POVO INDÍGENA ALERTA UE SOBRE AMAZÔNIA: “VOCÊS ESTÃO FINANCIANDO CRIME”

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POVO INDÍGENA ALERTA UE SOBRE AMAZÔNIA: “VOCÊS ESTÃO FINANCIANDO CRIME”

CARTA CAPITAL – GIOVANNA GALVANI – ‘O solo onde essa produção de grãos se dá é uma terra necrosada’, diz líder indígena Ailton Krenak.

O negócio bilionário cresceu aos olhos do governo assim que se concretizou diante do mundo. O acordo entre a União Europeia e o bloco que era tão criticado pelo presidente, o Mercosul, foi apresentado por Jair Bolsonaro como um dos “mais importantes de todos os tempos”, com “benefícios enormes” para a economia do País. O preço, porém, pode ser perverso. Líderes indígenas e entidades ambientalistas denunciam, ao outro bloco econômico signatário, o rastro de destruição deixado pelo agronegócio em terras invadidas, o vício em veneno por parte produtores brasileiros e o desprezo pelos povos em suas terras. “O que o povo indígena e seus aliados estão fazendo é exatamente alertar a Europa: vocês estão financiando o crime.”

Ailton Krenak, autor da fala acima, é uma das figuras mais importantes do movimento indígena no Brasil. Escritor e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, ficou ainda mais conhecido há 30 anos, quando pintou o rosto em uma fala história na Assembleia Constituinte de 1988.

“Um povo que habita casas cobertas de palha, que dorme em esteiras no chão, não deve ser identificado de jeito nenhum como o povo que é inimigo do Brasil, inimigo dos interesses da nação e que coloca em risco qualquer desenvolvimento”, disse Krenak à época. A Constituição incluiu os direitos dos índios em seu texto, mas a financeirização global parece ter outras prioridades – e o movimento sabe disso.

Em junho, antes do acordo UE-Mercosul, a coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e ex-candidata à vice-presidência pelo PSOL Sônia Guajajara, anunciou em coletiva de imprensa na Alemanha que as lideranças dos povos brasileiros irão visitar empresas de cinco países e tentar participar de reuniões no Parlamento Europeu para denunciar o que eles estão prestes a comprar às toneladas: índices históricos de desmatamento e de aprovação de agrotóxicos, além de cerceamento de instituições reguladoras, como o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e da própria Funai (Fundação Nacional do Índio).

Guajajara estava na cidade de Bonn participando da primeira semana de negociações da COP25, a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU – que deveria ser no Brasil este ano se não fosse pela atuação bem sucedida de Bolsonaro em descreditar a importância da reunião e tirar o país da lista de concorrentes.

A pressão dos indígenas brasileiros não é solitária. Na Europa, ambientalistas classificaram o acordo como “inaceitável”. Políticos franceses assinaram uma carta na qual chamam o acordo de “um erro econômico e um horror ecológico”, e os líderes Emmanuel Macron, da França, e Angela Merkel, da Alemanha, também mostraram-se preocupados com os impactos ambientais de tal comércio expansivo, mas não é a primeira vez que eles são avisados.

“Começamos a alertar a Europa que eles estavam comprando madeira roubada das terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia há 20 anos”, relatou Ailton Krenak. “Essa campanha obrigou um maior controle de certificação sobre a madeira que saia dos portos do Brasil, e, durante mais de uma década, se constituiu em um importante mecanismo de diminuir o desmatamento o o roubo de madeira nas terras indígenas”, analisou.

Em relatório inédito sobre como as relações entre empresas norte-americanas e europeias com negócios não sustentáveis se costuram nas florestas brasileiras, a Apib relatou dados importantes. Os autores do estudo analisaram as principais multas por desmatamento ilegal cometidas por 56 empresas brasileiras que foram autuadas pelo Ibama desde 2017, e identificaram as negociantes com tais partes, o que comprova que o amplo mercado da carne no Brasil, por exemplo, só é possível por conta da destruição de territórios do Cerrado e da Amazônia.

Cerca de 41% das importações de carne bovina da UE foram provenientes do Brasil em 2018, e os números poderiam refletir uma realidades diferente caso houvesse pressão econômica por parte dos importadores nos produtores nacionais. “Se não der prejuízo, não muda a tendência. Só vão parar de jogar veneno, comer floresta e comer terra se eles tiverem prejuízo”, critica Krenak.

No Brasil, o relatório da Apib destacou a importância de investidores e comerciantes de commodities globais, que analisam os riscos de negócios e influenciam aonde vai parar o capital no final das contas. O movimento indígena também luta por esta via: um dos advogados da Apib, Luiz Henrique Aloy, do povo Terena (MS), participou da reunião anual da Blackrock, a maior gestora de investimentos do mundo – que possui mais de 6 trilhões de dólares em ativos. Aloy pediu para que os executivos boicotassem commodities provenientes de invasões ilegais. Neste ano, a Blackrock ja reduziu ações da mineradora Vale após a tragédia de Brumadinho, um movimento claramente em direção aos negócios. Resta saber se há alguma sensibilidade em Wall Street com pressão por parte do mercado europeu.

Uma parceria entre a ONG WWF e a Fundação Getúlio Vargas também analisou, em 2017, as responsabilidades do mercado financeiro na cadeia de desmatamento nos solos nacionais. Um dos investidores entrevistados apontou que “riscos reputacionais” poderiam comprometer a capacidade das empresas em atuar em certos países, e destacou também o exemplo da multinacional IOI Group, que perdeu cerca de 20% do valor de mercado após descobertas relacionadas à extração de óleo de palma e desmatamento.

“Terra necrosada”

Em janeiro, uma operação da Policia Federal apreendeu mais de 40 contêineres de madeira ilegal no porto de Manaus – cerca de 50% do total seria destinado à Europa e aos Estados Unidos. “O material apreendido até o momento, se colocado de forma linear, cobriria um percurso de 1.500 quilômetros, o que equivaleria à distância entre Brasília e Belém, aproximadamente”, informou a PF em comunicado. Desde março de 2019, houve um aumento de 150% nas invasões ilegais em todo o País, de acordo com a APIB. A principal vítima é a Amazônia – e não há fiscalização.

Para além dos números distorcidos apresentados pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e pela ‘musa do veneno’ e chefe da pasta da Agricultura, Tereza Cristina, Ailton Krenak define a linha de aviso a quem se interesse em fazer negócios no Brasil. “O solo onde essa produção de grãos se dá é uma terra necrosada. E os europeus estão comendo essa necrose. Se eles quiserem continuar financiando o agronegócio, eles podem comprar o próprio veneno deles.”

 

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EM SETE MESES, BOLSONARO FAZ O BRASIL VOLTAR AOS DEBATES PRÉ-CONSTITUIÇÃO DE 1988

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EM SETE MESES, BOLSONARO FAZ O BRASIL VOLTAR AOS DEBATES PRÉ-CONSTITUIÇÃO DE 1988

O presidente jurou à Constituição ao assumir o cargo / Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

Pesquisadores alertam para início de um ataque sistemático do governo às garantias conquistadas após a ditadura militar

Pedro Biondi – Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Nos primeiros sete meses do governo de Jair Bolsonaro (PSL), 40 ex-ministros se uniram em manifestos, cartas abertas e notas de repúdio contra políticas, medidas e posturas da atual gestão federal. O ponto de convergência entre eles: a defesa da Constituição Federal de 1988.

Para compreender até que ponto o capitão reformado e sua equipe representam um rompimento e uma ameaça aos princípios expressos na carta Magna, o Brasil de Fato ouviu dois especialistas no tema: o historiador Cleonildo Cruz, da Universidad Nacional Tres de Febrero, da Argentina, Ursula Dias Peres, especialista em políticas públicas e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).

“O que está acontecendo é uma quebra de paradigma muito forte”, sintetiza Peres, coordenadora do curso de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

Na interpretação dela, os protagonistas da disputa política no Brasil das últimas décadas, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT), se bem não concordavam em todas as propostas, tinham uma base muito forte no regramento constitucional de 88, o que resultou em um cenário de fortalecimento das políticas públicas.

Por outro lado, a atual combinação de desinvestimento, recusa à universalização e rejeição às evidências científicas, segundo Peres, coloca o país em risco de limitar-se novamente à condição de subdesenvolvido em termos econômicos, sociais e tecnológicos.

Sobre as políticas preferenciais do governo Bolsonaro, Peres identifica no estímulo ao armamentismo e à defesa por conta própria uma demonstração de enfraquecimento das instituições ligadas à justiça e à segurança, com individualização das políticas.

“É o contrário do que a gente acredita. Elas devem ser coletivas e, se possível, universais”, contrapõe.

Para ela, a Emenda Constitucional 95 – do teto de gastos –, ainda no governo de Michel Temer (MDB), foi uma “semente de desregulamentação do Estado”. O governo Bolsonaro tornou o desmonte sistemática.

Constituição traída

“Nunca houve, desde o processo de redemocratização, um encontro de ex-ministros para tratar de temas tão cruciais”, observa o historiador Cleonildo Cruz, sobre as recentes manifestações conjuntas de políticos de diferentes orientações políticas que comandaram ministérios no passado – todas em repúdio a iniciativas do atual governo.

“Até a Constituinte tínhamos um regime ditatorial civil, militar e empresarial que tutelou todas as políticas públicas”, rememora, pontuando que, na volta do governo aos civis, a Constituição foi “basilar” para formular as novas políticas. “Depois delas tivemos a efetivação de políticas protetivas, de consolidação da dignidade humana. E hoje a gente vê o desmonte completo delas”, assinala.

Ele lembra que o Estatuto da Criança e do Adolescente foi sancionado em 1990, o Estatuto do Idoso, em 2003, e o da Igualdade Racial, em 2010. “Agora, com o governo de extrema direita, temos a terra arrasada de todas essas políticas. Nossa Constituição tem sido rasgada, desmantelada”, afirma.

Cruz localiza a origem do processo que o país vive muito antes do golpe que derrubou Dilma Rousseff (PT) e alçou Temer à Presidência, em 2016: “A raiz já vem desde o regime militar. Foi fruto dessa Lei de Anistia que não puniu os agentes da ditadura. Os agentes do Estado que agiram criminalmente ficaram incólumes, sem ser responsabilizados civil e criminalmente”.

Segundo o entrevistado – que também dirigiu documentários sobre o período militar, a anistia e a elaboração constitucional –, o país precisará varrer essa ambiguidade para consolidar sua democracia.

Reforma tributária e disposição ao debate

Os entrevistados pelo Brasil de Fato também fizeram projeções e propostas para o próximo período.

Ursula Dias Peres defende que, ao lado da preservação de direitos, a esquerda e as forças progressistas reúnam-se para pressionar por uma reforma tributária. Segundo ela, sem isso, não será possível pautar a defesa das garantias constitucionais.

“Temos uma taxação baixa sobre a renda, baixíssima sobre patrimônio e muito desestruturada sobre o consumo e a produção – às vezes, bitributada. Quanto mais pobre, maior a carga tributária”, questiona.

Para Cleonildo Cruz, é preciso “furar a bolha”, debater com as pessoas que não pensam parecido. Nesse sentido, ele elogia a iniciativa do site The Intercept Brasil de compartilhar as revelações da Vaza Jato com veículos que atingem outros públicos, a exemplo da Folha de S. Paulo e da Veja.

“É preciso ocupar os espaços e ocupar as ruas. Não à conciliação, sim à radicalidade democrática”, propõe.

Edição: Rodrigo Chagas

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“MORO VAI TENTAR JOGAR NAS COSTAS DO GLENN UMA RECEPTAÇÃO”

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“MORO VAI TENTAR JOGAR NAS COSTAS DO GLENN UMA RECEPTAÇÃO”

CARTA CAPITAL – ANDRÉ BARROCAL – Opinião é de Eugenio Aragão, ex-ministro da Justiça. Em Porto Rico, ‘Moro’ renuncia por caso similar.

Opinião é de Eugenio Aragão, ex-ministro da Justiça. Em Porto Rico, ‘Moro’ renuncia por caso similar

Em 13 de julho, um consórcio de jornalistas de Porto Rico divulgou conversas privadas obtidas via Telegram pelo governante da ilha caribenha. Ricardo Roselló aparecia com comentários machistas e sexistas em chats com onze homens. A revelação levou a uma onda de protestos populares, e Roselló não aguentou. Em 24 de julho, anunciou que deixará o cargo em 2 de agosto.

É uma história parecida com aquela iniciada em 9 de junho pelo Intercept, noticiador de diálogos tidos no Telegram por Sérgio Moro, ministro da Justiça, reveladores da violação do dever de imparcialidade que os magistrados precisam ter. Com uma diferença: a maioria dos brasileiros até reprova a conduta do ex-juiz, conforme o Datafolha, mas não acha que ele deveria sair do cargo.

om Moro no Ministério da Justiça e a Polícia Federal (PF) sob seu comando, quem tem a temer é Glenn Greenwald, do Intercept. “Moro é uma pessoa inescrupulosa. Ele não para diante de limites legais”, diz Eugênio Aragão, ministro da Justiça em 2016. “Não há dúvida de que Glenn é alvo do Moro. O que o Moro vai tentar fazer? Vai tentar jogar nas costas do Glenn uma receptação.”

GLENN GREENWALD, O ALVO DO IMPARCIAL SÉRGIO MORO

Receptação, explica Aragão, subprocurador da República aposentado, é adquirir algo que, pelas circunstâncias, a pessoa sabe ser produto de crime. O risco da imputação do ilícito a Greenwald está no surgimento de 627 mil reais apontados como movimentação bancária atípica de um casal preso temporariamente em 24 de julho sob a suspeita de hackear Moro e outras autoridades.

Gustavo Henrique Elias Santos e Suelen Priscila de Oliveira tinham renda conjunta de 5 mil reais mensais. A movimentação de 424 mil por ele entre abril e junho de 2018 e de 203 mil por ela entre março e maio de 2019 estaria fora do padrão de renda do casal. Mas também foge de uma hipótese difundida por Moro em 2 de julho, em uma audiência pública na Câmara dos Deputados.

“Alguém com muitos recursos está por trás dessas invasões e o objetivo principal seria invalidar condenações da Operação Lava Jato e impedir novas investigações. Alguém com recursos porque não é uma tentativa de ataque a um celular, mas de vários, em alguns casos talvez com sucesso. O que não parece corresponder à atividade de um adolescente com espinhas na frente do computador”, disse.

O perfil dos quatro presos está mais para hacker com espinhas. Elias Santos, de 28 anos, é ex-DJ e ex-condenado por posse ilegal de armas. Suelen, de 25, “malemá” fez curso de informática, disse o pai à Folha. Danilo Cristiano Marques é motorista de Uber, faz curso de eletricista, já foi preso por roubo e depôs à polícia acompanhado de uma defensora pública, não por um advogado caro.

Walter Delgatti Neto é o personagem que chama a atenção no caso. Já foi preso por falsificar documentos e por tráfico de drogas, depôs igualmente acompanhado por um defensor público e confessou ter hackeado Moro. Era filiado ao DEM e, segundo seu defensor, queria vender ao PT o material que viesse a obter. Na tarde desta quinta-feira 25, ele confessou à PF que entregou o material ao Intercept sem cobrar por isso.

Para um policial federal especialista em cybercrimes, o que se sabe até agora do quarteto revela um método “tosco” ao alcance de qualquer primeiro anista da faculdade de tecnologia da informação. Segundo ele, o golpe só deu certo pois as vítimas não adotavam cuidados simples de segurança. Longe, portanto, de um grupo sofisticado pago com “muitos recursos”, como Moro havia teorizado.

O ex-juiz tem necessidade de ligar o quarteto ao Intercept, a fim de jogar para o segundo plano a questão relevante: sua violação do Código de Processo Penal quando cuidava da Lava Jato em Curitiba. “Essa operação (da PF contra os hackers) é sobretudo para salvar a carreira do Moro, sua ‘credibilidade’, seu futuro político”, diz Eugênio Aragão.

Uma operação, batizada de Spoofing, precedida de três estranhezas. O delegado da PF responsável pelo caso foi trocado, pois o original não produzia os resultados esperados por Moro. A assessora de imprensa do ministro pediu demissão dias depois – Moro antes pregava o “largo uso da imprensa”, agora briga com a mídia. Na semana anterior à operação, o ex-juiz havia saído de férias.

Ao Congresso, o ministro disse ter deixado o Telegram em 2017. Nas conversas divulgadas pelo Intercept, há material sobre 2018 e 2019. Moro foi vítima de hackers em 4 de junho. Ali Greenwald já tinha conversas do ex-juiz. Mandara um e-mail à Globo em 29 de maio numa tentativa de firmar uma parceria. Informação divulgada em um comunicado da própria emissora em 12 de junho.

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ASSISTA AO VÍDEO EM QUE DELTAN FAZ PROPAGANDA PARA EMPRESA DELATADA QUE LHE PAGOU R$ 33 MIL

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ASSISTA AO VÍDEO EM QUE DELTAN FAZ PROPAGANDA PARA EMPRESA DELATADA QUE LHE PAGOU R$ 33 MIL

Brasil247 – O procurador Deltan Dallagnol exaltou a companhia de tecnologia Neoway, delatada na Operação Lava Jato, de acordo com reportagem do site Intercept; “A tecnologia é essencial para podermos avançar contra a corrupção”, disse ele em vídeo; “Isso nos faz precisar, se queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data”, afirmou; assista.

O procurador da Lava Jato exaltou a companhia de tecnologia Neoway, delatada na operação, de acordo com nova reportagem do site Intercept Brasil.

“A tecnologia é essencial para podermos avançar contra a corrupção. Lidamos com uma imensa massa de dados em investigações e que pode ser usada para avaliar potencial fornecedores. Isso nos faz precisar, se queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data”, afirmou o procurador em vídeo.

“Se queremos um País com menos corrupção, precisamos caminhar na direção da formação de um consenso e caminhar no sentido de que todos nós busquemos autar contra a corrupção não só coletivamente, mas também individualmente dentro das empresas promovendo ética e integridade”, acrescentou.

A matéria do Intercept destaca: “Quando finalmente percebeu que havia recebido dinheiro e feito propaganda grátis para uma empresa investigada pela operação que comanda no Paraná, o procurador confessou a colegas: ‘Isso é um pepino para mim’. Mas só escreveu à corregedoria do Ministério Público Federal para prestar ‘informações sobre declaração de suspeição por motivo de foro íntimo’ quase um ano depois, quando o processo foi desmembrado no STF e uma parte foi remetida à Lava Jato de Curitiba”.

De acordo com a reportagem, o “procurador Deltan Dallagnol foi pago para dar uma palestra para uma empresa investigada por corrupção pela Lava Jato, operação que ele comanda em Curitiba. Dallagnol recebeu R$ 33 mil da Neoway, uma companhia de tecnologia, quando ela já estava citada numa delação que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas na Câmara que foi preso em 2017, e em negociatas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras privatizada na terça-feira”.

“Não ficou só na palestra, realizada em março de 2018. Deltan também aproximou a Neoway de outros procuradores com a intenção de comprar produtos para uso da Lava Jato. Ele chegou a gravar um vídeo para a empresa, enaltecendo o uso de produtos de tecnologia em investigações – a Neoway vende softwares de análise de dados”.

Segundo a matéria, “a primeira citação à Neoway nos chats secretos da Lava Jato aconteceu dois anos antes da palestra de Deltan, em 22 de março de 2016, em um grupo no Telegram chamado Acordo Jorge Luz. O grupo fora criado para que os procuradores da Lava Jato discutissem os termos de delação de Jorge Antonio da Silva Luz, um operador do MDB que tentava negociar uma delação com a força-tarefa. Dallagnol participava ativamente do grupo”.

“Naquele dia, o procurador Paulo Galvão mandou um documento que trazia a primeira versão do que viria a ser o depoimento de Luz sobre diversas empresas, entre elas a Neoway. No documento, o candidato a delator narrava: ‘Lembro-me ainda de um projeto de tecnologia para Petrobras com a empresa Neoway que recorri ao Vandere Vaccarezzapara me ajudarem agendando uma reunião na BR Distribuidora. Houve esta reunião e recebi valores por esta apresentação e destas repassei parte para eles. Posteriormente a tecnologia foi contratada sem minha interferência ou dos deputados'”.

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GLENN DESMONTA FARSA E PROVA QUE SUA FONTE NÃO É O “HACKER DE ARARAQUARA”

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GLENN DESMONTA FARSA E PROVA QUE SUA FONTE NÃO É O

Brasil247 – Está caindo por terra a farsa montada por Sergio Moro; a fonte do site The Intercept Brasil não é a que foi apresentada pelas autoridades; segundo Greenwald, o primeiro contato com a fonte ocorreu no início de maio, ou seja, um mês antes da denúncia feita por Moro; o hacker só apareceu em cena depois que o ex-juiz disse ter sido hackeado.

A fonte que entregou os diálogos da Operação Lava Jato ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, negou em conversa no dia 5 de junho que também tenha sido responsável pela invasão ao Telegram do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. O diálogo foi repassado à Veja pelo próprio Greenwald. Está caindo a máscara de Moro. Ficou evidente que montou uma farsa.

Na mensagem, o editor do The Intercept Brasil pergunta à fonte se ela havia lido uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo sobre a invasão ao celular do ex-juiz. O título da matéria dizia que o hacker usou aplicativos do aparelho e trocou mensagens por seis horas. “Posso garantir que não fomos nós”, responde a fonte, em mensagem transcrita de forma literal.

“Nunca trocamos mensagens, só puxamos. Se fizéssemos isso ia ficar muito na cara”, acrescenta a fonte em outra mensagem, antes de criticar o método de ação empregado contra o ministro. “Nós não somos ‘hackers newbies’ [amadores], a notícia não condiz com nosso modo de operar, nós acessamos telegrama com a finalidade de extrair conversas e fazer justiça, trazendo a verdade para o povo.”

Segundo Greenwald, o primeiro dos contatos com a fonte ocorreu no início de maio. Ou seja, um mês antes da denúncia feita por Moro.

O jornalista disse ter sido apresentado à fonte por um intermediário e destacou que todos os contatos foram feitos virtualmente. Greenwald também afirmou desconhecer a identidade do hacker, que teria extraído todo material do Telegram de Dallagnol.

“A fonte me disse que não pagou por esses dados e não me pediu dinheiro algum em troca desse conteúdo”, disse o jornalista.

O material divulgado pelo Intercept foi compartilhado com VEJA e a Folha de S.Paulo, que também publicaram reportagens sobre irregularidades da Lava Jato.

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“JUSTIÇA DARÁ BOA PUNIÇÃO”, AFIRMA JAIR BOLSONARO SOBRE CRIMINOSOS QUE TERIAM INVADIDO CELULARES DE AUTORIDADES

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Agência do Rádio – Cintia Moreira – Declaração foi dada durante transmissão ao vivo nas redes sociais do presidente. O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quinta-feira (25) que a justiça brasileira “dará uma boa punição” aos supostos hackers que teriam invadido os aparelhos celulares de mais mil pessoas. O presidente está entre as vítimas da ação dos criminosos, presos pela Polícia Federal na última terça-feira (23).

“O Brasil é um país com Lei. Esse pessoal, ao se confirmar tudo que está divulgado, tem que ser responsabilizado. Da minha parte, não tenho a menor preocupação com a invasão no meu telefone, porque no que é estratégico para o Brasil nós conversamos pessoalmente aqui. É um crime a invasão dos telefones e, com toda certeza, a Justiça brasileira dará conta de uma boa punição para esse pessoal”, disse o presidente.

A fala de Bolsonaro foi dada durante a transmissão ao vivo nas redes sociais, que habitualmente ocorre às quintas-feiras. Além do presidente, informações divulgadas pelo portal G1 apontam que os aparelhos celulares do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, teriam sido alvos de ataque de hackers. Como a investigação sobre esses atos criminosos corre em sigilo, a Polícia Federal não confirma nenhuma dessas invasões.

Nas últimas semanas, outros nomes ligados ao governo também sofreram ataques virtuais, como a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), e o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O doutor em Direito Digital pela USP, Marcelo Bulgueroni, explica que o ataque é direcionado para que o criminoso tenha acesso ao código de autenticação, uma espécie de senha que usuário recebe via SMS na hora de ativar o WhatsApp ou o Telegram em um aparelho novo.

Marcelo Bulgueroni afirma que os hackers fazem uma simulação de chamada do próprio número, usando um sistema digital de voz. Quando o Telegram faz a confirmação, manda o código por SMS, mas o número de segurança do usuário também pode ser recebido via ligação. Para se prevenir de ataques como esse, Bulgueroni recomenda a ativação da confirmação em duas etapas.

“Isso é uma configuração que está dentro logo da configuração de conversas do WhatsApp, do Telegram também, e, quando a pessoa ativa esta confirmação em duas etapas, ela pede um endereço de e-mail e que ela cadastre um PIN (código) de seis dígitos. Ela vai colocar esta senha, tem que ser uma coisa que ela lembre com facilidade, e toda vez que alguém tentar ativar de novo o WhatsApp ou o Telegram em um outro aparelho, não vai só pedir esse SMS. Vem o SMS ou a tentativa de ligação, mas também pede o PIN da pessoa, que só ela sabe porque cadastrou”, conta.

Em nota, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, informou que não utiliza o aplicativo Telegram e que teve conhecimento de um suposto hackeamento pela imprensa.

Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse em nota que recebeu a informação de que o aparelho de celular teria sofrido tentativa de hackeamento. Afirmou ainda que “embora tranquilo”, manifesta indignação com a invasão de privacidade e ressalta que ações criminosas como essa “representam uma afronta aos Poderes da República e à população brasileira”.

Em nota oficial, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, afirmou que foi comunicado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, de que o “material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém”.

 

 

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VAZA JATO: DELTAN RECEBEU R$ 33 MIL DE EMPRESA CITADA NA LAVA JATO

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VAZA JATO: DELTAN RECEBEU R$ 33 MIL DE EMPRESA CITADA NA LAVA JATO

Procurado, o Deltan disse à Folha que, antes de dar palestra remunerada para a empresa Neoway, não teve conhecimento de que a companhia já havia sido citada na Lava Jato.

FOLHA DE SÃO PAULO – O procurador da República Deltan Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil para uma empresa que havia sido citada em um acordo de delação em caso de corrupção na própria força-tarefa da Lava Jato, mostram mensagens e documentos obtidos pelo The Intercept Brasil e analisados em conjunto com a Folha.

A firma do setor de tecnologia Neoway, que contratou Deltan, foi mencionada pela primeira vez em um documento de colaboração que foi incluído em um chat dos procuradores da operação em março de 2016, dois anos antes da palestra.

Além de participar do evento remunerado da companhia, em março de 2018, Deltan aproximou membros da Procuradoria e representantes da Neoway com o objetivo de viabilizar o uso de produtos dela em um trabalho da força-tarefa, da qual é coordenador em Curitiba.

O procurador também gravou um vídeo para a firma no qual enaltece a utilização de ferramentas tecnológicas em investigações, além de ter acionado um dos assessores do Ministério Público para avaliar seu desempenho na gravação.

Procurado, o Deltan disse à Folha que, antes de dar palestra remunerada para a empresa Neoway, não teve conhecimento de que a companhia já havia sido citada na Lava Jato. “Não reconheço a autenticidade e a integridade dessas mensagens, mas o que posso afirmar, e é fato, é que eu participava de centenas de grupos de mensagens, assim como estou incluído em mais de mil processos da Lava Jato. Esse fato não me faz conhecer o teor de cada um desses processos.”

Quatro meses após a palestra, em um chat, Deltan afirmou a outros procuradores que havia descoberto a citação à empresa na delação premiada do lobista do MDB Jorge Luz, que atuava em busca de vantagens em contratos da Petrobras e subsidiárias.

“Isso é um pepino pra mim. É uma brecha que pode ser usada para me atacar (e a LJ), porque dei palestra remunerada para a Neoway, que vende tecnologia para compliance e due diligence, jamais imaginando que poderia aparecer ou estaria em alguma delação sendo negociada”, afirmou o procurador na conversa.

As mensagens são reproduzidas tal qual aparecem nos arquivos obtidos pelo Intercept, mantendo eventuais erros de digitação e normas da língua portuguesa.

A situação levou Deltan e outros procuradores que haviam mantido contato com a Neoway a deixarem as investigações relativas a Jorge Luz.

Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept também mostram outras ocasiões em que convites recebidos por Deltan levaram a discussões sobre potenciais conflitos de interesses.

O procurador chegou a perguntar aos colegas sobre eventual participação em um evento organizado pela Odebrecht Ambiental, empresa do grupo que fez a mais extensa delação da Lava Jato. Deltan foi advertido pelos procuradores e não aceitou o convite.

Em outra oportunidade, o procurador teve que cancelar a presença em um evento organizado pela empresa distribuidora de combustíveis Raízen, logo após ler a notícia de que a companhia havia sido alvo de uma operação da Polícia Civil do Paraná.

DELAÇÃO DE JORGE LUZ

Os procuradores da Lava Jato criaram um grupo no aplicativo Telegram em fevereiro de 2016 para tratar do acordo de delação premiada de Jorge Luz, inclusive com a participação de Deltan.

Em 22 de março daquele ano, circulou no chat um documento no qual o delator afirmou que atuou em favor da Neoway em um projeto de tecnologia da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Luz contou que recorreu ao então deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) e ao atual deputado federal Vander Loubet (PT-MS) para aproximar a Neoway da BR Distribuidora.

No dia 24 de abril de 2017, um outro documento da colaboração premiada foi enviado nesse diálogo com um relato mais categórico de Jorge Luz: “Paguei ao Vaccarezza para arrumar o negócio”.

O colaborador não indicou os valores dos contratos e dos pagamentos aos deputados nos documentos examinados pela Folha e pelo Intercept.

O relato de Luz sobre a Neoway levou o ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin a determinar a abertura de um processo no STF para tratar do caso em abril de 2019, segundo um despacho do magistrado que foi enviado a um grupo dos procuradores no Telegram.

Deltan também discutiu como proceder caso a situação viesse a público. “Pensando rapidamente o que provavelmente poderia fazer ou informar: -Não tinha conhecimento, não participei da negociação -assim que tomei, me declarei suspeito e me afastei -a palestra remunerada é autorizada pelo CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público] e se deu em contexto de mercado (lançamento de produto de compliance) e por valor de mercado”.

“Já recusei palestra por conflito de interesses, mas nesse caso não foi identificado -como voltará à baila a questão das palestras, a maior parte das palestras é gratuita e grande parte do valor é doado”, completou Deltan sobre a estratégia ante eventual repercussão negativa.

No mês seguinte, agosto de 2018, os procuradores iniciaram conversa sobre quem iria trabalhar nos casos relativos a Jorge Luz, e o tema da Neoway voltou à tona.

Nesse diálogo, o procurador Paulo Roberto Galvão indagou: ”Vcs nao preferem ficar de fora do luz [processos de Jorge Luz]?”

A procuradora Laura Tessler sugeriu que todos os procuradores da equipe entrassem no caso, mas Galvão lembrou do episódio da palestra de Deltan. “Delta nao quer… problema da neoway, laurinha”, escreveu Galvão à colega.

Leia mais na FSP: AQUI.

 

MORO VÊ A SI MESMO COMO MINISTRO, JUIZ, ADVOGADO, PROCURADOR E PROFETA

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MORO VÊ A SI MESMO COMO MINISTRO, JUIZ, ADVOGADO, PROCURADOR E PROFETA

Foto: Adriano Machado / Reuters

blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br – O ministro da Justiça Sérgio Moro está em crise de identidade. Ele ainda vê a si mesmo como juiz, apesar de ter abandonado a toga quando aceitou trabalhar para Jair Bolsonaro. Tanto que, como registrou a Folha de S.Paulo, disse a altas autoridades que teriam sido alvos dos hackers presos pela Polícia Federal que poderiam dormir tranquilas, pois as mensagens apreendidas seriam destruídas – coisa que só pode ser feita por autorização de magistrados, como informou a própria PF em nota. Ele, que vem negando a autenticidade das mensagens trazidas a público pelo The Intercept Brasil, poderia ser beneficiado pela destruição das mensagens, uma vez que isso impediria a comparação do conteúdo divulgado com o que for encontrado junto aos hackers.

Também vê a si mesmo como advogado de defesa. Após a operação que prendeu os suspeitos em Araraquara (SP), tuitou que eles eram a “fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime”. Depois, a PF divulgou que um dos hackers afirmou ter sido o responsável por entregar, de forma anônima, ao Intercept o conteúdo. Dessa forma, Moro usou informação que não deveria ter acesso como ministro e atropelou a investigação que deve ser feita para confirmar ou não a declaração. E fez isso em proveito próprio, uma vez que relações entre ele e a Lava Jato foram reveladas nos diálogos. Ignorando a separação entre público e privado, usou o cargo para ser advogado de defesa – de si mesmo.

Isso sem contar que Sérgio Moro parece ver a si mesmo como procurador. As conversas trazidas a público pelo Intercept Brasil, entre outros veículos, mostram um então juiz federal orientando a força tarefa de procuradores da Lava Jato e, consequentemente, reduzindo a ampla defesa por parte do ex-presidente Lula, entre outros condenados na operação. Diante das revelações, disse que não confirmava a autenticidade dos diálogos, mas não via nada de errado, não indicando constrangimento ou

arrependimento. Pelo contrário, parece demonstrar orgulho por quebrar as regras em nome do que considerava um bem maior. Confunde, dessa forma, o papel daquele julga com aquele que acusa. Tal qual os personagens das graphic novels que caçam aqueles que consideram bandidos e declaram – eles mesmos – a sentença.

A crise de identidade, contudo, vai além do sistema de Justiça.

No dia 30 de junho, Moro estimulou o culto à sua personalidade, vendo a si mesmo como algum profeta. “Eu vejo, eu ouço”, tuitou ele com fotos dos protestos a favor da Lava Jato que ocorreram naquele domingo. A declaração, como bem lembrou a rádio Jovem Pan, faz referência à passagem do livro de Êxodo, em que diz que Deus estava acompanhando o sofrimento dos judeus no Egito. Que, por um acaso, era seu povo escolhido entre todos na Terra. O Êxodo tem pragas e recompensas, leis e punições, e um povo sofrido e humilhado que não é libertado por sua própria ação, mas que precisa de um líder que o retire da escravidão – ação que conta com intervenção divina. Na manifestação da avenida Atlântica, no Rio, uma faixa dizia a Moro: “O senhor nos livrou das trevas”, segundo registro da Folha de S.Paulo. O senhor não era o Deus cristão, mas o então juiz federal. Mais explícito, impossível.

Sendo ele julgador, defensor, acusador, ministro que controla a polícia e um profeta de um novo tempo, Moro, por um lado, perde a conexão com a realidade e, por outro, reforça a realidade paralela daqueles que o veem como salvador. Antes que ele comece a anunciar que é “o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6), as instituições precisam lhe dar um toque. Talvez lembrando ao – finalmente – político Sérgio Moro que, como diz Eclesiastes 1:2, a vaidade pode ser um pecado terrível.

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EU NÃO CONFIO NO MORO É O ASSUNTO MAIS COMENTADO DO TWITTER

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EU NÃO CONFIO NO MORO É O ASSUNTO MAIS COMENTADO DO TWITTER

Com os novos vazamentos do The Intercept, que revela a preocupação dos procuradores da Lava Jato com o ingresso de Sergio Moro no governo Bolsonaro, revelou-se uma certa desconfiança dos próprios procuradores com o ex-juiz.

Num dos diálogos, o procurador Ângelo Augusto Costa afirma: “Cara, eu não confio no Moro, não“, criticando as condutas de Moro como juiz e o aceitamento do convite de Bolsonaro, o que revelaria uma parcialidade. .

Os diálogos viralizaram rapidamente nas redes e a frase “eu não confio no Moro” tornou-se o assunto mais comentado do Twitter. Confira abaixo alguns tuítes:

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URGENTE: HACKER INOCENTA GLENN GREENWALD

Para a Polícia Federal, Walter Delgatti Neto, preso na última terça-feira (23) sob suspeita de atuar como hacker, foi a fonte do material que tem sido publicado desde junho pelo site The Intercept Brasil com conversas de autoridades da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira.
Com este depoimento, mesmo que a Justiça criminalize o suposto hacker, Glenn Greenwald e o The Intercept estão inocentados, pois mesmo que o material fosse fruto de ação criminosa, ele foi entregue a jornalistas gratuitamente, ou seja, não há crime de Glenn.