FESTIVAL EM DEFESA DA FEIRA DO MST REÚNE MAIS DE 2 MIL PESSOAS NO CENTRO DE SP

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FESTIVAL EM DEFESA DA FEIRA DO MST REÚNE MAIS DE 2 MIL PESSOAS NO CENTRO DE SP

Evento serviu cerca de mil refeições preparadas por chefes e voluntários / Marina Duarte

Banquetaço com apoio de chefes de cozinha, artistas e entidades serviu 300 kg de comida saudável na Ocupação 9 de Julho.

Marina Duarte | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Melancia, banana da terra, cenoura e beterraba; arroz integral, purê de inhame e abóbora; caldos, alface, repolho e berinjela. Na tarde deste domingo (4) cheiros e sabores tipicamente brasileiros coloriram a Ocupação 9 de Julho, no Centro de São Paulo, no Festival Comida de Verdade.

Chefes de cozinha, voluntários, movimentos e artistas se uniram para servir um banquete em Defesa da Feira da Reforma Agrária do MST – ameaçada de não acontecer este ano devido à intransigência do governador João Dória (PSDB), que se recusa a liberar o Parque da Água Branca, onde o evento ocorre há 4 anos.

“A gente faz um grande banquete agroecológico, muitas vezes de xepa (sobras). A gente trabalha com o que sobra de uma feira orgânica e o que um produtor orgânico doa e faz uma homenagem neste festival a essa Feira, que é a feira de alimento mais importante do Brasil”, conta Bel Coelho, chefe de cozinha do restaurante Clandestino e integrante do Coletivo Banquetaço.

banquetaçoBanquetaço teve grande variedade de pratos com ingredientes da agricultura familiar

As refeições foram produzidas com mais de 300 quilos de alimento orgânico doados por agricultores familiares e de assentamentos do MST. O preparo contou com a colaboração de outros chefes de cozinha e mais de 60 voluntários. Entre 12h e 16h, foram servidas cerca de mil refeições. Mais de duas mil pessoas passaram pelo local.

Qualidade

As pessoas que foram ao Festival, mesmo enfrentando a garoa e o frio de 12 graus deste domingo em São Paulo, destacaram a qualidade da comida e importância da manutenção da feira.

“Nós vamos comer uma comida de qualidade, com procedência, e ainda defendendo a agricultura familiar e a união das lutas por uma causa justa”, afirmou a assistente técnica Cláudia Cecília da Silveira.

Vinícius Rafael, estudante de Urbanismo, lembrou do fato de que muito do chega à mesa dos brasileiros vem da agricultura familiar. “A cidade não existe sem o campo e, principalmente, sem a produção de alimento orgânico e de qualidade. Todo mundo sabe que não é a grande produção do agronegócio que alimenta a cidade”, afirmou :

Para Regina Dorighello, aposentada, a feira é importante para quem produz, por perceber o quanto é valorizado, e para quem consome. “A gente está neste país imenso e às vezes não conhece tudo o que nós temos. E é tudo orgânico, tudo feito por assentamento. Tem que continuar”, disse.

Democracia e diversidade

A chefe Bel fala da importância de defender a IV Edição da Feira. “O MST é o maior produtor de alimento orgânico do Brasil e da América do Sul. É um movimento muito importante para saúde e também para a democratização da produção agrícola. Sem a democratização e reforma agrária a gente não tem como comer bem”, concluiu.

Para Gilmar Mauro, da direção nacional do MST, a grande participação popular em eventos como o deste domingo mostra uma tomada de consciência das pessoas em relação à comida saudável.

“A diversidade da agricultura familiar e da reforma agrária está atraindo um público cada vez maior. Esse apoio para realização da Feira, além dos todos tipos de feiras, é muito importante e reflete que a sociedade brasileira avança muito na ideia de consumir cada vez mais alimentos saudáveis. Então, esse ato, e também todas as manifestações de solidariedade, refletem essa tendência. Não tenho dúvida que essa pressão vai fazer com que a Feira seja realizada em São Paulo”, afirmou Mauro.

Gustavo Vidigal, da Rede Sustenta, considera a Feira do MST é uma “dádiva” para a cidade de São Paulo. “A feira e importante porque torna a cidade mais democrática. Os movimentos sociais têm o direito de escolher o lugar onde se manifestam publicamente. E a reforma agrária é fundamental para o país. Por isso que a a gente de engajou nesse movimento, porque pra gente é essencial”.

A Rede Sustenta é uma das entidades organizadoras do Festival, ao lado do movimento Banquetaço, do Instituto Chão, da Cozinha 9 de Julho e do Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC), responsável pela ocupação.

Após o banquete, o festival prosseguiu com shows musicais no palco da ocupação. Durante as apresentações, houve um ato político com a apresentação de um manifesto em defesa da Feira, da alimentação saudável e dos movimentos e lideranças criminalizados pelos governos de direita.

Edição: João Paulo Soares

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PROPOSTA QUE SUGERE ALTERAÇÕES NO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL BENEFICIA PRODUTORES RURAIS, AVALIA SENADOR LUIS CARLOS HEINZE (PP-RS)

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PROPOSTA QUE SUGERE ALTERAÇÕES NO PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL BENEFICIA PRODUTORES RURAIS, AVALIA SENADOR LUIS CARLOS HEINZE (PP-RS)

Em discussão no Senado, PLS 3511/2019 propõe tornar obrigatória a inscrição de propriedades no Cadastro Ambiental Rural (CAR), além de não delimitar prazo para adesão.

Agência do Rádio | Repórter Sara Rodrigues – Projeto de lei em tramitação no Senado (PLS 3511/2019) prevê alterações no Programa de Regularização Ambiental (PRA), que estabelece a adequação de áreas de proteção permanente (APP) e de reserva legal em propriedades rurais.

De autoria do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), a proposta torna obrigatória a inscrição dos imóveis no Cadastro Ambiental Rural (CAR), sistema que contém dados de controle, monitoramento e combate ao desmatamento. O texto sugere ainda a retirada de prazo para que seja feita essa adesão.

As mudanças, na avaliação do parlamentar, podem ajudar os produtores rurais a saírem da irregularidade e se adequarem às normas determinadas no Código Florestal. Para Heinze, além dos benefícios legais que a adesão ao CAR traz ao agronegócio, como acesso a crédito rural, a proposta também resolve o problema das transações imobiliárias.

“É necessário ter um prazo indefinido para a questão do CAR, para dar conforto a quem compra uma terra ou mesmo para quem recebe uma herança. Se uma família tem 500 hectares de terra e cinco filhos, amanhã serão cinco herdeiros e 100 hectares de terra para cada. Dessa forma, os novos titulares da propriedade precisarão realizar o Cadastro Ambiental Rural”, justificou.

Este ano, o governo federal editou uma medida provisória (MP 867/18) que prorrogava até 31 de dezembro de 2020 o prazo para adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). O texto chegou a ser aprovado no plenário da Câmara, mas caducou no fim de maio ao não ser votado pelos senadores.

Atualmente, existem 5,9 milhões de imóveis cadastrados no CAR, além de 397 milhões de hectares passíveis de cadastramento, segundo dados de maio do boletim informativo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Conversão de multas

Outra alteração, de acordo com o projeto de lei, é que multas em razão de desmatamento irregular de vegetação nativa ocorrido até 22 de julho de 2008 serão convertidas em prestação de serviços ambientais, caso o infrator desejar e se forem cumpridas todas as obrigações impostas pelo PRA.

O consultor da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e engenheiro agrônomo Gustavo Carneiro explica que, na lei anterior, “os produtores rurais podem até ter desmatado de acordo com o percentual que a lei da época permitia”, mas que o Código Florestal, de 2012, alterou esses percentuais.

“Se o produtor não tinha como comprovar que ele desmatou de acordo com a lei da época, ele teria que recuperar. Ou, se ele desmatou de acordo com qualquer legislação, ele também teria a possibilidade de recuperar essa área e teria mais ou menos como converter aquela multa em serviços ambientais”, esclarece Carneiro.

Para que não haja diversas interpretações legais, o senador Luis Carlos Heinze defende que a aprovação do PLS 3511/2019 é necessária para que os produtores não sejam prejudicados. “Aqui, não é aquele que fraudou, que desmatou de qualquer jeito. São pessoas que na época certa fizeram o que tinham que fazer porque tinha uma lei e essa lei foi respeitada. O que a gente quer é regularizar. Temos que fazer uma lei que proteja esses produtores que fizeram essas alterações, desmatamentos, explorações em reserva legal de acordo com a lei daquela época”, argumenta o parlamentar.

Arte: Sabrine Cruz/Agência do Rádio

Aguardando designação de relatoria na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o projeto propõe ainda que, com a assinatura do termo de compromisso de adesão ao Programa de Regularização Ambiental, outros termos de regularização de imóvel rural ficariam suspensos.

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PARLAMENTARES DEVEM VOTAR SEGUNDO TURNO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E ISENÇÃO DE IMPOSTOS PARA REMÉDIOS

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PARLAMENTARES DEVEM VOTAR SEGUNDO TURNO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA E ISENÇÃO DE IMPOSTOS PARA REMÉDIOS

Após recesso parlamentar, os plenários da Câmara e do Senado voltam a pautar projetos para votação (Foto representa o sentimento nacional em relação ao congresso, uma vergonha.)

Agência do Rádio | Repórter Sara Rodrigues – Com a volta dos parlamentares após recesso, a Câmara dos Deputados pode votar, nesta terça-feira (6), o segundo turno da reforma da Previdência. Assim como no primeiro turno, a proposta precisa do voto mínimo de 308 deputados para ser aprovada e encaminhada para o Senado.

A proposta aumenta o tempo para se aposentar, limita o benefício à média de todos os salários, eleva alíquotas de contribuição para quem ganha acima do teto do INSS e ainda estabelece regras de transição para atuais assalariados.

O texto, de autoria do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), passou por três mudanças, uma delas foi a redução da idade exigida do professor de ensino infantil e básico para se aposentar com pedágio de 100% do tempo de contribuição que faltar para cumprir o requisito na data de publicação da emenda.

Ainda na Câmara, os deputados podem votar, na manhã do dia 6, a nova Lei de Licitações (PL 1292/95), que cria modalidades de contratação, exige seguro-garantia para grandes obras e típica crimes relacionados ao assunto. O objetivo, segundo o texto, é tornar os contratos menos burocráticos e mais céleres.

Já no Senado, parlamentares podem votar duas propostas de emenda à Constituição e dois projetos de lei. Entre eles está a PEC 82/2019, que restringe a possibilidade de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tomarem decisões de forma individual.

Outro assunto em pauta na casa será a tributação de remédios. De autoria do senador Reguffe (sem partido-DF), o projeto proíbe a cobrança de impostos sobre medicamentos. O texto foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), na legislatura passada e aguarda votação em plenário. Se aprovada, seguirá para a Câmara dos Deputados.

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QUEDA DA SELIC PODE CONSTRUIR AMBIENTE PARA RECUPERAÇÃO DO CONSUMO, AVALIA ECONOMISTA

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QUEDA DA SELIC PODE CONSTRUIR AMBIENTE PARA RECUPERAÇÃO DO CONSUMO, AVALIA ECONOMISTA

Copom reduziu taxa de juros em 0,5 percentuais após 16 meses

Agência do Rádio | Repórter Sara Rodrigues – A queda da Selic, taxa básica de juros da economia, de 0,5 pontos percentuais para 6% mostra que com a inflação abaixo do centro da meta, a economia não está bem.

É o que avalia o economista Roberto Ellery da Universidade de Brasília, após números anunciados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC).

Para Ellery, o BC “levou em conta: dado o que a inflação está permitindo, ele reduz a Selic na esperança de estimular um pouco a economia”. No entanto, o economista afirma que ele mesmo “teria sido mais cuidadoso que o BC, teria esperado a aprovação da Reforma da Previdência”.

A decisão contribuiu para o menor patamar da taxa desde o início do regime de metas de inflação, em 1999. A Selic estava em 6,5% desde março de 2018. Até então, ela tinha chegado a esse percentual após 12 cortes seguidos. Entre julho de 2015 e agosto de 2016, a taxa chegou a 14,25%.

O Copom informou que desde a última reunião, em junho, houve consenso de que havia um cenário benigno que permitia o corte. Além disso, o comitê prevê que há espaço para novos cortes.

Para o economista Roberto Ellery, “o que pode ter é uma queda da taxa de juros para financiamento de consumo. Isso vai formando o ambiente para recuperação. Não creio que agora, mas quem sabe no futuro. Principalmente no consumo de bens duráveis, que normalmente as pessoas financiam, ou até mesmo no mercado imobiliário onde os juros são muito importantes na decisão de compra”, completa.

De acordo com o Banco Central, a redução da taxa Selic diminui o custo de captação dos bancos, que tendem a emprestar com juros menores. Então, quando os juros caem, é estimulado o consumo.

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DODGE DIZ QUE DALLAGNOL NÃO SERÁ AFASTADO

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DODGE DIZ QUE DALLAGNOL NÃO SERÁ AFASTADO

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, saiu em defesa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba nesta sexta-feira (2).

Brasil247 – A procuradora Raquel Dodge saiu em defesa de Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba; em nota, a chefe da PGR negou ter convocado ou participado de uma reunião de emergência para discutir a situação de Dallagnol e afirmou que ele é “inamovível”; em campanha para seguir no cargo, Dodge tem feito todos os esforços para agradar o governo Bolsonaro.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, saiu em defesa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba nesta sexta-feira (2). Em nota, a chefe da PGR negou ter convocado ou participado de uma reunião de emergência para discutir a situação de Dallagnol e afirmou que ele é “inamovível”. Em campanha para ser mantida no cargo, Dodge tem feito todos os esforços pra agradar o governo Jair Bolsonaro.

Revelações da Vaza Jato vêm divulgando troca de diálogos entre Dallagnol e Sérgio Moro (Justiça) demonstrando que ambos violarma a equidistância entre quem julga (Moro era juiz) e quem acusa.

Dallagnol chegou a duvidar, por exemplo, da existência de provas contra o ex-presidente Lula, mas ofereceu a denúncia mesmo assim, e tentou investigar o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que era visto como ameaça à Lava Jato, além de outras irregularidades.

Leia a íntegra da nota emitida pela procuradora:

A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge não sofreu qualquer pressão de qualquer tipo para determinar a medida de afastamento referida na matéria, de quem quer que seja, e tampouco convocou, ou realizou reunião de emergência para discutir o assunto na quinta-feira dia 1º ou em qualquer data anterior ou posterior.

Mais do que isso, esclarece que o princípio constitucional da inamovibilidade é garantia pessoal do Procurador Deltan Dallagnol, estabelecida no artigo 128-I-b, de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, na condição de titular do ofício onde tramitam todos os processos deste caso, e junto do qual atuam os demais membros da Força Tarefa Lava Jato, designados pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge.

Em suma, a Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato”.

 

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PROCURADORES AVALIAM COMO CERTA PUNIÇÃO A DELTAN E O ACONSELHAM A PEDIR LICENÇA

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PROCURADORES AVALIAM COMO CERTA PUNIÇÃO A DELTAN E O ACONSELHAM A PEDIR LICENÇA

Brasil247 – A jornalista Daniela Lima, editora do Painel, informa que diversos membros do MPF acreditam que não há mais chance de o procurador escapar de punição no Conselho Nacional do Ministério Público – que já fala em afastá-lo cautelarmente das funções.

“Subprocuradores da República avaliam que, com a série de reveses impostos à  Lava Jato e a Deltan Dallagnol na quinta (1º), uma ala do Supremo emitiu um sinal claro aos órgãos de controle do Ministério Público Federal de que, para ela, a situação do coordenador da força-tarefa de Curitiba se tornou insustentável”, informa a jornalista Daniela Lima, na coluna Painel.

“Integrantes da cúpula da PGR dizem que, se pudessem dar um conselho a Deltan, seria o de se afastar voluntariamente por um tempo, saindo inclusive do país, para retornar depois. Esses membros do MPF acreditam que não há mais chance de o procurador escapar de punição no Conselho Nacional do Ministério Público – que já fala em afastá-lo cautelarmente das funções”, pontua ainda a jornalista.

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BARROSO TENTA REDUZIR A VAZA JATO A “FOFOCADA PRODUZIDA POR CRIMINOSOS”

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BARROSO TENTA REDUZIR A VAZA JATO A

Brasil247– Mesmo depois das revelações de que o procurador Deltan Dallagnol tentou promover investigações clandestinas contra dois ministros do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, o também ministro Luis Roberto Barroso saiu em defesa da Lava Jato e criticou a Vaza Jato. “Impressionante quantidade de gente que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime”, disse ele.

Do SOS Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse em palestra em São José dos Campos (SP) que é preciso estar atento à agenda brasileira, que segundo ele foi “sequestrada por criminosos”. Sobre o vazamento de supostas mensagens atribuídas à autoridades, entre elas o ministro da Justiça Sérgio Moro, Barroso criticou o que considera a “impressionante quantidade de gente que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime”.

Para ele, dos supostos vazamentos, “há mais fofocas do que casos relevantes, apesar do esforço de se maximizar os fatos”.

As declarações foram dadas em um evento da Associação Comercial e Industrial (ACI) de São José dos Campos. O tema da palestra do ministro foi a cidadania.

Desde junho, o site The Intercept Brasil publica reportagens com trechos de diálogos atribuídos ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz federal, e a integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. O site não revelou a fonte nem como obteve os registros das conversas.

“Apesar de todo estardalhaço que está sendo feito, nada encobre o fato de que a Petrobras foi devastada pela corrupção. Não importa o que saia nas gravações”, disse o ministro. “É difícil entender a euforia que tomou muitos setores da sociedade diante dessa fofocada produzida por criminosos”, concluiu.

Ele relembrou o acordo de US$ 3 bilhões que a Petrobras fez em Nova Iorque com investidores estrangeiros. “Ou então o Judiciário americano faz parte da conspiração. Teve que fazer um acordo de mais de US$ 800 bilhões com o departamento de justiça americano, que certamente não fará parte de nenhuma conspiração”.

“Portanto, nada encobre a corrupção sistêmica, estrutural e institucionalizada que houve no Brasil. É difícil entender a euforia que tomou muitos setores da sociedade diante dessa fofocada produzida por criminosos”, declarou Barroso.

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CELSO DE MELLO DIZ QUE BOLSONARO TRANSGRIDE CONSTITUIÇÃO E AFIRMA ESTAR PENSANDO SOBRE O CASO LULA

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CELSO DE MELLO DIZ QUE BOLSONARO TRANSGRIDE CONSTITUIÇÃO E AFIRMA ESTAR PENSANDO SOBRE O CASO LULA

Brasil247 – Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello afirma que Jair Bolsonaro ofendeu a separação de poderes e transgrediu a constituição brasileira, ao reeditar a medida provisória sobre demarcação de terras. Ele também afirmou estar refletindo sobre o caso Lula. “Eu tenho estudado muito, porque é uma questão que diz respeito não só a esse caso específico, mas aos direitos das pessoas em geral”, pontuou.

O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, concedeu entrevista ao jornalista Rafael Moraes Moura, publicada no jornal Estado de S. Paulo, em que falou sobre os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e também mencionou o caso do ex-presidente Lula, que vem sendo mantido como preso político desde abril do ano passado.

“É fundamental o respeito por aquilo que se contém na Constituição da República. Esse respeito é a evidência, é a demonstração do grau de civilidade de um povo. No momento em que as autoridades maiores do País, como o presidente da República, descumprem a Constituição, não obstante haja nela uma clara e expressa vedação quanto à reedição de medida provisória rejeitada expressamente pelo Congresso Nacional, isso é realmente inaceitável. Porque ofende profundamente um postulado nuclear do nosso sistema constitucional, que é o princípio da separação de Poderes. Ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade suprema da Constituição da República”, afirmou ele, sobre o caso das demarcações de terras, que Bolsonaro tentou transferir da Funai para a Agricultura.

O decano também se pronunciou sobre o caso do ex-presidente Lula, que tem apontao a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso. “Eu tenho estudado muito, porque é uma questão que diz respeito não só a esse caso específico, mas aos direitos das pessoas em geral. Ainda continuo pensando, refletindo. Eu, normalmente, costumo pesquisar muito, ler muito, refletir bastante para então, a partir daí, formar definitivamente a minha convicção e compor o meu voto”, afirmou o decano, que disse estar “ainda em processo de reflexão”.

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BOLSONARO É DENUNCIADO NA PGR POR SUBSTITUIÇÕES À COMISSÃO DE MORTOS E DESAPARECIDOS

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BOLSONARO É DENUNCIADO NA PGR POR SUBSTITUIÇÕES À COMISSÃO DE MORTOS E DESAPARECIDOS

Proximidade entre presidente e militares tem sido uma das marcas da gestão Bolsonaro / Foto: Fernando Souza / AFP

Presidente exonerou quatro membros da comissão e nomeou notórios defensores do regime militar.

Cristiane Sampaio | Brasil de Fato | Brasília (DF) – A bancada do Psol na Câmara dos Deputados ingressou, nesta sexta-feira (2), com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra as novas nomeações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

O presidente e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, substituíram quatro integrantes da Comissão, que tem um total de sete componentes. Foram exonerados: a presidenta do colegiado, a procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga Fáver; a advogada e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Rosa Maria Cardoso da Cunha; o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS); e o militar João Batista da Silva Fagundes, ex-deputado federal pelo estado de Roraima.

No lugar deles, foram nomeados, respectivamente, Marco Vinicius Pereira de Carvalho, que atua como assessor especial de Damares e preside o PSL no município de Taió (SC); o coronel da reserva do Exército Weslei Antônio Maretti; o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR); e Vital Lima Santos, que trabalha na chefia de gabinete do Ministério da Defesa.

Barros é um dos vice-líderes do governo na Câmara e tem demonstrado forte alinhamento com as pautas de Bolsonaro, além de ter comemorado, por exemplo, o aniversário do golpe militar de 1964.

Em uma postagem feita pelas redes sociais, ele chegou a se referir à data como “o dia que o Brasil foi salvo da ditadura comunista”. O parlamentar também já chamou de “revisionismo” as críticas à tortura e às mortes praticadas pelo regime. Além disso, defendeu, por meio de um pedido oficial feito à PGR, a prisão temporária do fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, jornalista responsável pelas reportagens da “Vaza Jato”.

Também conhecido por defender a ditadura militar, o coronel Maretti costuma exaltar a memória do coronel Brilhante Ustra, conhecido pelas práticas de tortura na época do regime. Ele também já chegou a afirmar que “quem tem armas automáticas não precisa dar muitas explicações”.

Outras pautas conservadoras marcam a trajetória do coronel, como, por exemplo, o apoio dado por ele ao movimento que pressionou pela cassação do mandato do deputado Jean Wyllys depois de o então parlamentar ter cuspido em Jair Bolsonaro, em 2016, após um insulto do pesselista.

“Retaliação”

A alteração dos componentes, publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) de quinta-feira (1º), se deu uma semana após a CEMDP reconhecer a morte de Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”, segundo o documento oficial.

Após o posicionamento da comissão, Bolsonaro afirmou, durante uma entrevista na segunda-feira (29), que poderia “contar como o pai dele desapareceu”. “Ele não vai querer ouvir a verdade”, disse o chefe do Executivo, colocando em xeque a versão de que Fernando Santa Cruz foi perseguido e moro pela ditadura militar. A manifestação do presidente foi fortemente repudiada por diferentes atores políticos, entidades da sociedade civil e outros atores.

Para o líder do Psol, a troca de membros da Comissão seria uma espécie de represália do presidente ao colegiado pela emissão do documento.

“Isso foi feito dez dias atrás. Não é uma coincidência”, pontua o líder do Psol na Câmara Federal, deputado Ivan Valente.

‘Estado de exceção’

Procurado pelo Brasil de Fato para comentar o caso, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara, disse que não se sentiu surpreso com a exoneração por conta do que chamou de “perfil extremista” do presidente Bolsonaro. O parlamentar classificou a nomeação de adeptos do regime militar para a comissão como a “antessala pra um Estado de exceção no Brasil”.

“É algo abominável, um acinte, um desrespeito, uma afronta ao povo brasileiro e a toda a nossa história. Você imagina qual seria a situação se, no Chile, uma comissão pra investigar tudo que aconteceu com os mortos e desaparecidos da ditadura chilena fosse composta por pessoas que são simpatizantes do governo Pinochet”, comparou, em referência ao ditador sanguinário que governou o país atino de 1974 a 1990.

O líder do Psol ressalta que a troca feita pelo presidente se soma a outras iniciativas conservadoras de Bolsonaro em defesa do regime militar.

“Ele está tentando reescrever a história de uma ditadura que perdurou por 21 anos com assassinatos, desaparecimentos, tortura, censura, querendo dizer que não houve nada disso. É de um negacionismo histórico. Isso tem um prejuízo enorme pra memória e pra justiça no nosso país. Essa situação não pode perdurar. Nós entendemos que é preciso que haja um levante da sociedade civil brasileira, do Poder Legislativo, do Judiciário que detenha essas violências, as mentiras e as fake news. Temos um compromisso com a história, e o que ele quer fazer é negar tudo isso”, finaliza Valente.

Comissão  

Criada por lei em 1995, Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos tem a função de ajudar a localizar os corpos de vítimas da ditadura militar, emitir parecer sobre pedidos de indenizações feitos por familiares, entre outras atribuições. Por esse motivo, o Psol argumenta que os novos indicados não teriam perfil para os cargos. O partido acusa Bolsonaro de cometer improbidade administrativa, abuso de poder e desvio de finalidade, em especial este último ponto.

“Ela é uma comissão que tem política de Estado, não de governo. A segunda questão é que os nomes que ele nomeou são de pessoas que não têm nenhuma afinidade com o tema. Pelo contrário, eles negam as funções originárias da própria Comissão. Ele não pode nomear pra uma comissão que está pesquisando, desde 25 anos atrás, onde estão os mortos e desaparecidos e colocar pessoas que exatamente vão negar que houve mortos e desaparecidos políticos, que teve repressão, que teve tortura”, argumenta Ivan Valente.

Edição: Rodrigo Chagas

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“VOLTAMOS À IDADE MÉDIA”, DIZ CARLOS MINC SOBRE EXONERAÇÃO NO INPE

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O ex-ministro Carlos Minc: Governo não tem nenhum compromisso com a questão ambiental / Tomaz Silva | Agência Brasil

Ministro de Meio Ambiente na gestão Lula lembra que instituto é internacionalmente reconhecido por estudos científicos

José Eduardo Bernardes | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O ambientalista Carlos Minc criticou nesta sexta-feira (2), em entrevista ao Brasil de Fato, os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – que monitora a Amazônia e revelou um aumento de 88% no desmatamento da região em junho deste ano, na comparação com mesmo mês de 2018.

Numa série de declarações contra o Inpe, Bolsonaro chegou a dizer que os dados são sensacionalistas e foram “espancados”, para criar constrangimento ao Brasil. Em resposta, o diretor do Inpe, o físico Ricaro Galvão, afirmou que Bolsonaro se comporta “como se estivesse em um botequim”. Galvão acabou exonerado também nesta sexta pelo ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

VÍDEO:

“Estamos voltando para a Idade Média, onde só valem os dados que agradam o rei”, afirmou Minc, que foi ministro do Meio Ambiente no governo Lula e hoje é deputado estadual pelo PSB do Rio de Janeiro. Quem discorda, ironiza ele, “vai queimar na fogueira da Inquisição”.

“O Inpe é internacionalmente reconhecido. Com suas imagens de satélite, eles nos orientavam e nós fazíamos as operações como a Boi Pirata, as operações de destruição das carvoarias e serrarias clandestinas”, acrescentou o ex-ministro.

Minc conta que à época de sua gestão, quando foram reduzidos 50% do desmatamento na Amazônia, o Instituto foi utilizado pelo governo brasileiro para entender como a região poderia ser explorada economicamente, sem riscos à biodiversidade.

“O Inpe nos ajudou, por imagens, a fazer o zoneamento econômico e ecológico da Amazônia, porque você não termina com o desmatamento, ou reduz, só com medidas repressivas, você tem que reorientar as atividades econômicas”, afirma.

Minc também criticou a ofensiva de Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em várias outras frentes.

“O ministro Salles não tem nenhum compromisso com a questão ambiental”. O deputado lembra ainda que a gestão do ministro “esvaziou o Ibama, o ICMBio, tolheu as mãos da fiscalização e está conseguindo extinguir o Fundo Amazônia, que foi criado na nossa gestão”.

Edição: João Paulo Soares

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