DILMA: “EM DEFESA DA PETROBRAS E DO CONSUMIDOR”

DILMA: “EM DEFESA DA PETROBRAS E DO CONSUMIDOR”

Dilma Rousseff. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Publicado originalmente no site oficial de Dilma

POR DILMA ROUSSEFF, ex-presidente da República

A Petrobras e sua gestão nos governos do PT voltam a ser alvos de falsas acusações e de fake news. Agora, devido ao aumento de 5,7% no preço do diesel e ao cancelamento deste mesmo aumento pelo Presidente Bolsonaro. Trata-se de uma medida paliativa pois o problema é a submissão do governo aos desígnios do “deus-mercado”.

Na verdade, desde o governo Temer, mentiras sobre a Petrobras têm sido utilizadas e amplamente reproduzidas pela imprensa brasileira com o claro objetivo de justificar a política de preços imposta na gestão Pedro Parente. Tal política atrela os preços praticados internamente aos preços do petróleo no mercado externo, às flutuações do dólar e à sanha de lucro no curto prazo do mercado financeiro internacional e de seus acionistas privados. Alegam que essa medida é necessária para levar ao saneamento da empresa, que teria sido enfraquecida, e mesmo quase levada à falência durante os governos do PT.

BOLSONARO RESVALA PARA O CAMINHO DOS DITADORES E PRECISA SER CONTIDO

BOLSONARO RESVALA PARA O CAMINHO DOS DITADORES E PRECISA SER CONTIDO.

Publicado no JornalGGN

POR ALDO FORNAZIERI

A sociedade brasileira mergulha num crescente mal-estar com o governo Bolsonaro. Alguns milhões de eleitores do presidente estão perplexos com as suas desastradas ações e declarações, com sua falta de decoro e de civilidade. Muitos se arrependeram do voto que depositaram na urna e se sentem culpados por terem conduzido o Brasil a esta situação.

Cresce o medo em relação ao futuro, pois a quebra de expectativas em relação ao governo afeta o desempenho da economia e gera um ambiente social negativo. O consumo já está se retraindo e a fome voltou a se fazer sentir com força.

O que se constata, de forma crescente, é que o Brasil tem um governo que é contra a sociedade e uma sociedade que é contra o governo. Na medida em que a corda da tensão desse arco se estica a cada dia que passa, tudo indica que haverá um ponto de ruptura no futuro, pois, o mal-estar, a falta de perspectivas e a falta de futuro não podem continuar indefinidamente.

O governo definiu duas prioridades para este ano: a reforma da Previdência de Paulo Guedes, e o pacote anticrime de Sérgio Moro, que eram tidos como dois superministros, mas que foram engolfados pelo início desastroso do governo. Os dois projetos são contra a sociedade.

A proposta de reforma da Previdência ataca direitos dos mais pobres, a exemplo do BPC e da aposentadoria rural, e criará gerações futuras de idosos desprotegidos por conta da vontade de impor um regime de capitalização. A parte mais desprotegida da sociedade, os mais pobres e as mulheres, são os setores que mais refutam essa proposta de reforma da Previdência. Considerando a sociedade em geral, 51% são contra e 41% são a favor da reforma.

Em relação à segunda prioridade – o pacote anticrime de Moro – a discordância da sociedade com o governo ganha amplitude maior. Neste ponto, na verdade, a sociedade se volta contra Moro, contra Bolsonaro e contra o governador Witzel, entre outros. Essa turma incentiva a violência indiscriminada de quem está armado contra uma sociedade cada vez mais indefesa, principalmente nos seus setores mais vulneráveis: novamente pobres, mulheres e jovens.

Pesquisa do Datafolha mostra que 64% dos brasileiros querem a proibição da venda de armas e 72% refutam a tese de que a sociedade se sente mais segura com as pessoas armadas. Já 81% entendem que a polícia não pode atirar livremente em suspeitos, 79% defendem que policiais que matam precisam ser investigados e 82% sustentam que aquele que atira em alguém por estar muito nervoso deve ser punido.

O fuzilamento do músico Evaldo, com 80 tiros disparados por soldados do Exército, e as mortes quase diárias por balas perdidas ou equívocos de policiais são fatos contundentes e mostram que é preciso dar um basta nesta carnificina estimulada por Bolsonaro, Moro e Witzel.

Eles respaldam, com suas propostas, a matança indiscriminada. De qualquer forma, esses dados da pesquisa, entre outros, são uma refutação veemente das propostas desse trio que quer ampliar o campo de batalha e de morte em que o Brasil já está transformado.

Mas a sociedade não está apenas contra as duas prioridades do governo. Está contra o próprio governo, como mostram as pesquisas de avaliação dos primeiros 100 dias da nova gestão. O fato de Bolsonaro ter vencido as eleições no segundo turno não lhe deu a maioria absoluta dos votos da totalidade do eleitorado. Se forem somados os votos recebidos por Haddad com aqueles brancos, nulos e abstenções se verá que sólida maioria dos brasileiros não votou em Bolsonaro.

Ele recebeu 57,7 milhões de votos, contra 47 milhões em Haddad e uma soma de 42,1 milhões de eleitores que votaram branco, nulo ou se abstiveram. Ou seja: 89,1 milhões de eleitores não votaram em Bolsonaro. Mas as pesquisas mostram que até mesmo eleitores que votaram em Bolsonaro começam a se voltar contra o seu governo.

Não há democracia sem participação popular, sem a participação na esfera pública da sociedade civil organizada. Bolsonaro age para desarticular essa parca participação da sociedade brasileira. Primeiro, emitiu decretos para enfraquecer os sindicatos. Depois, por novo decreto, suspendeu os Conselhos participativos da sociedade em várias esferas da atividade governamental. Agora pretende atacar as agremiações estudantis retirando-lhe a prerrogativa de emitir carteiras de estudante.

As várias ações somadas do governo de cunho antiparticipativo e antissocial apontam para uma intenção deliberada de enfraquecer e sufocar a sociedade, suas organizações e seus movimentos. Quanto mais fraca e quanto menos participativa a sociedade, mas liberdade terá o governo para promover o seu arbítrio.

Os ditadores governam com minorias contra maiorias, embora isto não seja exclusividade deles. Os primeiros sinais de que Bolsonaro optaria por governar com uma minoria contra a sociedade vieram no dia da posse e, depois, se multiplicaram ao longo dos 100 primeiros dias. Bolsanaro optou por um discurso e por atitudes divisionistas, de guerra ideológica, de desunião do país. Não emitiu nenhum sinal de que pretendia unir o país, de que encetaria um diálogo democrático e de que buscaria ampliar apoios na sociedade.

Pelo contrário: com mentiras, se esmerou em alimentar a divisão e o ódio e não passa dia sem que faça um ataque ideológico. Nem mesmo no Congresso buscou construir uma base de apoio, dividindo os congressistas entre os adeptos da “velha política” em contraposição aos iluminados da “nova política”. É de duvidar de que os encontros quem vem mantendo com líderes e presidentes de partidos tenham propósitos sinceros e não manipuladores para depois se justificar em face de um possível fracasso da reforma da Previdência.

Portador de uma mentalidade ditatorial – não por a caso elogia ditadores sanguinários – Bolsonaro não se preocupa muito com as avaliações da opinião pública. Não se preocupa com a liturgia e o decoro do cargo. Não se preocupa com a pertinência ou impertinência de suas palavras.

Não se preocupa se suas relações com outros governos podem ou não provocar danos graves aos interesses do Estado e do Brasil enquanto nação. Desprovido de qualquer prudência, a sua preocupação central é a sua vontade, definida pela sua visão de mundo, pela sua ideologia. As ações de Bolsonaro não se definem por um suposto mero despreparo. Elas se definem por uma vontade ideológica autoritária e nisto reside todo o perigo que ele representa.

Em quase todos os ditadores se perceberam atitudes que resvalavam para as sandices, para as esquisitices para um modo doentio de ser. Não por acaso, Bolsonaro dorme com a arma ao lado da cama. Isto significa que ele não confia em ninguém, que vê inimigos por todos os lados, que tem um caráter intolerante. Na origem de cada ditadura o que menos importam são os planos de governo, a racionalidade da administração. Os ditadores, no começo, agem, com discurso moralista, para consolidar sua ideologia em nome do combate a inimigos que podem variar segundo as circunstâncias. No final, terminam como tiranos corruptos.

Os políticos vocacionados às ditaduras tornam-se cada vez mais perigosos à medida crescente do seu isolamento. Começam a intervir em quase todas as partes da administração e em quase todos os assuntos. Bolsonaro quer opinar sobre o exame do Enem, sobre vídeos de educação sexual de adolescentes, intervém de forma intempestiva na Petrobras, cancela ações do Ibama de combate à exploração ilegal de madeira, manda suspender a implantação de oito mil radares pelas rodovias da morte que cruzam o Brasil, perdoa o holocausto, critica a China (nosso maior parceiro comercial), manda demitir e nomear assessores e quadros técnicos em ministérios e outras repartições públicas.

Mandos e desmandos arbitrários constituem a essência do método de governo dos ditadores. Bolsonaro indica que está resvalando para este caminho. Um caminho perigoso. E, por ser perigoso, Bolsonaro precisa ser contido. Para contê-lo, além de uma oposição consistente que denuncia e propõe alternativas, a sociedade precisa organizar-se e mobilizar-se para não colher novas derrotas desestruturadoras.

 

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RAQUEL DODGE ARQUIVA INQUÉRITO ABERTO DE OFÍCIO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

RAQUEL DODGE ARQUIVA INQUÉRITO ABERTO DE OFÍCIO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Decisão tem como base sistema penal acusatório e respeito ao devido processo legal

Em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, informou o arquivamento do Inquérito 4.781, que havia sido instaurado de ofício pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Tofolli, em 14 de março. A providência tem como fundamento o respeito ao devido processo legal e ao sistema penal acusatório estabelecido na Constituição de 1988, segundo o qual o Ministério Público é o titular exclusivo da ação penal, fato que provoca efeitos diretos na forma e na condução da investigação criminal.

No documento, Raquel Dodge afirma que, embora os autos ainda não tenham sido enviados ao Ministério Público Federal, há notícias do cumprimento – no âmbito do inquérito – de medidas cautelares sujeitas à reserva de jurisdição sem atuação do titular da ação penal (MP), para avaliação dos parâmetros legais da medida ou em cumprimento ao controle externo da atividade policial. Destaca ainda a decisão do relator do inquérito que proibiu exibição de matéria jornalística.

Raquel Dodge enfatiza a importância da separação das funções no processo de persecução penal, destacando que tem defendido de forma intransigente o modelo adotado na Constituição Federal, por ser uma garantia do indivíduo e da sociedade, essenciais para construir o Estado Democrático de Direito. “O sistema penal acusatório é uma conquista antiga das principais nações civilizadas, foi adotado no Brasil há apenas trinta anos, em outros países de nossa região há menos tempo e muitos países almejam esta melhoria jurídica. Desta conquista histórica não podemos abrir mão, porque ela fortalece a justiça penal”, pontua em um dos trechos da manifestação.

Ao mencionar o respeito ao devido processo legal, Raquel Dodge lembrou que o princípio exige a delimitação da investigação penal em cada inquérito, seja para permitir o controle externo da atividade policial,seja para viabilizar a validade das provas, definir o juízo competente, e assegurar a ampla defesa e o contraditório. “O devido processo legal reclama o reconhecimento da invalidade de inquérito sem tal delimitação”, resumiu no documento. Além disso, a PGR destaca o aspecto da competência constitucional lembrando que, conforme a Constituição compete ao STF processar e julgar as ações criminais ajuizadas contra autoridades com prerrogativa de foro na Corte. “É fato que o ato da instauração do inquérito não indica quem são os investigados’, completou.

Na petição, Raquel Dodge conclui que, como consequência do arquivamento, “nenhum elemento de convicção ou prova de natureza cautelar produzida será considerada pelo titular da ação penal ao formar sua opinio delicti. Também como consequência do arquivamento, todas as decisões proferidas estão automaticamente prejudicadas”.

Sobre o caso – Na portaria de instauração do inquérito, o presidente da Suprema Corte informou que o objetivo era apurar responsabilidade sobre notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares. No dia seguinte à instauração do procedimento, a procuradora-geral solicitou ao relator informações sobre o objeto específico do inquérito bem como a apuração em exame. No entanto, não houve respostas por parte da Corte, embora a legislação determine o envio da investigação ao Ministério Público no prazo de 30 dias.

BOLSONARO, QUE ATACA A IMPRENSA, AGORA DEFENDE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DE GENERAL

BOLSONARO, QUE ATACA A IMPRENSA, AGORA DEFENDE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DE GENERAL

Presidente Jair Bolsonaro, que costuma usar o Twitter para atacar a imprensa, fez uso da rede social para defender a liberdade de expressão, que ele qualificou como um “direito legítimo e inviolável”; postagem vem na esteira da decisão do STF que determinou o bloqueio das redes sociais do general da reserva Paulo Chagas e de outros investigados no inquérito que apura os ataques feitos por meio de fake news contra os ministros da Corte.

O presidente Jair Bolsonaro, que costuma usar o Twitter para atacar a imprensa, fez uso da rede social para defender a liberdade de expressão, que ele qualificou como um “direito legítimo e inviolável”. Postagem vem na esteira da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou o bloqueio das redes sociais do general da reserva Paulo Chagas e de outros investigados no inquérito que apura os ataques feitos por meio de fake news contra os ministros da Corte.

“Acredito no Brasil e em suas instituições e respeito a autonomia dos poderes, como escrito em nossa Constituição. São princípios indispensáveis para uma democracia. Dito isso, minha posição sempre será favorável à liberdade de expressão, direito legítimo e inviolável”, escreveu Bolsonaro no Twitter.

Embora não tenha citado diretamente o STF ou o ministro Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio das redes sociais do general, a postagem vem no rastro da abertura do inquérito determinado pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, para apurar os ataques contra o Supremo.

Paulo Chagas, que critica de forma contumaz o STF nas redes sociais, foi candidato ao governo do Distrito Federal nas últimas eleições e é apoiador do governo de Jair Bolsonaro.

Também nesta segunda-feira, Moraes determinou que a revista digital “Crusoé” e o site “O Antagonista” retirassem do ar uma matéria com o título “O amigo do amigo do meu pai”. A expressão teria sido utilizada por Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira Odebrecht para referir-se ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli.

GENERAL ALVO DA PF ATACA SUPREMO: ‘ABRIGO PARA O CRIME DO COLARINHO BRANCO’

GENERAL ALVO DA PF ATACA SUPREMO: 'ABRIGO PARA O CRIME DO COLARINHO BRANCO'

General da reserva Paulo Chagas, que foi alvo de uma operação de busca e apreensão autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que apura ataques e fake news contra integrantes da Corte, disse hoje que “a Suprema Corte é um abrigo para o crime do colarinho branco”; para ele, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, decidiu abrir inquérito para investigar fake news para “esconder alguma coisa”; militar disse, também, que o STF serve para proteger os culpados das investigações da Lava Jato.

247 – O general da reserva Paulo Chagas, que foi alvo de uma operação de busca e apreensão autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que apura ataques e fake News contra integrantes da Corte, disse hoje que “a Suprema corte é um abrigo para o crime do colarinho branco”. Para ele, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, decidiu abrir inquérito para investigar fake news para “esconder alguma coisa”. O militar, bolsonarista, disse, também, que o STF serve para proteger os culpados das investigações da Lava Jato.

“Na hora em que sai uma Lava Jato e começam a aparecer os podres, todo mundo quer se proteger no STF. Isso é outro indício de que alguma coisa não está certa”, disse Chagas. “A corte deveria ser a mais rigorosa. Aparentemente, para cidadão comum, como eu, parece que a Suprema corte é um abrigo para o crime do colarinho branco”, completou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Sobre a abertura do inquérito sobre fake news de que foi alvo no início da manhã desta terça-feira (16), Paulo Chagas ressaltou que “não faz críticas à ação em si, mas à atitude defensiva dele, que, para mim, demonstra que está se defendendo para esconder alguma coisa. A melhor defesa é o ataque. Então, resolveu atacar para se defender”.

Chagas ressaltou, ainda, que suas suspeitas sobre o STF são como “cidadão” e que apesar de não possuir provas a operação”é o melhor indício de que existe alguma coisa. Não tenho dúvida, no sentido pessoal da dúvida”.

GENERAL VILLAS-BÔAS, QUE CHANTAGEOU STF CONTRA LULA, AGORA CHANTAGEIA A FAVOR DE OUTRO GENERAL

GENERAL VILLAS-BÔAS, QUE CHANTAGEOU STF CONTRA LULA, AGORA CHANTAGEIA A FAVOR DE OUTRO GENERAL

O general Eduardo Villas Boas, que hoje é da cúpula do governo Bolsonaro como assessor especial do GSI, voltou a chantagear o STF, afirmando estar “preocupado” com a operação de busca na casa de outro general, Paulo Chagas, no inquérito sobre fake news instalado pelo Supremo; ele disse que pretende “acompanhar os desdobramentos disso”, algo completamente fora de sua alçada como general do Exército ou como integrante do GSI; em 3 de abril do ano passado, na condição de comandante do Exército, Villas Boas pressionou publicamente o STF para que não soltasse o ex-presidente Lula, no julgamento que aconteceu no dia seguinte -o habeas corpus foi negado

247 – O general Eduardo Villas Boas, que hoje é da cúpula do governo Bolsonaro como assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, voltou a chantagear o STF, afirmando estar “preocupado” com a operação de busca na casa de outro general, Paulo Chagas, no inquérito sobre fake news instalado pelo Supremo. Ele disse que pretende “acompanhar os desdobramentos disso”, algo completamente fora de sua alçada como general do Exército ou como integrante do GSI. Em 3 de abril do ano passado, na condição de comandante do Exército, Villas Boas pressionou publicamente o STF para que não soltasse o ex-presidente Lula, no julgamento que aconteceu no dia seguinte -o habeas corpus foi negado.

“Conheço muito o general Paulo Chagas. Amigo pessoal meu e confesso que estou preocupado. Vamos acompanhar os desdobramentos disso”, declarou Villas Bôas após sessão de homenagem ao Dia do Exército na Câmara. Por diversas vezes e publicamente, o general Paulo Chagas defendeu nos últimos meses a criação de um “Tribunal de Exceção” para julgar ministros do STF.

Em 3 de abril passado, o teor de seu twitter não deixou margem a dúvidas: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais. Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”

Na ocasião, diante das críticas que sofreu Villas Bôas, vários generais da ativa e da reserva saíram em sua defesa. Um deles foi exatamente Paulo Chagas.

Em novembro passado, numa entrevista, Villas Bôas confessou que confessou que houve uma ação coordenada da cúpula das Forças Armadas para pressionar o Supremo Tribunal Federal a manter preso Lula, uma ação flagrantemente ilegal. Villas Bôas fez tal confissão em entrevista ao jornalista Igor Gielow, da Folha de S.Paulo.

POLÍCIA ENTRA NO INSTITUTO FEDERAL DE GOIÁS E FAZ PRISÃO POLÍTICA DE PROFESSORA

A professora Camila Marques foi presa dentro da sala de aula no IFG Aguas Lindas (GO) onde leciona; de acordo com as primeiras informações, a docente foi acusada de doutrinação; depois, outras notícias dizem que ela havia sido presa por desacato por ter se recusado a obedecer ordens de policiais que faziam uma operação na porta da escola; operação policial resultou na apreensão de 3 alunos que teriam feito ameaças sobre a realização de um suposto atentado no IFG.
A professora Camila Marques foi presa dentro da sala de aula na manhã desta segunda-feira (15) no IFG Aguas Lindas (GO) onde leciona. De acordo com as primeiras informações, a docente teria sido acusada de doutrinação. Depois, outras notícias dizem que ela havia sido presa por desacato por ter se recusado a obedecer ordens de policiais que faziam uma operação na porta da escola. Ela foi liberada. Alex Rodrigues, repórter da Agência Brasil – Policiais civis apreenderam, hoje (15), três alunos do Instituto Federal de Goiás (IFG), que compartilharam ameaças de um atentado na escola. Segundo o delegado Danilo Victor Nunes, responsável pela Delegacia da Criança e do Adolescente de Águas Lindas de Goiás (GO), a cerca de 50 quilômetros de Brasília, ao que parece tudo não passou de um “brincadeira de péssimo gosto”, que acabou alarmando funcionários do campus do IFG na cidade.A existência das mensagens foi denunciada pelo responsável pela unidade. “Ontem (14), o diretor do IFG compareceu à delegacia e contou sobre boatos de que, possivelmente, haveria um atentado no campus do instituto na segunda-feira [hoje]”, disse Nunes à Agência Brasil. Equipes de policiais foram deslocados para o instituto nas primeiras horas da manhã de hoje. Após identificarem os três adolescentes suspeitos de divulgar as ameaças, os agentes revistaram o estabelecimento e os pertences dos três estudantes. Nada foi encontrado. “Coletamos prints [imagens] das mensagens veiculadas por estes jovens ameaçando outros estudantes. Diligenciamos o estabelecimento com cautela, incluindo alojamentos, e não encontramos nenhum material suspeito”, informou o delegado, explicando que os pais dos jovens foram chamados para acompanhar os filhos à Delegacia da Criança e do Adolescente, onde, até as 14h, os três estavam sendo ouvidos.

PROFESSOR QUE TEVE ATRITO COM FLÁVIO BOLSONARO É AMEAÇADO DE MORTE PELOS ASSASSINOS DE MARIELLE; COINCIDÊNCIA?

O professor Pedro Mara vive sob ameaça dos assassinos de Marielle Franco, do senador Flávio Bolsonaro e da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, que abriu processo contra ele alegando “abandono de função” por ele ter ficado 15 dias escondido depois que se tornou público o fato de que ele tinha sua vida investigada por Ronnie Lessa. Numa longa carta, publicada originalmente pelo Intercept, ele relata os detalhes da perseguição de que é vítima.

Em 14 de março, quando se completou um ano do assassinato da Marielle, eu fui informado pela mídia que o meu nome estava na lista dos pesquisados por Ronnie Lessa, o assassino da vereadora. Enquanto todo o mundo se perguntava quem mandou matar Marielle, eu me fazia a pergunta “por que meu nome está nessa lista?” Foi um fato assustador por natureza descobrir que seu nome está em uma lista da organização criminosa mais sofisticada do Rio de Janeiro. Foi pior ainda descobrir que poucas pessoas tiveram sua vida, em maior ou menor grau, vasculhadas por Lessa. A periculosidade da organização não diminuiu com a prisão dos assassinos, tem muitos milicianos ainda soltos. Na véspera, eu estava trabalhando, me despedi da escola e das pessoas que eu gosto. No outro dia eu volto para o trabalho e, de repente, estou na lista de uma organização criminosa. Tinha de deixar o estado urgentemente. De sexta-feira para o domingo, não pude sair de casa, com medo do que pudesse acontecer e de eventuais ações. Os volumes das notícias também me deixavam vulnerável frente às pessoas que acompanhavam o noticiário: não tinha mais garantias de que não iam me agredir na rua. E eu não faço ideia da razão de aparecer nessa lista do Lessa, mas o relatório da Polícia Civil é muito claro. Quando faz a referência a mim, fala: “O professor Pedro Mara, diretor do CIEP 210, em Belford Roxo, que teve atrito, na época, com o deputado estadual Flávio Bolsonaro”. Isso é o que está escrito no inquérito. Se foi o Flávio que mandou, se não foi o Flávio que mandou, não sei. Tenho uma história imensa de luta na educação do Rio de Janeiro. Eu fiz parte do movimento estudantil, sou professor, fui comandante de greve, fui de sindicato. Só que a minha militância inteira foi no campo da educação. E só no campo da educação. Nunca militei em nada que não fosse isso. Nunca mexi com interesses econômicos de milicianos, nunca denunciei excesso das polícias na comunidade. Eu nunca fui líder comunitário. Desde o dia que descobri, naquela quinta-feira, fiquei em casa até o domingo, e apenas na segunda tomamos providências administrativas. Após fazer reuniões, criamos um protocolo de segurança, feito pela OAB, a Comissão de Direitos Humanos da Alerj e o Sepe-RJ. Nesse protocolo, eu teria que me afastar do Rio de Janeiro. Tive que ir para outro lugar, longe das pessoas que eu gosto, totalmente desamparado. O secretário de educação do estado do Rio, Pedro Fernandes, foi comunicado pelo presidente da Comissão de Educação, Flávio Serafini, da necessidade do meu afastamento, e foi pedido um prazo de afastamento de duas semanas para tomarmos medidas avaliativas. Mas, surpreendentemente, apesar de ter ciência do que estava acontecendo, o secretário optou por aceitar um processo de exoneração e deu início a ele em tempo recorde. O processo teve início no dia 25, mas recebi a notificação oficial apenas no dia 29 de março. Descobri primeiro pela mídia. Estou sofrendo um processo de exoneração por ter faltado duas semanas de aula na qual estava cumprindo um protocolo de segurança. O que você justifica para exonerar um servidor por faltas é se ele teve a intenção de faltar. Eu não estou afastado para tirar férias e, sim, porque corro risco de vida e informei a secretaria sobre a minha situação. Eu tenho riscos reais: não foi uma ameaça de uma ligação anônima, foi um inquérito da Polícia Civil que constatou que meu nome era procurado por uma organização de milicianos. De uma hora para a outra, apareci no meio do crime mais sofisticado do Brasil nas últimas décadas.

NOS EUA, HOMEM MATA ESPOSA E DUAS FILHAS POR ACREDITAR QUE ERA TRAÍDO

Um homem de 30 anos, identificado como Austin Smith, matou quatro pessoas, inclusive sua esposa e duas crianças, na última quinta-feira (11). O crime foi no estado americano do Arizona e se deu porque o homem voltou do bar e acusou a mulher de traí-lo com outra pessoa. As informações são da CNN.  De acordo com a emissora americana, Smith foi a um bar em Phoenix e, ao voltar, confrontou sua mulher, Dasia Patterson, sobre uma possível traição cometida por ela, ato que ela negou diversas vezes. O homem, então, atirou e matou a esposa e duas filhas. Na sequência, ele dirigiu até a casa do homem que ele acreditava ter uma relação com sua mulher e o matou. Outras duas pessoas foram feridas, mas passam bem, segundo autoridades locais.

Uma terceira filha do casal, de 3 anos, foi encontrada escondida embaixo da cama e sem ferimentos quando a polícia chegou. Austin Smith disse aos investigadores que não matou essa criança porque ela se parecia muito com ele. O suspeito ainda disse que matou a filha mais velha, de 7 anos, porque ela estava chorando muito. A polícia disse que Austin confessou todos os crimes, explicou os motivos e ainda afirmou que “Deus lhe contou as coisas que deveriam ser feitas”. Ele foi denunciado por assassinato, tentativa de assassinato e agressão. Uma sentença ainda não foi divulgada, mas ele permanece detido em uma delegacia no condado de Maricopa.

GLOBO FAZ PIADA COM OS 100 DIAS DE BOLSONARO; ASSISTA

O programa Fantástico exibido na noite deste domingo (14) pela TV Globo fez piada com os desmandos dos 100 dias de Bolsonaro na Presidência. Uma paródia da canção “Evidências”, sucesso da dupla Chitãozinho e Xororó, serviu para esculhambar o governo mais tosco da história do país.

Brazil’s President-elect Jair Bolsonaro arrives to a meeting in Brasilia, Brazil November 20, 2018. REUTERS/Adriano Machado