DODGE DIZ QUE DALLAGNOL NÃO SERÁ AFASTADO

.

DODGE DIZ QUE DALLAGNOL NÃO SERÁ AFASTADO

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, saiu em defesa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba nesta sexta-feira (2).

Brasil247 – A procuradora Raquel Dodge saiu em defesa de Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba; em nota, a chefe da PGR negou ter convocado ou participado de uma reunião de emergência para discutir a situação de Dallagnol e afirmou que ele é “inamovível”; em campanha para seguir no cargo, Dodge tem feito todos os esforços para agradar o governo Bolsonaro.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, saiu em defesa do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba nesta sexta-feira (2). Em nota, a chefe da PGR negou ter convocado ou participado de uma reunião de emergência para discutir a situação de Dallagnol e afirmou que ele é “inamovível”. Em campanha para ser mantida no cargo, Dodge tem feito todos os esforços pra agradar o governo Jair Bolsonaro.

Revelações da Vaza Jato vêm divulgando troca de diálogos entre Dallagnol e Sérgio Moro (Justiça) demonstrando que ambos violarma a equidistância entre quem julga (Moro era juiz) e quem acusa.

Dallagnol chegou a duvidar, por exemplo, da existência de provas contra o ex-presidente Lula, mas ofereceu a denúncia mesmo assim, e tentou investigar o atual presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que era visto como ameaça à Lava Jato, além de outras irregularidades.

Leia a íntegra da nota emitida pela procuradora:

A Procuradora-Geral da República Raquel Dodge não sofreu qualquer pressão de qualquer tipo para determinar a medida de afastamento referida na matéria, de quem quer que seja, e tampouco convocou, ou realizou reunião de emergência para discutir o assunto na quinta-feira dia 1º ou em qualquer data anterior ou posterior.

Mais do que isso, esclarece que o princípio constitucional da inamovibilidade é garantia pessoal do Procurador Deltan Dallagnol, estabelecida no artigo 128-I-b, de não ser afastado dos processos da Lava Jato, dos quais é o promotor natural, na condição de titular do ofício onde tramitam todos os processos deste caso, e junto do qual atuam os demais membros da Força Tarefa Lava Jato, designados pela Procuradora-Geral da República Raquel Dodge.

Em suma, a Procuradora-Geral da República não convocou, nem fez reunião na quinta-feira, nem em qualquer outra data anterior ou posterior, com o propósito de afastar o Procurador Deltan Dallagnol de seu ofício ou da Lava Jato”.

 

__________

PROCURADORES AVALIAM COMO CERTA PUNIÇÃO A DELTAN E O ACONSELHAM A PEDIR LICENÇA

.

PROCURADORES AVALIAM COMO CERTA PUNIÇÃO A DELTAN E O ACONSELHAM A PEDIR LICENÇA

Brasil247 – A jornalista Daniela Lima, editora do Painel, informa que diversos membros do MPF acreditam que não há mais chance de o procurador escapar de punição no Conselho Nacional do Ministério Público – que já fala em afastá-lo cautelarmente das funções.

“Subprocuradores da República avaliam que, com a série de reveses impostos à  Lava Jato e a Deltan Dallagnol na quinta (1º), uma ala do Supremo emitiu um sinal claro aos órgãos de controle do Ministério Público Federal de que, para ela, a situação do coordenador da força-tarefa de Curitiba se tornou insustentável”, informa a jornalista Daniela Lima, na coluna Painel.

“Integrantes da cúpula da PGR dizem que, se pudessem dar um conselho a Deltan, seria o de se afastar voluntariamente por um tempo, saindo inclusive do país, para retornar depois. Esses membros do MPF acreditam que não há mais chance de o procurador escapar de punição no Conselho Nacional do Ministério Público – que já fala em afastá-lo cautelarmente das funções”, pontua ainda a jornalista.

_______________

BARROSO TENTA REDUZIR A VAZA JATO A “FOFOCADA PRODUZIDA POR CRIMINOSOS”

.

BARROSO TENTA REDUZIR A VAZA JATO A

Brasil247– Mesmo depois das revelações de que o procurador Deltan Dallagnol tentou promover investigações clandestinas contra dois ministros do STF, Dias Toffoli e Gilmar Mendes, o também ministro Luis Roberto Barroso saiu em defesa da Lava Jato e criticou a Vaza Jato. “Impressionante quantidade de gente que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime”, disse ele.

Do SOS Brasília – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso disse em palestra em São José dos Campos (SP) que é preciso estar atento à agenda brasileira, que segundo ele foi “sequestrada por criminosos”. Sobre o vazamento de supostas mensagens atribuídas à autoridades, entre elas o ministro da Justiça Sérgio Moro, Barroso criticou o que considera a “impressionante quantidade de gente que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime”.

Para ele, dos supostos vazamentos, “há mais fofocas do que casos relevantes, apesar do esforço de se maximizar os fatos”.

As declarações foram dadas em um evento da Associação Comercial e Industrial (ACI) de São José dos Campos. O tema da palestra do ministro foi a cidadania.

Desde junho, o site The Intercept Brasil publica reportagens com trechos de diálogos atribuídos ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz federal, e a integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. O site não revelou a fonte nem como obteve os registros das conversas.

“Apesar de todo estardalhaço que está sendo feito, nada encobre o fato de que a Petrobras foi devastada pela corrupção. Não importa o que saia nas gravações”, disse o ministro. “É difícil entender a euforia que tomou muitos setores da sociedade diante dessa fofocada produzida por criminosos”, concluiu.

Ele relembrou o acordo de US$ 3 bilhões que a Petrobras fez em Nova Iorque com investidores estrangeiros. “Ou então o Judiciário americano faz parte da conspiração. Teve que fazer um acordo de mais de US$ 800 bilhões com o departamento de justiça americano, que certamente não fará parte de nenhuma conspiração”.

“Portanto, nada encobre a corrupção sistêmica, estrutural e institucionalizada que houve no Brasil. É difícil entender a euforia que tomou muitos setores da sociedade diante dessa fofocada produzida por criminosos”, declarou Barroso.

__________________

CELSO DE MELLO DIZ QUE BOLSONARO TRANSGRIDE CONSTITUIÇÃO E AFIRMA ESTAR PENSANDO SOBRE O CASO LULA

.

CELSO DE MELLO DIZ QUE BOLSONARO TRANSGRIDE CONSTITUIÇÃO E AFIRMA ESTAR PENSANDO SOBRE O CASO LULA

Brasil247 – Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello afirma que Jair Bolsonaro ofendeu a separação de poderes e transgrediu a constituição brasileira, ao reeditar a medida provisória sobre demarcação de terras. Ele também afirmou estar refletindo sobre o caso Lula. “Eu tenho estudado muito, porque é uma questão que diz respeito não só a esse caso específico, mas aos direitos das pessoas em geral”, pontuou.

O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, concedeu entrevista ao jornalista Rafael Moraes Moura, publicada no jornal Estado de S. Paulo, em que falou sobre os crimes cometidos por Jair Bolsonaro e também mencionou o caso do ex-presidente Lula, que vem sendo mantido como preso político desde abril do ano passado.

“É fundamental o respeito por aquilo que se contém na Constituição da República. Esse respeito é a evidência, é a demonstração do grau de civilidade de um povo. No momento em que as autoridades maiores do País, como o presidente da República, descumprem a Constituição, não obstante haja nela uma clara e expressa vedação quanto à reedição de medida provisória rejeitada expressamente pelo Congresso Nacional, isso é realmente inaceitável. Porque ofende profundamente um postulado nuclear do nosso sistema constitucional, que é o princípio da separação de Poderes. Ninguém, absolutamente ninguém, está acima da autoridade suprema da Constituição da República”, afirmou ele, sobre o caso das demarcações de terras, que Bolsonaro tentou transferir da Funai para a Agricultura.

O decano também se pronunciou sobre o caso do ex-presidente Lula, que tem apontao a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no caso. “Eu tenho estudado muito, porque é uma questão que diz respeito não só a esse caso específico, mas aos direitos das pessoas em geral. Ainda continuo pensando, refletindo. Eu, normalmente, costumo pesquisar muito, ler muito, refletir bastante para então, a partir daí, formar definitivamente a minha convicção e compor o meu voto”, afirmou o decano, que disse estar “ainda em processo de reflexão”.

____________________

BOLSONARO É DENUNCIADO NA PGR POR SUBSTITUIÇÕES À COMISSÃO DE MORTOS E DESAPARECIDOS

.

BOLSONARO É DENUNCIADO NA PGR POR SUBSTITUIÇÕES À COMISSÃO DE MORTOS E DESAPARECIDOS

Proximidade entre presidente e militares tem sido uma das marcas da gestão Bolsonaro / Foto: Fernando Souza / AFP

Presidente exonerou quatro membros da comissão e nomeou notórios defensores do regime militar.

Cristiane Sampaio | Brasil de Fato | Brasília (DF) – A bancada do Psol na Câmara dos Deputados ingressou, nesta sexta-feira (2), com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra as novas nomeações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) para a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP).

O presidente e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, substituíram quatro integrantes da Comissão, que tem um total de sete componentes. Foram exonerados: a presidenta do colegiado, a procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga Fáver; a advogada e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Rosa Maria Cardoso da Cunha; o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS); e o militar João Batista da Silva Fagundes, ex-deputado federal pelo estado de Roraima.

No lugar deles, foram nomeados, respectivamente, Marco Vinicius Pereira de Carvalho, que atua como assessor especial de Damares e preside o PSL no município de Taió (SC); o coronel da reserva do Exército Weslei Antônio Maretti; o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR); e Vital Lima Santos, que trabalha na chefia de gabinete do Ministério da Defesa.

Barros é um dos vice-líderes do governo na Câmara e tem demonstrado forte alinhamento com as pautas de Bolsonaro, além de ter comemorado, por exemplo, o aniversário do golpe militar de 1964.

Em uma postagem feita pelas redes sociais, ele chegou a se referir à data como “o dia que o Brasil foi salvo da ditadura comunista”. O parlamentar também já chamou de “revisionismo” as críticas à tortura e às mortes praticadas pelo regime. Além disso, defendeu, por meio de um pedido oficial feito à PGR, a prisão temporária do fundador do site The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, jornalista responsável pelas reportagens da “Vaza Jato”.

Também conhecido por defender a ditadura militar, o coronel Maretti costuma exaltar a memória do coronel Brilhante Ustra, conhecido pelas práticas de tortura na época do regime. Ele também já chegou a afirmar que “quem tem armas automáticas não precisa dar muitas explicações”.

Outras pautas conservadoras marcam a trajetória do coronel, como, por exemplo, o apoio dado por ele ao movimento que pressionou pela cassação do mandato do deputado Jean Wyllys depois de o então parlamentar ter cuspido em Jair Bolsonaro, em 2016, após um insulto do pesselista.

“Retaliação”

A alteração dos componentes, publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) de quinta-feira (1º), se deu uma semana após a CEMDP reconhecer a morte de Fernando Santa Cruz, pai do atual presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como “não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro”, segundo o documento oficial.

Após o posicionamento da comissão, Bolsonaro afirmou, durante uma entrevista na segunda-feira (29), que poderia “contar como o pai dele desapareceu”. “Ele não vai querer ouvir a verdade”, disse o chefe do Executivo, colocando em xeque a versão de que Fernando Santa Cruz foi perseguido e moro pela ditadura militar. A manifestação do presidente foi fortemente repudiada por diferentes atores políticos, entidades da sociedade civil e outros atores.

Para o líder do Psol, a troca de membros da Comissão seria uma espécie de represália do presidente ao colegiado pela emissão do documento.

“Isso foi feito dez dias atrás. Não é uma coincidência”, pontua o líder do Psol na Câmara Federal, deputado Ivan Valente.

‘Estado de exceção’

Procurado pelo Brasil de Fato para comentar o caso, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), líder do PT na Câmara, disse que não se sentiu surpreso com a exoneração por conta do que chamou de “perfil extremista” do presidente Bolsonaro. O parlamentar classificou a nomeação de adeptos do regime militar para a comissão como a “antessala pra um Estado de exceção no Brasil”.

“É algo abominável, um acinte, um desrespeito, uma afronta ao povo brasileiro e a toda a nossa história. Você imagina qual seria a situação se, no Chile, uma comissão pra investigar tudo que aconteceu com os mortos e desaparecidos da ditadura chilena fosse composta por pessoas que são simpatizantes do governo Pinochet”, comparou, em referência ao ditador sanguinário que governou o país atino de 1974 a 1990.

O líder do Psol ressalta que a troca feita pelo presidente se soma a outras iniciativas conservadoras de Bolsonaro em defesa do regime militar.

“Ele está tentando reescrever a história de uma ditadura que perdurou por 21 anos com assassinatos, desaparecimentos, tortura, censura, querendo dizer que não houve nada disso. É de um negacionismo histórico. Isso tem um prejuízo enorme pra memória e pra justiça no nosso país. Essa situação não pode perdurar. Nós entendemos que é preciso que haja um levante da sociedade civil brasileira, do Poder Legislativo, do Judiciário que detenha essas violências, as mentiras e as fake news. Temos um compromisso com a história, e o que ele quer fazer é negar tudo isso”, finaliza Valente.

Comissão  

Criada por lei em 1995, Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos tem a função de ajudar a localizar os corpos de vítimas da ditadura militar, emitir parecer sobre pedidos de indenizações feitos por familiares, entre outras atribuições. Por esse motivo, o Psol argumenta que os novos indicados não teriam perfil para os cargos. O partido acusa Bolsonaro de cometer improbidade administrativa, abuso de poder e desvio de finalidade, em especial este último ponto.

“Ela é uma comissão que tem política de Estado, não de governo. A segunda questão é que os nomes que ele nomeou são de pessoas que não têm nenhuma afinidade com o tema. Pelo contrário, eles negam as funções originárias da própria Comissão. Ele não pode nomear pra uma comissão que está pesquisando, desde 25 anos atrás, onde estão os mortos e desaparecidos e colocar pessoas que exatamente vão negar que houve mortos e desaparecidos políticos, que teve repressão, que teve tortura”, argumenta Ivan Valente.

Edição: Rodrigo Chagas

________________

“VOLTAMOS À IDADE MÉDIA”, DIZ CARLOS MINC SOBRE EXONERAÇÃO NO INPE

.

O ex-ministro Carlos Minc: Governo não tem nenhum compromisso com a questão ambiental / Tomaz Silva | Agência Brasil

Ministro de Meio Ambiente na gestão Lula lembra que instituto é internacionalmente reconhecido por estudos científicos

José Eduardo Bernardes | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O ambientalista Carlos Minc criticou nesta sexta-feira (2), em entrevista ao Brasil de Fato, os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) – que monitora a Amazônia e revelou um aumento de 88% no desmatamento da região em junho deste ano, na comparação com mesmo mês de 2018.

Numa série de declarações contra o Inpe, Bolsonaro chegou a dizer que os dados são sensacionalistas e foram “espancados”, para criar constrangimento ao Brasil. Em resposta, o diretor do Inpe, o físico Ricaro Galvão, afirmou que Bolsonaro se comporta “como se estivesse em um botequim”. Galvão acabou exonerado também nesta sexta pelo ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

VÍDEO:

“Estamos voltando para a Idade Média, onde só valem os dados que agradam o rei”, afirmou Minc, que foi ministro do Meio Ambiente no governo Lula e hoje é deputado estadual pelo PSB do Rio de Janeiro. Quem discorda, ironiza ele, “vai queimar na fogueira da Inquisição”.

“O Inpe é internacionalmente reconhecido. Com suas imagens de satélite, eles nos orientavam e nós fazíamos as operações como a Boi Pirata, as operações de destruição das carvoarias e serrarias clandestinas”, acrescentou o ex-ministro.

Minc conta que à época de sua gestão, quando foram reduzidos 50% do desmatamento na Amazônia, o Instituto foi utilizado pelo governo brasileiro para entender como a região poderia ser explorada economicamente, sem riscos à biodiversidade.

“O Inpe nos ajudou, por imagens, a fazer o zoneamento econômico e ecológico da Amazônia, porque você não termina com o desmatamento, ou reduz, só com medidas repressivas, você tem que reorientar as atividades econômicas”, afirma.

Minc também criticou a ofensiva de Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, em várias outras frentes.

“O ministro Salles não tem nenhum compromisso com a questão ambiental”. O deputado lembra ainda que a gestão do ministro “esvaziou o Ibama, o ICMBio, tolheu as mãos da fiscalização e está conseguindo extinguir o Fundo Amazônia, que foi criado na nossa gestão”.

Edição: João Paulo Soares

_______________

SUPLENTE DE MAJOR OLÍMPIO DISSE FALAR EM NOME DA FAMÍLIA BOLSONARO EM LOBBY NO PARAGUAI, DIZ JORNAL

SUPLENTE DE MAJOR OLÍMPIO DISSE FALAR EM NOME DA FAMÍLIA BOLSONARO EM LOBBY NO PARAGUAI, DIZ JORNAL

Severino Motta – Repórter do BuzzFeed News, Brasil – Suplente foi a encontro de empresa brasileira com dirigentes de estatal paraguaia para discutir compra de energia de Itaipu. Alexandre Giordano confirma encontro, mas nega ter agido como lobista.

O empresário Alexandre Giordano, suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP), usou o nome da família Bolsonaro ao realizar o lobby em nome de uma companhia privada para negociar a compra de energia de Itaipu, segundo o jornal paraguaio ABC Color.

Giordano, que é filiado ao PSL, foi citado como representante da empresa Léros Comercializadora de Energia em uma reunião com executivos da ANDE (estatal paraguaia de eletricidade) ocorrida em 10 de maio deste ano, em Ciudad del Este (fronteira com Foz do Iguaçu), segundo o jornal.

O objetivo da reunião era negociar a compra de energia excedente do Paraguai para distribuição no Brasil. Segundo o advogado José Rodríguez González, presente à reunião entre Léros e os paraguaios, Giordano se apresentou como representante da família Bolsonaro.

Rodríguez González, por sua vez, dizia falar em nome do vice-presidente paraguaio Hugo Velázquez. Indagado sobre o encontro, Rodríguez González citou Giordano como o “senador brasileiro” que estava presente ao encontro, com o respaldo, segundo ele, da família do presidente brasileiro.

“Em todos as conversações que tivemos com esse grupo empresarial brasileiro, a primeira coisa que fizeram é que têm o apoio do alto mando brasileiro para conseguir às

autorizações de importação de energia”, disse ele, em entrevista (gravada) ao ABC Color.

Na mesma data da reunião mencionada por Rodríguez, os presidentes Jair Bolsonaro e Mário Abdo Benítez se encontraram em Foz do Iguaçu para assinar a autorização para o início das obras de uma segunda ponte para ligar os dois países, naquela fronteira. Novo acordo de Itaipu provou crise que pode derrubar o governo do Paraguai


Novo acordo de Itaipu provou crise que pode derrubar o governo do Paraguai 

Pelo Tratado de Itaipu, a energia produzida pela hidrelétrica binacional deve ser dividida em partes iguais entre os dois países. Como os paraguaios consomem menos de 20% da geração, o restante do excedente é vendido ao Brasil. Seria uma parte deste excedente o foco da negociação mencionada entre a Léros e a estatal do Paraguai, mencionada pelo ABC Color.

O novo acordo para a venda da energia excedente de Itaipu ao Brasil virou o foco de uma crise política que já dizimou uma parte da cúpula do governo paraguaio e ameaça a sobrevivência no cargo do próprio presidente Mario Abdo Benítez.

O governo paraguaio está sendo acusado de permitir a exclusão de uma cláusula que permitia o ingresso adicional de quase US$ 250 milhões (R$ 1 bilhão) em receitas da energia excedente contratada pelo Brasil até 2022, segundo o jornal Valor Econômico.

“A política só está me dando dor de cabeça”, diz suplente que nega ter agido como lobista

Procurado pelo BuzzFeed News, o senador Major Olímpio disse que não tomou conhecimento da reunião entre seu suplente, Alexandre Giordano, a empresa Léros com a ANDE, companhia do governo paraguaio que opera com energia de Itaipu.

Norberto Duarte / AFP / Getty Images

 

COM BOLSONARO E GUEDES À FRENTE DA ECONOMIA, PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 1,6% NO 1º SEMESTRE

.

COM BOLSONARO E GUEDES À FRENTE DA ECONOMIA, PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 1,6% NO 1º SEMESTRE

Produção industrial do país recuou 0,6% na passagem de maio para junho deste ano, na segunda queda consecutiva do indicador; segundo dados do IBGE; produção também recuou na comparação com junho do ano passado (-5,9%), na média móvel trimestral (-0,1%), no acumulado do primeiro semestre (-1,6%) e no acumulado de 12 meses (-0,8%)

Vitor Abdala, repórter da Agencia Brasil  – A produção industrial do país recuou 0,6% na passagem de maio para junho deste ano. Essa foi a segunda queda consecutiva do indicador, que acumula perda de 0,7% em dois meses. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada hoje (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A produção também recuou na comparação com junho do ano passado (-5,9%), na média móvel trimestral (-0,1%), no acumulado do primeiro semestre (-1,6%) e no acumulado de 12 meses (-0,8%).

Na passagem de maio para junho, a produção industrial recuou em 17 dos 26 ramos industriais pesquisados, com destaque para produtos alimentícios (-2,1%), máquinas e equipamentos (-6,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%).

Por outro lado, nove setores tiveram alta na produção de maio para junho. A principal delas foi observada nas indústrias extrativas, que avançaram 1,4%. Esse foi o segundo crescimento consecutivo do indicador, que acumula taxa de 11% em dois meses.

Entre as quatro grandes categorias econômicas, a maior queda foi observada entre os bens de consumo semi e não duráveis (-1,2%). Os bens de consumo duráveis recuaram 0,6%. Também tiveram queda os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos (-0,4%), e os bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (-0,3%).

……..

MAIORIA DOS BRASILEIROS REJEITA ABRIR MINERAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS

.

MAIORIA DOS BRASILEIROS REJEITA ABRIR MINERAÇÃO EM TERRAS INDÍGENAS

Pesquisa Datafolha aponta que 86% no país discorda do plano do presidente Jair Bolsonaro de abrir exploração mineral nessas áreas.

Folha Uol – A abertura da mineração em terras indígenas, um dos projetos mais citados pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) em entrevistas e pronunciamentos, é amplamente reprovada pelos brasileiros.

Pesquisa Datafolha contratada pela organização não governamental ISA (Instituto Socioambiental) apontou que 86% dos brasileiros discordam da permissão à entrada de empresas de exploração mineral nas terras indígenas, que hoje é ilegal mas que Bolsonaro pretende autorizar.

O Datafolha realizou, de 4 a 6 de junho, 2.088 entrevistas distribuídas em 168 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

Para Márcio Santilli, sócio-fundador do ISA e presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio) entre 1995 e 1996, a pesquisa revela “uma vontade inequívoca dos brasileiros de preservar as terras, o que o Congresso precisa considerar nessa discussão”. “A pesquisa indica que até os que apoiam o presidente discordam da sua intenção de promover o garimpo e o ingresso de mineradoras estrangeiras nessas terras”, disse Santilli.

A Constituição prevê que a mineração em territórios indígenas pode ser realizada a partir da aprovação de uma lei pelo Congresso Nacional. A Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que é lei no Brasil desde 2004, estabelece que os povos indígenas devem ser consultados em todas as etapas sobre eventual projeto de mineração “a fim de se determinar se os interesses desses povos seriam prejudicados, e em que medida, antes de se empreender ou autorizar qualquer programa de prospecção ou exploração dos recursos existentes em suas terras”.

Segundo a pesquisa, a rejeição à mineração é muito alta, com um mínimo de 80% em todas as regiões, escolaridades, idades, sexos, classificações econômicas e ocupações. Chama a atenção a repulsa de 80% nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde se concentra a maior parte das terras indígenas do país e que seriam os alvos principais do plano de Bolsonaro. No Sudeste, onde a rejeição foi a mais alta, 88% dos brasileiros disseram que discordam da afirmação de que “o governo deve permitir a entrada de empresas de mineração para explorar as terras indígenas”. No Brasil todo, apenas 14% disseram concordar com a formulação – o índice cai para 12% no Sudeste.

O indígena Luiz Eloy Terena, assessor jurídico da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), uma das principais organizações indígenas do país, disse que a maioria dos índios é contrária à mineração, com exceção de “alguns poucos indígenas, um número insignificante, às vezes visando interesses particulares”. “O que o Bolsonaro está dizendo é que ‘os índios querem mineração’. Os índios não querem mineração. A nossa relação com a terra é totalmente diferente, é de preservação da terra e dos recursos naturais”, disse Terena. Para o advogado, o governo Bolsonaro tenta cooptar alguns indígenas em torno da mineração para promover a divisão no movimento indígena.

A professora indígena e escritora Eliane Potiguara disse que permitir a mineração em terras indígenas é “um projeto fascista e neocolonialista”. “A ditadura militar [1964-1985] tentou isso. Parece que estamos vivendo de novo os anos 70 e 80. Eles querem desqualificar a identidade dos povos indígenas, dizer que eles querem tirar proveito econômico das terras. É um projeto genocida”, disse Potiguara.

Outro lado

O secretário de Geologia e Mineração do MME (Ministério de Minas e Energia), Alexandre Vidigal, confirmou que o governo Bolsonaro elabora, por meio de um grupo de trabalho interministerial, um projeto de lei a fim de permitir a mineração em terras indígenas. A estimativa é que o projeto fique pronto até setembro, quando será enviado ao Congresso Nacional.

Vidigal disse que o governo não detém números e levantamentos detalhados sobre o potencial mineral em terras indígenas. Para isso, seriam necessárias pesquisas in loco.

Indagado por que os indígenas não estão participando dessa fase da discussão do novo projeto, Vidigal disse que o momento certo da participação indígena é quando o projeto chegar ao Congresso. “É uma lei geral que está sendo tratada [nesse momento]”, disse o secretário. Vidigal disse que o governo quer “trazer para a formalidade” atividades que são “nocivas e clandestinas”. “Nosso único propósito é o bem coletivo.”

A Folha indagou se o projeto do governo vai incluir a possibilidade de os indígenas vetarem a mineração em suas terras, após análise da degradação ambiental trazida com o negócio. Vidigal disse que não e que a Constituição não prevê tal veto. Ele falou da necessidade de “um consenso” entre empresários, indígenas e órgãos de controle antes dos supostos empreendimentos, que seriam discutidos caso a caso.

A assessoria de comunicação do CPRM (Serviço Geológico do Brasil), empresa pública vinculada ao MME, informou que foram realizados estudos nos anos 70 e 80 em terras que posteriormente foram demarcadas como territórios indígenas, mas hoje não existe um trabalho completo e detalhado que aponte o real potencial minerário dessas terras. Nos anos 70 e 80, o CPRM identificou indícios, ocorrências e depósitos de ouro, diamante, alumínio, cobre, ferro e molibdênio em Roraima, mas não se sabe a dimensão exata dessas jazidas e se a exploração delas é economicamente viável.

Procurado, o MMA (Ministério de Meio Ambiente) não se manifestou até a publicação deste texto. É a terceira vez consecutiva que a reportagem procura a comunicação do MMA, chefiada por um capitão da reserva do Exército, e não recebe nenhuma resposta.

……………..

“A POLÍTICA QUE MAIS REDUZ A DESIGUALDADE DE RENDA NO BRASIL É A JUSTIÇA TRIBUTÁRIA”

.

“A POLÍTICA QUE MAIS REDUZ A DESIGUALDADE DE RENDA NO BRASIL É A JUSTIÇA TRIBUTÁRIA”

Foto icônica de Tuca Vieira.

recontaai.com.br – Segundo o especialista em desigualdade Marcelo Medeiros, o Imposto de Renda sobre Pessoa Física diminui 14 vezes mais a desigualdade de renda do que o Bolsa Família.

Entender as desigualdades econômicas, suas causas e efeitos é importante para diminuí-las. No Brasil, a desigualdade leva um cenário de polarização econômica, que é a diminuição da classe média e o aumento do número de pobres e, em muito menor grau, dos super ricos.

De 2016 até 2017, a redução da desigualdade no Brasil que vinha ocorrendo de maneira consistente há 15 anos foi interrompida. A crise econômica, desemprego, diminuição da renda e corte de investimentos do governo em políticas sociais foram as grandes causas dessa interrupção.

Segundo o Ranking Global Global de Desigualdade de Renda de 2017, o Brasil ficou em 9º entre os países com a maior desigualdade de renda.

A partir da crise financeira de 2015, houve uma diminuição de renda geral, porém a renda dos pobres caiu mais do que a renda dos ricos. Outro efeito da crise, foi que a desigualdade de renda entre homens e mulheres, e negros e brancos parou de cair. Segundo relatório País Estagnado, um Retrato das Desigualdades Brasileiras, Oxfam.

Desigualdade brasileira

Em 2017 a metade mais pobre da população do Brasil teve uma renda média de US$ 200 por mês, o que equivale a menos do que um salário mínimo. Já os brasileiros 10% mais ricos, tiveram aumento na renda do trabalho de US$ 2.500 dólares, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD.

Em um ano, o número de pobres aumentou de 53 para 55 milhões de pessoas. No mesmo período, o número milionários saltou de 164 mil pra 171 mil. Isso pode parecer contraditório, porém é facilmente explicável: no mesmo período a classe média alta encolheu em cerca de um milhão de pessoas. Alguns tornaram-se ricos, mas a maioria foi para a classe média baixa.

As explicações da desigualdade

Existem alguns métodos para medir o desequilíbrio, e o primeiro passo é a delimitação de categorias. Uma das categorias mais utilizadas para falar sobre o tema é a desigualdade de renda, ou seja, o salário que as pessoas recebem.

Rogério Barbosa, pesquisador da Universidade de Columbia e especialista no tema, afirma que a redução da queda de taxas de desigualdade de renda começou durante a crise financeira de 2015 e revela o motivo: “No período mais agudo da crise, o que faz a desigualdade aumentar é o aumento do desemprego e do desalento”.

Marcelo Medeiros, pesquisador do mesmo tema em Princeton, fala sobre outra categoria de desigualdade: a desigualdade de patrimônio. ” O que sabemos é que a distribuição de patrimônio é muito mais desigual do que a distribuição de renda”, declarou. E ainda afirma que o grande desafio para os estudos é ter mais transparência nos dados dos mais ricos.

Tranformação social e anomia

A grande desigualdade afeta a economia, os direitos sociais e a política. Liz Nelson, diretora de direitos humanos da Tax Justice Network, em reportagem de Luciano Máximo, atribui o aumento da desigualdade a uma agenda de cortes do investimento público.

“A desigualdade impacta a vida do cidadão do nível individual, cria pobreza, reduz os padrões de moradia, limita o acesso à educação e à saúde”, afirmou Liz. Ela ainda reafirma que a agenda de austeridade diminui ainda a coesão social e mina o contrato social.

Receita para o bolo crescer e ser divido

A austeridade econômica aprofunda o desequilíbrio e as crises econômicas no mundo inteiro. As soluções para o crescimento mais justo são o investimento governamental e a tributação de rendas e patrimônios ao invés dos impostos sobre rendas e serviços.

Crédito

Matéria feita com informações do podcast É da sua conta, o podcast em português da Tax Justice Network, com produção de Daniela Stephano, Grazielle David e Luciano Máximo.

..