RESISTÊNCIA: MANHÃ É MARCADA POR ATOS DE RUA EM DEFESA DA PREVIDÊNCIA E DA EDUCAÇÃO EM TODO O PAÍS

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RESISTÊNCIA: MANHÃ É MARCADA POR ATOS DE RUA EM DEFESA DA PREVIDÊNCIA E DA EDUCAÇÃO EM TODO O PAÍS

Em Brasília, ato unificado reuniu milhares de manifestantes em frente ao Congresso Nacional/Foto: Rafael Tatemoto

Manifestações devem ocorrer em pelo menos 150 municípios de todas as regiões durante esta terça-feira (13)

Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Nesta terça-feira (13) pela manhã, atos em todas as regiões do país marcaram mais uma jornada de luta pela Educação pública de qualidade e contra a reforma da Previdência, a principal meta da política neoliberal do ministro Paulo Guedes (Fazenda), aprovada pela Câmara Federal e tramitando no Senado.

Sindicalistas, estudantes, trabalhadores e ativistas dos movimentos populares foram à ruas para denunciar as ações de desmonte e precarização do atual governo. Protestos estão previstos em pelo menos 150 cidades.

:: Minuto a minuto | Acompanhe as mobilizações em defesa da educação e da Previdência ::

Em Petrolina (PE), o cantor e poeta Maviael Melo recitou um cordel sobre o cenário político. “Quero o que é meu por direito constituído: saúde, lazer, habitação e educação. Isso não é pedido. É a palavra de ordem do povo a se levantar. Não venha sua desgraça, você não vai nos enganar, sua falácia nojenta, sua bandeira cinzenta não vai nos representar”, declamou no início do ato.

Na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará, estudantes protestaram o viés privatista presente no programa Future-se, apresentado pelo Ministério da Educação do governo Jair Bolsonaro (PSL).

Em Belém do Pará, a concentração começou pela manhã na praça da República (Foto: Catarina Barbosa)

Em Brasília, o ato pela educação se somou ao último dia da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas. A manifestação seguiu até o Congresso Nacional. Por volta das 10h, os manifestantes já tomavam boa parte da Esplanada dos Ministérios e o trânsito de veículos no local foi interrompido.

Na cidade de Quixadá, no Ceará, estudantes e professores do Instituto Federal do Ceará (IFCE), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Universidade Estadual do Ceará (Uece) se reuniram na praça José de Barros para promover uma aula pública sobre os impactos negativos do Programa Future-se. Também teve aula pública em Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro.

No Rio Grande do Sul, Paulo Mors, presidente da sindicato dos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criticou o governo Bolsonaro, durante o painel ‘Futuro das Universidades e Institutos Federais no Brasil’, na UCSPA (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre).

Registro da aula pública em Quixadá, no sertão cearense (Foto: Rebeca Cavalcante)

“As barbaridades ditas pelo líder maior do país não são feitas no sentido de fazer piada. Por trás, está o capital rentista. Por trás, está a proposta de aumentar a desigualdade, a exploração dos trabalhadores, a subserviência da Nação”, afirmou.

Na Paraíba, a Marcha das Margaridas saiu da cidade de Conde com destino à João Pessoa onde as camponesas vão se integrar ao grande ato que vai acontecer na parte da tarde.

O evento foi promovido pela Associação de Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (ADUFRGS), dentro das atividades do Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação e contra a Reforma da Previdência (Foto:Katia Marko)

Grandes atos pela tarde

Além de João Pessoa (PB), estão marcados atos contra a Reforma da Previdência e à favor da Educação pública de qualidade nas cidade de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, entre outras.

Em São Paulo, a concentração será no MASP (Museu de Arte de São Paulo), a partir das 15h. No Rio, a concentração será na praça da Candelária, às 15h. Em Belo Horizonte (MG), o ato começa às 14h, no pátio da Assembleia Legislativa.

Na cidade de Goiânia, os estudantes estão convocando a manifestação para a praça Universitária, a partir das 15h. Em Porto Alegre, o ato é na esquina Democrática, começando às 18h.

A marcha das Margaridas paraibana em caminhada rumo a João Pessoa (Foto: CPT)

Edição: Rodrigo Chagas

 

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MORO E DALLAGNOL ARTICULARAM PARA NÃO APREENDER CELULARES DE EDUARDO CUNHA

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MORO E DALLAGNOL ARTICULARAM PARA NÃO APREENDER CELULARES DE EDUARDO CUNHA

Cunha guardava conversas com detentores de foro, o que poderia tirar o processo de Moro e levar ao Supremo / Foto: Heuler Andrey / AFP

Diálogos de Telegram revelam reunião entre juiz e procurador da Lava Jato sobre os detalhes da prisão de Cunha, em 2016

Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Um novo diálogo entre o então juiz Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol foi revelado na noite desta segunda-feira (12) pelo BuzzFeed News, em parceria com o The Intercept BrasilNão é a primeira matéria da Vaza Jato que demonstra articulações para manter processos em Curitiba.

Em conversa de Telegram no dia 18 de outubro de 2016, véspera da prisão do ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, o atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL) sugeriu ao chefe da força-tarefa da Lava Jato que não seria “uma boa” apreender os celulares do réu.

Os detalhes da prisão foram discutidos em uma reunião presencial entre Moro e Dallagnol. O procurador, no entanto, manifestou inicialmente ao juiz a posição do Ministério Público favorável à apreensão dos aparelhos.

• 11:45:25 Deltan: Um assunto mais urgente é sobre a prisão

• 11:45:45 Deltan: Falaremos disso amanhã tarde

• 11:46:44 Deltan: Mas amanhã não é a prisão?

• 11:46:51 Deltan: Creio que PF está programando

• 11:46:59 Deltan: Queríamos falar sobre apreensão dos celulares

• 11:47:03 [Moro]: Parece que sim.

• 11:47:07 Deltan: Consideramos importante

• 11:47:13 Deltan: Teríamos que pedir hoje

Após ouvir as ponderações do procurador, Moro responde:

• 11:47:15 [Moro:] Acho que não é uma boa

Apesar da resposta, Deltan insiste e tenta agendar uma reunião com Moro para tratar do assunto:

• 11:47:27 Deltan: Mas gostaríamos de explicar razões

• 11:47:56 Deltan: Há alguns outros assuntos, mas este é o mais urgente

• 11:48:02 [Moro]: bem eu fico aqui até 1230, depois volto às 1400.

• 11:48:49 Deltan: Ok. Tentarei ir antes de 12.30, mas confirmo em seguida de consigo sair até 12h para chegar até 12.15

• 12:05:02 Deltan: Indo

Os vazamentos não revelam o que foi discutido na reunião. Porém, duas horas mais tarde, Dallagnol resolve colaborar e aceitar o conselho do juiz: “Cnversamos [Conversamos] aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”.

A reportagem do BuzzFeed destaca que a decisão de não apreender os celulares de Cunha destoa do padrão adotado pela  Lava Jato. Conteúdo retirado de celulares de empreiteiros serviram como base para muitas das investigações da operação.

Procurado pelo BuzzFeed, Moro defendeu-se afirmando não reconhecer a autenticidade das mensagens. Sobre o conteúdo, o ministro, porém, afirmou que “em relação aos aparelhos celulares do ex-Deputado Eduardo Cunha, como foi amplamente divulgado pela imprensa, eles foram apreendidos por ordem do STF na Ação cautelar 4044, antes da prisão preventiva.”

De acordo com reportagem do Valor Econômico, o que foi aprendido na residência de Cunha pela operação Catilinárias (Ação cautelar 4044), realizada em 15 de dezembro de 2015, foi um aparelho celular em desuso. A perícia extraiu do equipamento diálogos entre o então presidente da Câmara e Geddel Vieira Lima, à época presidente da Caixa Econômica Federal, entre 2011 e 2013.

Na prisão preventiva de Cunha, cerca de 10 meses depois, seus aparelhos celulares não foram apreendidos.

Resposta da força-tarefa do Ministério Público Federal:

“A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas. O material é oriundo de crime cibernético e tem sido usado, editado ou fora de contexto, para embasar acusações e distorções que não correspondem à realidade. A análise da busca e apreensão de itens toma em conta diferentes fatores, inclusive a perspectiva de efetividade para as investigações. No caso do ex-presidente da Câmara, seus celulares já tinham sido apreendidos por ordem do Supremo Tribunal Federal.”

Edição: Rodrigo Chagas

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BOLSONARO MANDA INSATISFEITOS VOTAREM EM OUTRO PRESIDENTE. QUEM VAI ADERIR?

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BOLSONARO MANDA INSATISFEITOS VOTAREM EM OUTRO PRESIDENTE. QUEM VAI ADERIR?

PLANTÃO BRASIL – Jair Bolsonaro foi criticado após dizer que a preocupação com o meio ambiente poderia ser resolvida se a população “fizesse cocô dia sim, dia não”. Hoje (12), em Pelotas (RS), o presidente foi questionado sobre o efeito de suas declarações, ironizou a polêmica e sugeriu que os incomodados “votem em outro candidato em 2022”.

“Você quer que eu seja ‘um vaselina’? Um politicamente correto? Ou um isentão? Não, aqui é resposta direta! Fui eleito assim, não vou fugir à minha característica, com todo o respeito que eu tenho a todo mundo. Quando eu falei a questão do cocô, foi uma pergunta idiota de um jornalista lá em Brasília”, disse Bolsonaro.

O vídeo da cena foi compartilhado pelo filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), no Facebook. Na resposta, que pode ser vista abaixo, o presidente da República repetiu a frase em que sugere que as pessoas usem o banheiro com menos frequência. Além disso, ironizou uma declaração feita pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015, quando sugeriu a invenção de tecnologia para “estocar vento” para a produção de energia eólica.

“O idiota perguntou para mim, depois de eu ter explicado que o mundo cresce 70 milhões de habitantes por ano, e o Brasil cresce um pouco mais de dois milhões de habitantes… E não dá para plantar na Lua, nem em Marte, assim como não dá para estocar vento. Eu respondi assim: ‘é só você cagar menos que, com toda certeza, a questão ambiental vai ser resolvida’. Isso eu respondi. Agora, se não é compatível com o presidente, vote em outro em 2022. É muito simples”, concluiu Bolsonaro.

 

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JOICE DEFENDE PRISÃO DE GREENWALD POR DIVULGAÇÃO DE MENSAGENS DA VAZA JATO

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JOICE DEFENDE PRISÃO DE GREENWALD POR DIVULGAÇÃO DE MENSAGENS DA VAZA JATO

Brasil247 – Deputada Joice Hasselmann defendeu a prisão do jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept, que vem revelando o conteúdo de mensagens trocadas entre integrantes da Lava Jato que expôs o conluio existente na operação. Pelo que foi publicado até agora, temos a situação semelhante à de alguém que compra um carro roubado sabendo que é roubado. Então, nós temos aí um produto do crime nas mãos de alguém que se diz jornalista”, afirmou.

A líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP), defendeu a prisão do jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept e que vem divulgando o conteúdo de mensagens trocadas entre integrantes da Lava Jato e que revelou o conluio existente na operação.

“Pelo que foi publicado até agora, temos a situação semelhante à de alguém que compra um carro roubado sabendo que é roubado. Então, nós temos aí um produto do crime nas mãos de alguém que se diz jornalista e esse produto do crime, que a gente nem sabe de fato o que é original, o que é montagem, está nas mãos e foi publicado pelo jornalista”, afirmou Joice em entrevista à revista Época.

“Eu não defendo a prisão de jornalista. Eu defendo a prisão de bandido. Quando qualquer cidadão que fere a legislação, as normas legais, por óbvio ele tem que se acertar com a Justiça. Em relação ao Glenn, precisamos saber o que é legal e o que não é legal daquilo que ele tem em mãos”, disse a parlamentar.

“As autoridades têm de investigar pra saber o que de fato é jornalismo e o que é uma associação com um bando criminoso”, disse em relação à prisão dos supostos hackers que teriam invadido os celulares de autoridades e repassado o conteúdo das mensagens para Greenwald.

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LULA APONTA FRACASSO ECONÔMICO DE GUEDES E INDICA CAMINHO PARA O BRASIL SAIR DA CRISE

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LULA APONTA FRACASSO ECONÔMICO DE GUEDES E INDICA CAMINHO PARA O BRASIL SAIR DA CRISE

Brasil247 – O ex-presidente Lula, que hoje seria presidente pela terceira vez se não tivesse sido sequestrado pelo estado brasileiro para não disputar as eleições de 2018, passou a se concentrar na questão econômica. Além de indicar o fracasso das políticas implantadas desde o golpe de 2016, ele destacou a primeira realização da dupla Guedes e Bolsonaro: a volta do Brasil à recessão.

Preso para não ser presidente da República pela terceira vez, o ex-presidente Lula, que conduziu o Brasil durante um período de forte expansão econômica e inclusão social, começa a focar sua comunicação com a sociedade na questão da economia. Foi o que ele fez no dia de ontem, ao comentar os resultados da eleição na Argentia e também o retorno do Brasil à recessão.

Lula destacou o programa emergencial lançado pelo PT para a retomada do crescimento e criticou também as políticas econômicas implantadas desde a derrubada, sem crime de responsabilidade, da ex-presidente Dilma Rousseff.

 

 

 

 

MORO CONVOCA FORÇA NACIONAL PARA REPRIMIR ESTUDANTES NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS

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MORO CONVOCA FORÇA NACIONAL PARA REPRIMIR ESTUDANTES NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS

Brasil247 – O ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou que a Força Nacional de Segurança Pública esteja a postos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reprimir os protestos de estudantes marcados para esta terça. As manifestações, em Brasília e em todo o país, convocados pela UNE, buscam defender a educação pública e a Previdência Social e marcam um dia de protesto contra o governo Bolsonaro.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, determinou que a Força Nacional de Segurança Pública esteja a postos na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para reprimir os protestos de estudantes marcados para esta terça. As manifestações, em Brasília e em todo o país, convocados pela UNE, buscam defender a educação pública e a Previdência Social e marcam um dia de protesto contra o governo Bolsonaro.

Um dos focos dos protestos é o projeto  “Future-se”, do governo Bolsonaro, que pretende promover a privatização da educação pública. A Portaria prevê que os agentes poderão agir “em caráter episódico e planejado, nos dias 7, 12 e 13 de agosto de 2019”, a pedido do MEC.

O argumento do governo é de que “a Força está destacada para ações de preservação da ordem pública e da incolumilidade das pessoas e do patrimônio na defesa dos bens da União”.

No entanto, a última vez que a Força Nacional entrou em cena, o cenário foi de violência e repressão. Em 2016, estudantes protestavam contra mudanças mo ensino médio e o congelamento de gastos, quando foram reprimidos pela Força Nacional.

Confira a lista dos atos nas capitais:

Lista de manifestaçõe nas capitais

Confira aqui os locais e horários das manifestações:

Norte

Em Rio Branco (AC), os manifestantes programaram o início do ato na Praça da República, às 16h. Em Manaus, o protesto está marcado para 16h, na Praça da Saudade. Já em Boa Vista (RR), o ato sairá da Praça do Centro Cívico, às 16h. A praça Três Caixas D´águas, em Porto Velho (RO), será a concentração do ato para os rondonienses. Em Belém (PA), os manifestantes partem da Praça da República, às 15h. No mesmo horário, mas em Macapá (AP), o ato parte da Praça da Bandeira. A última manifestação na região Norte será em Palmas (TO), onde o ato partirá às 17h do Parque dos Povos Indígenas.

Nordeste

Em São Luis (MA), a Praça Deodoro é o palco escolhido para a manifestação agendada para iniciar às 15h. Logo cedo, às 8h, piauienses se concentram na Praça da Bandeira, em Teresina (PI). No mesmo horário, mas na Praça da Gentilândia, em Fortaleza (CE), os manifestantes partirão em marcha. Em Natal (RN), a concentração do ato será na frente do shopping Midway Mall. Às 9h, no Liceu Paraibano, em João Pessoa (PB), começa o protesto. Já em Recife (PE), a manifestação está marcada para às 15h, na rua Aurora. Em Maceió (AL), a ação parte do Centro de Estudos e Pesquisa Aplicada (Cepa), às 8h. Na Praça General Valadão, às 15h, em Aracaju (SE), os sergipanos se reúnem para dar início ao protesto contra os cortes na educação.

Centro-Oeste

Em Campo Grande (MS), o ato está marcado para a Praça Ary Coelho, às 9h. Na Praça Alencastro, em Cuiabá (MT), a partir das 14h, os mato-grossenses se manifestam. Já em Goiânia, o ato sai da Praça Universitária, às 15h. Em Brasília (DF), a manifestação ocorre mais cedo, às 9h, no Museu da República.

Sudeste

Em São Paulo (SP), o ato está marcado para às 16h, no Masp, na avenida Paulista. No Rio de Janeiro (RJ), os manifestantes se concentram na Candelária, às 15h, e depois partem em direção à Petrobrás, incluindo na pauta o combate ao desmonte da estatal. O teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória (ES), é o ponto de partida do protesto dos capixabas, às 16h. Já em Belo Horizonte (MG), os estudantes e trabalhadores marcaram a ação para a Praça da Assembleia Legislativa, às 16h.

Sul

Em Porto Alegre (RS), os manifestantes se concentram na Esquina Democrática, às 18h. Os paranaenses, se manifestam a partir das 17h na Praça Santos Andrade, em Curitiba (PR). Os catarinenses elegeram o Largo da Catedral, em Florianópolis (SC), para o ponto de encontro do protesto, que começa às 16h.

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SITE PORTA-VOZ DA LAVA JATO ADMITE QUE LULA DEVERÁ SER SOLTO NO DIA 27

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SITE PORTA-VOZ DA LAVA JATO ADMITE QUE LULA DEVERÁ SER SOLTO NO DIA 27

Brasil247 – O Antagonista, site porta-voz da Lava Jato e do bolsonarismo admite, a contragosto, que Lula poderá ser solto no próximo dia 27, quando a Segunda Turma do STF reúne-se para concluir julgamento sobre suspensão da ação irregular sobre sede do Instituto Lula.

Porta voz Lava Jato e da extrema-direita, o site O Antagonista especula que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ser solto no dia 27 deste mês.

Em duas semanas, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve reunir-se para analisar o pedido da defesa do ex-presidente para suspender, na primeira instância, ação irregular na qual Lula é acusado de receber R$ 12,5 milhões da Odebrecht em forma de um terreno, onde seria construído o Instituto Lula, e outro imóvel em São Bernardo do Campo, vizinho ao apartamento que ele vivia na cidade. Mas o instituto nunca ocupou essa área, tendo sido construído na capital paulista.

Ao justificar a tentativa de suspender o processo, a defesa de Lula afirma que não teve acesso ao acordo de leniência firmado entre Odebrecht e Ministério Público Federal (MPF), o que teria prejudicado seu direito de defesa.

O ministro do STF Edson Fachin autorizou duas vezes o acesso dos advogados de Lula aos autos da leniência, mas o juiz da 13ª vara de Curitiba, Luiz Antonio Bonat, substituto de Sérgio Moro, impôs limites à checagem do material.

Fachin será o relator do recursos que será julgado no dia 27.

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MAIS DE 150 MUNICÍPIOS TERÃO ATOS CONTRA RETROCESSOS NA EDUCAÇÃO; CONFIRA A LISTA

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MAIS DE 150 MUNICÍPIOS TERÃO ATOS CONTRA RETROCESSOS NA EDUCAÇÃO; CONFIRA A LISTA

Protesto no Rio de Janeiro, em maio deste ano, contra os cortes na Educação / Foto: Agência PT

“Tsunami da Educação” terá terceira edição no governo de Jair Bolsonaro

Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Mais de 150 municípios de todo o Brasil estão com atos programados para esta terça-feira (13) como parte da Jornada de Luta Pela Educação, convocada pela União Nacional dos Estudantes (UNE). Os principais alvos dos protestos são o programa do governo federal “Future-se” – que pretende terceirizar o financiamento do setor –, os cortes no orçamento da educação e a reforma da Previdência, que está em tramitação no Senado. Ao todo, 26 dos 27 estados já confirmaram manifestações.

Em entrevista à Rádio Brasil de Fato, a vice-presidenta da UNE, Élida Elena, falou sobre os atos e comentou o encontro que a entidade teve com o ministro da Educação, Abraham Weintraub. “O retorno não foi positivo. Nós não tivemos nenhuma saída, nenhuma resposta concreta que apresente alguma saída para a crise que as universidades vêm vivendo hoje”. Esta será a terceira edição do que a UNE tem chamado de “Tsunami da Educação”.

Desde que os cortes na educação foram anunciados, as universidades e os institutos federais sofreram a perda de R$ 6,1 bilhões em verbas. Nos campis espalhados pelo país, há diversas instituições de ensino superior que estão com contas atrasadas e dificuldades para o pagamento de salários do corpo docente e de funcionários.

Confira a lista dos atos nas capitais:

Norte

Em Rio Branco (AC), os manifestantes programaram o início do ato na Praça da República, às 16h. Em Manaus, o protesto está marcado para 16h, na Praça da Saudade. Já em Boa Vista (RR), o ato sairá da Praça do Centro Cívico, às 16h. A praça Três Caixas D´águas, em Porto Velho (RO), será a concentração do ato para os rondonienses.

Em Belém (PA), os manifestantes partem da Praça da República, às 15h. No mesmo horário, mas em Macapá (AP), o ato parte da Praça da Bandeira. A última manifestação na região Norte será em Palmas (TO), onde o ato partirá às 17h do Parque dos Povos Indígenas.

Nordeste

Em São Luis (MA), a Praça Deodoro é o palco escolhido para a manifestação agendada para iniciar às 15h. Logo cedo, às 8h, piauienses se concentram na Praça da Bandeira, em Teresina (PI). No mesmo horário, mas na Praça da Gentilândia, em Fortaleza (CE), os manifestantes partirão em marcha. Em Natal (RN), a concentração do ato será na frente do shopping Midway Mall.

Às 9h, no Liceu Paraibano, em João Pessoa (PB), começa o protesto. Já em Recife (PE), a manifestação está marcada para às 15h, na rua Aurora. Em Maceió (AL), a ação parte do Centro de Estudos e Pesquisa Aplicada (Cepa), às 8h. Na Praça General Valadão, às 15h, em Aracaju (SE), os sergipanos se reúnem para dar início ao protesto contra os cortes na educação.

Centro-Oeste

Em Campo Grande (MS), o ato está marcado para a Praça Ary Coelho, às 9h. Na Praça Alencastro, em Cuiabá (MT), a partir das 14h, os mato-grossenses se manifestam. Já em Goiânia, o ato sai da Praça Universitária, às 15h. Em Brasília (DF), a manifestação ocorre mais cedo, às 9h, no Museu da República.

Sudeste

Em São Paulo (SP), o ato está marcado para às 16h, no Masp, na avenida Paulista. No Rio de Janeiro (RJ), os manifestantes se concentram na Candelária, às 15h, e depois partem em direção à Petrobrás, incluindo na pauta o combate ao desmonte da estatal. O teatro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Vitória (ES), é o ponto de partida do protesto dos capixabas, às 16h. Já em Belo Horizonte (MG), os estudantes e trabalhadores marcaram a ação para a Praça da Assembleia Legislativa, às 16h.

Sul

Em Porto Alegre (RS), os manifestantes se concentram na Esquina Democrática, às 18h. Os paranaenses, se manifestam a partir das 17h na Praça Santos Andrade, em Curitiba (PR). Os catarinenses elegeram o Largo da Catedral, em Florianópolis (SC), para o ponto de encontro do protesto, que começa às 16h.

Clique aqui para conferir o mapa completo com todas as manifestações que acontecem pelo país.

Edição: Vivian Fernandes

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NASCE O CINEMA OLAVISTA

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NASCE O CINEMA OLAVISTA

apublica.org – Produtoras se engajam em “guerra cultural” e ganham apoio de empresas ligadas à direita
No dia 20 de julho deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou um decreto anunciando mudanças na estrutura administrativa do cinema brasileiro. A Agência Nacional de Cinema (Ancine) foi do Rio para Brasília, e o Conselho Superior de Cinema teve sua composição alterada, além de ser transferido do Ministério da Cidadania, que englobou o antigo Ministério da Cultura, para a Casa Civil. O número de membros do setor audiovisual no Conselho foi reduzido pela metade – de seis para três – e da sociedade civil, de três para dois. Os demais são funcionários do governo.

As mudanças foram justificadas pela necessidade de combate ao que é visto pelo Executivo como produções cinematográficas “de esquerda” que haviam sido aprovadas para captação de recursos via lei de incentivo. “O ativismo é uma coisa que não podemos permitir”, justificou Jair Bolsonaro em coletiva a jornalistas.

A fala de Bolsonaro se aproxima do discurso de Olavo de Carvalho. Para ele, existe um movimento global pela destruição da “cultura ocidental” movido por “esquerdistas” que tentam conquistar a hegemonia através da cultura, ocupando os espaços intelectuais, como as escolas e as universidades. Para vencer os fantasmas do “marxismo cultural”, é necessária uma “guerra cultural”, segundo o autoproclamado filósofo.

Muito antes das mudanças na Ancine, algumas produtoras brasileiras de cinema, inspiradas nas ideias de Olavo de Carvalho, já atuavam incansavelmente em prol da tal “guerra cultural”. O professor ganhou espaço no audiovisual através de diretores como Josias Saraiva Monteiro Neto, conhecido como Josias Teófilo, que criou a Lavra Filmes, de Mauro Ventura Alves, sócio da Ivin Films, e da produtora gaúcha Brasil Paralelo.

Ainda em 2015, quando manifestantes com camisas verde e amarelas da CBF saíam pelas ruas do país pedindo o impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), Teófilo organizava seu movimento por trás das lentes. Em setembro e outubro daquele ano, ele, o produtor e montador Matheus Bazzo, o assistente de direção Mauro Ventura e o diretor de fotografia Daniel Aragão foram para Virgínia, nos Estados Unidos, gravar um filme sobre Olavo de Carvalho, que já estampava timidamente algumas camisetas nos protestos pelo impeachment, com a frase: “Olavo tem razão”.

Veja Matéria compelta AQUI.

 

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SUSTENTABILIDADE – POLÍTICA DE BOLSONARO PARA O MEIO AMBIENTE AFUNDA A IMAGEM DO BRASIL

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SUSTENTABILIDADE - POLÍTICA DE BOLSONARO PARA O MEIO AMBIENTE AFUNDA A IMAGEM DO BRASIL

A destruição da Amazônia vira preocupação internacional e ameaça até as exportações do País

Ser, na mesma semana, tema da reportagem de capa da revista de economia mais influente do mundo e um dos destaques da principal publicação científica do planeta é raro, se não inédito, e ninguém poderá negar esse feito de Jair Bolsonaro, ainda que o motivo de tamanha projeção seja mais um vexame internacional. Foi preciso o governo do ex-capitão chegar a extremos no incentivo à atividade econômica predadora e questionar o conhecimento científico com truculência e obscurantismo medieval para receber a devida atenção da The Economist e da Nature. Antes tarde. “Velório da Amazônia: o Brasil tem o poder de salvar a maior floresta da Terra ou de destruí-la”, fulminou a capa do semanário econômico. “O ‘Trump Tropical’ espalha uma crise sem precedentes para a ciência brasileira: as tensões aumentam à medida que a administração Jair Bolsonaro questiona o trabalho de cientistas do Estado e determina cortes debilitantes nos fundos de pesquisa”, descreve a publicação científica.

A destruição da Amazônia vira preocupação internacional e ameaça até as exportações do País

Ser, na mesma semana, tema da reportagem de capa da revista de economia mais influente do mundo e um dos destaques da principal publicação científica do planeta é raro, se não inédito, e ninguém poderá negar esse feito de Jair Bolsonaro, ainda que o motivo de tamanha projeção seja mais um vexame internacional. Foi preciso o governo do ex-capitão chegar a extremos no incentivo à atividade econômica predadora e questionar o conhecimento científico com truculência e obscurantismo medieval para receber a devida atenção da The Economist e da Nature. Antes tarde. “Velório da Amazônia: o Brasil tem o poder de salvar a maior floresta da Terra ou de destruí-la”, fulminou a capa do semanário econômico. “O ‘Trump Tropical’ espalha uma crise sem precedentes para a ciência brasileira: as tensões aumentam à medida que a administração Jair Bolsonaro questiona o trabalho de cientistas do Estado e determina cortes debilitantes nos fundos de pesquisa”, descreve a publicação científica.

“Tanto a redução na cobertura de árvores quanto a mudança no clima estavam colocando em risco o futuro da floresta bem antes das eleições de outubro de 2018, mas depois disso a Amazônia enfrentou outra ameaça: Jair Bolsonaro, o novo presidente e possivelmente o chefe de Estado mais perigoso do mundo para o meio ambiente”, prossegue a Economist. “Desde que assumiu o cargo, ele reduziu o cumprimento das leis ambientais e promoveu a exploração econômica das reservas indígenas. Agora, seu governo está avançando com propostas para diminuir o tamanho das áreas protegidas em regiões como a Amazônia”, sublinhou a Nature.

As publicações que provavelmente Bolsonaro, seus ministros e a horda que o defende nas redes sociais classificarão de “comunistas” chegaram aos leitores em uma data oportuna, a sexta-feira 2, dia em que o raivoso ocupante do Palácio do Planalto decidiu exonerar, sob a acusação de falsear dados, o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Ricardo Galvão, acadêmico de reputação condizente com a respeitabilidade científica internacional do órgão que dirigia. A crise começou na quinta-feira 18, quando a mídia divulgou como de responsabilidade do Inpe dados sobre um aumento de 88% no desmatamento na Amazônia entre meados do ano passado e julho deste ano. Tratava-se, entretanto, da reprodução de uma reportagem mal fundamentada do portal G1, ligado à Globo, na página de um dos cursos de pós-graduação do instituto e que foi considerada de maneira equivocada como uma publicação da própria instituição em um processo tortuoso detalhado por Galvão na entrevista à página 18. “A questão do Inpe, eu tenho a convicção de que os dados são mentirosos, e nós vamos chamar aqui o presidente do Inpe para conversar sobre isso, e ponto final nessa questão”, afirmou o ex-capitão, naquele seu estilo que destrói mais rapidamente a língua pátria do que as queimadas são capazes de arrasar as florestas, durante um café da manhã com jornalistas estrangeiros. “Mandei ver quem está à frente do Inpe. Até parece que está a serviço de alguma ONG, o que é muito comum”, insinuou.

O autointitulado capitão motosserra esculacha a ciência e menospreza líderes europeus

Galvão não se deixou intimidar, mostram suas afirmações a jornalistas feitas desde o sábado 20 em resposta aos ataques do capitão: “Ele tomou uma atitude pusilânime, covarde, de fazer uma declaração em público talvez esperando que peça demissão, mas eu não vou fazer isso… O senhor Jair Bolsonaro precisa entender que um presidente da República não pode falar em público, principalmente em uma entrevista coletiva, como se estivesse em uma conversa de botequim…” “Isso é uma piada de um garoto de 14 anos que não cabe a um presidente da República fazer.”

O cientista explicou que os dados sobre o desmatamento da Amazônia são divulgados desde meados da década de 1970 e a partir de 1988 compõem a maior série histórica de informações de destruição de florestas tropicais respeitada mundialmente. “Ele disse que os dados do Inpe não estavam corretos, segundo a avaliação dele, como se ele tivesse qualidade ou qualificação de fazer a análise.”

O GOVERNO ACELERA A LIBERAÇÃO DE AGROTÓXICOS E ASSIM REBAIXA SEU PREÇO

Galvão aproveitou o espaço aberto na mídia pelas acusações sofridas para apresentar suas credenciais: “O presidente Bolsonaro tem que entender que eu sou um senhor de 71 anos, professor titular da Universidade de São Paulo, membro da Academia Brasileira de Ciências, fui presidente da Sociedade Brasileira de Física durante três anos, membro do Conselho Científico da Sociedade Europeia de Física durante três anos. Todos os diretores dessas unidades de pesquisa não são escolhidos por indicação política ou porque os pais deles quiseram dar um filé mignon para cada um”, disparou, em referência à indicação de Eduardo Bolsonaro para o posto de embaixador nos Estados Unidos. Em uma das inúmeras defesas do nepotismo, o ex-capitão admitiu: “Se eu puder dar um filé mignon ao meu filho, eu dou”. A respeito da insinuação de que agiria “a serviço de alguma ONG”, o físico declarou: “Nunca tive nenhum relacionamento com nenhuma ONG, nunca fui pago por fora, nunca recebi nada mais além do meu salário como servidor público”.

Galvão afirmou ainda que sua atitude foi deliberada e pretendeu chamar a atenção da comunidade científica e da sociedade em benefício do Inpe. A preocupação parece justificável, pois o governo está empenhado, segundo a Transparência Brasil, em “fazer um ‘apagão’ de dados oficiais produzidos por diferentes instituições que deveriam embasar as políticas públicas. Em vez de agir sobre a realidade, o governo prefere atacar os dados que a descrevem demonstrando pouco apreço por estudos científicos e evidências”, condenou a entidade.

Define a liberal The Economist: “Jair Bolsonaro, possivelmente o chefe de Estado mais perigoso do mundo para o meio ambiente”

O que incomoda Bolsonaro e seus apoiadores integrantes do agronegócio e do extrativismo é a alta eficiência do sistema de monitoramento e alertas sobre avanços do desmatamento emitidos pelo instituto, um instrumento consolidado de ação legal rápida para conter a devastação da Amazônia provocada pelos atos desenfreados de pecuaristas, madeireiros e mineradores.

O risco de uma hecatombe no País com reflexos no mundo é elevadíssimo e vai muito além da vital questão ecológica. Ela ameaça diretamente o agronegócio, principal fonte de divisas externas da economia brasileira, tábua de salvação do comércio exterior, e lança dúvidas sobre a conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. “As exportações serão violentamente afetadas se o Inpe parar de medir o desmatamento”, alertou Galvão na segunda-feira 5, em entrevista à BBC. O cientista explicou a CartaCapital como a destruição da floresta afeta as vendas externas: “A maior parte dos países que trabalham com a questão da preservação do meio ambiente e principalmente com a do aquecimento global tem restrições contra os que exportam sem o que eles chamam de ‘selo verde’, uma certificação de que aquela exportação, principalmente de carne, mas também de grãos, não saiu de uma floresta virgem desmatada. Acontece que a competição para vender produtos agrícolas no mundo é muito grande e, se o Brasil desmatar a Amazônia para exportar, mesmo que seja pouco, os nossos competidores vão nos acusar de usar a floresta para plantio e exportação. Isso resultará em um corte violento nas exportações brasileiras”.

Heleno precisa ler Malba Tahan e não adianta seu chefe reclamar de Mello

As restrições estabelecidas no acordo firmado entre a União Europeia e o Mercosul a importações produzidas com danos ao meio ambiente vão nessa direção. E tendem a se tornar menos flexíveis ao longo do tempo. O exitoso desempenho dos Partidos Verdes nas eleições para o Parlamento Europeu não deixa dúvidas quanto ao peso do desenvolvimento sustentável nas discussões políticas do Velho Continente. Como explica à página 24 o ex-primeiro-ministro de Portugal José Sócrates, a preservação ambiental é um dos eixos do soft power exercido pela UE no planeta. Além disso, ressalta Sócrates, o reconhecimento do País está umbilicalmente ligado à preservação da Amazônia. “O desmatamento desenfreado é uma irresponsabilidade que conduzirá o Brasil à irrelevância e ao isolamento mundial”, anota.

A economia brasileira corre risco de perdas adicionais de 5 trilhões de reais em consequência da política ambiental do governo, calcularam pesquisadores da UFRJ, UFMG e UnB. Segundo os estudiosos, a combinação do desmonte de organismo de regulação e o desmatamento recorde afastaria compradores estrangeiros. “Maus brasileiros usam dados falsos contra a Amazônia”, insistiu Bolsonaro na segunda-feira 5. Dois dias depois, ao falar sobre questões ambientais para uma plateia de donos de concessionárias de veículos, ele reafirmou o uso de “dados imprecisos” de desmatamento, ironizou o presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e autodeclarou-se “o capitão motosserra”.

OS ÍNDIOS SÃO OS “INIMIGOS”

Há, entretanto, reações. Em uma importante decisão, o Supremo Tribunal Federal refutou pela segunda vez, no fim de julho, a tentativa de Bolsonaro de transferir a demarcação das reservas indígenas da alçada da Funai para a do Ministério da Agricultura, levando o mandatário a queixar-se publicamente do voto do ministro Celso de Mello, para quem a iniciativa do presidente da República “traduz uma clara, inaceitável, inadmissível e perigosa transgressão” à Constituição. Uma derrota expressiva para o presidente, pois as reservas indígenas coincidem, em grande medida, com os recantos de preservação na Amazônia e incluem, por exemplo, o extenso estoque de cobre e associados situado no Nordeste da Amazônia, entre os estados do Pará e do Amapá, com uma área maior que a Dinamarca, que Michel Temer abriu à mineração e teve de recuar depois de enorme pressão interna e mundial.

“Bolsonaro tem repetidamente ridicularizado as leis ambientais como se fossem uma barreira para o progresso”, disse à revista Nature Maurício Voivodic, representante no Brasil da ONG WWF. “É por isso que estamos vendo mineradores ilegais invadindo terras indígenas e mais desmatamento.” Os resultados práticos da licença oficial para transgredir são trágicos, mostram episódios como a invasão, em julho, por garimpeiros da área indígena Wajãpi, no Amapá, com o assassinato do cacique Emyra Wajãpi e disparos sobre aqueles que procuraram reagir.

A INFLUÊNCIA DOS VERDES AUMENTA NA EUROPA

Entre os inimigos das reservas indígenas estão militares como o general Augusto Heleno, que, em uma modalidade peculiar de nacionalismo restrito ao aspecto territorial, não vê problema na entrega da estrutura industrial e tecnológica nacional centralizada na Petrobras, na Eletrobras, na Embraer e no pré-sal e de riquezas minerais a estrangeiros, mas teme a perda de soberania da União sobre as áreas habitadas pelos indígenas. Não é a sua única limitação. Perguntado no mês passado sobre a crescente preocupação internacional quanto à política ambiental do governo, reafirmou a crença bolsonarista: “Esses índices de desmatamento são manipulados. Se você somar os porcentuais que anunciaram até hoje de desmatamento, a Amazônia já seria um deserto”. Galvão ironiza e ensina: o general “simplesmente não sabe somar frações, não é? Eu até recomendaria a ele ler O Homem Que Calculava, de Malba Tahan, para aprender como é que se somam frações. O Inpe tem um histórico disponível, inclusive oferecemos para quem quiser olhar, até o governo, com todas as imagens consolidadas desde 1988, de quanto foi desmatado. Então é claro que não virou deserto. Vamos supor que a Amazônia tivesse 10 mil metros quadrados e que foram desmatados mil metros quadrados no ano passado. Se nós dissermos que houve neste ano um aumento de 10%, é 10% sobre mil, é o aumento incremental. É sempre sobre o desmatamento que já houve anteriormente e não sobre a área total”.

A ficha caiu para ao menos parte do empresariado do agronegócio. O presidente do Instituto CNA, braço da Confederação Nacional da Agricultura, Roberto Brant, disse que o governo federal prejudica a imagem da agricultura nacional: “Falar em garimpar em território indígena serve a quem? O governo deveria estar falando em métodos e processos para vigiar a Amazônia para valer”, afirmou Brant durante um evento na terça-feira 6, em referência à péssima repercussão externa das políticas ambientais. Para o líder da bancada ruralista Alceu Moreira (MDB-RS) há, no entanto, interesses externos nas críticas, que considera “absolutamente naturais do ponto de vista de quem de fora para dentro nos vê como concorrentes”.

Calcula-se que o Brasil perderia 5 trilhões de reais em exportações, se a desastrosa política ambiental seguir em frente

À obsessão por destruir a Amazônia transformada em política de Estado acrescente-se a liberação de um número recorde de agrotóxicos. Foram mais de 50 no fim de julho, 17 deles extremamente tóxicos, segundo várias entidades especializadas, e 290 desde janeiro. Nada se viu de semelhante nos últimos dez anos. A velocidade das liberações, explicam integrantes do setor, faz baixar o preço dos venenos para pragas. Conhecida como “Musa do Veneno”, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ofereceu ao público uma explicação sui generis para a voracidade: “Às vezes, é preciso exagerar para o outro lado”.

Em clara obsessão que dá razão àqueles que o consideram um caso patológico, o autodenominado capitão motosserra voltou a provocar Merkel e Macron. “Eles não se deram conta de que o Brasil está sob nova direção”, disparou. A declaração ocorreu dias depois de Bolsonaro ter faltado a uma reunião agendada com o ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian, para ir cortar o cabelo, quando se deixou fotografar em um gesto que não deixou dúvida sobre a intenção da desfeita. Le Drian respondeu com savoir-faire. Segundo ele, o presidente brasileiro inaugurou a era da “diplomacia do barbeiro”.

O capitão voltou a ironizar Angela Merkel e fez questão de mostrar seu desrespeito ao ministro francês Le Drian

A reação do governo à avalanche de críticas no País e no exterior, além de negar os fatos e disparar contra os mensageiros, foi anunciar uma campanha, a ser veiculada principalmente na Europa, para afastar o risco de o clamor internacional contra a devastação prejudicar o comércio exterior. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, percorrerá o continente no próximo mês para mostrar o que, no entendimento governista, seria “o Brasil de verdade”.

Salles terá de se haver com a Alemanha e a Noruega, parceiros que ameaçam deixar o Fundo Amazônia após o ministro insinuar malversação do dinheiro. Os dois países são os principais financiadores da iniciativa, que reserva mais de 3 bilhões de reais para projetos sustentáveis na floresta – e é celebrada por seu caráter inovador. Talvez ele se veja obrigado a esclarecer a adulteração de mapas ambientais para beneficiar mineradoras quando era secretário do Meio Ambiente do estado de São Paulo, motivo de uma condenação na Justiça antes da sua posse como ministro.

Brant, do Instituto CNA, expôs a preocupação do agronegócio

Nenhuma campanha será, no entanto, capaz de convencer o mundo enquanto Bolsonaro e sua turma continuarem a produzir pérolas de ignorância, desfaçatez e crendices (alguém acredita que eles conseguirão se conter?). A turma nunca perde uma oportunidade. O chanceler terraplanista Ernesto Araújo não se sentiu acuado diante das crescentes críticas e reprimendas internacionais. Em um evento no Itamaraty, o ministro deu nova contribuição mundial ao conhecimento dos fenômenos climáticos. Araújo negou o aquecimento global com base em uma experiência empírica, de campo: ao visitar Roma em abril, acabou colhido por uma frente fria. Se as temperaturas na capital italiana estavam baixas na primavera, raciocinou, o aquecimento global é uma falácia inventada pelas ONGs e pelo marxismo cultural que domina o planeta, não só o Brasil. Quem pode duvidar?

Salles quer mostrar à Europa o Brasil  “de verdade”. Pausa para risos

Enquanto o núcleo do poder bolsonarista delira, as evidências dos danos da devastação da Amazônia para o Brasil e o resto do mundo acumulam-se, mostra a proliferação anormal de algas no Golfo do México e na costa dos Estados Unidos provocada principalmente pela disseminação, a partir do Rio Amazonas, de resíduos de fertilizantes usados na crescente produção agrícola em áreas desflorestadas, segundo a Universidade do Sul da Flórida. A cidade mexicana de Cancún, assolada pela super-reprodução de algas e pelo crime, é, entretanto, o modelo que inspira Bolsonaro a transformar Angra dos Reis, balneário onde possui casa e foi multado em 2012 por pesca ilegal, em um centro internacional de turismo. O capitão infrator retaliou os fiscais do Ibama, foi beneficiado recentemente pela prescrição da punição e pretende com seu projeto mudar a característica de Angra, que deixaria de ser uma área ecologicamente protegida em prol dos resorts de luxo e turistas abonados.

Na visão do governo, tudo está certo e só falta propaganda positiva do Brasil no exterior

O flagelo do governo Bolsonaro não para e as reações aumentam em todos os cantos do planeta. O dono de uma rede sueca de supermercados decidiu liderar uma campanha de boicote aos produtos provenientes do País e um professor de Harvard perguntou em um artigo de feitio neoimperialista: “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?” Um gaiato poderia acrescentar: “Antes disso, quem vai invadir Brasília para salvar o Brasil?”

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