ITAMARATY USA “DADOS ERRADOS, DISTORÇÕES E MEIAS-VERDADES” PARA DEFENDER AGRONEGÓCIO, DIZ OBSERVATÓRIO DO CLIMA

Compartilhe em suas redes sociais:

.

ITAMARATY USA “DADOS ERRADOS, DISTORÇÕES E MEIAS-VERDADES” PARA DEFENDER AGRONEGÓCIO, DIZ OBSERVATÓRIO DO CLIMA

Ernesto Araújo, Ministro de Relações Exteriores (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Revista Fórum – Por Lucas Rocha – Entidade formada por 37 organizações de defesa do meio ambiente mostra que o Ministério das Relações Exteriores abastece diplomatas com fake news para que eles defendam as políticas ambientais do governo Bolsonaro.

Em análise publicada nesta segunda-feira (3), o Observatório do Clima (OC), entidade formada por 37 organizações de defesa do meio ambiente, afirmou que o Ministério das Relações Exteriores fornece dados errados, informações distorcidas e meias-verdades para diplomatas defenderem a política ambiental do governo no exterior. A constatação veio através de checagem de nota produzida pelo Itamaraty.

Segundo o OC, o governo Federal “tenta vender a sustentabilidade do agronegócio brasileiro usando uma série de dados errados, distorções e meias-verdades”. A nota checada pela entidade tem como objetivo fornecer dados para diplomatas responderem sobre a política ambiental do governo Bolsonaro e foi produzida pelo Itamaraty na última quarta-feira (29), dia em que o chanceler Ernesto Araújo participava de comissão na Câmara sobre o tema e desqualificava o aquecimento global para defender o agronegócio.

Além das falácias presentes no texto, a instituição também denunciou que várias das medidas que o documento usa como argumento para defender a política ambiental do Brasil estão “sendo abandonadas ou ativamente desconstruídas pelo governo de Jair Bolsonaro”. Entre os exemplos está a questão climática, criticada por Araújo e pelo ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente.

Outro pronto exaltado no texto é o Código Florestal brasileiro, que, segundo o Itamaraty “estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação nativa, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs), e institui, entre outros, áreas de uso restrito e Reservas Legais dentro de propriedades rurais privadas”. O Código, no entanto, tem sido alvo dos ruralistas no Congresso , que busca uma anistia no desmatamento. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) chegou a propor um projeto de extinção da reserva legal.

O OC ainda destaca que esse desmonte foi denunciado por oito dos nove ex-ministros do Meio Ambiente que ainda estão vivos e ainda será apurado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), após solicitação do Ministério Público.

Acesse a análise completa feita pelo Observatório do Clima