A Organização Mundial da Saúde (OMS) qualificou nesta segunda-feira a América Latina como a crise “mais complexa” da pandemia e deixou claro que o pico do surto ainda não foi atingido. Para superar a atual crise, a região vai precisa de liderança política e da ajuda da comunidade internacional.
Dados dos últimos dias colocaram o Brasil e o restante da região como o foco da atenção global.
“É uma enorme preocupação, é um momento de liderança política forte na América Latina e solidariedade internacional. E precisamos de liderança de dentro da América latina para controlar a doença”, afirmou Michael Ryan, diretor de operações da OMS. Segundo ele, a situação não envolve apenas um país. “São vários experimentando uma epidemia muito severa”, disse.
Para Maria van Kerkhove, diretora técnica da OMS, países precisam entender que a crise não acabou. “Estamos longe do fim”, disse.
Ryan ainda classificou como “decepcionante” estudos recentes que apontam para a falta de eficácia da hidroxicloroquina. Para ele, se isso se confirmar, é a perda de uma oportunidade importante.
O especialista confirmou que a OMS irá examinar os resultados de outros estudos e considerará se terá de interromper seus testes com o remédio. Há semanas, a agência incluiu a hidroxicloroquina em seus testes pelo mundo. Mas por enquanto não recomenda o remédio.
Há dez dias, a OMS chegou a suspender temporariamente o uso da hidroxicloroquina, para avaliar seu risco para a saúde. Mas concluiu que não era significativo para impedir a continuação das pesquisas.
Agora, uma nova interrupção pode ocorrer. “Mas precisamos continuar evidências. Uma pesquisa só não é suficiente”, completou.
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