EM ENTREVISTA, DALLAGNOL ESCONDE INFORMAÇÕES SOBRE REMUNERAÇÃO DE PALESTRAS

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EM ENTREVISTA, DALLAGNOL ESCONDE INFORMAÇÕES SOBRE REMUNERAÇÃO DE PALESTRAS
Deltan Dallagnol em palestra na FIEC – Foto: Divulgação

Revista Fórum – “A atividade da Lava Jato não é rentável para os seus membros. Outros procuradores recebem verbas que a gente não recebe”, lamentou Dallagnol, que já teria recebido cerca de R$ 1 milhão com palestras sobre a operação.

Em entrevista concedida ao jornalista Ricardo Senra, da BBC Brasil, em que o procurador Deltan Dallagnol relativizou as mensagens ofensivas contra familiares do ex-presidente e admitiu adotar uma estratégia “fora da caixa”, o coordenador da Operação Lava Jato também se eximiu de comentar os ganhos que obteve com as palestras devido à projeção que ganhou com a operação. No entanto, fez questão de divulgar que fez 34 palestras gratuitas.

“O senhor disse que foram 34 palestras gratuitas de um ano para cá. Essa informação vai estar na nossa reportagem. E eu também queria saber quanto dinheiro o senhor ganhou em palestras pagas neste mesmo período”, questionou o jornalista. “Essa é uma informação privada, de novo. Essa atividade é legal, legítima e privada. É a mesma coisa que eu perguntar qual é o seu salário”, respondeu Dallagnol.

O jornalista então questionou se esse ocultamento não seria contraditório. “Não, não é contraditório. Essa é uma atividade privada, legítima, e eu não tenho nenhuma obrigação de oferecer essa informação, assim como você não é obrigado a fornecer o seu salário. O que eu posso dizer, em geral, só por uma questão de balanço geral, é que foram bem mais palestras gratuitas do que palestras remuneradas. Não só nesse período, mas se a gente somar todo o período desde 2015, 2016, o número de palestras gratuitas é bem maior que o de palestras remuneradas”, disse o procurador.

Ele ainda destacou que “a atividade da Lava Jato não é rentável para os seus membros” e que ele ganha menos que outros procuradores. “Outros procuradores recebem verbas que a gente não recebe”, lamentou, destacando que há processos movidos contra ele “pedindo mais de 1,2 milhão de reais nas costas” e que ele pode “vir a ser condenado”.

Dallagnol já teria ganho mais de R$ 1 milhão com palestras sobre sua atuação na Lava Jato. A arrecadação com essas atividades se tornou tão alta que o procurador chegou a cogitar abrir uma empresa e colocar sua esposa como “laranja”Em mensagem enviada a Moro, Dallagnol conta vantagem sobre suas atuações como palestrante e incentiva o ex-juiz a seguir pelo mesmo caminho, destacando um evento que participaria na FIEC que dava passagens e entradas no Beach Park para ele e sua família. “Eu pedi pra pagarem passagens pra mim e família e estadia no Beach Park. As crianças adoraram. Além disso, eles pagaram um valor significativo, perto de uns 30k [R$ 30 mil]. Fica para você avaliar”, disse.

Empresa

Dallagnol afirma na entrevista que cogitou abrir tal empresa, apesar de dizer não reconhecer as mensagens. “Cogitei inclusive abrir empresa antes, em razão das palestras que eu faço. […] Se fosse feito uma empresa dessas, a gente exerceria uma função pedagógica. A gente eventualmente convidaria outros professores para dar aulas, o que é completamente legal, legítimo. Mas de novo nunca aconteceu. Não aconteceu porque a gente não tem tempo na Lava Jato para fazer isso”, contou.

Ele ainda afirmou que há ilegalidade na abertura de uma empresa por parte de procuradores da República e que as esposas não seriam laranjas. “Vários [procuradores] são [sócios de empresa]. […] O que não pode é ser sócio administrador, você não pode ficar assinando cheque, fazendo contabilidade. […] Não tem nada de errado você abrir e estar na empresa, ter a esposa na empresa ou qualquer outra pessoa que exerça essa função de administração. Quando saiu essa matéria, eu vi gente escrevendo que seriam laranjas. Releia as supostas mensagens, ainda que você admita que elas sejam verdadeiras, não tem nada de laranja”, disse.

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BOLOSONARO FAZ NESTLÉ COGITAR NÃO COMPRAR CARNE E CACAU PRODUZIDOS NA AMAZÔNIA

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BOLOSONARO FAZ NESTLÉ COGITAR NÃO COMPRAR CARNE E CACAU PRODUZIDOS NA AMAZÔNIA
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A empresa, que possui 31 fábricas no Brasil, disse estar “profundamente preocupada” com a devastação da Amazônia e pretende rever a compra de subprodutos da região

Revista Fórum – O boicote aos produtos brasileiros por conta do avanço do desmatamento e das queimadas na Floresta Amazônica pode chegar também à multinacional alimentícia Nestlé. A empresa, que tem 31 fábricas no Brasil, anunciou estar “profundamente preocupada” com a devastação da floresta e que está revendo a compra de subprodutos de carne e cacau da região.

Depois de 18 marcas internacionais de vestuário cancelarem a compra de couro brasileiro, foi a vez da Nestlé se posicionar e afirmar que pretende rever suas políticas com relação a produtos de origem amazônica para garantir alinhamento com o padrão de fornecimento responsável.

“Desenvolvemos o Padrão de Fornecimento Responsável da Nestlé, que nossos fornecedores precisam respeitar e aderir em todos os momentos. Se forem identificadas lacunas, nos envolvemos com os fornecedores para entregar planos de mitigação e rastrear a eficácia das ações tomadas”, disse a empresa em nota, destacando o óleo de palma, soja, carne e cacau.

A Nestlé ainda destaca que se comprometeu, em 2006, com a Moratória da Soja. “Nos comprometemos com a Moratória da Soja da Amazônia, um acordo voluntário liderado pela indústria para garantir que, desde 2006, os comerciantes não comprem soja cultivada na Amazônia em terras desmatadas. Nós também monitoramos nossos fornecedores de carne por meio de monitoramento por satélite”, destacou.

Veja também:  Vídeo: Caetano Veloso canta à capela “Um Índio” em ato de defesa da Amazônia

Desde 1921 no Brasil, a Nestlé possui 31 fábricas espalhadas pelo território nacional e é responsável por 20 mil postos de trabalho diretos e 200 mil indiretos.

Nestlé e as águas

Apesar do compromisso com a região amazônica, a Nestlé é alvo de muitas críticas, que remontam desde 2014, com relação às águas no Brasil. Em março do ano passado, a empresa foi alvo de protestos durante o Fórum Internacional das Águas devido ao interesse da multinacional em privatizar o aquífero Guarani com a chancela do então presidente Michel Temer. A sede da Nestlé em São Lourenço, Sul de Minas Gerais, foi ocupada por 600 mulheres sem terra.

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MEIO AMBIENTE | EM 33 ANOS, BRASIL PERDEU 89 MILHÕES DE HECTARES DE FLORESTAS

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MEIO AMBIENTE | EM 33 ANOS, BRASIL PERDEU 89 MILHÕES DE HECTARES DE FLORESTAS
Gráfico mostra evolução da cobertura florestal e do uso da terra no Brasil até 2017 / Foto: Reprodução

Dados da plataforma MapBiomas mostram que pastagens e plantações cresceram na mesma proporção no período

Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Nos últimos 33 anos o Brasil perdeu 89 milhões de hectares de florestas, o equivalente aos estados da Bahia e do Maranhão somados. Mais da metade da perda, 47 milhões de hectares, aconteceu na Amazônia.

Ao mesmo tempo, as áreas de pastagem e plantações cresceram 86 milhões de hectares em igual período. Os dados são do sistema MapBiomas – iniciativa do Observatório do Clima que monitora todos os biomas do país.

Os resultados foram apresentados na quinta-feira (29) e mostram também que 59% do Brasil ainda é composto de florestas. Em 1985, eram 69%. Já a área de pastagens e plantações no período, em relação ao território total, subiu de 20% para 31%.

A plataforma de análise de dados de satélite é organizada em parceria com ONGs, universidades, fundações e empresas de tecnologia, entre elas o Google.

Edição: João Paulo Soares

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O MANDANTE | BOLSONARO VOLTA A ESTIMULAR ATAQUES A RESERVAS: “É MUITA TERRA PRA POUCO ÍNDIO”

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O MANDANTE | BOLSONARO VOLTA A ESTIMULAR ATAQUES A RESERVAS: “É MUITA TERRA PRA POUCO ÍNDIO”
Bolsonaro em reunião com bancada do Mato Grosso, estado onde terra indígena foi quase toda destruída por queimadas / Marcos Correa

Presidente diz que não fará novas demarcações de terras indígenas e que pode rever as que já existem

Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a dar declarações contra a demarcação de terras indígenas, afirmando ainda que pretende rever áreas já reservadas às comunidades tradicionais.

As reiteradas falas de Bolsonaro nesse sentido têm sido apontadas como incentivadoras de invasões, ataques e queimadas contra terras indígenas por parte de grileiros, garimpeiros e pecuaristas, que agora sentem-se liberados pelo presidente da República.

Os relatos do aumento da agressividade dos invasores vêm de vários pontos do país.

Nesta semana, o Ministério Público Federal do Pará emitiu alerta de que garimpeiros têm feito ameaças contra tribos xikrin no sudeste Estado e solicitou apoio da Polícia Federal.

No Mato Grosso, incêndios destruíram quase que inteiramente a Terra Indígena Areões, habitada por Xavantes.

Bolsonaro não parece preocupado com nada disso. Ao contrário, nesta sexta-feira (30) voltou a atacar as demarcações.

“É muita terra para pouco índio, e sem lobby. Qual é o interesse por trás disso?”, acusou. “A minha decisão é não demarcar mais terra para índios. Aquelas que foram demarcadas de forma irregular, caso tenhamos algo concreto nesse sentido, é buscar a revisão das terras”, disse ao ser questionado se vai rejeitar os quase 500 pedidos que existem para novas demarcações.

Edição: João Paulo Soares

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PATINANDO | COM ECONOMIA PARADA HÁ 5 ANOS, RENDA MÉDIA DO BRASILEIRO ENCOLHE 9%

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PATINANDO | COM ECONOMIA PARADA HÁ 5 ANOS, RENDA MÉDIA DO BRASILEIRO ENCOLHE 9%
O economista Marcio Pochmann, durante coletiva quando era presidente do IPEA / Antonio Cruz | ABr

Pequena alta do PIB não esconde prejuízo de 90% da população com políticas neoliberais, aponta economista

Juca Guimarães | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – A ligeira alta de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB), divulgada na quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e comemorada pelo governo, não é suficiente para esconder a estagnação da economia brasileira nem sinaliza para dias melhores, na opinião de economistas ouvidos pelo Brasil de Fato.

O economista Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, lembra que o PIB brasileiro caiu 5 pontos desde 2014, ao passo que a população cresceu 4%. Juntando os dois índices (menos dinheiro pra repartir com mais gente), ele chega à conclusão de que a renda dos brasileiros caiu 9% nesse período.

Dadas as diretrizes econômicas que privilegiam o mercado financeiro, implantadas a partir do governo Michel Temer (MDB) e aprofundadas por Jair Bolsonaro (PSL), Pochmann não tem dúvida sobre quem está pagando a conta da estagnação.

“Os 10% mais ricos estão conseguindo aumentar a apropriação na renda nacional, enquanto 90% vêm perdendo participação na renda, principalmente os mais pobres. Nesse regime em que a economia praticamente não cresce, os lucros financeiros vêm aumentando, o que justificaria permanecermos por um longo tempo com a economia praticamente patinando sem ter um roteiro de crescimento”, disse.

Segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), o Brasil precisaria de mais R$ 338 bilhões no PIB pra chegar no mesmo patamar pré-crise econômica, nos governos Lula e Dilma. Até agora, a economia teve uma recuperação de 30% dos R$ 486 bilhões perdidos na crise. É a pior performance de expansão do PIB em 40 anos.

Para o economista Guilherme Melo, o desempenho se relaciona diretamente com outros problemas do país.

“Depois de dois anos de recessão, 2015 e 2016, o PIB entrou em um período de longa estagnação, com crescimento muito baixo, o que faz com que o desemprego fique alto, os salários baixos e isso caracteriza um cenário de depressão econômica. A única boa notícia é que a gente não entrou no que os economistas chamam de recessão técnica, que são dois trimestres seguidos de queda. Porque no trimestre anterior o PIB caiu. Se tivesse caído teríamos uma recessão dentro de uma depressão, o que seria terrível”, disse.

Suaviza, mas não resolve

Até aqui, a única medida do governo bolsonaro para reanimar a economia foi a liberação de saque de parte do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A partir de setembro, os trabalhadores com contas no fundo (ativas ou inativas) poderão sacar até R$ 500. Entre 2019 e 2020, a iniciativa deve somar R$ 42 bilhões a mais no mercado.

“A liberação do FGTS tem um efeito suavizador, mas, assim como foi em 2018, quando o governo Temer teve iniciativa equivalente, essa liberação não se mostra suficiente para estimular o consumo. O que é fundamental. Estamos com o setor produtivo com alta capacidade ociosa. Poderia produzir mais, mas não produz porque não tem demanda. Os estoques dos produtos estão acima do esperado”, disse Pochmann.

Além da falta de políticas para induzir uma retomada consistente do crescimento, o país ainda deve sofrer os efeitos da crise econômica na Argentina, que decretou moratória de pate da dívida nesta semana, e da disputa comercial cada dia mais acirrada entre China e Estados Unidos. Os três são os mais importantes parceiros comerciais do Brasil.

“O clima externo mostra um risco do mundo entrar em recessão em 2020”, alerta Pochmann.

Edição: João Paulo Soares

PROJETO DE LEI QUER INSTITUIR DIA DA MEMÓRIA À FACADA EM JAIR BOLSONARO

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PROJETO DE LEI QUER INSTITUIR DIA DA MEMÓRIA À FACADA EM JAIR BOLSONARO
O atentado contra Bolsonaro. Foto: Reprodução/Twitter

Segundo o projeto a data, 6 de setembro, servirá para lembrar a facada sofrida pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral do ano passado.

Revista Fórum – O deputado bolsonarista Carlos Jordy (PSL-RJ) apresentou na última quarta-feira (28), à Câmara dos Deputados, um projeto de lei para instituir o Dia Nacional de Combate à Intolerância Ideológica no Brasil. Segundo o projeto, a data 6 de setembro servirá para lembrar a facada sofrida pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral do ano passado.

De acordo com o Artigo 2º do projeto (PL 4.762/2019), caberá ao Estado apoiar a sociedade civil na promoção de campanhas e seminários para a reafirmação da democracia e o direito da liberdade de pensamento e de expressão.

“Nos últimos anos, o Brasil tem sido palco de constantes confrontos ideológicos, não somente entre partidos políticos, mas também entre parcelas da sociedade. As ideologias modernas e contemporâneas racionalizam e justificam paixões muitas vezes de forma exagerada, que ao invés de promoverem um debate restrito às ideias, passam à violência física ou difamatória”, justificou o parlamentar.

Além disso, o parlamentar reforça que o agressor de Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, era filiado ao Psol antes de cometer o crime e teria agido contra o então presidenciável por divergências político-ideológicas.

No último mês de julho, Adélio Bispo foi considerado inimputável e o processo foi encerrado.

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CASO LULA: PGR TEME EFEITO CASCATA E CONTESTA STF SOBRE SENTENÇA ANULADA DA LAVA JATO

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CASO LULA: PGR TEME EFEITO CASCATA E CONTESTA STF SOBRE SENTENÇA ANULADA DA LAVA JATO

Nathan Lopes | Do UOL | em São Paulo –  A PGR (Procuradoria Geral da República) disse hoje ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não há necessidade de haver prazos diferentes em processos para réus que tenham acordo de delação e para os que não possuem. Essa tese, de prazos distintos, fez com que a Segunda Turma da Corte anulasse, na última terça-feira (27), um processo da Operação Lava Jato contra o ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já pediu à Justiça para ser beneficiado pela mesma decisão, o que foi aceito parcialmente pelo ministro Edson Fachin.

De acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o artigo 403 do CPP (Código de Processo Penal) “é claro ao estabelecer prazo comum aos corréus para apresentarem contrarrazões, sem fazer distinção entre colaboradores e não colaboradores”. Dodge aponta que essa tem sido a “praxe” em processos pelo país.

“Potencial para afetar”

Para a PGR, a decisão da Segunda Turma do STF “possui o potencial de afetar as milhares de condenações penais referentes a uma miríade de crimes – e não apenas dos crimes que são usualmente objeto da Operação Lava Jato, como era o caso [de Bendine]”. “Até mesmo condenações transitadas em julgado podem, em tese, ser impactadas pela via da revisão criminal”, comentou Dodge.

A procuradora se manifestou em relação a um recurso apresentado por Gerson Almada, ex-executivo da empreiteira Engevix, com base na decisão do STF a respeito de Bendine. A ação está nas mãos do ministro Ricardo Lewandowski. Almada, assim como o ex-presidente do BB e da Petrobras alegou, aponta que delatores apresentaram alegações finais em seu processo ao mesmo tempo em que ele.

Dodge pede que o Supremo negue ações semelhantes à de Almada até que o plenário julgue a questão sobre ordem de manifestações de réus em processos. Não há prazo para que Lewandowski se manifeste sobre o parecer da PGR.

Para a procuradora, esperar pela decisão do plenário evitaria “uma situação de incerteza e insegurança jurídica em centenas de condenações criminais, que seriam anuladas com base no entendimento da Segunda Turma”.

Nas redes sociais, o procurador Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa da Lava Jato no MPF (Ministério Público Federal) no Paraná, concordou com a manifestação de Dodge. “Impertinente, assim, a anulação de sentenças da Lava Jato e de outras operações”, escreveu.

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MELHOR BUSCAR DINHEIRO NO BNDES DO QUE NO QUEIROZ, DIZ FROTA EM DEFESA DE DORIA

MELHOR BUSCAR DINHEIRO NO BNDES DO QUE NO QUEIROZ, DIZ FROTA EM DEFESA DE DORIA

O presidente criticou Doria na noite de quinta (29), quando disse que ele havia “mamado nas tetas do BNDES” nos governos do PT.

Folha Uol | Igor Gielow – O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), que esteve no centro da disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e João Doria (PSDB), ironizou as críticas do presidente ao governador paulista por ter utilizado financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para comprar um jatinho.

“É mais honesto e coerente empresários buscarem financiamento no BNDES. É melhor do que buscar dinheiro no Queiroz Investimento”, disse, se referindo a Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro que está sendo investigado por movimentações financeiras suspeitas e laços com milicianos quando era chefe de gabinete do filho do presidente na Assembleia Legislativa do Rio.

Frota foi um dos mais vocais apoiadores de Bolsonaro na campanha, mas progressivamente se afastou do presidente. Acabou expulso do partido de Bolsonaro, o PSL, abrindo a oportunidade para que Doria o convidasse a ingressar no PSDB.

É crítico do que chama de “radicais olavistas” em torno do presidente, citando o guru dos filhos de Bolsonaro e de alguns ministros, Olavo de Carvalho —“Herculano Quintanilha da Virgínia”, segundo Frota, associando o escritor que mora naquele estado americano ao vigarista vivido por Francisco Cuoco na novela “O Astro” (1977-78).

Assim como outro potencial rival na eleição de 2022, o apresentador Luciano Huck, o governador utilizou uma linha de financiamento feita para facilitar a venda de aviões executivos da fabricante paulista Embraer. Bolsonaro já havia feito referência à compra de Huck, e agora foi para cima de Doria.

“Ele está brigando sozinho, como já brigou com o [presidente da Câmara] Rodrigo Maia (DEM-RJ), com o [presidente do Senado] Davi Alcolumbre (DEM-AP) e comigo”, afirmou Frota. “Se tem alguém está errado é quem trabalha para mudar a direção da Polícia Federal e da Receita Federal, quem mudou o Coaf, para segurar as investigações sobre o Flávio Bolsonaro.”

O deputado foi até aqui um dos principais troféus de Doria na sua disputa com Bolsonaro, mas sua filiação é contestada por integrantes da velha guarda do tucanato, que apontam críticas feitas por Frota contra o então candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) como incompatíveis com sua presença no partido.

“O João Doria está fazendo o que um governador tem de fazer, está na Alemanha fechando contratos para o Brasil, enquanto o Bolsonaro está aqui arrumando confusão, buscando arrumar confusão com pessoas que trabalham em prol do Brasil. Bolsonaro não pode esquecer que votou com o PT justamente para criar esse financiamento legal que o Doria e mais 134 empresários utilizaram”, afirmou.

Para Frota, o presidente está sendo “extremamente hipócrita” e “mais uma vez, abre a boca de maneira errada”. “Ninguém está contra o Bolsonaro, ele só tem de parar de falar besteira. Todo dia ele escolhe um personagem para criar uma polêmica, ele não vive sem isso”, disse.

Doria já havia respondido a Bolsonaro na Alemanha, onde visita instalações da Volkswagen e anunciou um investimento da empresa alemã de R$ 2,4 bilhões em São Paulo, dizendo que “nunca precisou mamar em teta nenhuma”.

Para aliados do governador, a agressividade de Bolsonaro é um recibo passado às movimentações recentes do tucano.

Como elegeu-se apoiado pelo dito voto BolsoDoria no segundo turno de 2018 e transita numa faixa de eleitorado próxima à do presidente, Doria tem feito gestos para buscar diferenciar-se do ocupante do Palácio do Planalto. A filiação de Frota foi um dos eventos mais recente desta narrativa.

Nesse contexto, a crítica direta de Bolsonaro é bem-vinda para o governador, mas alguns de seus estrategistas temem que antecipação do debate de 2022 acabe desgastando Doria de forma precoce, em especial se houver uma recuperação econômica mais vigorosa à frente.

PONTOS DE DISTANCIAMENTO ENTRE DORIA E BOLSONARO

Corrupção Governador não mantém na equipe membros importantes com acusações de irregularidades, mesmo sem provas. Caíram assim Gilberto Kassab (Casa Civil), antes de assumir, e Aloysio Nunes (InvestSP). Enquanto isso, o ministro do Turismo, implicado no laranjal do PSL, segue no cargo.

GP Brasil O presidente faz campanha aberta para tirar o GP Brasil de Fórmula-1 de São Paulo para o Rio, embora haja impedimentos técnicos. Doria rejeita a ideia e diz que vai brigar para que a prova siga em Interlagos.

Ditadura Bolsonaro sugeriu que o pai do presidente da OAB não desapareceu na ditadura, e sim foi morto por colegas de luta armada. Ele o fez sem provas e sofreu críticas. Já Doria reagiu e criticou o presidente, até porque teve o pai cassado pelo regime de 1964

Moro - Desde que Sergio Moro entrou na linha de tiro pelo caso The Intercept, Doria vem distribuindo afagos ao ex-juiz. Já Bolsonaro tem subido a temperatura da fritura do seu ministro, a ponto de aliados do governador defenderem convidá-lo para integrar seu governo.

Nepotismo - O tucano disse que não nomearia parente para cargo público, ao comentar a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, para ocupar a embaixada do Brasil em Washington.

Extremismo - Em entrevista na China, Doria defendeu a moderação e o centrismo na política como um desejo da sociedade, e disse esperar que Bolsonaro retomasse o caminho do diálogo após uma série de declarações e acenos à fatia mais radical de sua base eleitoral.

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BOLSONARO ESPERA AJUDA DE TRUMP E TELEFONEMA DE MERKEL SOBRE AMAZÔNIA

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BOLSONARO ESPERA AJUDA DE TRUMP E TELEFONEMA DE MERKEL SOBRE AMAZÔNIA
Bolsonaro espera ajuda de Trump e telefonema de Merkel sobre Amazônia

Folha Uol Noticias | Fábio Fabrini – O presidente Jair Bolsonaro pediu ajuda ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aguarda um telefonema da chanceler alemã, Angela Merkel, numa tentativa de ganhar apoios e pacificar a crise internacional sobre a Amazônia.

Em entrevista nesta sexta (30), ao sair do Palácio da Alvorada, ele disse que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e seu filho Eduardo Bolsonaro —que tenta emplacar como embaixador em Washington— devem fazer em breve algum anúncio sobre conversa com Trump.

A declaração se deu em contexto sobre ajuda financeira ao Brasil para conter a devastação de incêndios e desmatamentos na floresta.

“Talvez tenha novidade logo mais. O Ernesto, o Eduardo estão lá nos Estados Unidos. Talvez eles tenham algo para nos adiantar da conversa com o Trump. Eu pedi para o Trump para nos ajudar. O Trump tem dito também que não poderia tomar uma decisão sem ouvir o Brasil. O Brasil é um país amigo de todo mundo. Eu sou diplomata”, disse Bolsonaro.

O presidente não deu detalhes sobre o que estaria sendo negociado com a Casa Branca.

Ele confirmou que falará com Merkel por telefone nesta sexta, mas não quis esmiuçar os termos da conversa. “Não sei [o que será tratado], ela que vai ligar para mim. Quando minha esposa liga para mim, ela que fala o assunto, e não eu”, comparou.

Perguntado sobre seu recado à chanceler, semanas atrás, para reflorestar a Alemanha com dinheiro oferecido ao Brasil, ele reagiu: “Você quer complicar agora? Ela quer namorar comigo, você quer complicar. Não é só a Alemanha. A Europa toda, junta, não tem lições para nos dar no tocante à preservação do meio ambiente”.

Bolsonaro voltou a criticar duramente líderes europeus contrariados sua política ambiental, em especial o presidente francês, Emmanuel Macron, que aventou a criação de um status internacional para a floresta.

“Hoje está previsto receber um telefonema da Angela Merkel. Ela começou com um tom, depois foi para a normalidade. Estou pronto para conversar com qualquer um, exceto nosso querido Macron, a não ser que ele se retrate sobre a nossa soberania da Amazônia”, afirmou.

O presidente brasileiro disse que o governo está disposto a receber “qualquer recurso individual, de um país ou outro”. “Agora, o Macron, ele quer doar em nome do G7, isso não é verdade.”

Indagado várias vezes, Bolsonaro não respondeu sobre ter apagado o post no qual ofendeu a primeira-dama francesa, Brigitte Macron.

Ele comentou manifestação de um internauta que comparou a aparência dela com a da primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro.

Questionado sobre  decisão de algumas marcas internacionais, que interromperam a compra de couro brasileiro por dúvidas a respeito da sustentabilidade do processo de produção, Bolsonaro foi, primeiro, taxativo: “Fake news!”

Informado por jornalistas de que as próprias empresas haviam anunciado  a decisão, ele disse: “Se confirmou, agora vou ligar para a Tereza Cristina [ministra da Agricultura] e ver o que a gente pode fazer. É precipitado também”.

Bolsonaro voltou a dizer que sua política será a de não demarcar mais nenhuma terra indígena no Brasil, embora esta seja uma imposição constitucional.

Ele afirmou que não pretende desfazer nenhuma demarcação, mas que, se houver irregularidade em alguma, isso é possível.

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BOLSONARO ANUNCIA QUE CHANCELER ERNESTO ARAÚJO E SEU FILHO

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BOLSONARO ANUNCIA QUE CHANCELER ERNESTO ARAÚJO E SEU FILHO
Foto: Reprodução/Facebook

Depois de discursos contra o imperialismo, Bolsonaro atribuiu ao presidente dos EUA a defesa da “soberania brasileira na Amazônia”

Revista Fórum – O presidente Jair Bolsonaro usou as redes sociais nesta quinta-feira (29) para anunciar que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), se reunirão com o presidente dos Estados Unidos , Donald Trump, na sexta-feira (30). A pauta do encontro deve ser a Amazônia e a soberania do Brasil.

Por mais contraditório que possa parecer, Bolsonaro exaltou pelo Twitter uma “coordenação” com Donald Trump para defender a “soberania brasileira na Amazônia” e ainda destacou que os dois países nunca estiveram tão alinhados. Os responsáveis por esse acerto seriam o chanceler Araújo e o aspirante a embaixador Eduardo Bolsonaro.

“Nunca Brasil e EUA estiveram tão alinhados. A coordenação com o Presidente americano foi essencial para a defesa da soberania brasileira na Amazônia, por ocasião do encontro do G-7, o que demonstra nossa relação cada vez mais sólida de amizade e respeito”, tuitou.

A declaração é ainda mias curiosa quando se compara ao que foi dito por Bolsonaro sobre Emmanuel Macron. O presidente, que já chegou a declarar que “a Amazônia não é mais nossa”, disse que a ajuda emergencial articulada por Macron à Amazônia através do G-7 “evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”.

 

 

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