MATARAM O JORNALISTA SAUDITA NA EMBAIXADA NA TURQUIA E A VIDA SEGUE, POR QUE GLENN NÃO SERIA PRESO?

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MATARAM O JORNALISTA SAUDITA NA EMBAIXADA NA TURQUIA E A VIDA SEGUE, POR QUE GLENN NÃO SERIA PRESO?

Moro e Glenn Greenewald (Montagem/ Agência Câmara)

Revista Fórum – Por Renato Rovai – Moro neste momento é um guerreiro em busca de sobrevivência. Ele sabe que se Glenn continuar fustigando-o com áudios, textos e vídeos, ele ficará cada vez menor. E, por isso, vai buscar fazer com ele o que fez com Lula. Ele também sabia que era ele ou Lula.

Mesmo sem base nenhuma na realidade recente, há gente que ainda exale otimismo e julgue qualquer lance mais arriscado por parte do governo Bolsonaro ou de Moro como teoria da conspiração.

Imagina se vão prender ou deportar o Glenn, o cara é americano.

Imagina se vão prender ou deportar o cara, ele e prêmio Pulitzer.

Imagina se vão prender ou deportar o cara, o marido dele é deputado.

Imagina se vão prender ou deportar o cara, ele enfrentou a NSA e conseguiu proteger o Snowden.

Imagina….

A lista segue por horas a depender do interlocutor. A questão é que a realidade mudou de uma maneira impressionante nos últimos anos. Em especial, no Brasil. Mas não só.

Trump é presidente dos EUA. E ele é bem diferente de Obama. (Há quem ache que não, mas, convenhamos, há quem ache qualquer coisa.)

A investigação de Glenn da NSA foi feita na gestão do democrata. Que, com todos os defeitos, tinha algum apreço pela liberdade de imprensa.

Na gestão de Trump, ocorreu o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, crítico ao governo da Arábia Saudita dentro do consulado de seu país, em Istambul. Khashoggi vivia e trabalhava nos EUA. Era colaborador de um dos mais importantes jornais do mundo, o Washington Post.

Ficou provado que houve envolvimento do governo saudita e do seu príncipe Salman.

O que Trump fez? Deu de ombros e passou pano.

O que Bolsonaro fez ao encontrar o Mohammad bin Salman no G20? Fez uma foto sorrindo com ele.

Ao mesmo tempo, Snowden está foragido e Assange está preso.

Por que não Glenn?

Moro foi aos EUA consultar a chefia sobre como devia agir. Ao voltar, surgem os hackers de Araraquara, que assumem em horas o crime e a entrega do material para o Intercept.

Enquanto a história ainda não havia se tornado pública, vários bolsonaristas anunciavam que tiveram seus celulares invadidos, entre eles a deputada Joice Hasselmann e o ministro da Economia Paulo Guedes. Hoje, Moro diz a Veja que o presidente também foi hackeado.

E que isso é uma questão de segurança nacional. Quem viveu a ditadura sabe como era utilizada a Lei de Segurança Nacional.

Pronto, a narrativa já coloca Glenn como um receptador de um crime de segurança nacional ou, pior ainda, alguém que pagou por um crime de segurança nacional. Já que encontraram dinheiro na casa de um dos tais hackers.

A novela tabajara de Moro tem um final já escrito. Nele Glenn, no limite, vai ter de achar um outro país para viver.

Evidente que Moro não joga sozinho e já ultrapassou nos últimos dias várias linhas que separam a legalidade do autoritarismo mais chumbrega. Mas sabemos que isso não é algo que o impede de continuar sua saga.

Ele não tem mais o que perder no quesito moral. Já se alinhou ao bolsonarismo e jogou fora qualquer lustro que tenha obtido nos tempos de juiz da Lava Jato.

Moro neste momento é um guerreiro em busca de sobrevivência. Ele sabe que se Glenn continuar fustigando-o com áudios, textos e vídeos, ele ficará cada vez menor.

E, por isso, vai buscar fazer com ele o que fez com Lula. Ele também sabia que era ele ou Lula.

Dessa vez, porém, ele tem o controle dos órgãos policias e de toda a investigação.

E ainda vai buscar envolver o PT na história, com a narrativa de que os recursos para a compra dos hackers podem ter vindo do partido. Narrativa que, aliás, já está em curso.

Se Glenn vier a ser preso. O que Trump já deve ter autorizado, nada mudará na vida do povo. Só que o Brasil será uma ditadura. E não haverá mais segurança para qualquer outro jornalista por aqui.

E neste momento a novela tabajara (como todas que levam a uma ditadura explicita) segue seu curso neste sentido.

Nada está definido, mas o bafo quente e hálito nauseante já estão no ar.

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GLENN DENUNCIA AO MUNDO QUE MORO QUER RESSUSCITAR LEI DE SEGURANÇA NACIONAL PARA PRENDÊ-LO

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GLENN DENUNCIA AO MUNDO QUE MORO QUER RESSUSCITAR LEI DE SEGURANÇA NACIONAL PARA PRENDÊ-LO

Brasil247 – O jornalista Glenn Greenwald lançou globalmente um tweet em inglês no começo da tarde desta quinta-feira anunciando que o ministro Sérgio Moro ameaça transformar o Brasil numa ditadura; o editor do Intercept afirmou que Moro pode ressuscitar a Lei de Segurança Nacional para prendê-lo.

O jornalista Glenn Greenwald lançou globalmente um tweet em inglês no começo da tarde desta quinta-feira (25) anunciando que o ministro Sérgio Moro ameaça transformar o Brasil numa ditadura. O editor do Intercept afirmou que Moro pode ressuscitar a Lei de Segurança Nacional para prendê-lo.

No tweet, lançado às 13h44, o editor do Intercept escreveu (em tradução livre): “Impensável em qualquer democracia: o ministro da Justiça, Sergio Moro, está comandando a investigação contra nosso jornalismo, apesar de ser sua corrupção o que temos tornado pública. Ele está ameaçando utilizar uma lei da época da ditadura, a Lei de Segurança Nacional, para prender-me por fazer jornalismo”. O tweet referia-se a uma reportagem da versão internacional da Folha de S.Paulo sobre a tentativa de Moro de vincular os “hackers” aos vazamentos da Vaza Jato.

Na manhã desta quinta-feira, o Ministério da Justiça divulgou nota segundo a qual os supostos “hackers” de Araraquara teriam atacado celulares usados por Jair Bolsonaro. A estratégia de Moro é transformar o escândalo que desmoralizou-o e à Lava Jato num caso de “segurança nacioal” para justitificar medidas repressivas contra o Intercept, o jornalista Glenn Greenwald e atacar a liberdade de imprensa no país.

Numa nota de apenas quatro linhas, Moro usou a expressão “segurança nacional” duas vezes. Se agora Moro alega “segurança nacional”,  em 2016  grampeou ilegalmente uma presidente da República, Dilma Rousseff, para criar as condições para o golpe de Estado.

Leia a nota de Moro: “O Ministério da Justiça e Segurança Pública foi, por questão de segurança nacional, informado pela Polícia Federal de que aparelhos celulares utilizados pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, foram alvos de ataques pelo grupo de hackers preso na última terça feira (23). Por questão de segurança nacional, o fato foi devidamente comunicado ao Presidente da República”.

Ecoando seu ministro, Bolsonaro foi ao Twitter e disse que a suposta invasão representa um “atentado contra o Brasil”, embora existam indícios de que os “hackers” tenham sido fabricados pelo governo.

“Por questão de segurança nacional, fui informado pela Polícia Federal e @JusticaGovBR de que meus celulares foram invadidos pela quadrilha presa na terça, 23. Um tentado grave contra o Brasil e suas instituições. Que sejam duramente punidos! O Brasil não é mais terra sem lei”, escreveu o chefe do Planalto no Twitter.

HELENO NOMEIA ESPIÃ DA ABIN COMO ASSESSORA DE REITORIA EM UNIVERSIDADE FEDERAL

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HELENO NOMEIA ESPIÃ DA ABIN COMO ASSESSORA DE REITORIA EM UNIVERSIDADE FEDERAL

Brasil247 – O general Augusto Heleno, ministro chefe do GSI, nomeou uma espiã da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) com assessora da reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul; nome da agente sequer foi publicado no Diário Oficial, permanecendo secreto; sabe-se apenas que a espiã tem a matrícula nº 909050 e que ocupa cargo de Oficial de Inteligência; o gesto é sem precedentes, mesmo na época da ditadura militar.

O general Augusto Heleno, ministro chefe do Gabinete de Segurança Intitucional (GSI), nomeou uma espiã da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) com assessora da reitoria da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS). O nome da agente sequer foi publicado no Diário Oficial, permancendo secreto (veja aqui). Sabe-se apenas que a espiã tem a matrícula nº 909050 e que ocupa cargo de Oficial de Inteligência.

Nem no período da ditadura militar havia nomeações explícitas de espiões para universidades públicas -os “arapongas”, como eram conhecidos os agentes do SNI (Serviço Nacional de Informações) eram infiltrados clandestinamente nas universidades, sindicatos e movimentos sociais.

Leia a íntegra da portaria sem precedentes, com data do último dia 11 de julho:

O MINISTRO DE ESTADO CHEFE DO GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA,no uso da sua competência prevista no art.17 do Decreto nº 9.144, de 22 de agosto de 2017, e considerando o disposto no inciso I do art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, com a redação conferida pelo art. 22 da Lei nº 8.270, de 17 de dezembro de 1991, e demais informações que constam do processo nº 23104.000036/2019-49, resolve:

Art. 1º Autorizar, por prazo indeterminado, a cessão da servidora matrícula nº 909050, pertencente ao quadro de pessoal da Agência Brasileira de Inteligência – ABIN, para exercer o cargo comissionado de Assessora da Reitoria, código CD-04, na Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS.

Art. 2º O ônus pela remuneração ou salário é do órgão cedente.

Art. 3º Ao término da cessão, a servidora deverá apresentar-se imediatamente ao órgão cedente.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.

 

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DIA DO TRABALHADOR RURAL | COMO O GOVERNO BOLSONARO IMPACTA A VIDA NO CAMPO

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DIA DO TRABALHADOR RURAL | COMO O GOVERNO BOLSONARO IMPACTA A VIDA NO CAMPO

Presidente da Contag e dirigente do MST criticam políticas de Bolsonaro para os trabalhadores rurais / Foto: MDA

Alinhado ao agronegócio, capitão reformado promove uma avalanche de medidas que precarizam o trabalho dos camponeses

Igor Carvalho – Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O Dia do Trabalhador Rural é comemorado no Brasil em 25 de julho, com base no Decreto-Lei nº 4.338, de 1º de Maio de 1964. Em 2019, as organizações e entidades ligadas ao tema aproveitam a data para chamar a atenção para os retrocessos promovidos pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). Nos primeiros sete meses de mandato, o presidente tem demonstrado alinhamento com setores do agronegócio, propondo medidas que ameaçam de diferentes formas a vida de famílias camponesas.

Principal bandeira econômica da gestão Bolsonaro, a reforma da Previdência é uma das maiores preocupações dos trabalhadores rurais. No último dia 12 de julho, ela foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

Na avaliação do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos, o texto original continha uma série de armadilhas, preparadas pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, que dificultariam a aposentadoria dos trabalhadores rurais. Na Comissão Especial, que preparou o documento final para ser votado em segundo turno no retorno do recesso parlamentar, em agosto, foram feitos “reparos” importantes, após a intervenção de diversos parlamentares e dos movimentos populares e sindicais.

“Nós, enquanto categoria, estamos amenizando bastante os efeitos dela [reforma da Previdência] para o trabalhador rural, mas ela continua perversa para a maioria da classe trabalhadora”, afirma Santos.

No texto final, ficou garantida a idade miníma para aposentadoria de 60 anos para homens e 55 para mulheres. Porém, a proposta original pedia que houvesse equidade na idade, de 60 anos para homens e mulheres.

O mesmo ocorre com relação ao tempo de contribuição. No texto do governo, homens e mulheres deveriam contribuir por 20 anos para se aposentar. Na versão final da reforma, homens contribuem por 20 anos e mulheres por 15 anos.

O que Paulo Guedes não admitiu no texto original era taxar o agronegócio. Porém, a oposição conseguiu inserir na versão final uma taxa de 2,6% sobre a comercialização e exportação de produtos rurais. O novo imposto pode representar R$ 84 bilhões ao ano para os cofres públicos.

Alexandre Conceição, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), alerta que a reforma da Previdência pode impactar negativamente a economia brasileira: “Os camponeses vão perder força no seu orçamento. Além de perder força, não vão se aposentar no limite da idade de contribuição. Portanto, os mais de dois mil municípios desse país que sobrevivem da aposentadoria rural, do pequeno agricultor, serão afetados. O município, o comércio local e as famílias serão afetados”.

Precarização do trabalho

Criado em 26 de novembro de 1930, o Ministério do Trabalho foi extinto por Bolsonaro. Para o presidente da Contag, esse episódio é “desastroso”.

“Isso é exatamente para facilitar a vida dos patrões, para precarizar mais as relações [de trabalho], para aumentar o trabalho escravo. E isso tem impacto na questão do registro sindical, que sai do Ministério do Trabalho e vai para o Ministério da Justiça”, explica o sindicalista.

O fim do ministério coincide com a diminuição dos mecanismos de prevenção e controle do trabalho análogo à escravidão. De acordo com a Secretaria do Trabalho, subordinada ao Ministério da Economia, foram 54 operações de combate ao trabalho escravo de janeiro a junho de 2019 – 57% a menos em relação ao mesmo período de 2018.

Violência no campo

O projeto que libera a posse de armas em toda a extensão de propriedades rurais está na fila de pautas da Câmara dos Deputados. O texto, que já foi aprovado no Senado, deve ser votado ainda neste ano e, caso aprovado, pode gerar mais violência no campo.

Conceição, do MST, entende que Bolsonaro procura incentivar a guerra no campo. “Nós sempre declaramos que somos contra armas, porque com esse decreto só poderá se armar quem tem grana, ou seja, os ricos, não os pobres. Não existe massacre de latifundiário, existe massacre do povo trabalhador. Portanto, quanto mais arma no campo, mais perigo corremos. Somos contra o armamento e a favor da reforma agrária e da paz no campo”, afirma.

O texto reduz a exigência de idade mínima para o porte da arma de 25 para 21 anos. Para ter acesso ao armamento, é necessário um comprovante de residência em área rural, além de um atestado de bons antecedentes.

Meio ambiente

Em sete meses, o governo Bolsonaro fez mais liberações de novos agrotóxicos do que a União Europeia (UE) nos últimos oito anos. Foram 290 autorizações no Brasil contra 229 na UE, desde 2011. O estrago provocado na refeição dos brasileiros é “incalculável”, segundo Conceição. A liderança do MST afirma que “o Brasil está entrando na contramão da história do mundo, de proteção do meio ambiente e produção de um alimento saudável”.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o ex-presidente da Associação Brasileira da Reforma Agrária (ABRA), Gerson Teixeira, afirmou que a avalanche de liberação dos agrotóxicos tem motivação econômica. “A estratégia deles é viabilizar uma oferta grande de venenos e, com isso, fazer baixar o preço deles, independente se isso vá resultar em uma maior contaminação do meio ambiente ou do alimento”.

Dados recentes mostram que a exposição ao agrotóxico é prejudicial para os trabalhadores rurais e suas famílias. Em dezembro de 2018, no município de Espigão do Alto (PR), 96 pessoas foram contaminadas com Paraquete, um veneno proibido na Europa desde 2007. Entre os afetados, 52 eram crianças que estudavam em uma escola rural na região.

No dia 20 de julho de 2018, a ONG Human Rights Watch divulgou um estudo denunciando a contaminação de trabalhadores rurais e crianças que estudam em escolas rurais. A entidade afirma que o Brasil utiliza 1,5 milhão de toneladas de veneno. Entre os dez produtos mais utilizados no país, quatro são proibidos na Europa devido à alta intensidade de contaminação.

Educação e reforma agrária

Desde sua fundação, o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) funciona pela interação entre três polos: Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), universidades e movimentos populares. Quando surge uma demanda dos movimentos ligados à terra, universidades públicas se organizam para criar cursos de graduação e pós-graduação que atendam o público-alvo. Então, o Incra libera a verba e realiza a fiscalização.

O programa já contou com orçamento de R$ 40 milhões, durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Porém, quando estava na presidência, Michel Temer (MDB) derrubou para R$ 7 milhões o investimento no projeto. De acordo com Conceição, há 60 cursos paralisados. Outros 90, que estavam aprovados, não foram contratados.

“O dinheiro continua lá, no orçamento público, mas parado, porque a linha desse governo é atacar a educação como todo, mas sobretudo a educação no campo, para a formação do intelectual do povo no campo”, afirma o dirigente do MST. Ele acredita que na Lei Orçamentária Anual (LOA), que deve ser apresentada pelo governo em agosto deste ano, já não constará nenhum valor destinado para o Pronera.

O governo demonstra desprezo não apenas pelos programas educacionais no campo, mas pela reforma agrária. Segundo os entrevistados, o Incra, na gestão de Bolsonaro, tornou-se uma secretaria subordinada ao Ministério da Agricultura, que é comandado por Tereza Cristina – um dos expoentes do agronegócio brasileiro.

Em seis meses, Bolsonaro suspendeu por duas vezes a reforma agrária no país. A primeira, em janeiro, logo após assumir a Presidência. Na segunda, em março, a ordem chegou em carta enviada aos coordenadores regionais do Incra, com a determinação de “expressa suspensão” de todos os processos de vistoria de imóveis rurais, por falta de orçamento.

“Sem reforma agrária, não há desenvolvimento sustentável no campo brasileiro e nem democracia. A democracia requer a gente fazer a melhor distribuição da terra. É importante para a geração de ocupação, emprego e renda no campo e de produção de alimentos acima de tudo. Então, é muito ruim essa compreensão do governo que não precisa de reforma agrária no Brasil”, encerra Santos, presidente da Contag.

Para Conceição, Jair Bolsonaro quer acabar com a agricultura familiar. “O que mais me preocupa é o próprio governo, porque ele está modificando uma linha, que era uma linha de avanço da agricultura familiar, que produz alimentos. Mais de 70% do alimento que vai na mesa do trabalhador. E esse governo, com esses pontos todos, com essas medidas, tende a piorar a situação no campo”, argumenta.

Edição: Daniel Giovanaz

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LULA É ABSOLVIDO EM PROCESSO ENVOLVENDO OBRAS DA ODEBRECHT EM ANGOLA

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LULA É ABSOLVIDO EM PROCESSO ENVOLVENDO OBRAS DA ODEBRECHT EM ANGOLA
O ex-presidente Lula – Foto: PAULO WHITAKER – Crédito:REUTERS

Juiz de Brasília entendeu que faltaram provas e indícios das supostas ilegalidades apontadas na denúncia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi absolvido em processo aberto contra ele em Brasília, envolvendo supostas ilegalidades em contratos que a Odebrecht firmou em Angola para obras de engenharia.

A absolvição se deu quanto às acusações de lavagem de dinheiro e organização criminosa. No primeiro caso, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, entendeu que o Ministério Público não apresentou provas nem indícios que justificassem a acusação contra Lula ou mesmo as supostas ilegalidades nos contratos da empreiteira no país Africano.

“Em suma, não houve descrição suficiente, nem individualização das condutas dos réus na denúncia, nem convincente capitulação legal do delito, de maneira que tenho como inidônea a denúncia nesse particular”, concluiu o juiz.

No segundo caso, a acusação foi extinta porque já existe outro processo tratando do mesmo assunto.

Para outras acusações do processo, no entanto, o juiz deu prosseguimento às investigações – irá ouvir testemunhas e determinar novas diligências para esclarecer as questões apresentadas. Aqui, basicamente, Lula é acusado de suposto “tráfico de influência” junto ao BNDES para que este fizesse empréstimos à empreiteira – com o que, segundo a denúncia, teria obtido benefícios.

Em nota, a defesa de Lula elogiou a decisão do juiz, de “absolver sumariamente” o ex-presidente de parte das acusações, e afirmou que confia no mesmo desfecho para os demais pontos.

“Buscaremos no tribunal o encerramento total da ação desde logo, porque Lula não praticou qualquer crime”, afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins.

Edição: João Paulo Soares

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VÍDEO | O QUE É O FORO DE SÃO PAULO?

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VÍDEO | O QUE É O FORO DE SÃO PAULO?
A última edição do Foro aconteceu em Havana, Cuba. Este ano, o evento será sediado pela segunda vez na Venezuela. A primeira foi em 2008 / Foto: Divulgação

Brasil de Fato relembra fatos marcantes da história do maior encontro de movimentos sociais e políticos do continente

Texto: Fania Rodrigues; Vídeo: Michele de Mello – Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) – Com o tema “Pela Paz, a Soberania e a Prosperidade dos Povos: Unidade, Luta, Batalha e Vitória!”, o Foro de São Paulo volta a Caracas e reunirá entre quinta-feira (25) e domingo (28) cerca de 800 delegados de 150 partidos e movimentos. É a segunda vez que o Foro acontece na capital venezuelana.

Para o seu 25º encontro, o Foro convidou organizações europeias mas também africanas, asiáticas e movimentos sociais dos Estados Unidos. Também será a primeira vez que o evento terá a participação de organizações sociais cubanas, além do Partido Comunista de Cuba

Um dos principais debates desta edição será a luta contra a guerra híbrida na Venezuela, o enfrentamento à nova postura de dominação dos Estados Unidos contra países da América Latina e a articulação de uma agenda comum de mobilização.

VÍDEO:

O Foro de São Paulo é uma organização que reúne partidos políticos e organizações de esquerdas da América Latina e o Caribe. Surgiu em 1990, fruto da articulação política do líder da Revolução Cubana, Fidel Castro, e o então dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT), Luiz Inácio Lula da Silva.

O primeiro encontro ocorreu em julho de 1990, em São Paulo. Essa é a origem do seu nome. Na época, foi considerado o maior evento de partidos e movimentos populares do continente americano. Nesses 29 anos foram realizados 24 edições do evento.

Atualmente o Foro possui 121 partidos membros. Do Brasil, além do PT, participam o PDT, o PCdoB, o PCB, o PPL, o PSB e o PPS.

Liderança dos membros fundadores

Os três grandes partidos da época, o Partido Comunista de Cuba (PCC), a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), da Nicarágua, e o Partido dos Trabalhadores (PT), do Brasil, lideraram a construção e os debates centrais.

Em 2008, o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez fundou o Partido Socialista Unidos da Venezuela (PSUV), resultado da união de vários partidos de esquerda do país.

O PSUV passou então a ter um importante papel na articulação do Foro de São Paulo.

Principais pautas do Foro

Nos anos 90, quando surgiu, as principais pautas do Foro de São Paulo eram o combate às políticas neoliberais impulsionadas pelos Estados Unidos, a redemocratização dos países que recém saíam das ditaduras militares, fortalecimento das lutas populares e iniciativas que contribuiriam com a chegada dos partidos de esquerda chegarem ao poder.

Década de ouro para a esquerda latino-americana

Entre os anos de 2002 e 2012, muitos dos partidos integrantes do Foro de São Paulo estavam governando. Entre os partidos que chegaram a chefias de governos nacionais está o Movimento para o Socialismo (2005 até o momento), da Bolívia; Partido dos Trabalhadores (2003 a 2016), do Brasil; Aliança País (2007 a 2017), do Equador, Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (2009 a 2019), de El Salvador; Partido da Libertação Dominicana (2004 até o momento), Partido Trabalhista da Dominica (2000 até o momento), Frente Sandinista de Libertação Nacional (2006 até o momento), da Nicaragua, Frente Ampla (2005 até o momento), do Uruguai, PSUV, da Venezuela (chavismo governa desde 1999, mas o PSUV nasceu em 2008) e o Partido Comunista de Cuba (que governa desde 1959).

Participação de organizações de outros continentes

Em janeiro de 2010, a organização Esquerda Unida da Europa – uma coalizão de partidos nacionais da Comunidade Econômica Europeia – expressou a intenção de aproximar-se do Foro de São Paulo. A declaração foi feita do terceiro congresso da coalizão europeia.

Em 2012, na reunião do Foro em Caracas, partidos europeus participaram pela primeira vez como convidados. Essa mesma edição foi marcada pelo ingresso da Marcha Patriótica, da Colômbia, uma coalizão política formada a partir do início dos diálogos de paz entre as Farc e o governo colombiano.

Edição: Rodrigo Chagas

BRUMADINHO: SEIS MESES DE UM CRIME SEM REPARAÇÃO

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BRUMADINHO: SEIS MESES DE UM CRIME SEM REPARAÇÃO

Dos 944 mil atingidos, menos de 10% recebem o auxílio emergencial da Vale, fixado em um salário mínimo.

Brasil de Fato – Por Pedro Stropasolas – De Brumadinho (MG) – A buzina irrompe na cidade do grito sufocado. É o ruído do trem da Vale que corta Brumadinho (MG). Sinal de que o minério não para, corre os trilhos em direção ao estrangeiro. Esse trem, contrariando toda uma região destruída pela mineração, não guardou luto durante os últimos seis meses. Ao contrário, o que se vê, se sente e se respira na cidade só atesta o lamento da mãe Andreza, que perdeu o filho: “O zelo pela vida não faz parte da mineração. Onde tem a mineração só sobrevive ela mesma”.

Em 25 de janeiro de 2019, por volta das 12h30, a Barragem I da mina Córrego do Feijão se rompeu em Brumadinho (MG). Construída a montante – o método menos seguro e mais barato –, a estrutura de mais de 40 anos era administrada pela Vale desde 2003. Foram identificados 248 mortos. Outros 22 corpos continuam soterrados pelos 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos da mineração.

Este é o primeiro capítulo da série especial do Brasil de Fato sobre os seis meses do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. As próximas reportagens vão retratar os impactos na saúde dos atingidos, os danos nas comunidades ribeirinhas e os problemas causados pelas obras da mineradora no bairro Pires.

VÍDEO:

Passados 180 dias do rompimento, as 944 mil pessoas atingidas, em diferentes níveis de intensidade, tentam retomar suas vidas. Elas moram nos 18 municípios cortados pelo rio Paraopeba, por onde a lama correu 305 km até o município de Felixlândia (MG).

Primeiro foi o barulho da lama e da destruição. Depois, os helicópteros. Hoje, são as máquinas que não param de escavar e tiram o sono de quem sobreviveu.

Na Córrego do Feijão, onde a sede da mina operava, a comerciante Sara de Souza Silva tem a única papelaria do vilarejo. O comércio não abre desde que a barragem se rompeu. Os cadernos, mochilas e outros materiais escolares permanecem trancados, na penumbra.

Ela lamenta que a mineradora não tenha agido corretamente nem para evitar a avalanche de lama, nem para reparar os danos que causou na localidade com cerca de 400 moradores, onde 27 foram mortos na tragédia.

 

 

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EDITOR DO INTERCEPT DIZ QUE INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS NÃO SÃO CONFIÁVEIS E AVISA: REPORTAGENS VÃO CONTINUAR

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EDITOR DO INTERCEPT DIZ QUE INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS NÃO SÃO CONFIÁVEIS E AVISA: REPORTAGENS VÃO CONTINUAR

Brasil247 – “A Vaza Jato mostrou que não se deve ter fé cega em investigações promovidas pelo estado, que é preciso manter o ceticismo como um muro bem alto. A julgar pela cobertura da ação da PF de Araraquara, muita gente não aprendeu nada. Ou o problema é outro”, aponta Leandro Demori.

A aparente farsa promovida pelas autoridades brasileiras no caso do “hacker de Araquara” levou o jornalista Leandro Demori, editor do Intercept, a um desabafo sobre as instituições brasileiras. “” A Vaza Jato mostrou que não se deve ter fé cega em investigações promovidas pelo estado, que é preciso manter o ceticismo como um muro bem alto. A julgar pela cobertura da ação da PF de Araraquara, muita gente não aprendeu nada. Ou o problema é outro”, afirmou.

Ao ser questionado por uma internauta sobre a continuidade das reportagens da Vaza Jato, que revelam diálogos impróprios na Lava Jato, ele também foi categórico. Confira abaixo seus tweets:

https://twitter.com/demori/status/1154068457312464897?s=20

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‘HACKER’ DE ARARAQUARA DIZ SER A FONTE DO INTERCEPT, MAS NÃO PROVA ACUSAÇÃO

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'HACKER' DE ARARAQUARA DIZ SER A FONTE DO INTERCEPT, MAS NÃO PROVA ACUSAÇÃO

Brasil247 – Walter Delgatti Neto, apelidado de “Vermelho”, preso nesta terça-feira (23) por suspeita de “hackear” autoridades, afirmou a investigadores da chamada Operação Spoofing ter dado ao jornalista Glenn Greenwald acesso a informações capturadas do aplicativo Telegram, mas não apresentou nenhuma prova.

Walter Delgatti Neto, apelidado de “Vermelho”, preso nesta terça-feira (23) por suspeita de “hackear” autoridades, afirmou a investigadores da chamada Operação Spoofing ter dado ao jornalista Glenn Greenwald acesso a informações capturadas do aplicativo Telegram, mas não apresentou nenhuma prova.

Por outro lado, a defesa do fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que “não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas”.

A informação é do jornal O Estado de S.Paulo, segundo o qual a Polícia Federal tem indícios de que os quatro suspeitos presos são os mesmos que acessaram conversas trocadas pelo Telegram do ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Operação Lava Jato.

Desde 9 de junho último, o The Intercept Brasil tem divulgado mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato. Essas conversas demonstram as manipulações e ilegalidades cometidas por Moro e procuradores da operação.

O site mantém a informação de que recebeu o conteúdo de fonte anônima.

A prisão dos supostos hackers na última terça-feira está sendo utilizada por Moro e seus aliados para se isentar das acusações de que cometeram ilegalidades e para acusar o site The Intercept Brasil de ter obtido o conteúdo das conversas entre o ex-juiz e os procuradores por meio desses supostos hackers.

 

PT DENUNCIA NOVA ARMAÇÃO CRIMINOSA DE MORO CONTRA O PARTIDO NO CASO DO SUPOSTO “HACKER” DE ARARAQUARA

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PT DENUNCIA NOVA ARMAÇÃO CRIMINOSA DE MORO CONTRA O PARTIDO NO CASO DO SUPOSTO

Brasil247 – “Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários”, diz a nota assinada pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e pelos líderes na Câmara e no Senado, Paulo Pimenta e Humberto Costa. “O PT tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais esta farsa”, aponta a legenda.

 A tentativa do ministro Sergio Moro e da Polícia Federal de vincular o suposto “hacker” de Araraquara ao Partido dos Trabalhadores foi duramente rebatida pela legenda. “Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários. É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM”, diz a legenda, em nota. Confira abaixo:

Nota do Partido dos Trabalhadores – O ministro Sergio Moro, responsável pela farsa judicial contra o ex-presidente Lula, comanda agora um inquérito da Polícia Federal com o claro objetivo de produzir mais uma armação contra o PT.

As investigações da PF sobre as pessoas presas em São Paulo confirmam a autenticidade das conversas ilegais e escandalosas que Moro tentou desqualificar nas últimas semanas.

Acuado, o ex-juiz repete seus conhecidos métodos: prisões espetaculares e vazamentos direcionados contra seus adversários. É criminosa a tentativa de envolver o PT num caso em que é Moro que tem de se explicar e em que o maior implicado é filiado ao DEM.

O PT sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa.

O PT tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais esta farsa. Quem deve explicações ao país e à Justiça é Sergio Moro, não quem denuncia seus crimes.

Brasília, 24 de julho de 2019

Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Paulo Pimenta, líder do PT na Câmara dos Deputados
Humberto Costa, líder do PT no Senado Federal

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