadistas de incêndio de que havia acontecido um incidente. Logo após, nossos médicos decidiram que o melhor a se fazer era encaminhá-la ao hospital. Repassamos essa informação para o Terreirão do Samba e decidimos, a partir desta ocasião, encerrar o evento. Nós zelamos muito pela integridade de cada pessoa que escolhe ir a Puff Puff Bass e, no momento, o melhor a se fazer para preservar cada um de vocês foi encerrar o evento um pouquinho mais cedo”, destacou a organização da festa, em postagem no Facebook. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a morte. O responsável pelo evento e pelo Terreirão já foram ouvidos e a delegada está aguardando a chegada do laudo técnico.

BOLSONARO COMETE CRIME DE RESPONSABILIDADE AO BARRAR AÇÃO DO IBAMA CONTRA ROUBO DE MADEIRA E JÁ PODE SOFRER IMPEACHMENT

Jair Bolsonaro desautorizou uma operação em andamento do Ibama contra roubo de madeira dentro da Floresta Nacional (Flona) do Jamari, em Rondônia. Ele cometeu crime de responsabilidade previsto no artigo inciso 6 do 9º da Lei 1.079, que trata do assunto, ao coagir e ameaçar os funcionários do Ibama para que procedam ilegalmente. Foi numa gravação que viralizou neste sábado (13), feita pelo senador Marcos Rogério (DEM-RO), durante viagem de ambos a Macapá (AP). Ao lado de Bolsonaro, ele afirma que “o pessoal do meio ambiente, do Ibama” está “queimando caminhões, tratores” nos municípios de Cujubim, onde fica a Flona do Jamari, e de Espigão d’Oeste.

Bolsonaro afirmou a seguir: “Ontem, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, me veiofalar comigo com essa informação. Ele já mandou abrir um processo administrativo para a apurar o responsável disso aí. Não é pra queimar nada, maquinário, trator, seja o que for, não é esse procedimento, não é essa a nossa orientação”..

Segundo o jornalista Fabiano Maisonnave, da Folha de S. Paulo, “desde a semana passada, agentes do Ibama queimaram caminhões e tratores dentro da Flona do Jamari. A decisão de destruir o veículo foi tomada devido às más condições dos veículos e à localização remota. A avaliação foi de que haveria riscos para a segurança dos agentes, dos policiais e dos próprios criminosos”.

Ao contrário do que afirmaram Bolsonaro e o senador Rogério, a legislação permite a destruição de equipamentos e veículos apreendidos durante fiscalização ambiental, por meio do artigo 111 do decreto 6.514, de 2008: “Os (…) instrumentos utilizados na prática da infração poderão ser destruídos ou inutilizados quando:a medida for necessária para evitar o seu uso e aproveitamento indevidos nas situações em que o transporte e a guarda forem inviáveis em face das circunstâncias; ou possam expor o meio ambiente a riscos significativos ou comprometer a segurança da população e dos agentes públicos envolvidos na fiscalização”.

A destruição de equipamentos apreendidos só ocorre em cerca de 2% das operações do Ibama. Geralmente, o recurso é utilizado em áreas protegidas da Amazônia, onde não há logística disponível para a retirada do material apreendido —o transporte de um escavadeira de um garimpo ilegal, por exemplo, pode levar algumas semanas.

Nenhum proprietário de equipamento destruído entrou na Justiça contra o Ibama desde que o órgão ambiental passou a destruir equipamentos de madeireiros, garimpeiros e outros infratores ambientais, há dez anos.

TUDO PELO SOCIAL

Estou certo que, no isolamento do poder, em Brasília, o senhor pode imaginar que as reformas da Previdência e Tributária possam parecer importantes.

Bobagem, presidente.

Deixe para o Posto Ipiranga esses problemas menores e o trato com o Congresso, onde ele já se mostrou um verdadeiro diplomata. Importante mesmo é o senhor investir em social. Rede social.

Rede social, presidente, é coisa que o senhor, como bom brasileiro, domina.

Somos bons nisso desde o tempo do Orkut, quando tomamos a rede de assalto a tal ponto que os gringos desistiram. O senhor, então, nem se fale.

Por isso meu apelo, presidente.

Passados três meses, o senhor continua governando pelo Twitter.

É claro que o Twitter tem seus encantos. Nada de discursos longos, horários reservados na TV, Voz
do Brasil.

Twitter é pá e bola, certo? Um veículo prático, pois seus filhos podem postar e ninguém percebe. Mas o social (no sentido de network) é mais que isso.

O senhor foi eleito por brasileiros anônimos de todas as redes. Gente que nem conta verificada tem. Chegou a hora de investir no social para todos.

De WhatsApp eu entendo. Tecnicamente nem é uma rede social de verdade e, de mais a mais, o senhor não poderia passar seu celular para todo mundo. Além disso, o WhatsApp é o antro das terríveis fake news que o senhor passou a abominar depois de eleito.

Mas e o Instagram? Hoje o senhor tem lá um instagranzinho mixuruca.Não pode. A nação clama por sua presença consistente nesta importante rede.

Presidente, deu no Datafolha.

O seu ruim/péssimo bateu 30%, me desculpe tocar neste assunto tão sensível.

O Collor que é o Collor, quando confiscou a Poupança tinha só 19%. Sabe por quê?

Imagem, presidente. Imagem é tudo.

E imagem é Instagram.

Além disso, investir no Instagram é investir em inclusão social.

Milhões de brasileiros que hoje estão esquecidos pelo seu governo poderão acordar com aquele pãozinho sem miolo besuntado de leite condensado, renovando as esperanças em dias melhores. Aquelas broas de milho com danoninho vão derrubar seus 30% para um dígito num final de semana. É batata.

Já pode ver aquele pôr do sol no planalto, hein? Fale a verdade. Imagine que beleza, num domingo com o Palmeiras jogando, o senhor faz uma foto com as pernas esticadonas, de chinelo, TV ao fundo. Quem sabe a Damares Alves recitando uma oração para começar a semana? Seus stories vão bombar quando demitir ministros ao vivo. Está mais do que na hora do senhor abraçar os brasileiros preteridos em outras redes.

Minha mãe, por exemplo, não votou no senhor, mas não é por isso que a coitada deve ficar ao relento, no Facebook, sem acompanhar o seu governo, não é mesmo? Ela não entende nada de Twitter. Como ela, há milhões de brasileiros. Para o Facebook, quem sabe um ou outro textão onde o senhor — ou alguém familiarizado com o assunto — poderia explicar melhor a política econômica.

Vamos lá, presidente.

Atenda ao pedido deste cidadão. Tenho certeza que seu investimento no social vai trazer frutos.

E quando as redes mais conhecidas estiverem dominadas, Trump morrendo de inveja, o senhor dará o golpe final — claro que com o conhecimento e a aprovação da primeira-dama — com um perfil no Tinder.

Aí pronto.

Será só correr para o abraço. Literalmente.

CARLOS BOLSONARO TAMBÉM EMPREGOU ASSESSOR LIGADO A FABRÍCIO QUEIROZ

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC/RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), empregou em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio o ex-marido da atual mulher de Fabrício Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, e pai da sua enteada, Evelyn Melo de Queiroz. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) pelo Estadão.

Márcio da Silva Gerbatim esteve lotado como motorista no gabinete de Carlos por dois anos, entre abril de 2008 e abril de 2010, quando foi exonerado para ser nomeado no gabinete de outro filho do presidente, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL/RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no cargo de assessor-adjunto, no qual ficou até 9 maio de 2011.

De acordo com a reportagem, no mesmo dia em que Gerbatim trocou a Câmara Municipal pela Assembleia, Carlos Bolsonaro nomeou um ex-assessor do irmão, Claudionor Gerbatim de Lima, que acabara de ser exonerado do gabinete de Flávio.

A reportagem destaca que assim como Queiroz, Márcio Gerbatim também integrou a Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército e teve uma filha, Evelyn Mayara de Aguiar Gerbatim, que é enteada de Queiroz, empregada no gabinete de Flávio na Alerj, de agosto de 2017 até fevereiro deste ano.

Queiroz também teve sua família empregada no gabinete de Flávio: a mulher, Márcia Oliveira de Aguiar, e suas filhas, Evelyn Melo de Queiroz e Nathália Queiroz. Nathália também esteve lotada no gabinete de Jair Bolsonaro, em Brasília, de dezembro de 2016 a 15 de outubro de 2018.

Procurado pelo Estadão, Carlos Bolsonaro negou, por meio da assessoria, que Queiroz tenha tido influência em seu gabinete na Câmara Municipal, onde é vereador desde 2001. Segundo ele, Márcio Gerbatim foi nomeado no gabinete “face sua experiência na função de motorista e não por indicações” e que “nunca nenhum parente de Fabrício Queiroz foi nomeado neste gabinete”. A assessoria também respondeu que o vereador não sabia que Gerbatim era ex-marido da mulher de Queiroz.

DORIA QUER EXPULSAR AÉCIO, RICHA E AZEREDO EM ‘FAXINA ÉTICA’ NO PSDB

O deputado Aécio Neves (PSDB-MG), protagonista do golpe de 2016, e o ex-governador Beto Richa, do Paraná, devem ser expulsos em breve do PSDB, assim, como o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo. Os três seriam os primeiros alvos da ‘faxina ética’ que o governador de São Paulo, João Doria, pretende promover, para tentar se viabilizar candidato à presidência da República, em 2022.
“O governador de São Paulo, João Doria, disse que o PSDB encomendou uma pesquisa para avaliar entre outras coisas a possibilidade de uma mudança no nome do partido. Além disso, aliados do governador planejam promover o que chamam de ‘faxina ética’ na agremiação após a convenção nacional da sigla, que está marcada para junho”, informam os jornalistas Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo, no Estado de S. Paulo.

“Nós vamos estudar. Defendo que façamos uma pesquisa a partir de junho. Já está previsto, inclusive. E que esta ampla pesquisa nacional avalie também o próprio nome do PSDB”, disse Doria, neste domingo. “Melhor do que o achismo e o personalismo é a pesquisa, ela representa a convicção daquilo que emana da opinião pública.”

Segundo a reportagem de Venceslau e Galhardo, estão na mira o ex-governador do Paraná, Beto Richa, que foi preso em uma operação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o ex-governador Eduardo Azeredo, preso por desvio de recursos de estatais mineiras, e o deputado federal Aécio Neves, réu por corrupção no Superior Tribunal Federal (STF).

Aécio foi também o protagonista do golpe de 2016, que começou a ser planejado após sua derrota na disputa presidencial de 2014.

ELITISTA, INSIGNIFICANTE E ISOLACIONISTA: AS CRÍTICAS À EDUCAÇÃO DOMICILIAR

“É um projeto estatisticamente insignificante, esse debate deve atingir 15 mil pessoas. Quem vai em busca disso [ensino domiciliar] são famílias muito ricas, quem pode pagar professores particulares, acessar materiais. Não é a realidade da família brasileira”, diz o deputado Israel Batista (PV), que também é professor de história.
O projeto de educação domiciliar proposto pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL) surtirá algum efeito apenas nas classes mais altas do país e não deveria ser pauta prioritária para o setor. A avaliação é de deputados da Frente Parlamentar Mista da Educação ouvidos pelo UOL. A frente reúne políticos do Senado e da Câmara, de diversas posições ideológicas, além de um conselho consultivo composto por organizações da sociedade civil.

“É um projeto estatisticamente insignificante, esse debate deve atingir 15 mil pessoas. Quem vai em busca disso [ensino domiciliar] são famílias muito ricas, quem pode pagar professores particulares, acessar materiais. Não é a realidade da família brasileira”, diz o deputado Israel Batista (PV), que também é professor de história.
Batista afirma que o governo está perdendo tempo com uma pauta irrisória, enquanto deixa de lado aspectos cruciais da educação como o analfabetismo funcional e a evasão escolar. “É um tema emocionante, mas não é importante”, diz. Apesar das críticas –como ao dizer que “o estudante não pode ser confinado em uma redoma de vidro”–, o deputado diz ver aspectos positivos da medida, como o fato de a família estar mais próxima das crianças e adolescentes.

DESEMBARGADORA QUE MENTIU SOBRE MARIELLE LIBEROU FUNCIONAMENTO DE PRÉDIOS DE MILÍCIAS NO RIO

A desembargadora Marília Castro Neves, alvo de denúncias no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por suas postagens ofensivas e criminosas nas redes sociais, tomou decisões que impediram a demolição de quatro prédios no mesmo condomínio onde dois edifícios desabaram nesta sexta-feira 12 na comunidade Muzema, Zona Oeste do Rio, matando sete pessoas. Os prédios eram dominados por milícias.

A juíza compartilhou mentiras sobre Marielle Franco dias após a morte da vereadora por milicianos, responde no CNJ por ter incitado a morte do líder do MTST, Guilherme Boulos, e também já defender um “paredão de fuzilamento” para o ex-deputado Jean Wyllys, caso pela qual é alvo no STJ. Neste ano, ela fez piada com a presença de Boulos no velório do neto do ex-presidente Lula, Arthur.

Uma das decisões sobre os prédios foi tomada dois dias antes do desabamento. Os desembargadores da 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio decidiram por unanimidade na quarta-feira 10 manter a liminar que impedia a prefeitura do Rio de demolir um desses imóveis. No caso dos dois prédios que caíram, os imóveis estavam apenas embargados. Os prédios são dominados por milícias.

Em um dos processos de demolição, a prefeitura briga na Justiça desde 2 de dezembro de 2018, quando 16 moradores recorreram ao plantão do Judiciário para suspender o processo, segundo reportagem do Globo.

A desembargadora Marília Castro Neves relatou o recurso e argumentou, para negar a demolição, que a própria prefeitura concedeu um alvará para que uma loja de material de construção de médio porte funcionasse no térreo do imóvel. Ela disse ainda que o ato de demolição, por ser irreversível, causaria danos irreparáveis para os proprietários dos apartamentos.

Os dois prédios que desabaram chegaram a ser interditados duas vezes a pedido da prefeitura, uma em novembro de 2018, pela Secretaria Municipal de Urbanismo, e em fevereiro deste ano, pela Defesa Civil Municipal. O condomínio Figueiras já foi notificado várias vezes nos últimos 14 anos.

No Twitter, Boulos lembrou que se tratava da mesma desembargadora que defendeu sua morte, mas fez referência aos dois prédios que desabaram, informação que foi corrigida pelo Globo posteriormente, alertando que as liminares eram referentes a outros imóveis do mesmo condomínio. Todos, porém, são dominados por milicianos.

PREFEITO DE NOVA YORK CHAMA BOLSONARO DE “SER HUMANO PERIGOSO” E PEDE QUE MUSEU NÃO O RECEBA

O prefeito De Blasio solicitou ao Museu Americano de História Natural que cancele um evento em que o convidado de honra é o presidente da extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro.
“Acredito na Primeira Emenda”, disse o prefeito na rádio WNYC na sexta-feira, acrescentando: “Se você está falando de uma instituição apoiada publicamente e está falando de alguém que está fazendo algo tangivelmente destrutivo, estou desconfortável com isso.”
De Blasio apontou para os planos de Bolsonaro para desmatar a Amazônia, que ele alertou que poderia colocar em risco o planeta, bem como seu “racismo evidente” e a sua “homofobia”.