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Na missa de abertura do evento, na manhã deste domingo, o Papa Francisco criticou o fogo que “devastou recentemente a Amazônia”. / TIZIANA FABI / AFP
Encontro de papa com bispos começa neste domingo; Na abertura, Papa Francisco também apontou a destruição da região
Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Representantes de diversos movimentos populares da América Latina entregam neste sábado (5), em Roma, na Itália, um documento ao cardeal Pedro Barreto, presidente da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Panamazônica.
O documento aponta sérias preocupações com a Amazônia, ao relatarem que a região está no centro de uma disputa de projetos econômicos e sociais opostos, em meio a uma grave crise ambiental.
“O processo de apropriação e exploração de territórios e bens comuns está marcado pelo avanço do agronegócio, a exploração mineral e petrolífera de grandes projetos de infraestrutura”, aponta a carta.
O Sínodo da Amazônia, que começa neste domingo (6) no Vaticano, reúne bispos e outros convidados de nove países do bioma para debater temas da Igreja Católica na região e a situação do meio ambiente e dos moradores locais, incluindo os povos indígenas. O encontro ocorrerá ao longo de todo o mês de outubro.
Para os movimentos, a intensificação deste projeto do grande capital se expressa no desmatamento, na ocupação ilegal dos territórios para explorar os bens naturais e na consequente expulsão dos povos tradicionais.
A carta também aponta que o aumento dos incêndios na Amazônia nos últimos meses, que tiveram grande repercussão internacional, são consequências da profunda regressão nos marcos das proteções socioambientais, como as políticas propostas pelo governo de Jair Bolsonaro.
Na missa de abertura do evento, na manhã deste domingo, o Papa Francisco criticou o fogo que “devastou recentemente a Amazônia”, pediu que a igreja não se limite a uma “pastoral de manutenção” e que o sínodo tenha inspiração para “renovar os caminhos para a igreja” na região.
“O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário, o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos”, afirmou o papa, no trecho mais explícito sobre as queimadas nas últimas semanas na região.
Neste sentido, os movimentos populares também apontam na carta que realizarão algumas ações durante o Sínodo, com o objetivo de apoiar as reflexões propostas pela Igreja Católica sobre o tema. Entre os dias 12 a 18 de outubro haverá a Jornada de Ação Global “Amazônia, Resistência e Vida”. No dia 16 deste mês, também acontecerá diversas mobilizações para marcar o dia da Soberania Alimentar.
Edição: Luiz Felipe Albuquerque
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