GLENN ANUNCIA: HOJE TEM MAIS VAZA JATO

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GLENN ANUNCIA: HOJE TEM MAIS VAZA JATO

Brasil247 – Após a prisão de “hackers” suspeitos de invadir o celular do ministro Sérgio Moro (Justiça), o jornalista Glenn Greenwald afirmou que a resposta do Intercept “para todas essas fofocas e distrações hoje será simples: mais reportagens desse arquivo, em conjunto com nossos parceiros e com novos”; “As ações de Moro e Deltan foram obscurecidas hoje; não será para sempre”.

Após a prisão de “hackers” suspeitos de invadir o celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o jornalista Glenn Greenwald destacou que o site Intercept Brasil continuará publicando reportagens sobre as irregularidades na Operação Lava Jato.

“Todas as possíveis teorias da conspiração foram divulgadas hoje. Nenhuma alteração 3 pontos-chave: 1) Mesmo no Brasil de Bolsonaro, as evidências são necessárias para provar crimes; hashtags e tweets bazófia de Moro não são suficientes”, escreveu Greenwald no Twitter.

“2) O jornalismo mais importante é freqüentemente feito com fontes que ilegalmente obtêm informações (veja ‘Papéis do Pentágono’) e todas as maneiras pelas quais jornalistas revelaram crimes de guerra nos EUA durante o Vietnã, Watergate e a Guerra ao Terror”, continua.

“3) Nada muda as impropriedades de Moro e Deltan. Nossa resposta para todas essas fofocas e distrações hoje será simples: mais reportagens desse arquivo, em conjunto com nossos parceiros e com novos. As ações de Moro e Deltan foram obscurecidas hoje; não será para sempre”, acrescenta.

O líder dos “hackers” de Araraquara/Ribeirão Preto presos pela Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, disse ter sido responsável pela invasão dos celulares de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outras autoridades (confira aqui).

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COM INVESTIMENTO RECORDE, CAIXA VAI DISPONIBILIZAR R$ 7,5 BI PARA CRÉDITO RURAL

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COM INVESTIMENTO RECORDE, CAIXA VAI DISPONIBILIZAR R$ 7,5 BI PARA CRÉDITO RURAL

A prioridade, segundo o banco, é que os recursos sejam destinados para cooperativas

Brasil de Fato – Repórter Raphael Costa – Focada nos investimentos para médios produtores e cooperativas, a Caixa Econômica deve liberar R$ 7,5 bilhões para serem investidos no agronegócio, o maior valor de sua história. O objetivo é estimular operações de custeio, investimento, comercialização e industrialização dos produtos do campo.

Em comparação à safra 2018/2019, o crescimento de recursos para investimentos disponibilizados é 50% maior. Uma das novidades para essa safra está na aplicação de R$ 1,5 bilhão na chamada Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), título emitido pelos bancos, vinculado a uma operação de crédito do mercado do agronegócio.

A prioridade, segundo a instituição, é que os recursos sejam destinados para cooperativas. Uma das principais linhas de crédito é a de industrialização, maior fatia que será investida pelo banco (R$ 2,5 bilhões). Quem explica como esse crédito pode ser usado é o superintendente nacional de agronegócio da Caixa, Ricardo Rios.

“Uma cooperativa de leite, por exemplo. Se ela precisar de recursos para comprar caixinhas, pagar energia, todo o processo de industrialização, essa linha pode ser direcionada para isso, que é financiar e custear esse processo de industrialização. É como se fosse um capital de giro. Esse recurso financiado só não pode ser destinado para a aquisição da matéria prima em si, ou seja, no leite nesse exemplo que eu dei.”

Rios lembra que a CAIXA segue todas as exigências do manual de crédito do Banco Central e explica o que o produtor precisa fazer para ter acesso às linhas de crédito.

“Basta que ele procure uma agência da CAIXA próxima a ele. A agência vai indicar um ATE, uma assistência técnica conveniada, que vai elaborar esse projeto de financiamento. Temos uma análise que é automatizada, um sistema padrão que analisa todos os referenciais técnicos de produção e aprova esse projeto para que ele possa seguir com a contratação do crédito.”

Ao todo, 1.700 agências da Caixa em todo o país estão autorizadas a disponibilizar o crédito rural. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor total a ser ofertado para os produtores rurais será de 222,74 bilhões de reais para a safra 2019/2020.

 

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BOLSONARO PODERÁ SER INVESTIGADO POR DECLARAÇÃO PRECONCEITUOSA CONTRA NORDESTINOS

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BOLSONARO PODERÁ SER INVESTIGADO POR DECLARAÇÃO PRECONCEITUOSA CONTRA NORDESTINOS

Jair Bolsonaro (PSL) justificou-se, no sábado, afirmando que declaração sobre governadores foi “uma crítica de 3 segundos”; / Foto: Alan Santos/Presidência da República

PCdoB prepara representação à PGR; Presidente chamou Nordeste de “paraíba” e foi rechaçado por políticos da região

Cristiane Sampaio | Brasil de Fato | Brasília (DF) – A declaração dada na última sexta-feira (19) pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) a respeito dos governadores do Nordeste continua provocando reações no mundo político. O deputado Márcio Jerry (MA), um dos vice-líderes da bancada do PCdoB na Câmara, prepara uma representação para ser protocolada ainda esta semana na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chefe do Executivo.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o parlamentar disse que irá pedir ao órgão uma apuração sobre possível prática de crimes contra a honra, ameaça e racismo. Na sexta, durante um café da manhã com a imprensa internacional, o presidente, sem saber que já estava com o microfone ligado, disse a Onyx Lorenzoni, ministro-chefe da Casa Civil, que “daqueles governadores de ‘paraíba’, o pior é o do Maranhão”, Flávio Dino (PCdoB), e que “tem que ter nada com esse cara”.

O termo “paraíba” é costumeiramente utilizado de forma pejorativa para se referir a nordestinos, o que faz com que a expressão seja associada ao preconceito regional. Por esse motivo, Márcio Jerry disse que pretende pedir também, na representação junto à PGR, uma apuração sobre esse aspecto da declaração do presidente.

“Acho que todos nós ficamos estupefatos com a grosseria, com o desrespeito, com a visão preconceituosa, rebaixada [da região]. Vem numa sucessão de atitudes que não compõem o figurino da instituição Presidência da República”, acrescenta, defendendo ainda uma reação do sistema de Justiça diante do caso.

O deputado aponta ainda que a conduta fere as diretrizes do pacto federativo, segundo o qual deve haver impessoalidade entre os entes federados (União, estados, Distrito Federal e municípios).

“A cada momento, ele [Bolsonaro] se excede nos desatinos. Desta vez, claramente, se manifestando de forma preconceituosa contra o Nordeste, não só do ponto de vista da expressão de racismo, como também expelindo ameaças, o que extrapola a responsabilidade institucional dele. Não é uma ameaça a uma pessoa. É uma ameaça institucional a estados da Federação”, sublinha.

Segundo ele, a representação deve ser protocolada na PGR até sexta-feira (25) e deverá contar também com a assinatura do líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Ressonância

Quando o áudio do presidente foi divulgado, a notícia gerou manifestações multilaterais.

Em carta pública assinada coletivamente, os governadores do Nordeste disseram que a declaração causou “espanto” e “indignação”. “Aguardamos esclarecimentos por parte da Presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia”, acrescentaram os mandatários.

Parlamentares que representam o Maranhão no Congresso Nacional também se pronunciaram em relação ao caso.

Ao todo, 11 deputados federais e dois senadores soltaram nota conjunta lamentando a declaração do pesselista em relação ao estado e ao governador.

“Não é aceitável, na democracia, que um presidente da República determine a um ministro de Estado perseguição a um ente federado e, por consequência ao seu povo, por questões políticas”, assinala o texto, assinado por membros de 12 siglas (PDT, PCdoB, DEM, PRB, Pros, PT, PP, PSB, PL, PTB, Cidadania e Patriotas).

O vice-líder do PCdoB aponta que a conduta do presidente ultrapassaria os limites das diferenças político-partidárias, o que teria permitido a formulação de um contraponto conjunto entre os signatários do documento. Na visão de Márcio Jerry, a declaração de Bolsonaro foi além das características do jogo político.

“Não dá pra gente achar que essas atitudes do presidente da República possam ser aceitas com naturalidade porque naturais não são. São atitudes ofensivas, grosseiras, antidemocráticas”, critica o comunista.

A afirmação de Bolsonaro tem como pano de fundo as divergências políticas entre o presidente e governadores do Nordeste, onde o pesselista registra a maior rejeição popular no país.

Procurado pela imprensa para comentar as reações a sua fala, o chefe do Executivo disse, no sábado (20), que foi “uma crítica de 3 segundos” e que a imprensa teria feito “uma festa” em cima do caso.

“Eu fiz uma crítica ao governador do Maranhão e da Paraíba. Vivem me esculhambando. Obras federais que vão para lá eles dizem que é deles. Não são deles, são do povo. A crítica foi a esses dois governadores, nada mais além disso”, disse.

Em resposta, Flávio Dino afirmou que pretende continuar dialogando “respeitosamente com as autoridades do governo federal e a colaborar administrativamente no que for possível”. Numa referência aos ditames constitucionais, o mandatário afirmou ainda que respeita “os princípios da legalidade e da impessoalidade”.

Já o governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), disse, após o episódio, que “a Paraíba e seu povo, assim como o Maranhão e os demais estados brasileiros, existem e precisam da atenção do governo federal independentemente das diferenças políticas existentes”. “Estaremos, neste sentido, sempre dispostos a manter as bases das relações institucionais junto aos entes federativos, vigilantes à garantia de tudo aquilo a que tem direito”, completou Azevêdo.

O caso gerou faíscas também em Alagoas. Por meio de suas redes sociais, o governador do estado, Renan Filho (MDB), deu a seguinte declaração: “Não ao preconceito ao Nordeste e ao nosso povo. Respeito, federação e democracia são conceitos amplos que não combinam com a visão pequena, mesquinha”.

Edição: Rodrigo Chagas

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FMI REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA PARA 0,8% EM 2019

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FMI REDUZ PREVISÃO DE CRESCIMENTO DA ECONOMIA BRASILEIRA PARA 0,8% EM 2019

Segundo especialistas, mudança na projeção está atrelada a incertezas de investidores estrangeiros, que esperam, por exemplo, pela aprovação da Reforma da Previdência

Repórter Cintia Moreira | Agência do Rádio. – O Fundo Monetário Internacional, o FMI, divulgou nesta terça-feira (23) um relatório que reduz para 0,8% a previsão de crescimento da economia brasileira para 2019. Na avaliação do executivo financeiro Adilson Bretherick, o FMI reviu essa estimativa porque o Brasil ainda não deu todos os indícios de recuperação econômica.

“Neste caso, o FMI está dizendo que está pessimista com relação à posição de mercado brasileiro. Está dizendo que o mercado brasileiro deve retrair frente àquilo que ele estava esperando, que era uma coisa em torno de 2,1% de crescimento do PIB, reduziu a sua expectativa para 0,8%. Ou seja, um pouco menos que 1%”, comentou.

Para o economista William Baghdassarian, o FMI alega que essa piora é resultado de um notório enfraquecimento da confiança, mediante a algumas incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência e de outras reformas.

“A gente tem que lembrar que cada vez que a expectativa é alterada, os agentes econômicos decidem investir ou deixar de investir na economia. Vamos imaginar que a Reforma da Previdência corra algum risco de não passar. Eu, como agente econômico, o quê que eu faria? Eu simplesmente cortaria o investimento privado, que eu viesse a fazer, porque eu tenho um governo que tem uma dívida em trajetória explosiva. O mercado, na verdade, trabalha muito por expectativa. Ele antecipa as coisas. Então, na medida em que o ambiente de otimismo voltar, o mercado vai voltar”, afirmou.

Para 2020, a expectativa do FMI é de crescimento brasileiro de 2,4%, número que continua abaixo dos 2,5% esperados em abril deste ano.

SEM DINHEIRO, GOVERNO QUER SUBSTITUIR MAIS MÉDICOS POR PROGRAMA 50% MAIS CARO

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SEM DINHEIRO, GOVERNO QUER SUBSTITUIR MAIS MÉDICOS POR PROGRAMA 50% MAIS CARO

Profissional do Mais Médicos recebe bolsa de R$ 12 mil; com a proposta de criação de “carreira”, custo subiria para R$ 18 mil / Foto: Agência Brasil

Gestora do Ministério da Saúde disse que haverá concurso até o fim do ano para contratar 18 mil profissionais.

Cecília Figueiredo – Saúde Popular – Brasil de Fato – Mesmo afundado em déficits, sem perspectiva de retomada de investimentos e paralisado por sucessivos cortes orçamentárias, o governo estuda substituir o programa Mais Médicos por um projeto que custará no mínimo 50% mais caro do que o implantando com sucesso pela presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2013 – e que começou a ruir depois que Jair Bolsonaro (PSL) se elegeu, no final do ano passado.

O fim do Mais Médicos – que chegou a ter 18.240 profissionais levando atendimento básico de saúde para mais de 60 milhões de brasileiros – vem sendo anunciado desde o início do mandato. Segundo o governo, ele será substituído por um programa que investirá numa “carreira de médicos federais”, até aqui pouco detalhado.

Nesta terça-feira (23), a médica Mayra Isabel Correa Pinheiro, gestora graduada do Ministério da Saúde, informou que até o fim do ano o governo vai abrir concurso público para cobrir as 18 mil vagas originais, pagando salários “superiores” às bolsas oferecidas atualmente.

Falando para um público especializado durante II Fórum Nacional Pró-SUS, em Brasília, Mayra, que é secretária de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde do Ministério, disse que os profissionais que optarem por atuar em áreas mais vulneráveis e de difícil acesso gozariam de aposentadoria especial com 21 anos de trabalho.

“Existe uma diferença da Carreira de Estado, pelas peculiaridades jurídicas, para a Carreira Federal de Médicos, que está sendo criada junto com AMB, CFM e o Ministério da Saúde. O concurso público deve acontecer até o final do ano”, garantiu ela no evento, que é promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

A gestora foi questionada pelo professor Aristóteles Homero dos Santos Cardona Júnior, médico de Família e especialista em Saúde Coletiva.

“A grande questão que fica é que fiz uns cálculos rápidos para a provisão de médicos na carreira federal a 12 mil reais de salário, mais FGTS, férias e outros encargos, somaria R$ 18.346 por médico. Se hoje temos um médico bolsista por 12 mil reais e o Estado não tem financiamento, como será para financiar os 18.346 reais? Acho que o Paulo Guedes não sabe disso”, ironizou

O modelo do Mais Médicos remunera os profissionais com bolsas de R$ 11.800, mais ajuda de custo para deslocamento quando da ida para a área escolhida. Além disso, os médicos têm moradia e alimentação custeadas pelos municípios.

Mayra, porém, disse que não seriam necessários novos investimentos para bancar a operação, bastando o “uso correto” dos recursos da pasta. Ela chegou a afirmar, sem mais detalhes ou explicações, que, dos R$ 4,5 bilhões destinados ao Ministério, “R$ 3,5 bi eram gastos no passado de forma ilícita”.

Provimento e fixação

Cardona, que participou da mesa “Carreira Médica Federal, Programa Mais Médicos e Residência Médica”, citou um estudo publicado pela revista The Lancet – “Sistema Único de Saúde no Brasil: os primeiros 30 anos e perspectivas para o futuro” -, para ressaltar a necessidade de financiamento da saúde via setor público.

Com relação ao provimento e fixação de profissionais, ele lembrou que se trata de um problema histórico, destacando que o Mais Médicos conseguiu avanços nessa área.

“Óbvio que já se propunha uma política provisória. Porém, contemplava, além da fixação de médicos, ampliação de especialização em Medicina da Família e Comunidade e a construção de unidades de saúde. Foi muito interessante ver a transformação do que era o atendimento no sertão de Petrolina (PE), numa unidade que funcionava em casebre, e hoje as pessoas são atendidas em unidades padrão que foram construídas pelo programa Mais Médicos”, disse.

Sem respostas

A mesa redonda da manhã incluiu debates sobre avaliação das escolas médicas; o risco de precarização dos médicos egressos de cursos particulares, que recebem uma bolsa de R$ 2.900 e têm que arcar com o pagamento da dívida do curso; a revalidação como processo que certifica a qualidade; e a oferta proposta de especialização para a fixação em áreas de difícil acesso.

“Como se lida com os interesses dos médicos egressos para atrair a uma especialização em Medicina de Família e Comunidade, por exemplo, quando ele vislumbra o cirurgião plástico que anda de carro importado e viaja para o exterior?”, questionou Francisco de Assis Romeiro Figeroa Benício Coelho, segundo secretário da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR).

Para Cardona, que apresentou a visão da Abrasco, não há como debater novos projetos sem a revogação da Emenda Constitucional 95, que instituiu o teto de gastos e limitou ainda mais os investimentos em Saúde e Educação.

Edição: João Paulo Soares

O IMPÉRIO CONTRA-ATACA

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O IMPÉRIO CONTRA-ATACA

Brasil247 – Leonardo Attuch – Para o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247, Jair Bolsonaro tentará fazer com Glenn Greenwald exatamente o que Trump fez com Julian Assange, do Wikileaks; “O jogo é pesado. O ‘Ocidente’ está em guerra contra a China e contra o mundo não alinhado. Dilma foi derrubada, Lula foi preso e o Brasil foi ocupado. A Vaza Jato desorganizou o jogo. Estamos assistindo agora a reação. O Império contra-ataca”

Minha visão sobre o caso dos hackers é simples: Bolsonaro tentará fazer com Glenn Greenwald exatamente o que Trump fez com Julian Assange, do Wikileaks. E a discussão não terá nada a ver com a autenticidade ou não das mensagens.

Ao caracterizar o editor do Intercept como mandante da invasão de celulares de autoridades, mesmo sem qualquer evidência que vá além de eventuais delações forçadas de “hackers”, o governo brasileiro retirará de Glenn Greenwald as prerrogativas que protegem os jornalistas.

Se ele será preso ou não, como desejam alguns aliados de Bolsonaro, é outra história. Seria um escândalo internacional, que caracterizaria de vez o Brasil como uma ditadura ou, na melhor das hipóteses, uma pós-democracia. Mas será que Bolsonaro se importa com a imagem do País?

O jogo é pesado. O “Ocidente” está em guerra contra a China e contra o mundo não alinhado. Dilma foi derrubada, Lula foi preso e o Brasil foi ocupado. A Vaza Jato desorganizou o jogo. Estamos assistindo agora a reação. O Império contra-ataca.

DEPUTADA BOLSONARISTA PREVÊ DELAÇÃO DOS “HACKERS”

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DEPUTADA BOLSONARISTA PREVÊ DELAÇÃO DOS

(Foto: Carla Zambelli)

“Agora a história fica divertida: os hackers foram enquadrados na lei de organizações criminosas. Ou seja, a lei permite que fechem acordo de delação premiada e revelem o MANDANTE do crime! Tic-tac, tic-tac…”, postou ela, sinalizando os próximos capítulos da operação montada pelo governo contra o Intercept.

Brasil247 – O roteiro da novela montada contra o Intercept parece previsível. A Polícia Federal prendeu quatro supostos “hackers” que teriam invadido o celular de Sergio Moro e Deltan Dallagnol, eles foram enquadrados na lei das organziações criminosas e só serão libertados se fizerem um acordo de delação premiada. Sairão da cadeia caso indiquem quem é o mandante da suposta invasão. Ou seja: está preparada a cama de gato para prender o jornalista Glenn Greenwald, editor do site Intercept. O recado foi dado pela deputada bolsonarista Carla Zambelli.

Confira seu tweet e reportagem  da Reuters sobre o caso:

BRASÍLIA (Reuters) – A Polícia Federal cumpriu quatro mandatos de prisão temporária e sete de busca e apreensão nesta terça-feira em uma operação contra suspeitos da invasão de celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Em nota divulgada, a PF não dá detalhes e afirma que a operação Spoofing visa “organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal confirmou a jornalistas que os alvos da operação são acusados de hackearem o celular do ministro da Justiça, Sergio Moro.

Segundo a Justiça Federal do Distrito Federal, os mandatos foram assinados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara, e o sigilo envolvendo as ordens será retirado às 12h de quarta-feira.

As pessoas detidas foram transferidas para Brasília para prestarem depoimentos, segundo assessora da JFDF.

 

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LÍDER DO GOVERNO, JOICE AMEAÇA GLENN: SUA HORA TÁ CHEGANDO

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LÍDER DO GOVERNO, JOICE AMEAÇA GLENN: SUA HORA TÁ CHEGANDO

Joice afirma que demissão de Bebianno é ‘ferida’ no governo

Brasil247 – A deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP), líder do governo Bolsonaro na Câmara, insinuou que o jornalista Glenn Greenwald, editor do Intercept, que revelou os diálogos da Vaza Jato, poderá ser preso, após a operação contra quatro supostos hackers deflagrada nesta terça-feira. “@ggreenwald tic-tac…sua hora tá chegando…”, escreveu

A prisão de quatro supostos hackers, que teriam invadido os celulares de Sergio Moro e Deltan Dallagnol, poderá ser usada como pretexto para a prisão do jornalista Glenn Greenwald, editor do site Intercept. Foi o que insinuou a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), que também disse ter tido seu celular “hackeado”. No twitter, ela fez um alerta: “@ggreenwald tic-tac…sua hora tá chegando…”.

Ao que tudo indica, o próximo passo será a delação dos “hackers” para que Glenn seja caracterizado como mandante da suposta invasão dos celulares.

Confira o tweet de Joice e reportagem da Reuters:

https://twitter.com/joicehasselmann/status/1153802585922400257?s=20

BRASÍLIA (Reuters) – A Polícia Federal cumpriu quatro mandatos de prisão temporária e sete de busca e apreensão nesta terça-feira em uma operação contra suspeitos da invasão de celular do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Em nota divulgada, a PF não dá detalhes e afirma que a operação Spoofing visa “organização criminosa que praticava crimes cibernéticos”.

A assessoria de imprensa da Polícia Federal confirmou a jornalistas que os alvos da operação são acusados de hackearem o celular do ministro da Justiça, Sergio Moro.

Segundo a Justiça Federal do Distrito Federal, os mandatos foram assinados pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara, e o sigilo envolvendo as ordens será retirado às 12h de quarta-feira.

As pessoas detidas foram transferidas para Brasília para prestarem depoimentos, segundo assessora da JFDF.

 

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FUTURO PROMETE COLISÕES NAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE EUA E CHINA. 

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FUTURO PROMETE COLISÕES NAS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE EUA E CHINA. 

JAPÃO, TAIWAN, COREIA DO SUL E CHINA SE DESENVOLVERAM FAZENDO O CONTRÁRIO DO QUE SE TINHA POR CONSENSO: PROTEÇÃO DA INDÚSTRIA NACIONAL.

Não vai ser fácil para os americanos partilharem a liderança monetária com os asiáticos

Por Luiz Gonzaga Beluzzo. *CartaCapital.* – Nos trabalhos elaborados para as reuniões que precederam as reformas de Bretton Woods em julho de 1944, John Maynard Keynes formulou a proposta mais avançada e internacionalista de gestão da moeda internacional. Baseado nas regras de administração da moeda bancária, o Plano Keynes previa a constituição de uma entidade pública e supranacional encarregada de controlar o sistema internacional de pagamentos e de provimento de liquidez aos países deficitários. Tratava-se não só de contornar o inconveniente de submeter o dinheiro universal às políticas econômicas do país emissor, como observamos agora, mas de evitar que a moeda internacional assumisse a função de perigoso agente da “fuga para a liquidez”.

As transações comerciais e financeiras seriam denominadas em bancor e liquidadas nos livros da instituição monetária internacional, a Clearing Union. Os déficits e superávits seriam registrados em uma conta corrente que os países manteriam na Clearing Union. No novo arranjo institucional, tanto os países superavitários quanto os deficitários estariam obrigados, mediante condicionalidades, a reequilibrar suas posições, o que distribuiria o ônus do ajustamento de forma mais equânime entre os participantes do comércio internacional. No Plano Keynes, não haveria lugar para a livre movimentação de capitais em busca de arbitragem ou de ganhos especulativos.

Em 1944, nos salões do hotel Mount Washington, na acanhada Bretton Woods, a utopia monetária de Keynes capitulou diante da afirmação da hegemonia americana que impôs o dólar, ancorado no ouro, como moeda universal.

Essas características do arranjo monetário realmente adotado em Bretton Woods sobreviveram ao gesto de 1971 (a desvinculação do dólar em relação ao ouro) e à posterior flutuação das moedas em 1973. Na esteira da desvalorização continuada dos anos 70, a elevação brutal do juro básico americano em 1979 derrubou os devedores do Terceiro Mundo, lançou os europeus na “desinflação competitiva” e culminou na crise japonesa dos anos 90. Na posteridade dos episódios críticos, o dólar fortaleceu-se, agora em obediência ao papel dos Estados Unidos como “demandantes e devedores de última instância”.

A crise dos empréstimos hipotecários e seus derivativos, que hoje nos aflige, nasceu e se desenvolveu nos mercados financeiros dos Estados Unidos. Na contramão do senso comum, os investidores globais empreenderam uma fuga desesperada para os títulos do governo americano.

A pretendida e nunca executada reforma do sistema monetário internacional, ou coisa assemelhada, não vai enfrentar as conturbações geradas pela decadência dos EUA. Vai, sim, acertar contas com os desafios engendrados pelas assimetrias de ajustamento provocadas pelo desarranjo da economia sino-americana, ancorada na força do dólar e no poder dos mercados financeiros dos Estados Unidos.

Impulsionado pela “deslocalização” da grande empresa dos EUA e ancorado na generosidade da finança privada do país, o processo de integração produtiva e financeira das últimas duas décadas deixou como legado o endividamento sem precedentes das famílias “consumistas” americanas, a migração da indústria manufatureira para a Ásia “produtivista” e os desregramentos do endividamento público nos países desenvolvidos.

A interdependência sino-americana não esgota seus efeitos no desequilíbrio comercial entre os dois países, mas avança suas consequências para a Ásia manufatureira e estende sua influência à África e à América Latina, não só como fontes provedoras de matérias-primas, mas como espaço de expansão de empresas chinesas que iniciam um forte movimento de internacionalização. Está claro que os chineses ensaiam cautelosa, mas firmemente a internacionalização do yuan ao ampliar a conversibilidade financeira e multiplicar rapidamente os acordos de troca de moedas (swaps) com seus parceiros comerciais mais importantes.

Não vai ser fácil para os americanos partilharem a liderança monetária com a China. Muitos argumentam que a política de inundação de liquidez destinada a adquirir, sobretudo, títulos de dívida de longo prazo (quantitative easing) em nada afetou sua utilização como moeda de denominação das transações comerciais e financeiras, a despeito do avanço do yuan nos negócios entre os países asiáticos e, provavelmente, agora nas transações entre os BRICS.

Seja como for, a crise demonstrou que a almejada correção dos chamados desequilíbrios globais vai exigir regras de ajustamento não compatíveis com o sistema monetário internacional em sua forma atual, aí incluído o papel do dólar como moeda reserva. Isso não significa prognosticar a substituição da moeda americana por outra moeda, seja o euro, seja o yuan, mas constatar que o futuro promete solavancos e colisões nas relações comerciais e financeiras entre as nações.

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