O AVANÇO DAS ESCOLAS CÍVICO-MILITARES NA REDE PARTICULAR DE ENSINO.

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…  É “perfeitamente aceitável a busca por mais disciplina” que leva muitos pais a procurarem essa linha de ensino. A disciplina, porém, também é um atributo do ensino regular, ele acrescenta.

É ALGO QUE FAZ PARTE DO TRABALHO DE “PROFESSORES E GESTORES BEM QUALIFICADOS”.

A inspiração militar está presente principalmente nas regras de conduta: os alunos devem se levantar batendo continência quando alguém entra na sala, só podem se sentar quando o professor ordenar e devem guardar os celulares no armário.

As instituições afirmam que incentivam a “disciplina e o respeito à hierarquia” como método para melhorar o desempenho e a educação dos alunos.

Por outro lado, críticos afirmam que a imposição de condutas rígidas e de disciplina não é a responsável por possíveis melhorias em notas e no desempenho de alunos — e sim uma boa estrutura do colégio, a qualidade dos professores e um programa pedagógico bem feito.

Um desses pais é a instrumentadora cirúrgica Soeli Zanella, de 52 anos, mãe de dois alunos da unidade de Curitiba.

Ela conta que um dos filhos, de 14 anos, tentou entrar no colégio oficial da PM, mas não passou na prova. Foi então ela que ouviu falar da rede particular.

“Eu queria um colégio que fosse militar, com mais disciplina. Antes, meus filhos não gostavam de fazer o dever de casa, por exemplo, sempre deixavam para depois. Agora, eles fazem na hora, estão mais responsáveis e mais focados nos estudos. Eles sabem que podem ser punidos e receber memorandos caso não cumpram as tarefas ou se comportem mal”, explica.
Para o coronel Nelson Soares Júnior, diretor da escola, o método tem dado certo.
“Nosso colégio não é um quartel. É uma instituição pautada no respeito e na disciplina. Do ponto de vista pedagógico, temos o compromisso de construir uma escola de alto desempenho”, explica.

Segundo ele, não existe a possibilidade de relaxamento das normas de conduta caso um estudante não se enquadre e queira, por exemplo, deixar o cabelo crescer ou desistir de cantar o hino nacional todos os dias.

Com a mesma velocidade com que cresceu, o grupo se desmobilizou. Após uma série de problemas financeiros, que culminaram na falta de pagamento de aluguel e dos salários dos professores, parte das unidades foi fechada e outra, “devolvida” aos antigos donos.

Atualmente, alguns pais têm tentado entrar em contato com a escola, sem sucesso, em busca do histórico escolar dos filhos, para que possam matriculá-los em outros colégios.

“Prezamos pelos princípios cristãos, civismo e patriotismo, valores que perdemos há muito tempo. Além disso, nós damos segurança para o professor entrar na sala e dar sua aula tranquilamente”, diz.

À BBC News Brasil o Exército brasileiro afirmou que não autoriza que militares da ativa ou da reserva usem o nome da instituição para criar ou administrar colégios particulares — também disse que só reconhece as escolas “cívicos-militares” administradas pela Corporação.

https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/14/o-avanco-silencioso-das-escolas-civico-militares-na-rede-particular-de-ensino.ghtml