No entanto, o diário compara “o maior país da América Latina a um navio à deriva, enquanto seu capitão procura uma rota”. “A Amazônia continua em chamas, o coronavírus já matou mais de 130 mil pessoas, a economia não está sem direção, as investigações se amontoam sobre o clã presidencial e o país nunca esteve tão dividido desde a ditadura militar ou tão isolado no mundo”, afirma Le Figaro.
Apesar da situação caótica, a matéria salienta “a jogada de mestre” do presidente, concedendo uma ajuda de R$ 600 a 65 milhões de brasileiros, se apropriando de programas sociais lançados por Lula, como o emblemático “Bolsa Família”, hoje chamado de “Renda Brasil”. Uma estratégia que tem um custo alto para a economia, a dívida pública representa hoje 95% do PIB, diz o jornal francês.
No entanto, o jornal afirma que se Bolsonaro mantém o silêncio sobre a crise econômica, a Covid-19 e a Amazônia, a postura não é a mesma em relação à sua família. Ao ser questionado sobre uma das investigações em que a primeira-dama Michelle é alvo, a máscara paz e amor do presidente caiu e o presidente chegou a ameaçar o repórter de agressão física. Por isso, para Le Figaro não restam dúvidas que a única preocupação de Bolsonaro é proteger o seu clã.