BISPO LICENCIADO DA UNIVERSAL E ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO ENTRAM NA LISTA PARA MINISTRO “TERRIVELMENTE EVANGÉLICO” DO STF

.

BISPO LICENCIADO DA UNIVERSAL E ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO ENTRAM NA LISTA PARA MINISTRO “TERRIVELMENTE EVANGÉLICO” DO STF

André Mendonça, da AGU, e Marcos Pereira, com Bolsonaro (Montagem)

Como opções, Bolsonaro ainda analisa os nomes do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e do juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

Os nomes do deputado Marcos Pereira (PRB/SP), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, e do advogado-geral da União, André Mendonça, estão no topo da lista para a escolha de um ministro “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal (STF), como foi anunciado nesta quarta-feira (10) por Jair Bolsonaro durante evento no plenário da Câmara que comemorou os 42 anos da igreja do bispo Edir Macedo.

Marcos Pereira foi um dos mais entusiasmados parlamentares que discursou durante o evento. Formado em Direito pela Universidade Paulista e especialista em Direito e Processo Penal pela Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Pereira atua como professor de Direito Penal no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que pertence ao ministro Gilmar Mendes, do mesmo STF. É o atual 1º vice-presidente da Câmara dos Deputados e do Congresso Nacional do Brasil.

Já Mendonça, que tem apoio de parte da bancada evangélica, tem recebido elogios de ministros da corte por sua defesa do governo, mas seria muito jovem para o posto.

Como opções, Bolsonaro ainda analisa os nomes do ministro Humberto Martins, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e do juiz Marcelo Bretas, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.

 

MORO REAPARECE AO LADO DE GENERAL E COMEMORA PREVIDÊNCIA

.

MORO REAPARECE AO LADO DE GENERAL E COMEMORA PREVIDÊNCIA

(Foto: Reprodução/Twitter)

Brasil247 – Desaparecido desde seu desastroso depoimento sobre a Vaza Jato na Câmara, em 2 de julho, Sérgio Moro reapareceu na noite desta quarta-feira (10)  com um tweet em que comemorou a vitória do governo na votação do fim da Previdência, alinhando-se ao coração econômico do governo Bolsonaro; além disso postou uma imagem simbólica, com uma conotação ameaçadora: uma foto da visita que recebeu do general Villas Bôas, que ameaçou o STF publicamente em abril e setembro de 2018, caso a Corte acolhesse um habeas corpus a favor de Lula e, depois se o Supremo autorizasse a candidatura do ex-presidente; o general voltou a ameaçar o STF novamente logo após a Vaza Jato.

Villas Bôas é o mais destacado líder do Exército, apesar de sua doença grave (ele tem esclerose lateral amiotrófica – ELA). Nomeado comandante do Exército em fevereiro de 2015 por Dilma Roussef, cumpriu papel similar ao do general chileno Augusto Pinochet que, nomeado pelo então presidente Salvador Allende comandante do Exército daquele país, comandou o golpe militar de 1973. Villas Bôas não precisou movimentar suas tropas, mas foi o fiador do golpe parlamentar contra Dilma e depois ameaçou o STF explicitamente por duas vezes, contra Lula.

Por seu papel no golpe e na eleição de Bolsonaro -que a ele atribiuiu sua vitória- ganhou um cargo importante no Palácio do Planalto, no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Se não fosse por sua doença, seria ministro.

Villas Bôas está em campo para garantir Moro no cargo e, mais uma vez, ameaçando o STF. Dois dias depois das primeira revelações da Vaz Jato, mostrando a conspiração da operação da Lava Jato contra o país e Lula, o general lançou mais um de seus tweets sombrios:  ““Momento preocupante o que estamos vivendo, porque dá margem a que a insensatez e o oportunismo tentem esvaziar a operação lava a jato, que é a esperança para que a dinâmica das relações institucionais em nosso país venham a transcorrer no ambiente marcado pela ética e pelo respeito ao interesse público. Expresso o respeito e a confiança no Ministro Sérgio Moro.”

Veja a seguir o tweet de Moro com o encontro de ontem, o de Villas Bôas em apoio ao ex-juiz e a celebração pelo fim da Previdência Social:

.

BOLSONARO LEVARÁ À ONU UM BRASIL CONTRA AS MINORIAS

.

BOLSONARO LEVARÁ À ONU UM BRASIL CONTRA AS MINORIAS

Brasil247 – Bolsonaro pretende dar um passo dramático no giro da postura internacional do país e lançará a candidatura à reeleição do Brasil para o  Conselho de Direitos Humanos da ONU com base numa plataforma regressiva, de fundo fundamentalista e de ataque às minorias. Foi o que ele anunciou em um tweet na manhã desta quinta-feira

“As principais pautas estão ligadas ao fortalecimento das estruturas familiares e a exclusão das menções de gênero”, defendeu Bolsonaro em um claro ataque contra as minorias.

A ideia do governo é apresentar a candidatura do Brasil à reeleição no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, para o triênio de 2020 a 2022.

Vergonha

Na visão do colunista internacional Jamil Chadeque cobre a ONU“o Brasil está rasgando sua história”.

Ele ressalta que, anteriormente, “havia uma lógica que remontava ao DNA da diplomacia de Rio Branco”.

“Hoje, o Brasil abriu mão dessa coerência e dessa tradição. Transportando para a política externa valores ultra-conservadores do grupo no poder, desconsiderando a multiplicidade da população brasileiras e ignorando seus compromissos internacionais, o Itamaraty passou a colocar em prática uma diplomacia ideológica-religiosa. E que passou a minar o consenso até mesmo dentro do Ocidente”, observa o jornalista. Leia mais aqui.

……………..

CÂMARA APROVA TEXTO-BASE DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

.

CÂMARA APROVA TEXTO-BASE DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Proposta que prevê mudanças nas regras para aposentadoria ainda precisa passar por mais um turno de votação na Câmara

Brasil de Fato – Repórter Tácido Rodrigues – O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC-6/2018), que modifica as regras de aposentadoria dos brasileiros. Ao todo, 379 parlamentares foram favoráveis à medida, contra 131 que se opuseram. Foram 71 votos a mais do que o mínimo necessário, de 308 votos.

A boa margem da vitória fez com que os parlamentares iniciassem na mesma sessão a avaliação dos destaques ao texto principal, que são as propostas de alteração a trechos da PEC. Uma emenda foi avaliada e derrotada. Por 265 votos a 184, os deputados derrubaram o destaque do deputado Wellington Roberto (PL-PB) que excluía os professores das mudanças nas regras de aposentadoria.

Após a decisão, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu encerrar os trabalhos e convocou nova sessão para esta quinta-feira (11), às 9h da manhã.

“Quando o Plenário quer trabalhar e está com maioria, ele toca (os trabalhos) o dia inteiro, como foi feito hoje. Então, eu acho que sim, (finalizamos) a votação até sexta à noite”, espera Maia.

VÍDEO:

O presidente da Câmara foi um dos personagens da votação desta quarta. Ele foi diversas vezes homenageado por, segundo os demais parlamentares, ter colaborado para aprovação da medida. Maia chegou a chorar momentos antes do início da votação em Plenário.

Além de Maia, outros deputados comemoraram a aprovação da medida. Para José Medeiros (PODE-MT), a reforma da Previdência colocará o país no rumo do crescimento, gerando confiança na economia.

“Isso (a aprovação) demonstra para o mundo inteiro que o Brasil está fazendo a lição de casa e começa a pegar o status de bom pagador. Com isso, a gente começa a fazer o alicerce de um crescimento”, comentou.

Segundo Lucas Gonzales (NOVO-MG), a reforma aquecerá a economia do Brasil. “Isso vai trazer seriedade às contas públicas, atraindo novos investimentos, gerando emprego, renda, e, por último, trazer justiça, acabar com os privilégios”, avaliou.

Mudanças

Aprovada em primeiro turno pelo Plenário da Câmara dos Deputados, a reforma da Previdência estabelece uma idade mínima para aposentadoria, de 65 anos para homens, e 62 para mulheres. O tempo de contribuição previsto é de ao menos 15 anos para as trabalhadoras e de 20 para os trabalhadores. Em relação ao setor público, esse período será 25 anos para ambos os sexos.

O texto-base aprovado nesta quarta deixou de fora a obrigação para que estados e municípios façam adequações no sistema previdenciário destinado aos seus servidores públicos. As mudanças sugeridas também não atingiram os pequenos produtores e trabalhadores rurais. Outro ponto que não sofreu alterações foi o que trata do Benefício de Prestação Continuada (BPC). O sistema de capitalização (poupança individual) também ficou de fora da reforma.

Agora, após a votação dos destaques, que são as propostas de alteração a trechos do texto principal, a PEC volta para análise da comissão especial da Câmara, onde deverá ser aprovada a redação para o segundo turno de votação. No Plenário mais uma vez, o texto da reforma da Previdência vai precisar de 308 votos favoráveis para, então, seguir ao Senado Federal.

…………..

MERCADO REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO PIB PELA 19ª VEZ SEGUIDA

.

MERCADO REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DO PIB PELA 19ª VEZ SEGUIDA

O Boletim Focus desta 2ª feira (8.jul.2019) tem a previsão mais pessimista até agora para o crescimento do PIB no ano

Poder 360 – LIS CAPPI – A projeção de crescimento da economia recuou pela 19ª vez consecutiva. A última edição do Boletim Focus do Banco Central (íntegra), divulgado nesta 2ª feira (8.jul.2019), estima aumento do PIB (Produto Interno Bruto) em 0,82% para 2019.

É o menor valor projetado para o ano até agora. Em janeiro, a projeção era de 2,5%. Há 4 semanas, a estimativa era de 1%.

Governo promete liberar R$ 5,6 bi em emendas, e deputados pedem mais

.

Governo promete liberar R$ 5,6 bi em emendas, e deputados pedem mais

Análise do texto teve início às 20h48 e entrou pela noite; votação deverá ser iniciada nesta quarta

Noticias Uol – Na tentativa de iniciar a votação da reforma da Previdência nesta terça-feira (9), o governo federal aprovou medidas para afagar a bancada ruralista e impulsionou o envio de recursos às bases eleitorais de deputados.

O Executivo acelerou a liberação de emendas orçamentárias e ofereceu um lote extra aos congressistas. Já foram prometidos ao menos R$ 5,6 bilhões a deputados.

Ainda assim, os partidos ampliaram a lista de exigências, atrasando o início da votação da reforma no plenário.

Com isso, a análise do texto, que é a prioridade legislativa do presidente Jair Bolsonaro, só começou às 20h48 desta terça. Enquanto negociações eram feitas, deputados discutiam, no lugar, a regulamentação da vaquejada.

O plenário encerrou à 0h43 da madrugada desta quarta a fase de debates da reforma. A expectativa dos parlamentares é que às 10h30 haja quórum para a retomada dos trabalhos no plenário da Câmara.

Embora tenha adotado na campanha o discurso de que colocaria fim ao toma lá dá cá na relação com o Congresso, o governo ofereceu a cada parlamentar fiel um lote extra de R$ 20 milhões de emendas (em um total de mais de R$ 3 bilhões), que é o direcionamento de verbas do Orçamento para o reduto eleitoral dos políticos.

Além disso, acelerou o empenho —o registro oficial de que pretende executar aquele gasto— das emendas ordinárias, conforme mostrou a coluna Painel nesta terça.

O governo liberou quase R$ 1 bilhão na véspera da votação —um total de R$ 2,6 bilhões nos seus primeiros dias úteis de julho, segundo levantamento do gabinete do líder da oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ).

Presente no plenário da Câmara, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou ao site Jota que a liberação de verbas de sua pasta foi um esforço para a aprovação da reforma.

A declaração difere da do presidente da República, que em entrevista e nas redes sociais disse que a medida é uma ação normal da administração pública, sem relacioná-la à Previdência.

À Folha, Mandetta disse que a liberação de emendas é uma ação normal, embora seja óbvio, em suas palavras, que ela tenha sido impulsionada pela aproximação da votação da reforma.

O governo precisa do apoio de no mínimo 60% dos deputados (308 dos 513 votos).

Partidos pressionam por um volume maior de empenho de emendas e também manifestam desconfiança de que o governo, passada a votação, vá descumprir a sua palavra e não executar de fato as emendas.

“Toda a relação do Legislativo com o Executivo é sempre de desconfiança, até porque esse governo, no início, gerou uma desconfiança na relação. Mas acho que isso vai caminhar para o leito normal do rio”, afirmou presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao falar sobre as emendas.

O deputado se tornou o principal fiador da reforma. Entre outros pontos, ele discutia com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), compromisso de ele segurar a votação da reforma no Senado até que o governo cumpra a promessa de liberar, de fato, o dinheiro das emendas ordinárias e extras.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), chegou à Câmara por volta das 18h e, segundo deputados, assegurou que o governo irá cumprir a sua palavra.

A oposição acusou o governo de tentar comprar votos e de praticar crime de responsabilidade ao liberar dinheiro para emendas em valores bem superiores ao autorizado pelo Congresso.

“O governo está comprando votos com cheque sem fundo. Esse governo usa fake [news] até para comprar votos dos seus aliados”, afirmou o líder do PT, Paulo Pimenta (RS).

Entre os pontos do texto em que o governo cedeu estão regras mais vantajosas nos cálculos de aposentadoria para mulheres —uma demanda da bancada feminina— e de pensão por morte.

Isso pode reduzir a economia com a reforma de cerca de R$ 980 bilhões para algo próximo de R$ 960 bilhões em dez anos, mas as contas ainda estão sendo finalizadas —a proposta original do governo falava em economia de R$ 1,2 trilhão.

Num afago à bancada do Nordeste, o governo publicou nesta terça um decreto que regulamenta o refinanciamento de dívidas de produtores rurais com a concessão de descontos.

O programa beneficia produtores das áreas de abrangência da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste).

.

AOS 85 ANOS, MORRE O SOCIÓLOGO PERNAMBUCANO CHICO DE OLIVEIRA

.

AOS 85 ANOS, MORRE O SOCIÓLOGO PERNAMBUCANO CHICO DE OLIVEIRA

Foto: Damião A. Francisco/CPFL Cultura/PUC

Diário de Pernambuco – Morreu, na manhã desta quarta-feira (10), o sociólogo pernambucano Francisco de Oliveira, aos 85 anos. De acordo com informações da família, ele esteve internado em São Paulo, onde residia, para tratar uma pneumonia e recuperava-se em casa.

O velório de Chico será no salão nobre do prédio de Administração da Universidade de São Paulo (USP), na Rua do Lago, número 717, no bairro do Butantã, na capital paulista. O horário ainda não foi comunicado.

Chico de Oliveira, como era conhecido, foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) no final da década de 1970. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele pertenceu aos quadros técnicos do Banco do Nordeste e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), onde atuou com o economista Celso Furtado.

“Era uma figura absolutamente fundamental na nossa vida, sendo generoso e solidário. Todos nós pegamos um pouco da sua vivacidade, visão de mundo e da sua luta. Embora tenha passado pelo exílio, golpe de 64 e tortura feita por Sérgio Fleury, ele não só sobreviveu como nunca abandonou, nem por um atalho mais fácil, a luta pelo socialismo”, disse o Chico Filho sobre a vivência do pai. “A luta pelo socialismo foi o seu guia e continuará sendo a nossa”, acrescentou.

Em 2004, recebeu o prêmio Jabuti na categoria Ciências Humanas pelo livro Crítica à razão dualista/O ornitorrinco, publicado pela editora Boitempo. Em 2013, foi o homenageado do IV Curso Livre Marx-Engels, organizado pela editora Boitempo e pelo Sesc.

Para a economista Tânia Bacelar, que conviveu com Oliveira, o sociólogo foi fundamental para o início da Sudene e desenvolvimento da entidade. “Conheci Chico no começo da Sudene, quando ele era superintendente-adjunto de Celso Furtado, também convivi com ele na academia. O ponto de interesse comum que nos unia era o desenvolvimento regional. Foi um grande pensador sobre o Brasil e tinha no Nordeste um foco de preocupação permanente”, afirmou.

DEIXO AQUI O ÚLTIMO VÍDEO DO PHA NA SUA TV AFIADA NO YOUTUBE

.

DEIXO AQUI O ÚLTIMO VÍDEO DO PHA NA SUA TV AFIADA NO YOUTUBE

O ansioso blogueiro desfrutou do inexcedível prazer de usufruir o domingo.

Com amigos e a família voltou ao Maraca para ver a selecinha da Globo e do Tite.

Como futebol, um horror!

Estamos onde sempre estivemos.

Com um timeco que não ganha de nenhuma Bélgica.

E a volta ao Maraca das safadezas do Cabralzinho?

O Nelson Rodrigues dizia que o Brasil é a pátria em chuteiras.

Foi, Nelson.

O melhor foi a retumbante vaia que o Messias tomou.

É que na sua infinita ignorância ele não sabia, como você cansou de avisar, que o Maracanã vaia até minuto de silêncio.

Quá, quá, quá!

E o que fazer?

Veja na TV Afiada o que fez o ansioso blogueiro!

 

.

“DE ONDE SAIU TANTO FILHO DA PUTA?”, SE PERGUNTA APRESENTADOR DA BAND

.

“DE ONDE SAIU TANTO FILHO DA PUTA?”, SE PERGUNTA APRESENTADOR DA BAND

“Olho ao redor e me.pergunto: de onde saiu tanto filho da puta? Tanta gente assumidamente perversa, mau-caráter, invejosa e cruel? O Brasil de hoje parece o set de Walking Dead. Bastou um aceno para os fantasmas saírem do Hades e virem assombrar as ruas”, disse Pannunzio pelo Twitter; confira reações.

Brasil247 – O jornalista Fabio Pannunzio, apresentador da Band, questionou nesta terça-feira, 9, a proliferação de pessoas que defendem pautas da extrema-direita e contrárias aos princípios básicos da Humanidade.

“Olho ao redor e me.pergunto: de onde saiu tanto filho da puta? Tanta gente assumidamente perversa, mau-caráter, invejosa e cruel? O Brasil de hoje parece o set de Walking Dead. Bastou um aceno para os fantasmas saírem do Hades e virem assombrar as ruas”, disse Pannunzio pelo Twitter.

.

“BANDIDO BOM É BANDIDO RESSOCIALIZADO”, DIZ SOBREVIVENTE DO CARANDIRU

.

Sidney Sales é sobrevivente do Massacre do Carandiru e hoje faz trabalhos assistenciais para ajudar usuários de drogas e ex-presidiários Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

Noticias UOL – No dia 4 de junho de 2019 Sidney Sales quebrou uma promessa de 26 anos. Por volta das 9h da manhã, entrou em uma unidade prisional.

Sales havia jurado não voltar para uma prisão desde que deixou sua cela, em uma tarde de 1993. À época, com 27 anos, já havia se envolvido com tráfico, participado de roubos milionários de cargas, virado cadeirante após um tiroteio e sobrevivido a um dos episódios mais sangrentos da história recente do Brasil: o Massacre do Carandiru.

Agora pastor evangélico, diretor de seis casas de reabilitação para dependentes químicos no interior de São Paulo e defensor dos direitos humanos, entrava a convite do governo no presídio de Pedrinhas, em São Luís do Maranhão. A penitenciária, por sua vez, foi palco de outro massacre há apenas cinco anos, quando cabeças foram arrancadas durante uma rebelião e mais de 60 detentos morreram.

Sales esteve na UPSL 2 (Unidade Prisional de Ressocialização 2), antiga Cadet (Casa de Detenção), onde aconteceram alguns dos eventos de 2013. Hoje a unidade, reformulada, abriga cerca de mil detentos. E Sales foi até lá para conhecê-los.

“Em dois dias os presos haviam construído uma rampa para minha cadeira passar”, conta, admirado com a política carcerária sendo implementada no Maranhão. Nos últimos anos, unidades prisionais receberam oficinas de trabalho e capacitação.

Arquivo Pessoal

“Quebrei uma promessa de 26 anos, mas foi por um bom motivo” Imagem: Arquivo Pessoal

O convite para a visita surgiu meses antes, nos Estados Unidos. Sales conheceu o governador Flávio Dino (PCdoB) em Harvard, quando esteve na instituição de elite norte-americana para a Brazil Conference. Lá participou de uma mesa sobre o sistema carcerário brasileiro, ao lado de Dino, do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís

Roberto Barroso, e Maria Laura Canineu, diretora da Human Rights Watch no Brasil.

“O pessoal mente no currículo que faz Harvard, mas eu estive lá mesmo”, brinca. No encontro, falou sobre o assunto ao qual se dedica: a ressocialização de presos.

Ao UOL, Sales criticou a política carcerária no Brasil, a Lei de Drogas, o pacote anticrime apresentado pelo juiz Sergio Moro no começo do ano e o discurso de “bandido bom é bandido morto”, reproduzido pelo presidente Jair Bolsonaro e aliados.

Bandido bom é bandido ressocializado na sociedade, com o Estado fazendo seu papel. Eu sou exemplo disso

“Hoje, eu faço mais que o governo pela segurança no Brasil. A culpa dessa calamidade pública que nós temos é a ausência do Estado no sistema carcerário”, afirma Sales. “As necessidades básicas dos presos, quem fornece são as facções criminosas. Os detentos estão nas mãos das facções.”

Preso pela primeira vez aos 19

Sales nasceu em São José, extremo sul de São Paulo, de pais mineiros que mudaram para a cidade em busca de emprego. A mãe tornou-se empregada doméstica e o pai, armador de ferramenteiro. Era o filho do meio, entre quatro irmãs.

Aos 14, arranjou um bico de faz-tudo em uma escola particular na região. Foi quando se deu conta que o salário recebido por limpar a piscina, varrer o pátio e auxiliar o motorista da kombi a deixar as crianças em casa jamais seria o suficiente para viver em uma das residências vistas pela janela da perua.

Foi preso pela primeira vez em 1989, após participar do roubo de um caminhão de AZT em Pedreira, também na zona sul. “Era o remédio que o Cazuza usava na época, para HIV”, explica. A carga valia mais de 700 mil cruzados novos [cerca de R$ 1,7 milhão em valores atuais]. Aos 19 anos, foi encaminhado para a Casa de Detenção de São Paulo, então a maior da América Latina e também conhecida como Carandiru.

Sales estava no Pavilhão 9 havia três anos quando uma rebelião começou. Na época, considerava conhecer bem o local. Responsável por distribuir as refeições, era dos primeiros a sair da cela, às 5h, e dos últimos a voltar, às 23h. Percorria todo o presídio, levando no serviço também mercadorias e informações. “Lá você vale aquilo que você pesa. Se você não tem nada, você não vale nada.”

Ele não acreditou que eram tiros de bala de verdade que ouvia quando a tropa de choque adentrou as galerias, no dia 2 de outubro de 1992. “Disse que era de borracha, como usam em greve de metalúrgico. E me responderam que não, tavam matando mesmo.”

Da ventana, olhou para baixo e viu corpos amontoados no chão.

 Ricardo Matsukawa/UOL

“Minhas noites eram sombrias, pensava na minha liberdade” Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

“Eu sou o menino do Salmo 91”

“Lembro que cada um estava rezando para seu deus.” Desapegado de religião, Sales correu para a cela buscar um salmo que sua mãe havia lhe dado dias antes. “Eu sou

o menino do Salmo 91 no filme ‘Carandiru'”, diz, sobre a versão do massacre que foi para os cinemas.

Nas horas seguintes, foi um dos convocados para carregar os corpos de presos mortos. Calcula ter levado mais de 30 deles para carros do IML (Instituto Médico Legal). Carregou corpos até se dar conta de que um estava vivo a seu lado havia pouco, fazendo o mesmo serviço.

“Eles estavam dando queima de arquivo nas pessoas que estavam carregando os cadáveres”, diz. Sales correu para o quinto andar, e se deparou com três policiais.

“Um deles disse que ia acontecer um milagre na minha vida. Que ia escolher uma chave do molho que estava segurando, se abrisse o cadeado da cela, eu poderia entrar, se não abrisse, ele iria me executar na hora. Eu fechei o olho e recitei o salmo. Quando ele bateu a chave, o cadeado abriu, acredita?”

Seis tiros durante um assalto: paraplégico

No dia seguinte, Sales foi transferido para Mirandópolis. Em 1993, ganhou a liberdade e foi, como diz, para a porta do mercado de trabalho.

“Mas por ser negro, semianalfabeto, sem nenhuma qualificação e egresso do sistema penitenciário… Não tinha chances. Sem contar que não conhecia Excel, Power Point. Como a sociedade não me quis, eu também não quis a sociedade.”

Em quatro meses de liberdade, havia voltado a participar de roubos e assaltos. Em um deles, foi atingido por seis tiros que o deixaram paraplégico aos 26 anos de idade. “Foi quando senti a dificuldade da minha condição que comecei a usar drogas.”

Devendo para traficantes, chegou a roubar com cadeira de rodas, conta, mostrando o recorte de um jornal da época, que registrou sua nova detenção. Foi preso mais tarde, com meio quilo de crack, meio de cocaína.

 Ricardo Matsukawa/UOL

“Quando saí da prisão, bati em várias portas e elas se fecharam para mim” Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

Um missionário, estudos, defensor de direitos humanos

Quando solto pela segunda vez, Sales recebeu a visita de uma missionária que o convenceu a ir para uma casa de recuperação (abrigo para dependentes químicos e moradores de rua), em Jundiaí. “Vim para ficar 30 dias. Tem 26 anos, nunca mais voltei.”

Nos anos seguintes, se aproximou do desembargador Antônio Carlos Malheiros, leu livros de teoria jurídica e tornou-se defensor dos direitos humanos. Passou a dar palestras em escolas e universidades, contando sua história e sua visão sobre o sistema penitenciário brasileiro. Abriu também seu primeiro centro de recuperação para dependentes químicos e moradores de rua e tornou-se pastor evangélico.

A polícia não pega o traficante, eles pegam o dependente químico. Porque como o menino não tem o dinheiro do consumo, como foi meu caso, ele vira funcionário do tráfico. Quando a polícia pega ele, pega como traficante. E dentro do sistema carcerário não tem um tratamento para essas pessoas. Elas continuam sendo dependentes. O estado só prende, não trata.”

Um missionário, estudos, defensor de direitos humanos

Quando solto pela segunda vez, Sales recebeu a visita de uma missionária que o convenceu a ir para uma casa de recuperação (abrigo para dependentes químicos e moradores de rua), em Jundiaí. “Vim para ficar 30 dias. Tem 26 anos, nunca mais voltei.”

Nos anos seguintes, se aproximou do desembargador Antônio Carlos Malheiros, leu livros de teoria jurídica e tornou-se defensor dos direitos humanos. Passou a dar palestras em escolas e universidades, contando sua história e sua visão sobre o sistema penitenciário brasileiro. Abriu também seu primeiro centro de recuperação para dependentes químicos e moradores de rua e tornou-se pastor evangélico.

A polícia não pega o traficante, eles pegam o dependente químico. Porque como o menino não tem o dinheiro do consumo, como foi meu caso, ele vira funcionário do tráfico. Quando a polícia pega ele, pega como traficante. E dentro do sistema carcerário não tem um tratamento para essas pessoas. Elas continuam sendo dependentes. O estado só prende, não trata.”

 Ricardo Matsukawa/UOL

“Os pavilhões gritavam que o choque ia invadir, e todo mundo ficou em pânico” Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL

“Sou desacreditado da Justiça. Estamos num buraco sem fundo”

Sales recebeu a reportagem em sua casa em Várzea Paulista, interior de São Paulo, onde vive hoje com a mulher, a filha mais nova, a sogra, a cunhada, os sobrinhos e um gato. Na tarde de quarta-feira (3), cerca de cinco moradores de suas casas de recuperação estavam lá separando caixas de alimentos recém-chegadas do Ceagesp. As frutas e legumes são doados toda semana e servem para alimentar as cerca de 150 pessoas que Sales abriga.

À noite e aos finais de semana, lidera o culto na igreja próxima, e se dedica ainda a escrever seu segundo livro. O primeiro, “Paraíso Carandiru”, de publicação própria, conta a história de sua vida na prisão.

No final do ano passado, viu a Justiça de São Paulo manter a anulação da condenação de 74 policiais militares envolvidos no massacre de 92, que nunca cumpriram pena. O relator, na ocasião, defendeu a remarcação de um novo julgamento, por ora sem data.

Quanto ao decorrer do processo, Sales não tem expectativa: “Sou desacreditado da Justiça. Estamos num buraco sem fundo.”

Ao término da entrevista, repara: “Você não me perguntou qual é meu sonho”. E responde: “É ver os presídios serem transformados, com políticas para que as pessoas possam ter segunda chance. Mas não oferecidas por entidades, mas oferecidas pelo Estado”.

 Ricardo Matsukawa/UOL

Toda semana, Sales recebe doações de frutas e legumes do Ceagesp Imagem: Ricardo Matsukawa/UOL