NORMALIZANDO A CENSURA #meteoro.doc

Executivo e  Judiciário se uniram para censurar a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. Em Porto Alegre, foi o Legislativo que se encarregou de censurar uma exposição de cartuns políticos. O Brasil, que nunca chegou a consolidar totalmente a democracia, vai normalizando a censura.

Essa é a campanha de financiamento coletivo que mantém esse canal no ar: https://goo.gl/koguaJ

— E tem a nossa caixa postal 17905 CEP 80410-981

— O Meteoro já caiu no facebook, no twitter e no instagram: https://www.facebook.com/meteorobr/ https://twitter.com/meteoro_br https://www.instagram.com/meteorobrasil/

— Trilha sonora: Bad Day https://www.youtube.com/watch?v=YWQF7…

Persona 3 – Maya

 

DEPOIS DO GRITO, O BEIJATO NA BIENAL

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DEPOIS DO GRITO, O BEIJATO NA BIENAL

Esquerda Online – Numa guerra judicial em torno da temática LGBTI+ durante a Bienal Internacional do Livro no Rio de Janeiro, observamos que o obscurantismo e o retrocesso negam as liberdades individuais e provam que decisões descabidas, como a do desembargador Cláudio de Mello Tavares, ferem a laicidade do Estado e a impessoalidade nas decisões dos magistrados.

Sua conduta é motivada por suas convicções religiosas e homofóbicas. O presidente do TJ-RJ, que permitiu a apreensão dos livros, já defendeu que, “com base na fé”, homossexualidade possa ser vista como “desvio de comportamento”. Logo, não é nenhuma preocupação com a infância, é uma cruzada LGBTfóbica!

Com uma vasta programação e já perto de seu fim, a Bienal contou com mesas e atividades importantes, como as que trazem o debate racial e de gênero para a roda. A preocupação que devemos ter nestes espaços é que se cumpra um papel educativo, para além do entretenimento e do consumo (as cifras que movem moinhos, tornando a leitura ainda pouco acessível para muitos!), e que promovam reflexão e maior acesso ao mundo das letras.

Infelizmente, o Rio de Janeiro, capital mundial do samba (e do maior Carnaval do planeta!), tem sofrido duros golpes da prefeitura de Marcelo Crivella. O prefeito se nega a cumprir a tradição carnavalesca de entrega da chave da cidade ao Momo, tem entrado em guerra com espaços de promoção da cultura popular (como o Jongo da Serrinha) e insiste em brigar com a cultura em seus múltiplos aspectos e variações. Agora, novamente entra em cena com seu moralismo hipócrita para dar vasão às atitudes mais reacionárias e antidemocráticas a que o Rio já assistiu após a redemocratização. O alvo da vez? Uma revista de histórias em quadrinhos, Vingadores: a cruzada das crianças. Ele ordenou que a publicação fosse recolhida da Bienal do Livro, no Riocentro. Para seu espanto e nossa felicidade (mas mais ainda da editora e distribuidora), a HQ foi consumida loucamente ainda pela manhã. A atitude arbitrária gerou uma procura gigantesca pela edição. Mas não é a primeira vez que isso ocorre neste governo. Lembremos que a prefeitura cancelou, em outubro de 2017, a Coletiva Curto-circuito, que ocorreria no Castelinho do Flamengo, trazendo temas como diversidade sexual, preconceito e violência. Censura nítida, o ocorrido não foi fato isolado, ele havia vetado um dia antes a vinda da exposição Queermuseu: Cartografias da Diferença na Arte Brasileira. E, além da censura, ele chegou a debochar do feito ao dizer que “Saiu no jornal que seria no MAR. Só se for no fundo do mar”. Logo, há uma política da prefeitura de perseguição e censura à cultura e à educação que fomentam importante debate sobre diversidade de gênero. No país campeão de mortes de transexuais e altamente violento contra parcelas enormes da sua população – não heteronormativa, a atitude do prefeito da cidade deveria ser outra: apoio e incentivo! Além da criação de políticas públicas para uma crescente e contínua diminuição da LGBTfobia e de toda violência que ela gera.

A fala do governo para que as HQs fossem lacradas é estapafúrdia, demonstra que não passa de um problema moral a partir de seu conservadorismo e sua hipocrisia. Disse ele que era conteúdo impróprio para menores e que ele deveria proteger as crianças. Por conta disso, ordenou que a publicação fosse lacrada com plástico preto e contendo anotação externa sobre conteúdo impróprio para crianças. Ora, estamos falando de uma revista para adolescentes e jovens (e muitos adultos!). Assim como esta, há várias outras na bienal, inclusive literatura erótica! Crianças não andam sozinhas na Bienal, andam com responsáveis, sejam eles mães, avós, professores em atividades escolares! Além disso, quero problematizar o próprio conteúdo sendo acessado por uma criança. Crianças a partir de uma idade, não vê mais as relações de amor como as que elas têm pelos seus afetos (família, amigos, cuidadores), elas percebem que há relações e núcleos afetivos constituídos e cada vez se torna mais nítido que o amor por todos é diferente de amor entre dois (ou mais, no caso de famílias poliamoristas), descobrem o namoro, a relação entre pares. E elas devem saber que essas relações não são somente homem-mulher, elas devem saber reconhecer a diversidade (que pode ser a família de uma amiga ou a sua própria) e exercitar desde muito novas o respeito. Um casal de jovens dando um beijo deve simbolizar afeto e ponto! E onde mora a hipocrisia? No moralismo falseado de proteção! Porque as crianças estão cercadas por tamanha violência, por imposição de padrões que adoecem físico e mentalmente; por objetificação constante do corpo feminino, especialmente o da mulher negra! E isso não está nas publicações, isso se dá no cotidiano. É o fuzil apontado para crianças e adolescentes, mochilas escolares revistadas, os seus sendo mortos na sua frente. Isso deve gerar preocupação! A falta de educação e saúde deve gerar preocupação e todo esforço do prefeito que se elegeu dizendo cuidar das pessoas!

Mas para seguirmos no terreno das publicações, ou teremos que gastar muita tinta, gostaria de fazer uma reflexão sobre cenas impróprias. É muito difícil para mulheres educarem filhas e filhos quando seus corpos são usados para venda de tudo que é mercadoria: cerveja, tênis, bolsa, jornal, e uma lista sem fim. É muito difícil educar para a desconstrução da violência quando as histórias que ouvem desde pequeninos, são como as da Bela Adormecida, na qual um homem beija uma jovem desacordada e todos acham normal. E como violência é variada, ela dói e dilacera por dentro muitas mulheres, quero dizer que para as mulheres negras é muito difícil educar suas filhas e filhos quando todo retrato do “belo” segue apenas um tipo (padrão de gênero, raça/cor, corpo, cabelos, idade). Temos muito a caminhar e gostaria muito de ver um prefeito de mãos dadas conosco nessa caminhada. Poderia lhe propor uma semana sobre diversidade só usando os quadrinhos. Porque não foi o primeiro beijo e vão ter outros!

O primeiro beijo gay das HQs foi em 2009, na X-Factor da Marvel Comics, nº 45, escrita por Peter David. Shatterstar e Rictor, ambos super-heróis, davam concretude a um universo muito presente nos quadrinhos (isso para não falar do mundo real!), afinal, era notável personagens não heteronormativos, como o Estrela Polar (Jean-Paul Beaubier), outro super-herói da Marvel. Ele foi criado por Chris Claremont e John Byrne e sua primeira aparição foi em X-Men 120 (com data de abril de 1979), integrante da Tropa Alfa onde assumiu sua homossexualidade em 1992 (Tropa Alfa nº 106). Em 2012, o primeiro personagem abertamente gay da Marvel Comics se casou Kyle Jinadu, celebrando a garantia do direito legal ao “Casamento Igualitário” (também chamado de casamento homoafetivo, gay) em alguns estados dos EUA – em junho de 2011, foi aprovado no Estado e em Nova Iorque. Quatro anos depois, no governo Obama, a Suprema Corte dos Estados Unidos, legalizou em todo o país.

Foram muitas as relações homoafetivas nos quadrinhos. Mas a verdade é que levaram tempo para serem explicitadas. Desde 1979, John Byrne buscava demonstrar, tal qual o mundo real, que o amor, o afeto, o sexo não são exclusivamente homem-mulher, é preciso trazer para as histórias o respeito à diversidade: identidade de gênero e orientação sexual, que é mais amplo que o sexo biológico e os papéis de gênero construídos a partir de um padrão heteronormativo. Paz na vida de Wiccano e Hulkling, Kate Kane, Karolina Dean e Xavin, Apolo e Meia-noite, Arlequina e Hera Venenosa, Mística e Sina – por sinal, anteriores ao Estrela Polar e Kyle Jinadu, mas, assim como no mundo real, as mulheres sempre campeãs da história que a história não conta. Mística, inclusive, pode ser uma chave importante para debatermos transgêneros nos quadrinhos. Eu sei que, no mundo real e na fantasia, a lista é grande! Segue o baile! “Toda maneira de amor valerá” desde que sem abusos, sem violência! Beijar a moça desacordada é violência sexual, é crime!

Em situações como a ocorrida, é preciso transformar a revolta em luta e em aprendizagem. As primeiras medidas foram garantidas pela própria Bienal (que entrou com liminar suspendendo a ação do prefeito), que deverá se posicionar novamente diante da nova decisão e por partes dos mandatos do PSOL/RJ. Mas é preciso que o povo reaja. Especialmente a população LGBT+. Nesse sentido, a iniciativa de um beijaço (um BeijATO!), em um dos pavilhões, foi muito acertada! É preciso tirar a capa superficial da “moral” e fazer o debate de forma aprofundada. Se é para debater crianças e direitos façamos o debate sobre o ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) e todas as tentativas de rasgá-lo; bem como sobre a não garantia de seus direitos mais básicos. Mas não nos venham com hipocrisia! Contra os ataques conservadores, a radicalidade do desejo de transformação do mundo é a resposta necessária! Pessoas boas e bacanas de todo mundo amai-vos! Como desejarem! E uni-vos! Para combater o obscurantismo e todo retrocesso!

¹ Dia 7 de Setembro, dia do Grito dos Excluídos, com atos programados em várias cidades na defesa da soberania nacional, da Amazônia, dos oprimidos e dos direitos. O “Beijaço” na Bienal foi chamado para o mesmo dia, mas no início da noite.

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“É SÓ UM BEIJO!”, DIZ MENINO DE 8 ANOS QUE PROTESTOU NA BIENAL

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Com apenas oito anos de idade, Pedro Otávio já chama a atenção por suas ideias.

Lola Ferreira Colaboração para o UOL – Na linha frente do ato que encerrou o penúltimo dia da 19ª Bienal Internacional do Livro do Rio, ele portava um cartaz pedindo ao prefeito Marcelo Crivella o restabelecimento do gás na cozinha de sua escola. “Coloca gás na minha escola. Estou sem merenda há dois dias”.

Pedrinho chamou a atenção também por entoar com toda força os gritos de “não vai ter censura” ou aqueles que pediam por mais educação de qualidade.

De acordo com a mãe dele, Camila Motta, 30 anos, a ideia do cartaz veio do menino, sem nenhuma interferência de adultos. Pedrinho perguntou o que estava acontecendo na Bienal, já que tinha visita marcada para este sábado. Quando a mãe explicou a ação do prefeito para tentar retirar as histórias em quadrinhos com beijo gay das prateleiras, o menino questionou o motivo.

“Ele disse: ‘Mas, mãe, é só um beijo! A minha escola não tem gás há dois dias. Não era isso que o prefeito deveria estar vendo?'”, afirma Camila.

Indignado com a situação, Pedrinho perguntou se poderia fazer a visita com um cartaz de protesto e foi prontamente apoiado pela mãe. Ao contar do momento em que ouviu o pedido do filho, Camila se emociona.

“Criança é o futuro. E, diante de tanto retrocesso, tenho o sentimento de que o estou criando certo. Por mais que ele veja tanto ódio em torno dele, consegue compreender da forma correta como as coisas realmente são e consegue entender o que é errado”, conta a mãe.

Estudante da Escola Municipal Avertano Rocha, na Cidade de Deus, Pedro faz questão de destacar a falta de gás na escola: “Se você for lá, a cozinha está completamente vazia, porque não tem o que fazer. E tem criança passando fome”. A preocupação com os que estão à sua volta se reflete na profissão escolhida para “quando crescer”: Pedrinho quer ser médico.

Camila afirma que atos como o que encerrou a Bienal neste sábado (7) dão a ela esperança de ver um mundo melhor para o filho: “A gente mostra que não vai ficar assim. As pessoas têm que ser conscientes na hora de votar. A gente paga muito bem nossos representantes, então ele [Crivella] precisa tomar conta do que é competência do município e fazer o trabalho dele”.

Manifestação

“Onde houver ódio que eu leve amor”, foi com esta frase que centenas de participantes andaram pelos três pavilhões da Bienal do Livro do Rio na noite de ontem (7) por volta das 20h30. Crianças, adolescentes e também casais LGBT+ saíram da mesa “Literatura arco-íris” em direção à sala administrativa onde a Secretaria Municipal de Ordem Pública estava reunida com a direção do evento.

Durante o ato, houve um jogral afirmando que “a Constituição assegura todo o direito à liberdade de pensamento e de expressão”. Aos gritos de “Fora, Crivella”, alguns manifestantes choraram.

Houve nova fiscalização na Bienal do Livro em busca de obras LGBT+ que não estivessem “protegidas” para crianças e adolescentes. Diferentemente da fiscalização de sexta (6), os agentes estavam à paisana. A recomendação foi feita pela organização da Bienal, para evitar que houvesse reação do público à ação ostensiva.

Sob argumento do artigo 78 do ECA, que pretende barrar pornografia, a decisão de fiscalizar as obras expostas na Bienal vem na esteira de eventos que teve início na quinta-feira (7), quando o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, afirmou que a história em quadrinhos “Vingadores: a cruzada das crianças” era um atentado contra as crianças por conter um beijo gay. O livro não tem nenhuma cena pornográfica.

Ainda assim, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro permitiu que a Prefeitura do Rio fiscalizasse todas as obras expostas na feira de livros em busca de obras LGBT+.

Neste sábado, a Bienal bateu recorde de público em um único dia: foram cerca de 70 mil pessoas.

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FAROFA SISTERS – FAROFA DE BANANA

“Volta do mercado com sacola cheia
A receita tá na mão, vou preparar a ceia (2x)

Tem farinha pra farofa que o brasileiro gosta,
Depois enche de manteiga, como é leiga essa gente
Assim desce qualquer coisa, é saudável a gente jura
O amargor que tem o gosto, com banana é que se cura

Banana verde tá dura, verde tá dura (4x)

Mas pra quem é, tá bom, e é gente relevante
Omito o seu nome que a ceia é mais importante
Farofa vai pro canto, descansar e esperar
A carne tá sangrando, deixa a carne sangrar

Lula e polvo não têm vez, nada de frutos do mar
Isso aqui é um churrasco e o espeto vai entrar
Tem pedido de sobremesa, pra boca de alguns adoçar
Fazer torta é tortura, só torço pra massa aguentar

Espero que a massa resista, que a massa resista
No canto que a Farofa assista, que a farofa assista
Farofa assista (3x)”

Música: Miguel Andréa e Alexandre Neves.
Voz: Jess Martins
Violão, cavaquinho, surdo e chocalho: Marcelo Dworecki
Pandeiro e tamborim: Juliano Zoppi
Guitarra elétrica: Bernardo Andréa
Técnico de gravação: Bernardo Andréa
Mixagem: Bernardo Andréa, Paulo Gama, Miguel Noronha e Miguel Andréa.

Gravado no estúdio Fábrica de Sonhos

FOLHA DE SÃO PAULO CONFIRMA INOCÊNCIA DE LULA E QUE A LAVA JATO FORJOU PROVAS CONTRA O PETISTA. 

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FOLHA DE SÃO PAULO CONFIRMA INOCÊNCIA DE LULA E QUE A LAVA JATO FORJOU PROVAS CONTRA O PETISTA. 
Condenado sem provas e por conluio Lula tem finalmente confirmada sua inocência e a parcialidade do judiciário e do MPF 

Equilíbrio Político – O ex-presidente Lula vem sendo mantido como preso político há mais de um ano em razão de uma delação premiada forjada pelo Ministério Público. É o que prova o novo lote de mensagens da Vaza Jato, divulgado neste domingo pela Folha de S. Paulo, em parceria com o Intercept.

“O empreiteiro que incriminou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso que o levou à prisão foi tratado com desconfiança pela Operação Lava Jato durante quase todo o tempo em que se dispôs a colaborar com as investigações, segundo mensagens privadas trocadas entre procuradores envolvidos com as negociações”, aponta a reportagem deste domingo. “Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, só passou a ser considerado merecedor de crédito após mudar diversas vezes sua versão sobre o apartamento tríplex de Guarujá (SP) que a empresa afirmou ter reformado para o líder petista.”

“Acho que tem que prender o Leo Pinheiro. Eles falam pouco.”

A frase do procurador da República Januário Paludo, um dos  ais destacados da chamada Força Tarefa da Operação Lava Jato, resume o espírito que marcou mais de um ano de “negociações” entre a Procuradoria Geral da República: só haveria benefícios para “o empreiteiro com mais prova contra si” – José ademário, aliás Leo Pinheiro, da OAS – se este ” entregasse” o ex-presidente Lula.
A reportagem lembra que Léo Pinheiro só apresentou a versão usada para condenar Lula  em abril de 2017, mais de um ano depois do início das negociações com a Lava Jato.
Força Tarefa forjava provas e agia parcialmente para condenar Lula, mesmo que ele fosse inocente.

Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept ajudam a entender por que as negociações da delação da empreiteira, até hoje não concluídas, foram tão acidentadas — e sugerem que o depoimento sobre Lula e o tríplex foi decisivo para que os procuradores voltassem a conversar com Pinheiro, meses depois de rejeitar sua primeira proposta de acordo.” Ou seja: Léo Pinheiro foi levado a incriminar Lula para ter sua delação aceita.

o procurador Deltan Dallagnol tentou manter as aparências, depois que o empresário Léo Pinheiro, da OAS, mudou sua versão várias vezes para entregar um depoimento contra o ex-presidente Lula.
Para isso, valia usar a prisão do executivo, até que ele concordasse em fornecer alguma acusação contra o petista:
“Januário Paludo – 12:21:54 – Acho que tem que prender o Leo Pinheiro. Eles falam pouco. Quer dizer, acho que tem que deixar o TRF prender.”
Depois de meses, a OAS apresenta – curiosamente, através da revista Veja – o que está disposta a dizer: que haveria uma “conta” clandestina em favor de Lula,  versão mantida até o final como justificativa da suposta vinculação do triplex do Guarujá com os contratos da Petrobras – algo que jamais fora mencionado nas conversas entre a OAS e os prucuradores :
Anna Carolina (Garcia) – 19:52:11 – Tinha isso de conta clandestina de Lula?

19:52:19-  Esses Advs não valem nada

Jerusa(Viecili) – 19:53:02 –  Não que eu lembre
Ronaldo ( Queiroz)- 20:45:40 – Também não lembro. Creio que não há.
Sérgio Bruno ( Cabral Fernandes) –  21:01:10 – Sobre o Lula eles não queriam trazer nem o apt. Guaruja. Diziam q não tinha crime. Nunca falaram de conta.
A “plantação” de suspeitas através de vazamentos era, para alguns procuradores,  “uma estratégia dos advogados para despertar interesse pela proposta e torná-la irrecusável para o Ministério Público”. Outra – que saiu pela culatra – teria sido o pagamento de propina, na forma de obras de impermeabilização em sua casa, do ministro José Carlos Dias Toffoli.
Léo Pinheiro mudou versão para ajudar Lava Jato a condenar Lula
E como não havia materialidade algua no que os advogados de Léo Pinheiro traziam aos procuradores, durante mais de um ano as conversas não renderam acordo formal mas, afinal, com a alegação das reformas e de um suposto pedido de destruição de provas, a promessa de um, assim mesmo com muita prudência, para não evidenciar a barganha obtida com ele:
Deltan (Dallagnol)-17:10:32 -Caros, acordo do OAS, é um ponto pensar no timing do acordo com o Léo Pinheiro. Não pode parecer um prêmio pela condenação do Lula.

Ao Correio braziliense, um dos procuradores que estava no grupo em que ocorreram as conversas, disse, sob a condição de anonimato, que os trechos divulgados são verdadeiros. “Me recordo dos diálogos com os procuradores apontados pelo site.

O integrante do Ministério Público Federal (MPF) também declarou que conseguiu recuperar parte do conteúdo. “Consegui recuperar alguns arquivos no celular. Percebi que os trechos divulgados não são de diálogos completos. Tem mensagens anteriores e posteriores às que foram publicadas. No entanto, realmente ocorreram.
Edição: Ana Fernandes
Colaboração: Pedro Oliveira
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PRESIDENTE DA OAB DIZ QUE JAIR, CARLOS, FLÁVIO E EDUARDO BOLSONARO FORMAM “FAMÍLIA DE DITADORES”

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PRESIDENTE DA OAB DIZ QUE JAIR, CARLOS, FLÁVIO E EDUARDO BOLSONARO FORMAM “FAMÍLIA DE DITADORES”
Foto: Divulgação

Carlos não é o único da família Bolsonaro que foi alvo de polêmicas nos últimos dias. Em meio a cortes no orçamento e crises diplomáticas, os filhos do presidente colecionam atitudes questionáveis

Revista Fórum – O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, reagiu à fala desta segunda-feira (9) do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) e disse que ele e os irmãos, Flávio e Eduardo, assim como o pai, Jair Bolsonaro, formam uma “família de ditadores”. “É hora dos democratas do Brasil darem um basta. Chega”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Em uma sequência de tuítes, o vereador sugeriu uma ruptura democrática para que “a transformação que o Brasil quer” aconteça. Em outras palavras, pregou a ditadura. No entanto, Carlos ficou surpreso com a indignação que sua fala gerou. “Agora virei ditador? Pqp! Boa noite a todos!”, escreveu. Para o tuiteiro da família Bolsonaro, como já é de praxe no discurso da família, seu pai vem atuando para desfazer “absurdos” de governos anteriores, mas deixou claro que acredita que a mudança real não virá através da democracia.

Apesar da fala polêmica, Carlos não é o único entre os filhos do presidente com atitudes que chamam a atenção. Pelas redes, bolsonaristas cobram o endosso de Flávio Bolsonaro à CPI da “Lava Toga”, que pretende investigar membros do Supremo Tribunal Federal (STF), promovida por setores do bolsonarismo. O presidente da legenda, Luciano Bivar, e o senador Flávio estariam pedindo que parlamentares retirassem seus nomes da solicitação de abertura da CPI em prol da “governabilidade”.

Enquanto isso, Eduardo trazia para si seus próprios holofotes. Em visita nesta segunda (9) ao pai, Jair Bolsonaro, que se recupera de uma cirurgia no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, o deputado publicou uma foto em seu perfil no Twitter, na qual ele exibe uma pistola na cintura. Acompanhando a imagem, Eduardo agradeceu a equipe médica e a todos que “oraram, rezaram, ou de alguma maneira enviaram energias positivas”.

https://twitter.com/CarlosBolsonaro/status/1171243745016262659?s=20

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EM ENTREVISTA A HADDAD, DINO DISPARA: “VAMOS VENCER A ELEIÇÃO DE 2022. TENHO CERTEZA”

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EM ENTREVISTA A HADDAD, DINO DISPARA: “VAMOS VENCER A ELEIÇÃO DE 2022. TENHO CERTEZA”
Reprodução/Facebook

Fernando Haddad e Flávio Dino formam a “chapa dos sonhos” para parte da esquerda e do campo progressista

Revista Fórum – Cotados para uma possível chapa presidencial em 2022, Fernando Haddad (PT) e Flávio Dino (PCdoB) gravaram juntos um programa online que foi exibido pelas redes sociais na noite desta segunda-feira (9). O ex-prefeito de São Paulo, em seu “Painel Haddad”, entrevistou o atual governador do Maranhão.

Em dado momento do programa, Haddad perguntou a Dino sobre a importância da unidade entre partidos do campo progressista na oposição ao governo Bolsonaro. Para o petista, a atual articulação entre lideranças de esquerda não é eleitoreira, mas sim programática, com o objetivo de oferecer alternativas à população, através da atuação parlamentar, às políticas do governo federal.

Dino concordou mas, diferente do petista, foi além e relacionou a unidade da esquerda a um possível êxito eleitoral em 2020 e em 2022. “Acho que temos esta tarefa, da unidade, e creio que temos avançado nesse sentido. Há um clima de muita cortesia entre várias lideranças, e isso é uma pré-condição, a conversa, o diálogo. Temos a eleição de 2020, e acredito que vamos vencer. Teremos um resultado bastante bom em 2020, teremos muitas vitórias de prefeituras, vamos trabalhar para isso. E vamos vencer a eleição presidencial em 2022, tenho certeza disso”, disparou o governador, reeleito em primeiro turno no ano passado.

Assista à entrevista.

https://www.facebook.com/fernandohaddad/videos/2426135201045929/

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CARLOS BOLSONARO DIZ QUE PAÍS NÃO TERÁ TRANSFORMAÇÃO RÁPIDA POR VIAS DEMOCRÁTICAS

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CARLOS BOLSONARO DIZ QUE PAÍS NÃO TERÁ TRANSFORMAÇÃO RÁPIDA POR VIAS DEMOCRÁTICAS
OS BOLSONARO: mais cedo do que se pensava, é hora de a família se explicar / Roberto Jayme/Ascom/TSE (/)

Filho do presidente é alvo de críticas após declarações em rede social

www1.folha.uol.com.br – O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), escreveu na noite desta segunda-feira (9) em rede social que, por vias democráticas, não haverá as mudanças rápidas desejadas no país.

A postagem do filho do presidente foi alvo de críticas de políticos e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que viram nela uma ofensa ao sistema democrático brasileiro.

“Por vias democráticas a transformação que o Brasil quer não acontecerá na velocidade que almejamos… e se isso acontecer. Só vejo todo dia a roda girando em torno do próprio eixo e os que sempre nos dominaram continuam nos dominando de jeitos diferentes!”, disse Carlos.

A família Bolsonaro tem um histórico de declarações de exaltação ao período da ditadura militar, que vigorou no Brasil de 1964 a 1985.

“Não há como aceitar uma família de ditadores”, reagiu Felipe Santa Cruz, presidente nacional da OAB, que chegou a ser atacado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, que fez referências à morte do pai dele na ditadura. “É hora dos democratas do Brasil darem um basta. Chega”, disse à Folha.

Além de afirmar que não haverá transformações rápidas no país por vias democráticas, Carlos escreveu que o atual governo tenta colocar o Brasil “nos eixos”, mas que os “avanços são ignorados, e os malfeitores esquecidos”. Após ser criticado, escreveu mais tarde: “Agora virei ditador? Pqp! Boa noite a todos!”

Apontado como responsável pela estratégia do presidente nas redes sociais, Carlos provocou turbulências no primeiro semestre após ataques a integrantes do governo do pai, mas vinha evitando polêmicas nos últimos meses.

As postagens desta segunda foram feitas enquanto seu pai, Jair Bolsonaro, está internado em um hospital de São Paulo após passar por cirurgia no domingo (8), a quarta decorrente da facada que levou há um ano durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, alvo recorrente de ataques de Carlos, ficará no comando da Presidência da República até quinta-feira (12).

O PSDB se manifestou em repúdio às declarações do filho do presidente e afirmou que “a democracia é a única opção possível.”

Parlamentares ligados a partidos de esquerda também se manifestaram. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) chamou a postagem de “inequívoco ataque à democracia”.

O também deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) criticou a postagem de Carlos e fez uma referência à influência dos filhos do presidente no governo. “Afirma assim a veia ditatorial da famiglia Bolsonaro”.

A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) reforçou o coro em defesa da democracia e afirmou que “o nosso avanço será pela pluralidade e não pela censura e repressão.”

Na campanha de 2018, uma declaração de outro filho do atual presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), sobre fechar o STF (Supremo Tribunal Federal) foi repudiada no meio jurídico e político.

Em vídeo gravado em julho e disponível na internet, mas que veio à tona a uma semana do segundo turno, ele respondia a pergunta sobre uma hipotética possibilidade de ação do Exército em caso de o STF impedir que Bolsonaro assuma a Presidência.

“Cara, se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Você não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não”, disse.

Nesta segunda, Eduardo Bolsonaro também provocou polêmica ao tirar uma foto ao lado do pai no hospital. Na imagem, ele exibe uma arma na cintura. O presidente prometeu indicar Eduardo para ser embaixador do Brasil em Washington.

Segundo pesquisa Datafolha feita no mês passado, 70% da população diz acreditar que os filhos de Jair Bolsonaro mais atrapalham do que ajudam seu governo.

Outro filho político do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), virou alvo de investigação após movimentações atípicas de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Em resposta às postagens de Carlos, alguns internautas aproveitaram para cobrar uma ação de Flávio a favor da CPI da Lava Toga, cujo propósito é investigar ministros de cortes superiores.

No primeiro semestre, a influência de Carlos no governo Bolsonaro foi motivo de críticas de políticos e de militares ligados à administração federal.

Em um dos episódios mais ruidosos, em meio à crise das candidatas laranjas do PSL reveladas pela Folha, Carlos divulgou em seu perfil no Twitter uma gravação de seu pai indicando que o presidente não havia conversado com o então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, diferentemente do que este havia dito.

Chamado de mentiroso por Carlos e depois pelo próprio presidente, Bebianno acabou demitido.

Ligado ideologicamente ao escritor Olavo de Carvalho, Carlos ​também centrou ataques a Mourão e ao general Santos Cruz, ministro da Secretaria de Governo que foi demitido em junho.

Jair Bolsonaro chegou a defender seu filho em março, afirmando que há pessoas que querem afastá-los, mas “não conseguirão”.

Junto com a mensagem, na ocasião, publicou uma foto em que é amparado por Carlos no corredor de hospital.

“Algumas pessoas foram muito importantes em minha campanha. Porém, uma se destacou à frente das mídias sociais, com sugestões e conteúdos: Carlos Bolsonaro, meu filho. Não por acaso muitos, que nada ou nunca fizeram para o Brasil, querem afastá-lo de mim”, escreveu Bolsonaro.

“Não conseguirão: estando ou não em Brasília continuarei ouvindo suas sugestões, não por ser um filho que criei, mas por ser também alguém que aprendi a admirar e respeitar pelo seu trabalho e dedicação”, concluiu.

Dizendo-se desgostoso com a política, Carlos tem dito a aliados que desistiu de concorrer à reeleição à Câmara do Rio —está em seu quinto mandato seguido— e lançou a própria mãe, Rogéria, para a disputa.

Outras polêmicas de Carlos Bolsonaro no Twitter

Demissão de Bebianno
Em fevereiro, Gustavo Bebianno foi demitido da Secretaria-Geral da Presidência após uma crise desencadeada por uma postagem de Carlos. O filho do presidente postou no Twitter que o então ministro havia mentido ao jornal O Globo ao dizer que conversara com Bolsonaro três vezes na véspera, negando a turbulência política causada pelas denúncias das candidaturas laranjas no PSL. O post foi reproduzido na página de Bolsonaro.

Críticas a Mourão
Nas redes sociais, Carlos já fez diversas críticas ao vice-presidente, o general Hamilton Mourão. Em abril, quando o vice foi convidado a dar uma palestra nos EUA e foi anunciado como “uma voz de razão e moderação, capaz de orientar a direção em assuntos nacionais e internacionais”, Carlos escreveu um comentário recheado de ironias e disse que o jogo de Mourão estava muito claro.

Ele também disse que o general tinha um estranho alinhamento com políticos que detestam o presidente, em referência a um comentário de Mourão lamentando a decisão de Jean Wyllys de deixar o Brasil e não tomar posse como deputado federal.

Em outro episódio, desta vez em junho, quando Bolsonaro estava em visita oficial na Argentina Carlos escreveu que tinha saudades do presidente de verdade “pró-armamento da população e contra o aborto”.

Demissão de Santos Cruz
Carlos foi acusado pelo general Carlos Alberto Santos Cruz, então chefe da Secretaria de Governo, de ter promovido um ataque virtual ao ministro. O caso aconteceu em maio, e a hashtag #ForaSantosCruz ficou entre as mais populares do Twitter. A disputa teria sido motivada pelo descontentamento de Carlos com a estratégia de comunicação da Presidência, a cargo do general. Em junho, Santos Cruz foi demitido.

O presidente Jair Bolsonaro caminha abraçado ao seu filho Carlos Bolsonaro em foto postada na página do Facebook oficial do presidente

O presidente Jair Bolsonaro caminha abraçado ao seu filho Carlos Bolsonaro em foto postada na página do Facebook oficial do presidente – Reprodução/Jair Bolsonaro/Facebook –

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MAIOR FACÇÃO DA VENEZUELA TEM NÚCLEO EM SOLO BRASILEIRO AGINDO EM RORAIMA

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MAIOR FACÇÃO DA VENEZUELA TEM NÚCLEO EM SOLO BRASILEIRO AGINDO EM RORAIMA
Agentes do Exército, Força Nacional e Polícia Rodoviária Federal montam bloqueios na faixa de fronteira em Pacaraima (RR) – Imagem: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Sérgio Ramalho | Colaboração para o UOL, em Pacaraima (RR) – A maior facção criminosa em atividade na Venezuela vem operando no tráfico de drogas, armas e pessoas na fronteira entre a cidade venezuelana de Santa Elena e Pacaraima, no extremo norte de Roraima.

A presença na região de células do Pranato – como se autodenomina a organização – foi constatada pela PF (Polícia Federal) e setores de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Secretaria de Segurança de Roraima.


Confirmada pelo secretário de Segurança de Roraima, Olivan Júnior, a presença de integrantes do bando em Pacaraima tende a agravar o quadro de insegurança na região.

Segundo dados da PF, entre 2017 e 2018, 176.259 venezuelanos entraram pela fronteira de Pacaraima, mas 90.991 (51,6%) desses saíram do país — 62.314 por via terrestre e outros 28.677 em voos internacionais

Narcotraficantes brasileiros ligados aos grupos rivais Família do Norte (FDN), Primeiro Comando da Capital (PCC) e Comando Vermelho (CV) disputam o domínio territorial na fronteira, que vem sendo usada como corredor para o tráfico de armas e drogas.

A facção tem como origem as prisões venezuelanas, em especial Tocorón, de onde fugiu o líder Héctor Rustherford Guerrero Flores, 36, após comandar uma rebelião em outubro de 2016.

Foragido desde então, El Niño — como é conhecido o chefe da facção — foi condenado por tráfico de drogas, extorsão e assassinatos.


PCC manda capangas espionarem presidente do Paraguai​​​​​​​ – Band Notí­cias

Segundo o secretário de Roraima, os setores de inteligência detectaram a presença do Pranato devido ao monitoramento do sistema carcerário do estado, iniciado após o massacre de 33 presos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em janeiro de 2017.

As execuções no maior presídio de Boa Vista, capital de Roraima, localizado a 212 quilômetros de Pacaraima, foram motivadas pela disputa de poder entre as facções brasileiras.

Atualmente, cerca de 5% dos presos no estado são do país vizinho.

“Quando são levados aos presídios, parte deles se identifica como integrante do Pranato”, diz Olivan Júnior.

Raio-x do Pranato

O Pranato surgiu dentro do sistema carcerário venezuelano. Fora das prisões, os integrantes da organização criminosa estão ligados ao tráfico de drogas, de armas, extorsões, assassinatos e ao esquema de tráfico de pessoas para imigração ilegal.

Bandeiras do Brasil e da Venezuela na fronteira em Pacaraima - Ricardo Moraes/Reuters
Bandeiras do Brasil e da Venezuela na fronteira em Pacaraima – Imagem: Ricardo Moraes/Reuters

Há relatos de cobrança de valores para auxiliar na travessia da fronteira brasileira, sobretudo no período em que a barreira de ligação entre os dois países foi fechada, entre os meses de abril e maio passados. A facção cobraria até US$ 1.000 (pouco mais de R$ 4.000) para garantir a entrada de venezuelanos no Brasil.

Um relatório do Observatório Prisional da Venezuela (OVP) de 2017 revela problemas nas prisões do país: superlotação, deterioração dos prédios, falha na classificação dos presos, falta de serviços vitais básicos e posse e tráfico de armas e drogas pelos presos.

O documento acrescenta que nesse cenário a organização criminosa Pranato cresceu, espalhando-se pelo sistema prisional, que na época apresentava uma taxa de superlotação de 400%.

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PLANALTO IGNORA PEDIDO DE VISITA DE RELATOR QUE ATACOU COMEMORAÇÃO DO GOLPE

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PLANALTO IGNORA PEDIDO DE VISITA DE RELATOR QUE ATACOU COMEMORAÇÃO DO GOLPE
Os generais Costa e Silva e Castello Branco (Divulgação)

Nesta terça-feira, evento na ONU vai denunciar apologia de Bolsonaro à ditadura e sua política de desmonte de mecanismos de Justiça e Verdade no País.

Uol | Jamil Chade | GENEBRA – O governo de Jair Bolsonaro está ignorando o pedido do relator especial da ONU para a Promoção da Verdade, Justiça e Reparação, Fabián Salvioli, para realizar uma missão ao Brasil. Seu objetivo era o de avaliar como o governo está lidando com as vítimas da Ditadura (1964-1985), se a estruturas de reparação estão funcionando e se Justiça está sendo feita.

A informação de que o pedido de visita foi realizado faz parte de um relatório publicado pela ONU e que será alvo de um debate nesta quarta-feira, em Genebra. .

O Brasil afirma que todos os relatores da ONU podem visitar o País. Mas condiciona a visita a um acordo sobre datas. Por enquanto, não existe qualquer sinal de que uma data será oferecida pelo Planalto para que Salvioli faça uma visita ao Brasil.

Uma primeira solicitação ocorreu no governo de Dilma Rouseff, em 2014, por um antecessor a Salvioli. Mas a turbulência política no Brasil a partir de 2015 impediu que a visita fosse realizada. Sob a gestão de Michel Temer, o governo justificou que não tinha condições de receber os relatores da ONU e, em 2018, nenhuma visita ocorreu. O Itamaraty indicava que, ao assumir um novo governo em 2019, as visitas seriam retomadas.

O UOL apurou que, entre os diferentes relatores que solicitaram visita ao Brasil, o governo autorizou a viagem de missões sobre a situação do combate à hanseníase, albinismo e resíduos tóxicos. Mas ignorou, entre outros, o pedido de Salvioli.

O relator foi quem, em final de março, enviou uma carta ao governo brasileiro protestando contra a decisão de Bolsonaro de ordenar a comemoração do Golpe de 1964. Para ele, o ato era “um retrocesso inaceitável”. O relator chegou a qualificar a iniciativa do presidente de “imoral”. “O Brasil deve reconsiderar planos para comemorar o aniversário de um golpe militar que resultou em graves violações de direitos humanos por duas décadas”, disse o comunicado da relatoria da ONU.

Como resposta, o governo brasileiro enviou uma dura carta ao relator. Nela, Brasília se nega a reconsiderar sua atitude e ainda alerta que 1964 foi um ato “legítimo”.

Relatório 

Enquanto o governo de Jair Bolsonaro implementa um desmonte das estruturas de Memória, Justiça e Verdade no Brasil e faz apologia ao regime de Augusto Pinochet, a relatoria da ONU alerta, de uma forma geral, que garantir a reparação às vítimas da ditadura não é uma opção política. Mas sim uma obrigação de estado.

As conclusões também estão no informe preparado por Salvioli. “Os estados atuam frequentemente como se a reparação fosse uma escolha política, em vez do cumprimento de uma obrigação devida às vítimas em resultado de uma violação ilegal do direito internacional e nacional”, disse.

“Como um direito, a reparação serve um propósito fundamental de responder aos danos sofridos pelas vítimas através da provisão de benefícios diretos que vão além da compensação, e incluem restituição (se possível), satisfação, reabilitação e garantias de não recorrência”, explica a relatoria de Verdade e Justiça da ONU.

“O direito à reparação também é importante como garantia de não recorrência, pois ajuda os perpetradores a compreender que o que fizeram foi errado e que as sociedades devem comprometer-se a dignificar as vítimas”, insiste.

Na avaliação do informe, tal medida também “permitirá que as vítimas ganhem confiança no Estado, sejam reconhecidas como titulares de direitos”. “Isto, por sua vez, trará benefícios à sociedade”, constata.

Mas a relatoria da ONU alerta: “para que o direito à reparação seja efetivo, é essencial que o estado e quaisquer outros atores envolvidos nas violações reconheçam sua responsabilidade”.

Nesta terça-feira, em Genebra, o relator da ONU, Fabian Salviolli, se juntará com representantes da OAB e do Instituto Herzog para denunciar o governo Bolsonaro, justamente por suas medidas para desmontar a estrutura criada no Brasil ao final do regime militar.

Uma das acusações será baseada em decisões tomadas pelo governo para minar o trabalho de entidades como a Comissão de Anistia, além do questionamento público da conveniência do pagamento de reparações.

A denúncia diante do Conselho será apresentada por Hélio Leitão, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. Seu discurso apontará para atos do presidente brasileiro na comemoração da ditadura, em elogios a torturadores e, principalmente, para o esvaziamento de comissões nacionais destinadas a examinar os casos da Ditadura e monitorar a tortura hoje.

Na avaliação da ONU, programas de reparação para as vítimas devem ser “sustentados por um quadro jurídico sólido que proporcione sustentabilidade e proteja as vítimas das convulsões políticas, bem como por um aporte adequado de recursos para garantir a sua implementação”.

O informe também defende que as vítimas participem do processo de concepção, execução e acompanhamento dos programas de reparação.

Salviolli, se juntará com representantes da OAB e do Instituto Herzog para denunciar o governo Bolsonaro, justamente por suas medidas para desmontar a estrutura criada no Brasil ao final do regime militar.

Uma das acusações será baseada em decisões tomadas pelo governo para minar o trabalho de entidades como a Comissão de Anistia, além do questionamento público da conveniência do pagamento de reparações.

A denúncia diante do Conselho será apresentada por Hélio Leitão, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. Seu discurso apontará para atos do presidente brasileiro na comemoração da ditadura, em elogios a torturadores e, principalmente, para o esvaziamento de comissões nacionais destinadas a examinar os casos da Ditadura e monitorar a tortura hoje.

Na avaliação da ONU, programas de reparação para as vítimas devem ser “sustentados por um quadro jurídico sólido que proporcione sustentabilidade e proteja as vítimas das convulsões políticas, bem como por um aporte adequado de recursos para garantir a sua implementação”.

O informe também defende que as vítimas participem do processo de concepção, execução e acompanhamento dos programas de reparação.

“As organizações da sociedade civil desempenham um papel essencial para garantir que os programas nacionais de reparação sejam estabelecidos adequadamente e que as possíveis deficiências sejam abordadas”, disse. “Elas também são cruciais para alcançar as vítimas, como demonstrado nos casos de vítimas de violência sexual, e para estabelecer processos de registro, documentar os danos causados às vítimas e fornecer, quando possível”, completa.