Essa é a segunda coincidência entre movimentações clandestinas investigadas pelo MP-RJ de pessoas ligadas a Flávio Bolsonaro e atos envolvendo o presidente Jair Bolsonaro. No sábado (20), o UOL mostrou que Bolsonaro se encontrou com Frederick Wassef —advogado de Flávio Bolsonaro no caso da rachadinha até esta manhã— horas depois de a mulher de Fabrício Queiroz receber a resposta de uma proposta feita ao miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime.
… Matheus entrou em contato com Luiza no dia 17 de janeiro. Fontes na Alerj confirmam que o requerimento de informação chegou ao Departamento de Legislação de Pessoal —exatamente o setor em que Matheus trabalhava— no fim do expediente do dia anterior.
O pedido seguiu parado no setor de Matheus até a tarde de 24 de janeiro. De acordo com as investigações —que resultaram na deflagração da Operação Anjo na última quinta-feira (18)—, foi justamente na manhã deste dia que Luiza foi à Alerj assinar os pontos que estavam em branco, encobrindo assim possíveis evidências de que não trabalhava de fato.
De acordo com conversas em um aplicativo de mensagens apreendidas pelos promotores no celular de Luiza, a articulação para que a suposta fraude fosse consumada teve a participação de duas pessoas de confiança de Flávio Bolsonaro: o próprio Fabrício Queiroz e o advogado Gustavo Botto, que representava Flávio nas investigações da rachadinha naquela ocasião.
O UOL procurou a Presidência da República para questionar sobre a coincidência de datas entre a edição do decreto que alterava a Lei de Acesso à Informação e o pedido que resultou nas fraudes investigadas pelo MP-RJ, mas não obteve resposta até o momento.
O senador Flávio Bolsonaro também foi procurado para comentar a suposta fraude nos pontos da Alerj e a coincidência com a edição do decreto, mas não se manifestou até o momento.