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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, considera um absurdo a destinação de R$ 2,5 bilhões a uma fundação gerida pelos procuradores da Lava Jato para promover políticas de combate à corrupção.
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, considera um absurdo a destinação de R$ 2,5 bilhões a uma fundação gerida pelos procuradores da Lava Jato para promover políticas de combate à corrupção.
Um homem de 44 anos foi preso nessa quinta-feira (7/3) acusado de estuprar a sogra, uma idosa de 101 anos. O suspeito, que vive na cidade de Pombos, Zona da Mata de Pernambuco, vive na mesma residência com a vítima há 20 anos. Segundo a polícia, ele começou os abusos no ano passado.
Ainda de acordo com os investigadores, a esposa decidiu instalar câmeras na casa após desconfiar do parceiro. Ela procurou a delegacia ao flagrá-lo nas imagens. O homem foi detido, confessou o crime e, autuado, será encaminhado nesta sexta-feira (8) para a audiência de custódia na comarca de Vitória de Santo Antão. As informações são do site TV Jornal.
O tuíte de Jair Bolsonaro difamando os blocos de Carnaval, mais que “obsceno” e “incompatível com o decoro” que o cargo que hoje inacreditavelmente ocupa exige, é mais um sintoma de sua descarada má-fé, de seus inconfessáveis inveja e ódio do gozo do outro e de seu inegável fascismo. O tuíte de Jair Bolsonaro é um ataque às liberdades individuais e, ao mesmo tempo, é a recorrência à difamação como meio de desmoralizar a crítica à sua gestão fraudulenta e incompetente.
(…)
Ora, enquanto os alvos das mentiras dos Bolsonaro e dos títeres das máfias neopentecostais éramos nós, gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais, o restante da população não só não se importava com essa postura criminosa, como entrava de bom grado na histeria coletiva, compartilhando as mentiras como se fossem verdades e criticando os movimentos LGBTs. Até mesmo a imprensa dita séria e instituições como o Ministério Público não questionavam essa evidente difamação.
Agora que Jair Bolsonaro, seus príncipes herdeiros e a corte de fariseus hipócritas chegaram à Presidência da República e decidiram avançar sobre o Carnaval e seus blocos de rua, onde os heterossexuais expressam livremente suas liberdades sexuais, objetivando difamar essas agremiações que lhe criticaram duramente este ano; agora que isso aconteceu, o restante da sociedade parece está percebendo quem é essa gente e do que ela é capaz.
(…)
O tuíte de Bolsonaro não é só um crime. É um sintoma de seu fascismo. É sempre bom relembrar e reafirmar, sobretudo nesses tempos em que a desonestidade intelectual busca revisar a história, que o empreendimento nazista não foi só um empreendimento de “purificação racial” que buscou eliminar os judeus e ciganos (viram, judeus que votaram em Bolsonaro?): o nazismo foi também um empreendimento de “correção sexual” que levou aos campos de concentração e ao extermínio milhares de homossexuais. Após a ascensão de Hitler, os cabarés e clubes de sexo da Berlim dos anos 30 foram fechados porque fascistas não toleram — por inveja — a liberdade e o gozo do outro. E também não podemos nos esquecer de que o macartismo nos EUA não vitimou apenas os comunistas, mas sobretudo os homossexuais.
O tuíte de Bolsonaro é o retorno desses monstros.
Se o combate à corrupção e à ineficiência administrativa já tinha sido desmoralizado como marcas do governo Bolsonaro, outra bandeira dele vai ao chão: o da austeridade.
Os gastos públicos com ele e com família, realizados com cartões corporativos, aumentaram 16% em relação à média dos últimos quatro anos, que incluem o governo de Dilma Rousseff.
Foram 1,1 milhão de reais nos dois primeiros meses do ano.
No que a família Bolsonaro gastou? O Palácio do Planalto não informa.
O aumento das despesas com cartão corporativo contrasta com a farsa do homem simples que chegou à presidência.
Só com a verba desses cartões ele poderia comprar 1,1 milhão de canetas iguais à que usou para assinar o termo de posse.
Caneta que ficou famosa como marca de que um novo tempo de austeridade viria por aí.
Tudo mentirinha para agradar bolsominion.
Outro teatrinho: O chefe da Casa Civil dele, Onyx Lorenzoni, já tinha prometido abandonar os cartões corporativos.
“No primeiro dia, eu vou abrir mão do cartão corporativo. Porque vem um novo tempo. A gente está ministro. A gente tem consciência de que, para mudar o Brasil, ou o governo federal dá o exemplo ou não há nenhum sentido”, disse.
“A decisão é pessoal. Mas vou estimular todo mundo, no dia 8 de janeiro, a adotar a mesma medida”, acrescentou, em referência à data da primeira reunião ministerial do futuro governo.
Como se vê, não foi atendido.
Na prática, o discurso de Bolsonaro e seus auxiliares é outro.
Quando era deputado, Bolsonaro bateu nos gastos com cartões corporativos.
Numa discussão com Orlando Silva, do PCdoB, que foi ministro dos Esportes no governo de Lula, atacou.
“Ele inclusive assaltava com cartão corporativo até para comprar tapioca”, disse, tentando transformar em algo negativo o que, a rigor, era positivo.
A tapioca do ministro custou R$ 8,30, muito menos do que os R$ 500 reais gastos com cartão corporativo por um funcionário do Ministério da Defesa, já na era Bolsonaro, em uma churrascaria do Rio de Janeiro.
O jornalista Jânio de Freitas, em sua coluna nesta quinta na Folha, fala sobre a reação dos eleitores e apoiadores do presidente eleito Jair Bolsonaro ao vídeo de conteúdo sexual que ele postou no Twitter.
O autor da cafajestada tuiteira que escandaliza as classes média e rica tem todo o direito de estar, ele sim, com o mais sincero e legítimo espanto. Tudo o que levou a fazê-lo presidente veio de iniciativas dessas classes. Não por acaso, as mais informadas sobre o tenentinho desordeiro, depois sobre o político estadual defensor da ditadura e das milícias, e logo o deputado federal que enriqueceu as características precedentes com duas demonstrações: a ignorância sem brechas e uma variedade insuperável de atos qualificáveis, desde sempre, como molecagens, cafajestices, falta de decoro e de educação, e daí para pior. Não cabe falar em deselegância, em falta de sensibilidade.(…)
Não há eleitor ingênuo nesse drama brasileiro, se não for tragédia. Não há, portanto, eleitor inocente nos que produziram a vitória nas urnas. Nem mesmo o grande contingente dos evangélicos. Do qual não se sabe se mais usou ou foi usado pela classe rica, na busca de um poder que só compartilham na aparência, enquanto afiam as lâminas.
O “mercado”, uma rede composta basicamente pelos bancos e os rentistas do país, descobriu nesta Quarta-feira de Cinzas que o homem em que apostou suas fichas e seu dinheiro é uma fraude;”A paciência do mercado está acabando”, diz Italo Abucater dos Santos, gerente de câmbio na Tullett Prebon, corretora inglesa que presta serviços a grandes fortunas, no Brasil e exterior; postagem de vídeo obsceno por Bolsonaro nas redes sociais resultou na disparada do dólar, que fechou o dia cotado a R$ 3,8342, maior valor desde o final de dezembro, e derrubou a bolsa de valores em 0,41%.
A alta do dólar é vista pelo mercado como uma espécie de termômetro do humor do mercado em relação ao governo Jair Bolsonaro. A postagem do vídeo obsceno como uma forma de criticar o carnaval ampliou a desconfiança sobre a real capacidade do governo em atuar sobre temas de interesse dos investidores, como a reforma da Previdência.
“As últimas publicações de Jair Bolsonaro nas redes sociais acabaram gerando desconfiança do mercado sobre o foco nas questões de mais urgência, como a reforma da Previdência”, disse Matheus Gallina, trader de renda fixa Quantitas ao jornal Valor Econômico. “Como se fala que o ano só começa após o Carnaval, tivemos a cereja do bolo com o vídeo que o presidente publicou no Twitter, azedando mais ainda o humor do mercado”, avaliou Italo Abucater.
“A atitude do presidente, de gerar polêmica com temas que não estão na agenda e desviam o foco da pauta de reforma do governo, não é positiva e pode, no médio prazo, ter impactos sim sobre a governabilidade e relacionamento com o Congresso”, disse Juliano Griebele, diretor de relações governamentais da Barral M. Jorge, ao Infomoney.
A ex-candidata a deputada estadual Zuleide Oliveira implicou diretamente o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, no esquema de desvio de dinheiro público por meio de candidaturas laranjas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Zuleide diz que se encontrou com Álvaro Antônio em seu escritório parlamentar, em Belo Horizonte, em 11 de setembro, na companhia do marido e de um amigo. E que, na ocasião, ele a chamou para ser candidata laranja com o compromisso de que ela devolvesse ao partido parte do dinheiro público do fundo eleitoral.
“Eu não entendia de nada, eles que fizeram tudo [para registrar a candidatura], eu não tirei uma certidão minha, eles tiraram por lá, eu só enviei meu documento e eles fizeram tudo. Acredito, sim, que fui mais uma candidata-laranja, porque assinei toda a documentação que era necessária e não tive conhecimento de nada que eu estava fazendo (…) Fui usada, a minha candidatura foi usada para fazer parte de uma lavagem de dinheiro do partido”, afirmou ela.
O linguista e colunista do 247 Gustavo Conde comenta em sua ‘Live do Conde’ o episódio que deve marcar o banimento de Jair Bolsonaro do Twitter e da cena política brasileira, decorrente da publicação obscena que chocou o país e o mundo; Conde argumenta que Bolsonaro tentou obnubilar as manifestações massivas do carnaval que lhes foram extremamente negativas e hostis; para isso usou um protocolo eleitoral da desova de notícias ‘galvanizantes’, que encobrem as outras; o problema, para Conde, é que as milícias digitais do bolsonarismo estão em declínio e a contrarreação prevista nas redes (para seu gesto obsceno e reprovável) não veio.
Imprensa estrangeira e até aliados repudiam Bolsonaro por divulgação de vídeo.
Jornal britânico diz que a postagem do presidente provocou “indignação” e “nojo” em clara “tentativa de rebater críticas à sua administração feitas durante o Carnaval”
Embora tenha repetido que seu governo não negociará cargos, Bolsonaro deverá se render, ao menos em parte, ao velho toma lá dá cá para conseguir aprovar a reforma da Previdência.
Um líder partidário acostumado às benesses do poder foi ao Planalto dia desses para saber melhor como seria a nova relação do presidente Jair Bolsonaro com o Parlamento. Lá, foi informado por um ministro de que todos os ocupantes de cargos de segundo escalão indicados por políticos seriam substituídos, de forma a acabar com os feudos dos parlamentares nas repartições. O tal líder atravessou a rua e espalhou a notícias entre os comandantes dos partidos na Câmara. Foi um alvoroço e a senha para que o atual governo experimentasse o gosto amargo de uma derrota logo no primeiro mês, o decreto que ampliava o número de pessoas capazes de determinar o sigilo de documentos oficiais.
À exceção do PSL, que é novo no “pedaço”, os partidos que formavam a base do governo Michel Temer são aqueles que agora vão ajudar os atuais ocupantes do Poder Executivo a aprovar as propostas de melhoria do ambiente econômico, leia-se a nova Previdência. E todos têm cargos no segundo escalão. A derrota do decreto mostrou a Jair Bolsonaro que não será possível passar pela prova de fogo da reforma nas aposentadorias sem fazer política com esses partidos. Embora tenha anunciado durante a campanha que só ocuparia a Esplanada dos Ministérios com perfis técnicos, o presidente teve que dar o braço a torcer na tentativa de acelerar a votação do projeto de lei, que definirá a força do Executivo no Congresso e a capacidade de diálogo para governar.
Bolsonaro tentará fazer um “balance” entre o atendimento aos políticos e o discurso de campanha. Isso passa por uma leva de exonerações, que começou na semana passada, com a demissão de 21 dos 27 diretores regionais do Ibama. Outras virão e em áreas de muito apelo junto às bases eleitorais de deputados e senadores. Na Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), por exemplo, padrinhos como o líder do PP, Arthur Lyra, já foram avisados das exonerações. Porém, depois da derrota, há quem aposte que a leva não será mais tão extensa quanto o governo planejava. No momento, o governo faz o mapeamento de cargos, para avaliar quais oferecerá aos políticos para futuras indicações. Os políticos vão forçar a mão para ver se o presidente desiste de exonerar todos os ocupantes de cargo de segundo escalão.