O MENSALÃO DE BOLSONARO: R$ 10 MILHÕES POR SEMESTRE PARA CADA DEPUTADO QUE VOTAR A FAVOR DA REFORMA

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O MENSALÃO DE BOLSONARO: R$ 10 MILHÕES POR SEMESTRE PARA CADA DEPUTADO QUE VOTAR A FAVOR DA REFORMA

PLANTÃO BRASIL – Reportagem de Angela Boldrini e Ranier Bragon na Folha de S.Paulo informa que o governo Jair Bolsonaro fez uma nova proposta de direcionamento de verbas do Orçamento em troca de apoio à reforma da Previdência, afirmam deputados.

Segundo membros de partidos do centrão a oferta agora é de R$ 10 milhões extras por semestre, para cada deputado fiel, totalizando um acréscimo de R$ 40 milhões até 2020 na verba que os congressistas podem manejar no Orçamento.

De acordo com a publicação, segundo deputados e líderes ouvidos em condição de anonimato, nesta semana o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) iniciou uma ronda com líderes partidários para tentar selar acordo. A promessa de liberação de todo o dinheiro até 2020 visa atrair mais deputados, tendo em vista que esse é o ano das eleições municipais. O governo precisa de 308 dos 513 votos para a aprovação na Câmara da reforma da Previdência, prioridade legislativa de Bolsonaro em 2019. De acordo com documento obtido pela Folha, o repasse será feito direto do ministério de escolha dos parlamentares para o município, e o parlamentar apadrinhará a obra.

Congressistas confirmaram que a alocação dos recursos virá de remanejamento interno da pasta, com a atrelação política ao voto do parlamentar: ou seja, deputados que não votarem pela Previdência não poderão beneficiar as obras de seus municípios. O valor oferecido a líderes partidários que aportarem votos de seus deputados é de R$ 80 milhões, o dobro a ser apadrinhado por deputados das bancadas. As negociações ainda não foram feitas com todos os partidos, mas o governo afirma ter intenção de tratar do assunto com todos aqueles que não fazem parte da oposição e poderiam vir a integrar uma eventual base, completa a Folha.

 

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CAPITALIZAR A APOSENTADORIA É UM PROJETO FRACASSADO NO MUNDO, DIZ OIT.

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CAPITALIZAR A APOSENTADORIA É UM PROJETO FRACASSADO NO MUNDO, DIZ OIT.

Por Jornal GGN – 60% dos países que privatizaram a Previdência voltaram atrás anos depois. Aposentadorias de valor muito baixo e o falacioso alívio nas contas do governo são os principais pontos críticos

A OIT (Organização Internacional do Trabalho) divulgou um estudo sobre capitalização da Previdência Social que indica que o projeto fracassou na maioria dos países que tentaram. A reforma de Paulo Guedes, sob o governo Bolsonaro, cria abertura para que o Brasil migre paulatinamente do sistema de repartição para a privatização das aposentadorias, e tem gerado preocupação em especialistas.
Segundo a OIT, 60% dos países que adotaram a capitalização a partir da década de 1980 tiveram de reverter boa parte das mudanças. Os principais pontos críticos são: o valor irrisório pago a quem se aposenta – muito abaixo dos parâmetros estabelecidos pela comunidade internacional – e a falácia de que o governo economiza com o sistema de capitalização.

OIT analisou a capitalização em 30 países que modificaram seu sistema. Até o ano passado, 18 deles já haviam feito uma nova reforma na Previdência. O Chile, que serve de inspiração e referência para Guedes, é um dos casos mais emblemáticos. Lá, os aposentados após a capitalização têm vivido com cerca de R$ 600.

“A recomendação da OIT é de que o valor da aposentadoria seja de pelo menos 40% do salário-base de cada trabalhador após 30 anos de atividade. Diversos países que adotaram a capitalização, porém, tiveram queda nos valores das aposentadorias, que ficaram abaixo desse padrão”, apontou o UOL em reportagem divulgada no dia 28 de maio.

O estudo ainda destaca que nos países que optaram pela capitalização, “o alívio nas contas não veio, por causa dos custos da mudança. Os trabalhadores pararam de contribuir para sustentar as pensões de quem estava aposentado, já que mudaram para o sistema de contas individuais. Ou seja, o governo teve que bancar essas aposentadorias com outros recursos, aumentando abruptamente os gastos com a Previdência até que toda a população estivesse na capitalização.”

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VILLA DESABAFA SOBRE AFASTAMENTO DA JOVEM PAN: “NÃO SOU MOLEQUE”

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VILLA DESABAFA SOBRE AFASTAMENTO DA JOVEM PAN: “NÃO SOU MOLEQUE”

Historiador Marco Antonio Villa afirmou nesta terça-feira (28) que foi afastado pela direção da rádio Jovem Pan por 30 dias e demonstrou indignação pelo ocorrido; “Não é agradável o que eu estou passando, não sou moleque, tenho história, compromisso com a história. Mas como diz o poeta: ‘tento manter a espinha ereta (não me dobro aos poderosos) e o coração tranquilo'”, desabafou; questionado se a Jovem Pan teria atendido a um pedido de Jair Bolsonaro para retirá-lo do ar, Villa se esquivou; “Não posso dizer que ‘sim’, nem que ‘não'”, avalia

Brasil247 – O historiador e comentarista político Marco Antonio Villa negou nesta terça-feira, 28, que tenha sido demitido da rádio Jovem Pan. Ele disse que foi afastado pela direção da emissora por 30 dias e demonstrou indignação pelo ocorrido.

“O que aconteceu foi o seguinte: após o ‘Jornal da Manhã’ recebi a comunicação do vice-presidente da empresa [José Carlos Pereira] dizendo que não queria os meus serviços pelos próximos 30 dias”, disse Villa ao UOL.

“Não é agradável o que eu estou passando, não sou moleque, tenho história, compromisso com a história. Mas como diz o poeta: ‘tento manter a espinha ereta (não me dobro aos poderosos) e o coração tranquilo'”, desabafou o historiador. Questionado se irá retornar ao ar após os 30 dias afastado, Villa afirma não ter decidido: “Estou refletindo se volto ou não”.

Sobre se a Jovem Pan teria atendido a um pedido do presidente Jair Bolsonaro para retirá-lo do ar, Villa se esquivou. “Seria leviandade da minha parte dizer que ele teve um dedo nessa história. Não posso dizer que ‘sim’, nem que ‘não’. Seria uma irresponsabilidade”, avalia.

Marco Antonio Villa foi um dos principais disseminadores do antipetismo no Brasil, que pavimentou o caminho para a ascensão do neofascismo no Brasil. Diante do governo de Jair Bolsonaro, Villa vinha adotando postura crítica, enquanto a Jovem Pan foi paulatinamente se tornando uma das maiores defensoras do governo, em especial da reforma da Previdência.

“Eu sempre tive a postura crítica em relação aos quatro últimos governos: Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. Isso incomoda o nosso poder. O poder nunca gostou de críticas”.

FLÁVIO BOLSONARO TENTA DE NOVO BLOQUEAR INVESTIGAÇÃO NA JUSTIÇA

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FLÁVIO BOLSONARO TENTA DE NOVO BLOQUEAR INVESTIGAÇÃO NA JUSTIÇA

Pela terceira vez, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, tenta impedir a investigação sobre crimes e atividades irregulares de uso do dinheiro público em seu gabinete na Assembleia Legislativa, quando era deputado pelo Rio de janeiro, e o aumento do seu patrimônio; ele apresentou novamente pedido de habeas corpus contra decisão de quebrar seus sigilos bancário e fiscal

Brasil247 – Pela terceira vez, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, tenta impedir a investigação sobre crimes e atividades irregulares de uso do dinheiro público em seu gabinete na Assembleia Legislativa, quando era deputado pelo Rio de janeiro, e o aumento do seu patrimônio; ele apresentou novamente pedido de habeas corpus contra decisão de quebrar seus sigilos bancário e fiscal.

Reportagem de Catia Seabra e Italo Nogueira na Folha de S.Paulo aponta que a defesa do filho do presidente “apresentou na semana passada um pedido de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro contra a decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal, que determinou as quebras de seus sigilos bancário e fiscal”.

Ainda em sigilo, a peça da defesa usa os mesmos argumentos dos da defesa de seu parceiro, o ex-assessor Fabrício Queiroz, pivô da investigação, que se comporta como um fugitivo.

A reportagem indica que segundo o Ministério Público do Rio, há indícios robustos da prática de crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no gabinete de Flávio Bolsonaro de 2007 a 2018.

A Justiça decidiu quebrar os sigilos bancário e fiscal do filho de Bolsonaro, de 86 pessoas e nove empresas.

 

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PAPA FRANCISCO ESCREVE CARTA A LULA E DIZ QUE ‘O BEM VENCERÁ O MAL’

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PAPA FRANCISCO ESCREVE CARTA A LULA E DIZ QUE 'O BEM VENCERÁ O MAL'

O Papa Francisco escreveu carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político há mais de um ano. No texto, Francisco diz que ora por Lula e pede que o e-presidente ‘não deixe de rezar por mim’. A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. O Papa Francisco lamenta ainda “as duras provas que o senhor viveu ultimamente” e cita a morte de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival Inácio, e do neto dele, Arthur

Brasil247 – O Papa Francisco escreveu carta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso político há mais de um ano. No texto, Francisco diz que ora por Lula e pede que o e-presidente ‘não deixe de rezar por mim’.

A informação é da coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. O Papa Francisco lamenta “as duras provas que o senhor viveu ultimamente” e cita a morte de dona Marisa, do irmão de Lula, Genival Inácio, e do neto dele, Arthur.

“Não deixe de rezar por mim”, pede Francisco a Lula, dizendo que também ora pelo líder brasileiro. De acordo com Mônica Bergamo, “a correspondência é uma resposta a uma carta que o ex-presidente enviou ao santo padre em março”.

O texto traz reflexões religiosas e filosóficas. Diz que graças ao “triunfo de Jesus sobre a morte”, é possível acreditar “que, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e a Salvação vencerá a condenação”.

A advogada Carol Proner, que faz parte de um grupo de estudos no Vaticano e teve acesso à correspondência, diz que “é uma carta que carrega muitas mensagens, além daquelas de afeto”.

Leia a íntegra da carta: 

Estimado Luiz Inácio,

Recebi sua atenciosa carta do passado 29 de março, com a qual, além de agradecer a minha contribuição para defesa dos direitos dos mais pobres e desfavorecidos dessa nobre nação, me confidenciava seu estado e ânimo e comunicava sua avaliação sobre o contexto sócio-político brasileiro, o que me será de grande utilidade.

Como assinalei na mensagem para o 52 Dia Mundial da Paz, celebrado no passado 1 de janeiro, a responsabilidade política constitui um desafio para todos aqueles que recebem o mandato de servir ao seu País, de proteger as pessoas que habitam nele e de trabalhar para criar as condições de um futuro digno e justo. Tal como meus antecessores, estou convencido de que a política pode tornar-se uma forma eminente de caridade, se for implementada no respeito fundamental pela vida, liberdade e dignidade das pessoas.

Nesses dias, estamos celebrando a ressurreição do senhor. O triunfo de Jesus Cristo sobre a morte é a esperança da humanidade. A sua Páscoa, sua passagem da morte à vida, é também a nossa Páscoa. Graças a ele, podemos passar da escuridão para luz, das escravidões desse mundo para liberdade da terra prometida. Do pecado que nos separa de Deus e dos irmãos para a amizade que nos une a ele. Da incredulidade e do desespero para alegria serena e profunda de quem acredita, no final, o bem vencerá o mal, a verdade vencerá a mentira e salvação vencerá a condenação.

Tenho presente das duras provas que o senhor viveu ultimamente, especialmente da perda de alguns entes queridos, sua esposa Marisa Letícia, seu irmão Genival Inácio e, mais recentemente, seu neto Arthur de somente sete anos- quero lhe manifestar a minha  proximidade espiritual e lhe encorajar pedindo para não desanimar e continuar confiando em Deus.

Ao assegurar-lhe minha oração a fim de que, neste tempo pascal de Júbilo,  a luz de cristo ressuscitado o cumule de esperança, peço-lhe que não deixe de rezar por mim.

Que Jesus o abençoe e a Virgem santa lhe proteja.

Fraternalmente.

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SENADO CONFIRMA: MORO PERDEU O COAF

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SENADO CONFIRMA: MORO PERDEU O COAF

O texto-base da MP 870, que reduz o número de ministérios de 29 para 22, foi aprovado pelo Senado Federal por 70 votos favoráveis. O documento devolveu o Coaf para Ministério da Economia, caraterizando mais uma derrota de Sergio Moro. A ’dança’ do Coaf promoveu o maior desgaste político do governo até aqui, com uma profusão de traições, recuos, incertezas, desculpas e justificativas vazias.

Senadores pró Moro ainda tentaram tumultuar a sessão e deixar o destino do Coaf com o ex-juiz, mas o presidente do Senado, David Alcolumbre, acelerou a votação, nomeando senador por senador até encerrar o rito no Senado.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que “o governo teve dificuldade para conter senadores do próprio PSL, que queriam mudar o texto para atender à reivindicação de Moro, que considera o Coaf estratégico no combate à corrupção. Se a medida provisória sofresse mudanças, porém, precisaria voltar à Câmara, pondo em risco inclusive a versão completa da MP, como o enxugamento de pastas —já que ela perderia validade em 3 de junho.”

A matéria ainda acrescenta que “no Senado, 29 dos 78 senadores presentes (de um total de 81 no cargo) deram voto a favor de transferir o Coaf para a pasta de Moro —mas não houve registro nominal. Senadores favoráveis a Moro fizeram questão de atribuir a derrota do ministro a Bolsonaro. De olho nas redes sociais, quem mudou de posição foi ao microfone se justificar. O texto-base havia sido aprovado inicialmente em votação simbólica. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), pediu votação nominal, numa manobra para impedir que os destaques que tratam do Coaf também pudessem ser votados nominalmente.”

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MAIA QUER ANTECIPAR VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA E PEDE PARECER ATÉ 15 DE JUNHO

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MAIA QUER ANTECIPAR VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA E PEDE PARECER ATÉ 15 DE JUNHO

Presidente da Câmara reiterou urgência da reforma e disse que busca votar a proposta no plenário no primeiro semestre com a maior economia possível.

economia.ig.com.br – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer antecipar o calendário de votação da reforma da Previdência. Ele afirmou, nesta terça-feira (28), que pedirá ao relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que apresente seu parecer na comissão especial antes do dia 15 de junho.

“O tempo está ficando apertado e pedi ao relator que antecipe em uma semana ou cinco dias a leitura do texto. Esperamos chegar na economia que o ministro Paulo Guedes deseja para a Previdência [R$ 1 trilhão]”, disse Maia ao deixar a sede do Ministério da Economia, onde se reuniu com Guedes, secretários e outros 13 parlamentares.

Caso a apresentação do relatório seja antecipada, deve haver tempo da proposta ser votada também no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre. “Eu sou sempre um otimista. A gente precisa terminar a matéria na Câmara no primeiro semestre”, cobrou o presidente da Casa.

Maia relatou que o encontro serviu para tratar também de projetos urgentes para o país, além da Previdência . O principal deles, segundo avalia, é a reforma do Estado. “Trouxe comigo um grupo de deputados de vários partidos para podermos organizar a votação de temas importantes para modernizar e melhorar a eficiência do Estado”, acrescentou.

Outro projeto que deve ser votado é o que trata do orçamento impositivo, que obriga o governo a Executar emendas de bancada de parlamentares. Maia afirmou que o governo negocia com parlamentares mudar esse texto para permitir que o dinheiro arrecadado com um megaleilão de petróleo seja dividido com estados e municípios.

ECONOMIA ‘MODELO’ PARA AMÉRICA DO SUL, CHILE TEM PREVIDÊNCIA EM XEQUE

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ECONOMIA 'MODELO' PARA AMÉRICA DO SUL, CHILE TEM PREVIDÊNCIA EM XEQUE

Presidente do Chile, Sebastian Piñera — Foto: Carlos Lemos/Reuters

País visitado por Bolsonaro nesta semana cresceu 4% em 2018, tem taxa de desemprego de 7% e inflação de 2,4% – mas há mais de uma década tenta consertar problemas graves em seu sistema de aposentadorias.

G1/GLOBO – Em 2018, enquanto o Brasil registrava, pelo segundo ano consecutivo, crescimento de 1%, a economia chilena avançou 4%. O desempenho não foi episódico – há anos os indicadores são superiores à média da América Latina. O país visitado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana tem taxa de desemprego de 7% e inflação de 2,4%.

O modelo de estabilidade macroeconômica e o equilíbrio fiscal do Chile – cuja dívida pública bruta não passa de 25% – é uma inspiração para economistas de orientação liberal de países do continente.

Uma das reformas pioneiras feitas no país, porém, é hoje um dos principais desafios do Chile. Em 1983, o sistema público de Previdência foi convertido em privado e passou a seguir um modelo de capitalização – no qual se inspirariam anos mais tarde México, Colômbia e Peru.

Décadas depois, uma geração de aposentados submetidos às mudanças instituídas no regime do ditador Augusto Pinochet recebem benefícios muito inferiores ao necessário para cobrir suas necessidades básicas.

O problema foi objeto de uma grande reforma em 2008, na gestão de Michelle Bachelet, que criou um pilar solidário (público) para o sistema. Dez anos depois, o presidente Sebastián Piñera – com quem o Bolsonaro se reúne neste sábado – prepara novas mudanças para tentar elevar o valor médio das aposentadorias e diminuir o nível de pobreza na terceira idade.

O modelo de crescimento do Chile

Professora da Universidade Adolfo Ibáñez, Andrea Repetto ressalta que “o Chile está há 40 anos fazendo reformas na direção de uma economia mais robusta”.

A ditadura Pinochet, que se estendeu de 1973 a 1990, abriu a economia e promoveu uma série de mudanças pró-mercado com base na cartilha neoliberal da chamada Escola de Chicago, onde estudaram diversos membros da equipe econômica do general.

Desde a redemocratização, continua a economista, os governos de diferentes orientações que se revezaram no poder sempre estiveram preocupados com a estabilização macroeconômica. “Essa é uma peça fundamental (do modelo de crescimento).”


Dívida do setor público no Chile — Foto: BBC Brasil

Nesse sentido, o país mantém um Banco Central independente, “autenticamente autônomo” – que permitiu, através da política de juros, derrubar a inflação que chegou a 26% em 1990 para os atuais 2,4%.

Além disso, há uma ideia sedimentada de que o setor público não pode gastar mais do que arrecada. Um “compromisso fiscal” que era informal e virou lei cerca de uma década atrás – uma espécie de teto de gastos à chilena, mas com o avanço das despesas condicionado não à inflação, como é o caso da emenda constitucional aprovada no Brasil em 2016, mas à expectativa de arrecadação.

“Existe a noção de que o Estado precisa poupar para estar preparado para o momento em que eventualmente o preço do cobre caia”, pondera a pesquisadora chilena.

O cobre é há décadas elemento importante da economia chilena. Segundo o analista da Oxford Economics James Watson, o setor de mineração responde por algo entre 7% e 10% do PIB.

Apesar de o percentual ser menor que no passado, a flutuação dos preços da commodity ainda tem impacto direto sobre a economia. A queda nos preços do cobre no período entre 2014 e 2017, exemplifica o economista, foi um dos principais responsáveis pela desaceleração da atividade.

Para ilustrar a relevância do setor, Andrea Repetto lembra a greve de 43 dias em 2017 no maior campo de cobre do mundo, da mineradora Escondida, que, sozinha, derrubou o crescimento do primeiro trimestre.

Miguel Ricaurte, economista-chefe para a região andina do Banco Itaú, ressalta que “a administração responsável” da arrecadação fiscal proporcionada pelo cobre permitiu que outros setores também se desenvolvessem no decorrer das últimas décadas.

“Dito isso, o Chile ainda precisa diversificar sua matriz produtiva e de exportações para ser menos dependente dos ciclos das matérias-primas.”

A capitalização da Previdência e o aumento da pobreza
O crescimento econômico, entretanto, não foi suficiente para conter os desequilíbrios do sistema de aposentadorias do país, que desde 1983 segue um modelo de capitalização gerido pelo setor privado.

O principal problema do modelo chileno é o baixo valor dos benefícios. De acordo com Felipe Bruno, líder de Previdência da consultoria Mercer no Brasil, nove em cada dez aposentados no país recebe o equivalente a menos de 60% de um salário mínimo, que hoje é de cerca de US$ 450.

A principal razão, segundo Guillermo Larráin, professor da Universidade do Chile, é o fato de que as contribuições feitas pelos trabalhadores – hoje de 10% do salário – não são suficientes para garantir uma renda que satisfaça as necessidades básicas dos chilenos aposentados.


Pilar solidário foi instituído em 2008, no governo de Michelle Bachelet — Foto: Alexandre Durão/G1

Apenas para efeito de comparação – já que o modelo brasileiro é essencialmente diferente do que vigora no vizinho -, a contribuição previdenciária paga pelos empregados no Brasil vai de 8% a 11% da remuneração, mas as empresas recolhem para o INSS o equivalente a 20% do salário do funcionário.

“Quando a reforma foi feita no Chile, existia um otimismo irracional a respeito da capacidade de poupança do sistema”, diz o economista.

Além da questão da contribuição em si, as oscilações da economia chilena – que, como a maioria dos países do continente, alterna ciclos de crescimento com períodos de crise – prejudicaram a rentabilidade dos fundos de pensão.

Ao contrário do sistema público, no sistema de contas individuais as taxas de juros são extremamente importantes, porque determinam quanto o que foi poupado vai valer no futuro e, portanto, o nível de renda dos aposentados.

Felipe Bruno, da Mercer, ressalta ainda o fato de que há pouca concorrência entre gestoras de fundos de pensão no país, que cobram taxas de administração muitas vezes elevadas e que muitas vezes são pouco transparentes.

O sistema já sofreu mudanças nas últimas décadas e passa novamente por uma reforma.

Em 2008, lembra Andrea Repetto, foi instituído o pilar solidário, que passou a pagar benefícios assistenciais àqueles em situação de vulnerabilidade social.

Nessa época foram criadas, por exemplo, a chamada Pensión Básica Solidária de Vejez (PBSV), que varia entre US$ 180 e US$ 215, e o Aporte Previsional Solidario de Vejez (APSV), subsídio pago a quem ganha menos de US$ 470, para complementar a renda.

Essa mudança, diz a economista, em paralelo ao crescimento econômico, é um dos principais responsáveis pela expressiva e recente redução da pobreza no país – que, de acordo com os números do Banco Mundial, caiu de 26% no ano 2000 para cerca de 8% em 2015.

Em outubro do ano passado, o presidente Sebastián Piñera propôs novas alterações na legislação para tentar elevar gradualmente o nível baixo das aposentadorias e reduzir o nível de pobreza e vulnerabilidade dos chilenos na velhice.

A proposta encaminhada ao Congresso prevê um aumento gradual da alíquota previdenciária de 10% para 14%. A diferença seria paga pelas empresas, que até então só contribuíam em casos de profissões insalubres.

“Sabemos que hoje as aposentadorias são muito baixas e inferiores às expectativas de nossos idosos”, disse ele durante o pronunciamento.

As medidas, que ainda precisam ser aprovadas pelo Legislativo chileno, preveem também um reforço do pilar solidário. A previsão é que esse tipo de gasto cresça de 0,8% para 1,12% do PIB.

Em comunicado veiculado em rede nacional, Piñera ressaltou que, dos 2,8 milhões de aposentados no Chile, mais da metade – 1,5 milhão – necessitam de auxílio do pilar solidário.

Do total de pessoas que dependem do pilar solidário, 62% são mulheres – que em geral têm uma participação mais intermitente no mercado de trabalho, muitas vezes interrompida pela maternidade.

IMPEACHMENT DE BOLSONARO DESANDA: RODRIGO MAIA É CONTRA E MOURÃO NÃO É CONFIÁVEL

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IMPEACHMENT DE BOLSONARO DESANDA: RODRIGO MAIA É CONTRA E MOURÃO NÃO É CONFIÁVEL

Os presidentes do STF, Dias Toffoli, da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (Foto: Agência Brasil)

Revista Fórum – As informações são da coluna de Mônica Bergamo. Maia, que votou a favor do impeachment de Dilma, afirma desta vez que deputados não podem recorrer a atalhos antidemocráticos.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, as discussões sobre um eventual impeachment de Jair Bolsonaro, que ganharam impulso na semana passada, começaram a arrefecer.

A razão principal, conforme apurado pela colunista, é que o vice-presidente, Hamilton Mourão, não inspira confiança suficiente no universo político para ganhar apoio e assumir o cargo.

O mesmo não acontecia, por exemplo, com Michel Temer, quando era o vice de Dilma Rousseff.

A outra razão é que o tema está, neste momento, fora do radar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Maia, que votou a favor do impeachment de Dilma, já afirmou a interlocutores que, se os deputados pregam o fortalecimento das instituições, não podem recorrer a atalhos antidemocráticos, tentando criar um ambiente “sem base” para o impeachment.

Sem a anuência dele, que comanda a pauta do parlamento, propostas de impedimento não conseguem prosperar.

Ele tem se posicionado também contra as propostas de semipresidencialismo, que limitariam o poder de Bolsonaro.

Mourão se torna presidente nos casos de impeachment, renúncia ou morte do presidente. Ele só não assumiria caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casasse a chapa completa que concorreu à eleição em 2018 — Bolsonaro como presidente e ele como vice.

Caso isso ocorresse antes de Bolsonaro e Mourão completarem dois anos de mandato, seriam convocadas eleições diretas. Depois de dois anos, eleições indiretas.

 

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BOLSONARO PEDE E JOVEM PAN DEMITE MARCO ANTONIO VILLA

BOLSONARO PEDE E JOVEM PAN DEMITE MARCO ANTONIO VILLA

O apresentador da Jovem Pan Marco Antonio Villa foi demitido da emissora; o afastamento seria decorrente das críticas ao governo Jair Bolsonaro e membros da atual gestão como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP); com a demissão, a Jovem Pan torna-se explicitamente bolsonarista, de olho em verba publicitária; liberdade de expressão em xeque

Brasil247 – Crítico do governo Jair Bolsonaro, o apresentador da Jovem Pan Marco Antonio Villa foi demitido da emissora. O afastamento seria decorrente das críticas à gestão do atual presidente e membros como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro.

Com a demissão, a Jovem Pan torna-se explicitamente bolsonarista, de olho em verba publicitária.

Villa foi porta-voz da extrema-direita no processo que terminou com o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016. Agora a direita começa a punir quem se mostra contra suas políticas. A liberdade de expressão está definitivamente em xeque.

Uma das críticas do apresentador ao governo aconteceu em março, quando o jornalista rechaçou a ideia de liberar o acesso ao Brasil de norte-americanos sem visto. Também bateu duro no deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), para quem brasileiro que migra ilegalmente para os Estados Unidos é uma vergonha.

“A questão do visto. Sem reciprocidade? Quer dizer que americano entra no Brasil sem visto e o brasileiro [não pode fazer o mesmo]? Aí, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro, diz que o brasileiro que é imigrante clandestino nos EUA é uma vergonha. Vergonha é você, Eduardo, que põe boné do Trump. Você é uma vergonha, não o brasileiro que vai lá trabalhar. É inacreditável a irresponsabilidade”, disse Villa.

“Esta viagem está sendo desastrosa e, não o digo com prazer, os resultados serão desastrosos”, acrescentou

O apresentador também já afirmou que o chanceler Ernesto Araújo está a serviço de uma potência estrangeira. “Quando eu falo de política externa, penso no nosso Brasil. A recuperação econômica não pode ser prejudicada pela irresponsabilidade de uma política externa a serviço de interesses antinacionais e que coloquem em risco a segurança do Brasil”, disse ele em comentário publicado no site da emissora no dia 14 deste mês.