Com salários congelados há anos, pagamentos atrasados e às vezes ganhando o equivalente a cerca de dois salários mínimos, servidores públicos estaduais rechaçam o rótulo de “lobistas” e privilegiados por possuírem estabilidade.
São professores, policiais e enfermeiros que tentam garantir o reajuste salarial, cujo veto foi indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ele tem apoio de governadores para que o possível veto não seja derrubado.
Eles discordam da comparação com o setor privado, onde há demissões e cortes salariais, por causa do impacto do novo coronavírus na economia. Policiais e enfermeiros não podem cumprir home office, por exemplo, e há casos confirmados de Covid-19 e mortos nessas categorias de servidores, dizem.
“Oito policiais já morreram e 226 estão infectados infectados. Destes, 33 estão internados em estado grave”, diz o soldado Marco Prisco Caldas Machado, coordenador da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra) da Bahia e deputado estadual (PSC).
“É hipocrisia e demagogia [governadores falarem em lobby]. Se mostrarem uma vantagem, mostro milhares de desvantagens. Nosso salário é absurdo. O inicial é cerca de R$ 3.000 bruto, fica R$ 1.800 líquido . A maioria está endividado e não tem casa própria. Policiais são assassinados porque são identificados, moram próximos dos marginais”, desabafa.