REVISTA VEJA SURPREENDE E TAMBÉM ABANDONA SERGIO MORO

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REVISTA VEJA SURPREENDE E TAMBÉM ABANDONA SERGIO MORO

Veja abandona Sergio Moro e o retrata “desmoronando” na capa desta semana. Revista justifica que “ninguém está acima da lei” e pede punição ao ex-juiz da Lava Jato e ao procurador Dallagnol.

A edição lançada neste fim de semana pela revista Veja traz na capa (revelada nas redes sociaisnesta sexta 14) a imagem de um busto do ministro da Justiça, Sérgio Moro, cheio de rachaduras, e abaixo a palavra “DESMORONANDO”.

A publicação também vem com uma Carta ao Leitor que comenta o escândalo Vaza Jato, revelado pelo portal The Intercept Brasil, e pede que os envolvidos no caso (além de Moro, o procurador federal Deltan Dallagnol) sejam processados pelas ilegalidades que venham a ter cometido, segundo as provas apresentadas.

O editorial tem o título “Ninguém está acima da lei” e começa dizendo que a revista “não concorda com as teses reducionistas de que os fins justificam os meios nem que fronteiras podem ser ultrapassadas para combater a corrupção”.

A publicação também reconhece que “a Lava-Jato vem prestando um grande e relevante serviço na luta anticorrupção no Brasil”. Inclusive, a página onde o texto foi publicado traz também uma série de capaz antigas da revista mostrando as diversas vezes em que ela apoiou os trabalhos da Operação Lava Jato, ao longo dos anos.

Porém, salienta também que “não podemos deixar de registrar que um dos maiores ícones da Lava-Jato, o ministro da Justiça, Sergio Moro, ultrapassou de forma inequívoca a linha da decência e da legalidade no papel de magistrado”.

O editorial também menciona a lei brasileira a respeito de como deve ser a relação entre juízes e procuradores, que devem ser independentes uns dos outros.

Na conclusão apresentada pelo texto, a revista fala das consequências que considera pertinentes para o caso do ex-juiz e do procurador símbolo da Lava Jato.

“Na nossa visão, a lei vale para todos. Se alguém discorda de alguma regra, que se mobilize para alterá-la no Congresso. A burla a esse princípio, vinda de quem quer que seja, merece uma só sentença: a punição”.

BATEU O DESESPERO NOS PROCURADORES DA LAVA JATO, CONFIRA

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BATEU O DESESPERO NOS PROCURADORES DA LAVA JATO, CONFIRA

Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador citado em novos diálogos divulgados pelo Intercept, ameaça: “liberdade de imprensa não cobre crime de violação de sigilo de comunicações”.

Glenn Greenwald, do The Incercept, declarou hoje que a cada mentira dos procuradores imundos da Lava Jato, ele vai soltar provas de que eles estão mentindo. Este procurador pode esperar, pois lugar de criminoso é na CADEIA.

Leia a íntegra de sua publicação no Facebook:

Diante da nova rodada de mentiras da Intercept, é minha posição:

Desconheço completamente as mensagens citadas, supostamente obtidas por meio reconhecidamente criminoso, acreditando singular que o “órgão jornalístico” volte-se agora contra mim, aparentemente incomodada pelas críticas que tenho feito ao pessimo exemplo de “jornalismo” que produz. Além disso, creio que o “órgão jornalístico” deve uma explicação de como teve acesso a esse material de origem criminosa, e quais foram as medidas que tomou para ter certeza de sua veracidade, integridade e ausência de manipulação. Gostaria de saber também se foram entregues os meios eletrônicos pelos quais esse material foi recebido para perícia pela PF, tanto para verificar possíveis manipulações, quanto para identificar a origem do crime. Lembro, por fim que a liberdade de imprensa não cobre qualquer participação de jornalistas no crime de violação de sigilo de comunicações.

Nota de THIAGO DOS REIS: Glenn Greenwald, do The Incercept, declarou hoje que a cada mentira dos procuradores imundos da Lava Jato, ele vai soltar provas de que eles estão mentindo. Este procurador pode esperar, pois lugar de criminoso é na CADEIA.

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IGREJA EVANGÉLICA ESVAZIOU DURANTE PREGAÇÃO DE DALLAGNOL E PASTOR ACHINCALHOU FIEIS: “TOLOS”

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Que pastor midiático esperaria que seu rebanho virasse as costas e deixasse o templo no momento em que seu púlpito fosse entregue a um procurador responsável pela Lava Jato?

Pois isso ocorreu em agosto passado na igreja da Lagoinha, em Belo Horizonte, no “culto fé” dirigido pelo pastor e cantor André Valadão.

Enquanto Dallagnol falava, apresentando um powerpoint, as pessoas começaram a sair do templo, esvaziando o local.

Na semana seguinte, Valadão fez críticas ácidas aos frequentadores. O vídeo viralizou apenas esta semana, misteriosamente.

Segue abaixo o desabafo de Valadão seguido de meu parecer sobre o episódio:

Antes de tudo, deixo claro que reconheço o constrangimento passado por Valadão. Talvez não tenha sido maior do que o meu quando me neguei a ceder meu púlpito ao deputado Eduardo Cunha numa visita surpresa que fez à nossa igreja tempos atrás.

Dada a insistência de um de nossos membros que o estava assessorando, permiti, com muita relutância, que ele apenas saudasse a audiência. Confesso que meu arrependimento foi imediato, mesmo que ele ainda não estivesse envolvido nos escândalos de corrupção que estourariam posteriormente. Foi a última vez em que recebi um político em nossa igreja. Lá se vão uns dez anos.

Apesar de entender seu constrangimento, não o considero uma boa justificativa para ser tão deselegante com o seu próprio povo. Nenhuma autoridade, por maior e mais importante que seja, merece isso. Se o tal procurador tem feito algo de bom pelo país nos últimos dias, aquele povo tem sustentado seu ministério por 16 anos.

Creio que a atitude das pessoas que deram as costas no momento em que Delton Dallagnol assumiu o microfone deve ser levada a sério, não como um desrespeito, mas, quiçá, uma demonstração de conscientização. Em tempos de mídias sociais, as pessoas estão cada vez mais informadas, assumindo posturas que nem sempre convergem com a de seus líderes.

Qualquer pastor ou líder religioso deveria pensar duas vezes antes de franquear seu púlpito a um político. No caso de Dallagnol, ele não é bem o que poderíamos chamar de político, mas sua atuação, bem como a de seus pares (inclusive a do juiz Sérgio Moro) tem se revelado cada vez mais política (alguém ainda duvida disso?).

Algumas coisas na fala de Valadão me provocaram reações adversas. Por exemplo: dizer que jamais aquela igreja havia recebido alguém tão importante quanto Dallagnol. Nem é preciso estar tão familiarizado com os ensinamentos de Jesus para perceber o quão distante isso está no espírito do evangelho. Repare no que o mestre nazareno diz aos seus discípulos:

“E houve também entre eles contenda, sobre qual deles parecia ser o maior. E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve.” Lucas 22:24-26

Um procurador da república nada mais é do que um servidor público. Suas credenciais não o tornam melhor do que qualquer cidadão comum.

Veja que não era a primeira vez que esta questão surgia entre os discípulos (e pelo jeito, está longe de ser a última). Capítulos antes, lemos que “suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior. Mas Jesus, vendo o pensamento de seus corações, tomou um menino, pô-lo junto a si, e disse-lhes: Qualquer que receber este menino em meu nome, recebe-me a mim; e qualquer que me receber a mim, recebe o que me enviou; porque aquele que entre vós todos for o menor, esse mesmo será grande” (Lucas 9:46-48).

FOTO:
Dallagnol na Primeira Igreja Batista de Campo Grande, no Rio

O fato de ter estudado em Harvard não constitui ninguém mais importante que os demais. Nem mesmo o fato de ser considerado um benfeitor do povo. A graça preconizada no Evangelho nos nivela a todos. Entre nós, Dallagnol não é mais importante que uma empregada doméstica ou um porteiro de um prédio qualquer.

Quanto ao restante de sua fala, tenho a impressão de que André Valadão fez uma crítica ao seu próprio ministério, bem como ao de sua irmã, a cantora e pastora Ana Paula Valadão, com sua mania de espiritualizar tudo, colocando tudo na conta dos principados e potestades de plantão (termos relacionados a entidades malignas que seriam responsáveis pelos males que assolam a humanidade).

Tantas “palavras proféticas” já foram liberadas daquele “altar”. Sem contar os “atos proféticos” (ou seriam patéticos?). Pena que as pessoas tenham memória tão curta.

O que a igreja precisa não é de heróis, salvadores da pátria, “referências de Deus” como disse Valadão. A igreja precisa é de consciência política.

Espero, sinceramente, que o ocorrido na Lagoinha seja um precedente que leve os líderes a colocarem suas barbas de molho e a desistirem de manipular politicamente seus rebanhos.

MORO MANDOU DALLAGNOL SALVAR 70% DOS DELATADOS PELA ODEBRECHT

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MORO MANDOU DALLAGNOL SALVAR 70% DOS DELATADOS PELA ODEBRECHT

“Em conversas divulgadas pelo site ’The Intercept Brasil’, o ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, orientou o coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol a ’ficar com 30%’ da delação da empreiteira Odebrecht”, aponta reportagem do portal Uol. Juristas ouvidos pelo UOL consideram o fato grave e defendem investigação das mensagens.

“Num diálogo de 15 de dezembro de 2016, quando faltava um dia para serem concluídos os depoimentos de executivos da empreiteira, Deltan Dallagnol, procurador do MP (Ministério Público), listou o cargo de 372 políticos brasileiros na delação. Ele informou para o então juiz Moro que cerca de 30% dos casos eram de crimes de corrupção, 30% de caixa dois e 40%, de uma ’zona cinzenta’ a ser apurada. Em resposta, o então magistrado afirmou ser ’melhor ficar com os 30 por cento iniciais’”, aponta o texto de Eduardo Militão.

O presidente regional da Anacrim (Associação Nacional de Advocacia Criminal), Bruno Espiñera, disse que, mesmo para o Ministério Público, a lei não permite selecionar o que investigar e o que não investigar. Com relação ao Ministério Público, se há 100 envolvidos nos fatos, ele tem que investigar os 100. Não pode dizer que 70% tem político ou tem gente com poder grande e não deveria ter investigação. “É inominável em qualquer democracia. É assustador.”

Abaixo, o diálogo, de 15 de dezembro de 2016

Deltan – 16:01:03* – Caro, favor não passar pra frente:

Deltan – 16:01:03* – Odebrecht (favor manter aqui): 9 presidentes (1 em exercício), 29 ministros (8 em exercício), 3 secretários federais, 34 senadores (21 em exercício), 82 deputados (41 em exercício), 63 governadores (11 em exercício), 17 deputados estaduais, 88 prefeitos e 15 vereadores

Deltan – 16:01:03* – 62 deputados/senadores em exercício. Com governadores dá 73

Deltan – 16:01:03* – 301 políticos na relação

Deltan – 16:01:03* – Mais 72 políticos estrangeiros

Deltan – 16:04:40 – brasileiros são políticos por cargo que OCUPA, OCUPOU oOU [sic] PARA O QUAL SE CANDIDATOU

Deltan – 16:04:45 – por isso os 9 presidentes

Moro – 17:22:10 – Tudo isso corrupção e lavagem ou muitos casos de cx2?

Deltan – 17:25:21 – Para dizer, teria que olhar um a um. Não temos esse levantamento ainda. Intuitivamente, com base nas leituras e análises: 30% claramente propina: eles e nós reconhecemos 40% zona cinzenta: depende de diligências ou análises 30% claramente caixa 2 e nós concordamos

Deltan – 17:51:34 – As doações via caixa 1 sem indícios de contrapartida não entram nisso. Ficam fora.

Moro – 18:32:37 – Opinião: melhor ficar com os 30 por cento iniciais. Muitos inimigos e que transcendem a capacidade institucional do mp e judiciário.

Moro – 18:32:46 – Reservado obviamente

Deltan – 19:00:34 – [sinal de positivo com as mãos]

“MORO PODE ESTAR DESTRUINDO PROVAS”, DIZ CIENTISTA POLÍTICO

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“MORO PODE ESTAR DESTRUINDO PROVAS”, DIZ CIENTISTA POLÍTICO

O cientista político Alberto Carlos de Almeida, autor do Livro “A cabeça do brasileiro”, escreveu no Twitter que existem elementos suficientes para a prisão preventiva do ex-juiz Sérgio Moro. “Neste momento, ele pode estar destruindo as provas”.

Alberto também falou que, no ministério, Moro irá atuar para dificultar as as investigações sobre ele é Dallagnol. Por isso, ele precisa ser afastado do cargo.

Com informações do Brasil de Fato.

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‘DIRETO NA JUGULAR’, DISSE PROCURADOR AO DEFENDER USAR MORTE DE DONA MARISA PARA ATACAR LULA

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'DIRETO NA JUGULAR', DISSE PROCURADOR AO DEFENDER USAR MORTE DE DONA MARISA PARA ATACAR LULA

Novo conteúdo divulgado pelo The Intercept mostra os procuradores preparando a estratégia de ataque contra o Lula; covardemente, eles escolheram a morte da esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, como alvo da nota que iria direcionar as manchetes dos meios de comunicação; “Eu iria direto na jugular”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ao defender a proposta no grupo de procuradores

Brasil247 – Trechos inéditos das conversas entre o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato de Curitiba foram divulgados pelo The Intercept nesta sexta-feira (14). O novo conteúdo mostra os procuradores preparando a estratégia de ataque contra o Lula. Um dos alvos usados foi a esposa do ex-presidente, Marisa Letícia, que já havia falecido.

A menção à Dona Marisa seria feita na nota oficial que o Ministério Público iria emitir à imprensa. “Eu iria direto na jugular”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima em uma das conversas no grupo de procuradores.

Santos Lima foi quem recebeu as ordens de Sergio Moro para que o MPF publicasse uma nota. Na conversa com os procuradores, Santos Lima ditou a narrativa que foi usada por diversos veículos da mídia. “Eu iria direto na jugular, falando que culpar quem morreu é uma tática velha de defesa”, escreveu ele, que minutos antes havia dito que “se fosse para falar” seria do jeito dele, ou seja, tentando criar a tese que que para se esquivar das acusações, Lula citou a ex-mulher que morreu vítima de um AVC.

Inicialmente, a estratégia de Santos Lima não convenceu os demais procuradores. “Ele não reconheceu os crimes e colocou nas costas dela… ele apenas disse que ela que tratou disso e que ela mesma não ia comprar no fim… qto ao item apreendido, pulou fora. Vcs que estavam lá podem avaliar melhor, mas pelo pouco que vi não me pareceu que foi isso. Foi?”, disse Deltan Dallagnol.

Mas a tese prevaleceu e a narrativa foi traçada pelo procurador Julio Noronha: “… Quanto às muitas contradições verificadas no interrogatório do ex-Presidente Lula, à imputação de atos à sua falecida esposa, à confissão de sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras e à ausência de explicação sobre documentos encontrados em sua residência, o Ministério Público Federal se manifestará oportunamente, no processo, especialmente nas alegações finais”, rascunhou o procurador para aprovação dos demais.

O texto final da nota do MPF trouxe a menção de Marisa, sendo manchete de diversos veículos de comunicação.

BRASÍLIA TREME: INTERCEPT ANUNCIA A PRÓXIMA BOMBA

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BRASÍLIA TREME: INTERCEPT ANUNCIA A PRÓXIMA BOMBA

O site The Intercept Brasil anunciou na noite desta sexta-feira, 14, que deverá publicar “em breve” o novo capítulo sobre o escândalo da Lava Jato, que pode tornar insustentável a permanência do ministro Sérgio Moro no cargo de ministro da Justiça do governo Bolsonaro; foi o que indicou o jornalista Glenn Greenwald pela manhã; “quero ver Moro se segurar na cadeira depois das próximas revelações”

Brasil247 – O site The Intercept Brasil anunciou na noite desta sexta-feira, 14, que deverá publicar “em breve” uma nova reportagem sobre o escândalo da Lava Jato,o que pode tornar insustentável a permanência do ministro Sérgio Moro no cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública.

Pela manhã, durante entrevista ao programa de Juremir Machado na rádio Guaíba, em Porto Alegre, o jornalista Glenn Greenwald, que está à frente da série de reportagens que mostram o conluio entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol na construção da farsa jurídica que condenou o ex-presidente Lula, fez uma afirmação bombástica: “quero ver Moro se segurar na cadeira depois das próximas revelações”.

A afirmação é uma resposta do jornalista à entrevista de Sérgio Moro a um dos jornalistas de confiança da Operação Lava Jato, Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo. Na entrevista, publicada nesta sexta, Moro desafiou a Vaza Jato: “Se quiserem publicar tudo, publiquem. Não tem problema”. Moro garantiu que não pensa em renunciar.

Segundo o jornalista Ricardo Noblat, a nova reportagem do Intercept pode trazer mensagens de Moro ao desembargador João Pedro Gebran Neto, do TRF-4, e à juíza Gabriela Hardt, que o substituiu na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba. “Quem conhece bem as entranhas da Lava Jato diz que o maior perigo que corre o ex-juiz Sérgio Moro é o de ter reveladas as mensagens que trocou com a juíza federal Gabriela Hardt e com o desembargador João Pedro Gebran Neto”, escreveu Noblat no Twitter.

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URGENTE: NOVAS MENSAGENS REVELADAS MOSTRAM QUE MORO MANDOU PROCURADORES ATACAREM LULA E SEUS ADVOGADOS NA IMPRENSA

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URGENTE: NOVAS MENSAGENS REVELADAS MOSTRAM QUE MORO MANDOU PROCURADORES ATACAREM LULA E SEUS ADVOGADOS NA IMPRENSA

Moro, o juiz do caso, zombava do réu e de seus advogados enquanto fornecia instruções privadas para a Lava Jato sobre como se portar publicamente e controlar a narrativa na imprensa.”

PLANTÃO BRASIL – Em mais um lote inédito de mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato, fica evidente que a função de coordenador informal da operação estava realmente a cargo do atual ministro da Justiça. Num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando, fica patente o pedido do ex-juiz a procuradores para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de ’showzinho’ da defesa do ex-presidente Lula.

Em mais um lote inédito de mensagens trocadas entre o ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato, fica evidente que a função de coordenador informal da operação estava realmente a cargo do atual ministro da Justiça. Num diálogo entre Moro e o procurador Carlos Fernando, fica patente o pedido do ex-juiz a procuradores para que eles divulgassem uma nota à imprensa para rebater o que ele chamou de ’showzinho’ da defesa do ex-presidente Lula.

A reportagem do Site The Intercept destaca que “os procuradores acataram a sugestão do atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, em mais uma evidência de que Moro atuava como uma espécie de coordenador informal da acusação no processo do triplex. Em uma estratégia de defesa pública, Moro concedeu uma entrevista nesta sexta-feira ao jornal o Estado de S. Paulo onde disse que considera “absolutamente normal” que juiz e procuradores conversem. Agora, está evidente que não se trata apenas de “contato pessoal” e “conversas”, como diz o ministro, mas de direcionamento sobre como os procuradores deveriam se comportar.”

Veja o trecho do diálogo entre Moro e Carlos Fernando dos Santos Lima:

“Santos Lima – 22:10 – Achei que ficou muito bom. Ele começou polarizando conosco, o que me deixou tranquilo. Ele cometeu muitas pequenas contradições e deixou de responder muita coisa, o que não é bem compreendido pela população. Você ter começado com o Triplex desmontou um pouco ele.
Moro – 22:11 – A comunicação é complicada pois a imprensa não é muito atenta a detalhes
Moro – 22:11 – E alguns esperam algo conclusivo
Além do depoimento, outro vídeo com Lula também tomava conta da internet e dos telejornais naquele mesmo dia. Depois de sair do prédio da Justiça Federal, o ex-presidente se dirigiu à Praça Santos Andrade, em Curitiba, e fez um pronunciamento diante de uma multidão. Por 11 minutos, Lula atacou a Lava Jato, o Jornal Nacional e o então juiz Sergio Moro; disse que estava sendo “massacrado” e encerrou com uma frase que entraria para sua história judicial: “Eu estou vivo, e estou me preparando para voltar a ser candidato a presidente desse país”. Era o lançamento informal de sua candidatura às eleições de 2018.

Um minuto depois da última mensagem, Moro mandou para o procurador Santos Lima:

Moro – 22:12 – Talvez vcs devessem amanhã editar uma nota esclarecendo as contradições do depoimento com o resto das provas ou com o depoimento anterior dele
Moro – 22:13 – Por que a Defesa já fez o showzinho dela.
Santos Lima – 22:13 – Podemos fazer. Vou conversar com o pessoal.
Santos Lima – 22:16 – Não estarei aqui amanhã. Mas o mais importante foi frustrar a ideia de que ele conseguiria transformar tudo em uma perseguição sua.
Moro, o juiz do caso, zombava do réu e de seus advogados enquanto fornecia instruções privadas para a Lava Jato sobre como se portar publicamente e controlar a narrativa na imprensa.”

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MORO, DALLAGNOL E A NOVA NORMALIDADE

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MORO, DALLAGNOL E A NOVA NORMALIDADE

A Lava Jato vem praticando abusos há cinco anos como se normal fosse, sem reparos, impunemente. Seus membros, longe de serem questionados, eram ovacionados.

Jornal GGN – Da ABJD – Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – Moro, Dallagnol e a Nova Normalidade – por Tânia M. S. Oliveira*

No poema “No caminho com Mayakovsky”, muitas vezes confundido e atribuído erroneamente ao poeta russo, o autor Eduardo Alves da Costa descreve os passos de avanço autoritário e ausência de resistência, dos atos simples até que não seja mais possível resistir. Da retirada de flores do jardim a arrancar a voz da garganta, o inexorável é que, ao permitir que se vá adiante, não há o que fazer quando tudo se consuma. Desde o último domingo, 09 de junho, quando os primeiros conteúdos de conversas entre o então juiz e hoje ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol e demais procuradores da força tarefa da operação Lava Jato foram revelados pelo portal eletrônico The Intercept, muito já se debateu, se escreveu em artigos, reportagens e, sobremaneira, nas redes sociais.

Curiosamente, a disputa de narrativas não se deu entre mentira e verdade, uma vez que as personagens dos eventos cujos diálogos foram publicizados não negaram sua autenticidade, limitando-se a atacar a forma como foram obtidas e afirmando-se vítimas de hackers. Assumiram como legítimos os diálogos que disseram considerar normais, sem qualquer problema. E ao fazê-lo indicavam adotar o comportamento que vem sendo legitimado desde que apareceram no cenário nacional.

É fato que condução coercitiva sem intimação prévia, delações premiadas com réus presos, usadas como prova sem nada que as corroborasse, vazamento de conteúdos de depoimentos e até mesmo de conversas privadas, prisão automática após julgamento em segunda instância sem trânsito em julgado, foram sendo praticados diuturnamente e, quando questionados judicialmente, foram mantidos. Desse modo, a Lava Jato vem praticando abusos há cinco anos como se normal fosse, sem reparos, impunemente. Seus membros, longe de serem questionados, eram ovacionados.

E passaram a operar em uma lógica totalmente midiática, de olho na aprovação popular e nos holofotes, proferindo palestras, dando entrevistas e dialogando com as manifestações nas ruas. Enquanto isso, seus pares do sistema de justiça ignoraram as irresignações e questionamentos que lhes foram feitos, dentro e fora dos autos, e não foram poucos. Não é nenhum absurdo dizer que os conteúdos revelados pelo portal The Intercept não surpreendem ninguém, mesmo que muitos afirmem seu espanto. A Lava Jato, que se em algum momento foi pensada para enfrentar a corrupção sistêmica, não captou as contradições em seu interior, tratando, desde sempre, a política como delito, e escolhendo atores a quem atingir de acordo com as preferências políticas de seus membros.

Operou a utilização do sistema de justiça e especificamente do Poder Judiciário para atingir seus fins, maximizando objetivos particulares e não republicanos. Igualmente não é estranho que, tanto o juiz Sérgio Moro quanto o procurador Deltan Dallagnol, tenham respondido que o conteúdo divulgado são coisas “normais”.

Na lógica lavatista de descumprir normas, princípios constitucionais e processuais legais, nada aconteceu de errado. De tal modo que o magistrado se portar como superior hierárquico do procurador, dando broncas, instruindo a busca de fontes, sugerindo investigações e inversão da ordem das etapas, antecipando decisões ainda não proferidas, em diálogos cotidianos é “normal”, as reuniões e os telefonemas cotidianos para discutir os casos – como mostram o inteiro teor das conversas – são normais.

Grupos de procuradores interessados, não nos dados e rumos das investigações sobre as quais eram titulares, mas em fórmulas e métodos de como impedir uma entrevista autorizada pelo Supremo Tribunal Federal porque ela iria, em tese, ajudar o candidato que eles não simpatizam politicamente, também são normais.

Nesse caminho da nova normalidade, encontram os membros da força-tarefa da operação Lava Jato, o amparo social e político dos que se apoiam no argumento fácil de que tudo fora feito para combater a corrupção, fundamento, a propósito, sempre o mais utilizado em todo o mundo no surgimento ou renascimento de regimes autoritários, como mote de fazer valer o desprezo pelos valores e instituições da democracia.

Em espectro amplo, essas posturas se alinham com a busca da naturalização do absurdo, que vai se impondo paulatinamente em nosso país. Exemplos não nos faltam, desde a exaltação à tortura e torturadores dentro do plenário da Câmara dos Deputados na votação do impeachment, até placa de rua quebrada com o nome de uma vereadora assassinada, ambos os atos sob aplausos de multidões.

E a operação Lava Jato, é preciso reconhecer, virou uma operação famosa não apenas pelos seus números e seu discurso de combate à corrupção, mas por escancarar a seletividade do processo penal brasileiro, e o descumprimento comezinho de normas processuais, sem que jamais qualquer de seus membros, servidores públicos, respondessem por seus atos. As garantias do processo penal são marcos civilizatórios. A realidade incontrastável de que o juiz e os procuradores da operação Lava Jato o desprezaram totalmente, atropelando-o, assume, a partir da revelação trazida, uma dimensão de que não mais cabem as vendas nos olhos de quem tem poder para recolocar as coisas em seu devido lugar.

O The Intercept, que a propósito afirma que revelou 1% de todo o conteúdo que dispõe, evidenciou a ausência de alternativas que indiquem “lixo para debaixo do tapete” como factíveis. Não se pode sustentar a normalidade de relações de conluio, diante de evidências sistematizadas. Não há explicação convincente capaz de modificar o degradante espectro que sustentou essa investigação e custou a liberdade de cidadãos e sua execração pública. Da aberrante divulgação de grampos ilegais envolvendo a Presidenta da República à aceitação do cargo de ministro do governo a quem beneficiou nas eleições, retirando o adversário de cena, Sérgio Moro testou todos os limites, impunemente. Do bizarro Power Point da denúncia de Lula à fundação para gerir recurso públicos, Dallagnol perdeu as balizas de qualquer atuação comedida. Retiraram flores do jardim da legalidade, mataram o cão e invadiram a casa. Agora é preciso gritar enquanto ainda há voz na garganta, agir antes que seja tarde. Se não dissermos nada, é provável que não poderemos mais dizer.

*Tânia M. S. Oliveira é membra da coordenação executiva da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia – ABJD