O próprio presidente o anunciou, vivaz e usando máscara simples. Voltou a banalizar a doença –como chuva, pegará a todos – simulando que seu “histórico de atleta” e a cloroquina foram suficientes para lhe manter bem-disposto.
Nenhuma surpresa, considerando que 80% dos acometidos têm sintomas leves ou moderados; 15% adoecem gravemente e só 5% chegam a estado crítico, que pode lhes ceifar a vida.
Aos 65 anos, Bolsonaro tem maiores riscos. Mas a matemática do vírus não é tão exata – afinal, estatísticas são probabilidades. O idoso Valdemar Domingues, 92 anos, hipertenso e diabético, recuperou-se da doença após 18 dias em Camacan, Sul da Bahia. Já a jovem Kamylle Ribeiro, com 17, sem comorbidades, morreu em Duque de Caxias, Rio de Janeiro.
São tais incertezas que requerem de autoridades prudência e duras medidas de prevenção. Bolsonaro, em vez disso, dá mau exemplo, produz aglomerações, sabota medidas sanitárias e recomenda fármaco sem benefícios comprovados, mas de efeitos adversos certos, partidarizando a pandemia.
Seu contágio com sintomas leves lhe serve de álibi para seguir propagando o vírus, a mistificação e a irresponsabilidade governamental.