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Acordo parcial prevê consolidação de um novo Conselho Nacional Eleitoral, um programa de troca de petróleo por alimentos e medicamentos e defesa da soberania venezuelana sobre Essequibo.
REDAÇÃO OPERA MUNDI | São Paulo (Brasil) – O governo da Venezuela anunciou nesta segunda-feira (16/09) um acordo parcial com parte da oposição. O pacto prevê a instalação de uma mesa de diálogos de agenda aberta e a volta de deputados do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) à Assembleia Nacional.
Reunidos com os partidos de oposição MAS (Movimento ao Socialismo), Avanzada Progressista, Soluciones para Venezuela e Cambiemos, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, e a vice-presidente, Delcy Rodríguez, fizeram o anuncio ao lado do deputado opositor Tiomoteo Zambrano. O Copei deverá se somar nos próximos dias.
“Essa é uma mesa de acordo para venezuelanos, entre venezuelanos. Chegamos a um acordo em alguns temas e colocamos uma agenda de trabalho para continuar a discussão e a negociação. Essa agenda aberta é um convite a todos e a todas que queiram se incorporar a esse processo de discussão”, afirmou o ministro da Comunicação.
Não fizeram parte do acordo o partido de direita Voluntad Popular (VP), do autoproclamado presidente Juan Guaidó, o Primero Justicia (PJ) e o Ação Democrática (AD) – que governou o país durante décadas em um acordo com o Copei. Tanto o VP, quanto o PJ arquitetaram a tentativa fracassada de golpe de Estado do dia 30 de abril, que pretendia derrubar o presidente Nicolás Maduro.
Prensa Presidencial
Acordo ainda prevê consolidação de um novo Conselho Nacional Eleitoral, um programa de troca de petróleo por alimentos e medicamentos
As legendas signatárias do acordo fizeram parte da coalizão Concertación por el Cambio, formada em 2017, para apoiar a candidatura de Henri Falcón nas eleições presidenciais daquele ano, das quais o opositor saiu derrotado pelo presidente reeleito Nicolás Maduro. Tais partidos também constituíram, em 2008, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), tentativa de coalizão opositora para conquistar maioria no Parlamento, mas deixaram o movimento nos últimos anos.
O acordo ainda prevê a consolidação de um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), liberdade de presos de acordo com a Comissão da Vida, um programa de troca de petróleo por alimentos e medicamentos, a defesa da soberania venezuelana sobre o território de Essequibo (região da fronteira com a Guiana) e o rechaço às sanções econômicas contra o país, bem como a exigência de suas suspensões.
“O fim não justifica os meios. O fim deve ser a Venezuela de todos e todas, não de uma parte frente à outra. Os partidos de oposição, o MAS, Avanzada Progressista e Cambiemos, e representantes do governo, afinamos nossas vontades, renunciamos à posições para construir, unir e somar. Damos início a um processo constitutivo de uma mesa nacional pela Venezuela”, disse Zambrano.
O deputado opositor ainda reiterou que o acordo garante o “retorno imediato” dos deputados da base do governo ao Parlamento e afirmou que “esse é apenas o primeiro bloco de acordos e seguiremos negociando para preencher os vazios, corrigir erros e remover obstáculos que ferem nossa democracia”.
Por sua vez, Rodríguez disse que, na mesa instituída, “o princípio é o diálogo amplo, sem exclusões, cujo o método se baseia nos acordos parciais”.
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