VAIAS A MINISTRO DA SAÚDE SÃO TERMÔMETRO DA INSATISFAÇÃO COM GOVERNO, DIZ MÉDICA

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VAIAS A MINISTRO DA SAÚDE SÃO TERMÔMETRO DA INSATISFAÇÃO COM GOVERNO, DIZ MÉDICA

Por cerca de uma hora ministro da Saúde e sua equipe recebeu vaias da plenária da 16ª Conferência Nacional / Foto: Setorial de Saúde do PT

Para Nayara Oliveira, a fala de Mandetta foi carregada de “fake news” e criou animosidade na plenária.

Brasil de Fato | Cecília Figueiredo | Saúde Popular – A abertura oficial da 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8), em Brasília, indicou o descontentamento de gestores, trabalhadores e usuários do SUS com o atual governo Bolsonaro. O encontro reuniu aproximadamente 3 mil pessoas e foi realizado  pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) – vinculado ao ministério – na noite de domingo (4).

Por volta de uma hora, o grande salão do Pavilhão de Exposições, na capital federal, foi tomado por vaias direcionadas ao ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e sua equipe (com exceção da titular da Sesai, Silvia Waiãpi). Os presentes também gritaram palavras de ordem, como: “Ele não; ele nunca” e “Fora fascista”.

Convidado do evento, Mandetta e sua equipe foram cercados por seguranças numa barreira humana distanciando-o do povo, ato em desalinho ao tema da conferência “Democracia e Saúde”.

Hostilização

As vaias acompanharam os discursos da maioria das autoridades presentes. No caso do ministro, último a falar, o período de tensão se arrastou por cerca de 17 minutos, segundo alguns conselheiros.

O ministro citou escândalos de corrupção em governos anteriores, mau uso de recursos públicos para estar na conferência e disse que quem não usasse verbas públicas da forma correta teria o mesmo destino dos presos na Operação Lava-Jato.

Ao lado de três ex-ministros da Saúde, Agenor Álvares, Arthur Chioro e Saraiva Felipe, Mandetta afirmou que só agora o país chegou “ao momento da democracia”, e “pela primeira vez o Ministério se faz sem toma lá, dá cá”.

Sem ser ouvido e nem deixar de falar, Mandetta alcançou a antipatia explícita da maioria do público ao dizer que doenças como difteria e sarampo “nascem da maior ditadura da América do Sul”.

Revogação da EC 95

Na avaliação de Nayara Oliveira, delegada eleita para a 16ª Conferência Nacional de Saúde pelo segmento usuária, o primeiro dia surpreendeu.

“Foi uma plenária mais à esquerda do que poderíamos imaginar. Fiz a defesa, em minha fala, sobre focarmos após a conferência na revogação da Emenda Constitucional 95”.

Nayara Oliveira criticou a fala do ministro, que segundo ela, carregada de “fake news graves” e que criou animosidade na plenária.

“Do tipo responsabilizar epidemias de sarampo ao governo da Venezuela. A cobertura vacinal na região da fronteira no Brasil é 2% para este tipo de [doenças] pólio, sarampo…É baixa para caramba. Uma falha no sistema de saúde do Brasil. E ele imputou a responsabilidade à Venezuela”, citou.

Fernando Pigatto, presidente do CNS, foi obrigado a intervir para tentar acalmar o público. Mandetta, por outro lado, continuou alimentando o discurso da polarização.

Conforme publicado no site Outra Saúde, o chefe da pasta disse que teremos duas escolhas: olhar para trás e se utilizar do sistema de saúde e dos espaços que ele oferece para “pequenos, míopes, tacanhos e remoermos os nossos ódios” ou “gigantes, altruístas” sermos defensores de uma história.

Mandetta finalizou o discurso insinuando que a maior parte dos presentes havia viajado com recursos públicos para estar na conferência e que quem não usasse verbas públicas da forma correta teria o mesmo destino dos presos na Operação Lava-Jato. “Quem não faz bom uso de coisa pública, que sejam recebidos na suíte imperial de Curitiba”, disse o ministro ao jornal O Globo.

O ministro saiu sob vaias e gritos de “fascista” e “eu não sou otário, fora Mandetta e Bolsonaro”. Aos jornalistas, minimizou o impacto resumindo que “é normal” ser vaiado e que “as conferências são assim”.

Nayara discorda. “A militância do SUS não está a favor das [ações] do governo Bolsonaro. Bolsonaro faz mal à saúde e a militância do SUS já enxerga isso”.

A médica da Estratégia Saúde da Família em São Paulo, Eline Ethel Fonseca Lima, delegada pelo segmento trabalhadores, concorda com a impressão de Nayara. Segundo ela, o ministro demonstrou bastante alinhamento ao governo Federal e as ações não estão agradando.

“Os delegados que foram votados nas suas bases de origem e representam essas bases não estão de acordo com o projeto proposto através do Ministério da Saúde”.

Segundo ela, a fala do ministro demonstra estreito alinhamento a do presidente Jair Messias Bolsonaro (PSL), incluindo jargões bíblicos, do tipo “quem tem ouvidos, ouça”, “a quem muito lhe é dado, muito será cobrado”.

“As pessoas estão no mesmo sentimento. A maioria pensa que é necessário a gente se juntar numa mobilização para além da conferência nacional. Este não é um fim, mas o meio para o início dessa luta contra tudo que está acontecendo hoje nesse desgoverno, na precarização da Atenção Básica, dos serviços de saúde”, diz.

Segundo Eline Ethel, há uma convergência entre os conselheiros para que esta não seja a última conferência de Saúde. Integrante da Rede de Médicas e Médicos Populares (RNMMP), antecipou também que será apresentada uma moção crítica ao Programa Médicos pelo Brasil.

Edição: Katarine Flor

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BOLSONARO ABUSA DO CARTÃO DE CRÉDITO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

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BOLSONARO ABUSA DO CARTÃO DE CRÉDITO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Apenas a presidência da República registrou R$ 6,1 milhões em despesas.

Revista Fórum – Jair Bolsonaro não obedece limites para o uso cartão de crédito da presidência da República. Foram registrados pagamentos da Secretaria de Administração da Presidência nos valores de R$ 68 mil, R$ 70 mil e R$ 79 mil, muito acima do limite de R$ 33 mil nas compras normais.

Os valores foram divulgados pelo blog de Lúcio Vaz, no site do Gazeta do Povo. Segundo a reportagem, Bolsonaro mantém em segredo mais de dois terços das informações sobre gastos com cartões corporativos do governo federal, estimados em R$ 13,5 milhões no primeiro semestre deste ano.

Além do sigilo, existem casos de saques em dinheiro e outros nos quais não é informado o nome do favorecido. Apenas a presidência da República registrou R$ 6,1 milhões em despesas.

Despesas eventuais

O cartão de pagamento do governo federal tem a finalidade de arcar com despesas eventuais de pequeno valor, que exigem pagamento imediato. Além de compras em caráter sigiloso.

Na prática, os cartões podem comprar quase tudo, como combustível, passagens aéreas, medicamentos, material para construção, material impresso etc. Podem, ainda, ser usados em restaurantes e para compras em supermercados e padarias.

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BNDES VIRA CABIDE DE EMPREGO COM SUPER SALÁRIOS

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BNDES VIRA CABIDE DE EMPREGO COM SUPER SALÁRIOS

Brasil247 – O BNDES vai cortar 42 cargos técnicos para abrigar mais duas diretorias com supersalários de quase R$ 100 mil. O presidente Gustavo Montezano segue orientação de Jair Bolsonaro, que já demonstrou o desejo de acabar com o banco.

O BNDES vai cortar 42 cargos técnicos para abrigar mais duas diretorias com supersalários de quase R$ 100 mil. O presidente Gustavo Montezano segue orientação de Jair Bolsonaro, que já demonstrou o desejo de acabar com o banco.

Segundo a reportagem do jornal O Globo, “o valor engloba honorário mensal, plano de saúde, auxílio moradia, auxílio alimentação e remuneração variável anual.”

A reportagem destaca que o banco não “quis comentar a informação, mas fontes afirmaram que os cortes foram aprovados pela diretoria na quarta-feira e comunicados ao Conselho de Administração na sexta. No mesmo dia, o Conselho aprovou a indicação de quatro diretores: Fábio Abrahão (Infraestrutura), Petrônio Cançado (Crédito e Garantia), Saulo Puttini (Assuntos Jurídicos) e Leonardo Cabral (Privatizações).”

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STF DÁ 15 DIAS PARA BOLSONARO EXPLICAR INSINUAÇÃO CONTRA DILMA

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STF DÁ 15 DIAS PARA BOLSONARO EXPLICAR INSINUAÇÃO CONTRA DILMA

Brasil247 – Ministra do STF Rosa Weber deu 15 dias de prazo para que Jair Bolsonaro, “caso queira”, preste esclarecimentos sobre a declaração que fez afirmando que a presidente deposta Dilma Rousseff teria participado de ações armadas durante o período da ditadura militar que teriam resultado na morte do capitão do Exército dos EUA Charles Chandler, suspeito de colaborar com o regime.

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber deu 15 dias de prazo para que Jair Bolsonaro, “caso queira”, preste esclarecimentos sobre a declaração que fez afirmando que a presidente deposta Dilma Rousseff teria participado de ações armadas durante o período da ditadura militar que teriam resultado na morte do capitão do Exército dos Estados Unidos Charles Chandler, supeito de colaborar com o regime.

A ação atende a um pedido feito pela própria Dilma Rousseff, que acionou o STF alegando que Bolsonaro teria cometido crime de calúnia, e acontece apenas uma semana após o STF, por meio do ministro Luís Roberto Barroso também conceder 15 dias de prazo para que Bolsonaro, “se quiser”, esclareça a afirmação que fez sobre saber as circunstâncias da morte e desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Segundo documentos oficiais, Santa Cruz foi morto após ter sido preso por agentes da ditadura e m 1974.

Charles Chandler, que era capitão do Exército dos EUA, foi morto em 12 de outubro de 1968, em São Paulo, em um ataque cometido por integrantes da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Dilma, contudo, ao contrário do insinuado por Bolsonaro nunca integrou estes grupos de resistência a ditadura.

Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, na ação, Dilma pede que Bolsonaro esclareça se fazia referência a ela quando afirmou que “quem até há pouco ocupava o governo teve em sua história suas mãos manchadas de sangue na luta”, se o ex-capitão sabe quem são as pessoas responsabilizadas pela morte de Charles Chandler e se ele possui algum documento que indique qualquer acusação formal contra Dilma sobre fatos que envolvem a morte do norte-americano.

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REDE DE MÉDICOS POPULARES DENUNCIA AS CONTRADIÇÕES DO PROGRAMA FEDERAL

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REDE DE MÉDICOS POPULARES DENUNCIA AS CONTRADIÇÕES DO PROGRAMA FEDERAL

Rede critica ainda o fato de o Médicos pelo Brasil não prever profissionais nas periferias das grandes cidades, como no programa anterior. / Foto: Rede de Médicos Populares

Nota alerta para a ameaça de privatização da Atenção Primária e de mudança de rumo na residência em Medicina da Família

Brasil de FAto | Saúde Popular – A Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares lançou nota com uma análise crítica a respeito do novo programa Médicos pelo Brasil anunciado, por meio da Medida Provisória 890/2019, pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em 1º de agosto, em Brasília.

No documento, publicado no último sábado (3), os médicos populares consideram o programa “contraditório” em vários aspectos, como a questão do vínculo trabalhista, quando “o mesmo governo pretende retirar da CLT os chamados ‘custos trabalhistas’”.

Também o consideram restrito, comparado ao Mais Médicos, por suprimir o provimento das periferias das grandes cidades, ação que estava contemplada no programa Mais Médicos.

A nota também questiona a inexistência de “sinalização de aporte de recursos para reforma e construção de novas unidades básicas de saúde pelo país, bem como mudanças no marco da formação de especialistas, no caso tendo como principal modelo a residência médica”.

Outro alerta que faz o texto é sobre a privatização da Atenção Primária à Saúde. A Medida Provisória institui a “Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps)”, que terá plenos poderes para firmar “contratos de prestação de serviços com pessoas físicas ou jurídicas”.

O último ponto destaca a preocupação do “desmonte” da residência em Medicina de Família e Comunidade. “O novo modelo formativo pode ter inclusive a tutoria de médicos com residência em Clínica Médica. Como garantir que os princípios da Medicina de Família e Comunidade, aliados a um compromisso com práticas populares, com enfrentamento dos determinantes sociais da doença sejam ensinados por médicos com formação estritamente hospitalar e sem vivência comunitária?”, questiona o conteúdo.

Leia abaixo íntegra do documento:

Nota da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares sobre a proposta do Programa Médicos pelo Brasil

Baseados na cerimônia de apresentação do Programa Médicos pelo Brasil, no dia 01 de agosto de 2019, na Apresentação do Secretário de Atenção Primária do Ministério – Erno Harzheim – e na Medida Provisória nº 890, de 01 de agosto de 2019, a Rede de Médicas e Médicos Populares vem a público trazer algumas considerações:

1. O desmonte das políticas sociais no governo Bolsonaro

Para uma análise detida de qualquer política de saúde se faz necessário entender o contexto na qual surge, e o vetor geral das políticas sociais adotadas pelo Governo de plantão, no caso brasileiro, como este interpreta ou não a Constituição de 1988.

Desta forma, antes de tecer quaisquer comentários mais específicos sobre o Programa Médicos pelo Brasil, recém-lançado pelo governo Bolsonaro, é importante deixar evidente que este é o mesmo governo que vem atacando as políticas sociais garantidas na Carta Magna com uma voracidade sem precedentes. O ataque ao ensino laico, público e gratuito, em forma de asfixia financeira das Universidades Federais; as políticas de meio ambiente que estão sendo absolutamente desmontadas permitindo o avanço desmesurado do desmatamento na amazônia; o desmonte das políticas afirmativas raciais e de proteção à população LGBTQI; os cortes sucessivos dos orçamentos da Educação, Ciência e Teconologia; as políticas de Saúde mental que retomam a agenda do encarceramento em massa e o estímulo à reconstrução de Manicômios; o entreguismo da capacidade produtiva nacional com a venda dos campos do pré-sal a preços irrisórios e, mais fundamentalmente, o ataque mais severo aos direitos dos trabalhadores com a Reforma da Previdência.

É neste contexto de políticas sociais que se situa o novo programa lançado pelo governo na área da saúde e, desta forma, ele não pode ser compreendido como um raio no céu azul. O mesmo governo que acena para um vínculo CLT hoje para os médicos, é o governo que está preparando a mais severa reforma trabalhista com a “carteira verde e amarela”, que pretende retirar da CLT os chamados “custos trabalhistas”, que para os trabalhadores nada mais são do que a proteção mínima e civilizatória que este regime ainda garante.

Por fim, se faz importante lembrar das palavras do próprio Secretário Erno Harzheim no último Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade: “Estamos aqui para implementar um Sistema de Saúde liberal. O SUS não tem que ser para todos, mas apenas para aqueles que não conseguem proteger a si próprios. Quem quiser discutir universalidade, volte para a década de 20”. É esta a tese que embala o programa que doravante discutiremos.

2. Apesar da nova roupagem, novo programa reconhece êxitos do Programa Mais Médicos, porém restrito ao provimento

Apesar das críticas do atual Governo ao Programa Mais Médicos, considerado em seu discurso como “improvisação”, o Programa Médicos pelo Brasil funcionará concomitante à manutenção das atividades de ensino e extensão e integração ensino-serviço que embasam o funcionamento do Mais Médicos, utilizando vários itens do programa, a exemplo da vinculação com bolsa mais INSS e isenção de Imposto de Renda. Além disso, propaga que utilizaria novos critérios para definir municípios prioritários, não considerando as diversas evidências científicas de que o Programa Mais Médicos alcançou regiões de extrema vulnerabilidade.

O Mais Médicos foi uma das raras ocasiões de nossa história em que a totalidade dos Distritos Sanitários Indígenas (DSEI) foram plenamente providos de profissionais médicos de forma simultânea e contínua. Os mesmos critérios do IBGE e da OCDE utilizados para dimensionar setores sociais em remota, semi-remota, rural e metropolitana utilizados no Médicos pelo Brasil foram utilizados na estrutura de alocação de médicos do Programa Mais Médicos, sendo que no caso da proposta anterior havia uma maior complexificação nesta distribuição se considerando a diversidade regional de nosso país e uma construção da proposta mais compartilhada com a Frente Nacional de Prefeitos e com o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, que são aqueles entes federativos responsáveis pela gestão dos serviços locais de atenção básica em todo o país;

Assim, o Mais Médicos já estava fortemente presente no que agora se chama de “Brasil Profundo” do semi-árido nordestino, região amazônica, Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Vale do Ribeira, Contestado, Pantanal, fronteiras, cerrados e outras localidades consideradas “remotas e semi-remotas” no país. Contudo não foi ignorado na proposta anterior que a maior parte da população brasileira vive na periferia das grandes cidades, que acompanham o mapa da desigualdade das riquezas.

Ao mesmo tempo, as iniciativas de estruturação física de unidades básicas de saúde e as ações de mudanças na formação médica estavam contidas na proposta anterior, que eram parte também do Programa Mais Médicos, parece-nos que foi também abandonada ou colocada em segundo plano pelo Governo Bolsonaro. Não há nenhuma sinalização de aporte de recursos para reforma e construção de novas unidades básicas de saúde pelo país, bem como mudanças no marco da formação de especialistas no país, no caso tendo como principal modelo a residência médica. Dessa forma, abandonam-se as ações estruturantes do Programa, que dispôs sobre um novo marco regulatório da formação médica.

3. Sobre a Agência de Desenvolvimento da APS – a porta para o Setor Privado na APS do SUS

Na Medida Provisória que institui o Programa Médicos pelo Brasil, o governo também institui a Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (ADAPS), numa modalidade de gestão classificada como “Serviço Social autônomo”, na forma de pessoa jurídica de direito privado, a qual pode – por exemplo – dispensar processos de licitação de compras públicas.

A criação desta Agência chama atenção pela abrangência de suas atribuições, que vão muito além da simples gestão do Programa Médicos pelo Brasil, teoricamente o objeto da Medida Provisória. Além de executar o próprio programa, a agência poderá ela mesma desenvolver atividades de ensino e pesquisa, prestar serviços de atenção primária e articular-se com órgãos e entidades públicas e privadas para o cumprimento de seus objetivos.

Mais notório ainda é o Parágrafo 1 da Seção VI da Medida Provisória que diz: “A Adaps poderá firmar contratos de prestação de serviços com pessoas físicas ou jurídicas, sempre que considerar ser essa a solução mais econômica para atingir os objetivos previstos no contrato de gestão, observados os princípios da impessoalidade, da moralidade e da publicidade.” Como ressaltamos no início desta nota não se pode perder de vista o contexto político do qual este programa emerge: em nossa análise é este parágrafo que dará sustentação legal a um projeto que vem sendo bem gestado pelo Governo e Planos de Saúde privados: a contratação direta dos planos e operadoras para prestação de serviços de Atenção primária mediante contrato de gestão com o poder público, neste caso, com a Agência. Ou seja: transferência direta de recursos públicos para o setor privado, agora numa nova fronteira e com novos atores. Se antes uma grande parte dos municípios brasileiros resistiram à ampliação das Organizações Sociais, agora será o próprio Ministério que poderá contratar as Operadoras de saúde para realizar atividades-fim que deveriam ser prestadas pelo poder público.

Atentamos ainda para seu Conselho Deliberativo, que além de membros do Ministério da Saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), apresenta um representante do setor privado no colegiado, sem mencionar nenhum membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS), maior instância deliberativa com prerrogativa legal no âmbito do SUS.

Este tipo de dissociação é fundamental para uma agenda de terceirização de responsabilidades do Estado pela assistência, entregando a prestação direta de serviços de atenção primária para planos de saúde, que vem acumulando expertise no campo da APS nos últimos anos a partir da vinda de muitos médicos de família para o âmbito destas organizações. Para nós, é muito sintomático trocar um representante do Controle Social do SUS por um representante do mercado para entender para onde rumará a política de Atenção Primária Brasileira.

4. O impacto do Programa Médicos pelo Brasil na Medicina de Família e Comunidade e o desmonte da Residência Médica

O Governo Bolsonaro aponta para uma massificação da formação de médicos de família e comunidade no país mediante uma especialização oferecida a todos que optarem pelo Programa Médicos pelo Brasil. Essa especialização ocorrerá à distância, ministrado por instituições de ensino, com apoio de um tutor médico, com carga horária anunciada de 20 horas teóricas e 40 horas assistenciais, totalizando 60 horas semanais de ensino-serviço. A cada dois meses, o médico ficará uma semana em supervisão direta presencial de seu tutor. Ao final de dois anos, o médico poderá realizar a prova de título para especialista em Medicina de Família e Comunidade, processo equivalente ao término da Residência Médica, o qual também permite a titulação. Normalmente, essa mesma titulação só seria possível após quatro anos de atuação na Atenção Básica, se comprovada proficiência testada por prova escrita, pontuando especialização na área e tempo na AB. Ou seja, claramente é um modelo de substituição da formação tradicional e bem consolidada em serviço, a Residência Médica, por outro modelo, sem a devida comprovação de qualidade formativa.

Causa-nos estranheza o silêncio das entidades médicas em relação a essa mudança do modelo de certificação para a especialidade. Existe um claro conflito de interesses, dados os ganhos políticos e econômicos de uma certificação em larga escala e regulação de entrada de novos profissionais através da certificação obrigatória. Este conflito cria um viés que deve ser melhor debatido com o conjunto da sociedade, visto a qualidade duvidosa da nova formação de especialistas em MFC.

O processo de certificação maciça de médicos de família e comunidade via Comissão Nacional de Acreditação (CNA)-AMB, tendo os participantes o recebimento de proventos acima de R$ 10.000,00 leva a um efeito inevitável – o esvaziamento ainda maior de Programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade, que permanecem com dificuldades de ocupação de vagas. Ao tornar atrativo financeiramente a carreira profissional com titulação facilitada, sem uma contrapartida compensatória para os Programas de Residência em MFC, que manterão bolsas inferiores a esse valor, naturalmente haverá indução ao abandono da residência enquanto modelo formativo e porta de entrada qualificada da carreira profissional.

Vários programas de Residência em Medicina de Família e Comunidade foram criados e ampliados por força do Programa Mais Médicos. Um dos eixos fundamentais do PMM era qualificar a formação em MFC através da ampliação das vagas em Residência Médica. O esperado, após a ampliação das vagas, era conseguir uma taxa de ocupação de 100% e qualificar cada vez mais esses programas em parceria com a SBMFC. A nova proposta não trata em nenhum momento do compromisso com a residência, estabelecida como padrão ouro para a formação médica. A SBMFC faz uma defesa histórica de tornar a residência médica como obrigatória para egressos de cursos de Medicina, a partir de uma determinada data, sendo que 40% das vagas de residência médica deveriam ser destinadas à formação de especialistas em Medicina de Família e Comunidade, como é em outros países. Contudo, esta meta sempre foi bastante atacada por outras especialidades médicas, pelo CFM e AMB. E agora se somam a essas forças a banalização da titulação através de um curso de dois anos, com qualidade duvidosa, driblando a lei ao tentar equiparar sua carga horária com a Residência. Sem consultar a Comissão Nacional de Residência Médica e sem manter a mesma potência da supervisão presencial longitudinal e outros processos de atividades coletivas presenciais entre residentes.

O novo modelo formativo pode ter inclusive a tutoria de médicos com residência em Clínica Médica. Como garantir que os princípios da Medicina de Família e Comunidade, aliados a um compromisso com práticas populares, com enfrentamento dos determinantes sociais da doença sejam ensinados por médicos com formação estritamente hospitalar e sem vivência comunitária?

Importante destacar que processos formativos vazios, sem a construção e o debate democrático apropriados podem reforçar valores baseados no individualismo, no tecnicismo, no gerencialismo dos processos de gestão, no autoritarismo enquanto cultura política e no funcionalismo ou pós-modernismo alienado da compreensão sobre as relações sociais que determinam a saúde das pessoas. Valores estes que avançam largamente nos tempos atuais, corroborados inclusive por algumas forças no seio da Medicina de Família e Comunidade. Precisamos contrapor esses referenciais através da disputa de idéias, do debate e enfrentamento político, como forma de alerta aos mais jovens sobre o que está acontecendo e sobre os processos aos quais estão sujeitos.

Portanto, a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares vê com preocupação a medida contraditória do Governo Federal que, com uma mão oferece vínculos CLT para médicos e, com a outra, desmonta a seguridade social e os direitos trabalhistas e aprofunda o subfinanciamento crônico e a privatização do Sistema Único de Saúde. Somamo-nos ainda às entidades representativas que lutam pelo fortalecimento do SUS e da Atenção Primária à Saúde brasileira através da expansão e qualificação da residência médica.

Em defesa do direito universal à Saúde!

Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

Edição: Cecília Figueiredo

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ESSA É A NOVA POLÍTICA DO BOÇALNARO??? 120 PARENTES NA MAMATA …

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LEVANTAMENTO DE O GLOBO REVELA QUE CLÃ BOLSONARO NOMEOU 102 ASSESSORES COM LAÇOS FAMILIARES

G1.globo.com – Levantamento feito pelo jornal mostrou que, nos últimos 28 anos, a família Bolsonaro nomeou 102 assessores com parentesco entre si. Bolsonaro falou sobre a reportagem.

Quatro gabinetes, 32 famílias. Os sobrenomes se repetem na lista de funcionários nomeados durante os mandatos parlamentares de Jair Bolsonaro e dos três filhos políticos do presidente.

O jornal O Globo pesquisou durante três meses em edições do Diário Oficial e através da Lei de Acesso à Informação sobre todos os assessores parlamentares da família Bolsonaro, desde o primeiro mandato do pai, em 1991.

No total, de 286 pessoas nomeadas para os gabinetes, 102 têm alguma relação familiar com outros funcionários.

“Eu não tenho 102 parentes. Como é que eu botei 102 parentes no gabinete dos meus filhos? Não dá para entender, é uma mentira deslavada ali. Já botei parentes no meu gabinete, já botei no passado sim. Antes da decisão de que nepotismo seria crime. Qual o problema?”, declarou o presidente.

https://youtu.be/IrOPdne4BUk

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CELEBRIDADES MILIONÁRIAS FAZEM CAMPANHA PELA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

 

CELEBRIDADES MILIONÁRIAS FAZEM CAMPANHA PELA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

O argumento principal de Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, para a necessidade de uma reforma da Previdência é financeiro: o país não teria como pagar aposentadoria para todos os brasileiros que dela necessitam.

Diante disso, causa estranheza o fato de o governo ter investido tanto dinheiro para aprovar a reforma que tem como objetivo, justamente, economizar dinheiro. Apenas a campanha publicitária, que incluiu o merchandising dos artistas, custou R$ 40 milhões. Mas esse não foi o único investimento: o governo liberou R$ 4,3 bilhões em emendas parlamentares desde março.

Embora Bolsonaro negue o toma lá dá cá, R$ 1,1 bilhão desses recursos foram liberados um dia antes da votação da reforma em primeiro turno na Câmara. Para se ter uma ideia, esses R$ 4,3 bilhões pagariam aposentadoria de um salário mínimo para 18 mil pessoas durante 20 anos.

Um dos contratados é Ratinho, que tem renda mensal de R$ 3 milhões, um valor que um trabalhador ganhando um salário mínimo levaria 250 anos para obter. Apesar da alta renda, Ratinho deve R$ 76 milhões em impostos para a União.

Veja Vídeo produzido pelo Brasil de Fato:

Veja Vídeo produzido por FM Universitaria com Materia do Site Brasil De Fato:

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MASSACRE RACISTA DE EL PASO SE VOLTA CONTRA TRUMP POR ENCORAJAR O ÓDIO AOS HISPÂNICOS

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MASSACRE RACISTA DE EL PASO SE VOLTA CONTRA TRUMP POR ENCORAJAR O ÓDIO AOS HISPÂNICOS

El País | PABLO GUIMÓN – Pessoas seguram seus telefones celulares com o flash ligado em solidariedade às vítimas do massacre de El Paso (EUA), neste sábado em Ciudad Juárez (México).HERIKA MARTINEZ (AFP)

“O nacionalismo branco é o mal, está inspirando as pessoas a cometerem assassinatos”, afirma o pré-candidato democrata Pete Buttigieg.

A ideia perversa por trás do massacre de El Paso (Texas, EUA), no caso de se confirmar oficialmente a autoria do manifesto racista supostamente publicado por Patrick Crusius antes de agir, é de uma devastadora simplicidade: matar hispânicos para deter uma suposta invasão do país. O Ministério Público investiga o massacre como um ato de terrorismo e considera acusar o atirador de crime de ódio.

Em meio ao luto pelas 20 vítimas fatais, há aqueles que não quiseram esconder sua fúria em relação ao presidente Donald Trump, que vem estimulando o medo da imigração desde que chegou à Casa Branca há dois anos e meio e que utilizou a palavra “invasão” para se referir à onda de famílias da América Central que chega maciçamente a cidades fronteiriças como El Paso em busca de asilo.

Um repórter perguntou no sábado a Beto O’Rourke, candidato nas primárias do Partido Democrata, nascido em El Paso e ex-congressista pela cidade, se a matança poderia ter a ver com o presidente Donald Trump, “seus tuítes supostamente racistas e sua retórica”. “Sim”, respondeu O’Rourke. Também disse que considerava o presidente dos Estados Unidos um “nacionalista branco”.

“Vimos um aumento dos crimes de ódio em cada um dos três últimos anos, durante uma Administração na qual temos um presidente que chama os mexicanos de estupradores e criminosos. Embora os imigrantes mexicanos cometam crimes em uma porcentagem menor do que os nascidos no país, ele tentou fazer que tivéssemos medo deles”, disse. “É racista e estimula o racismo neste país. E isso não apenas ofende nossas sensibilidades. Muda fundamentalmente o caráter deste país e leva à violência”.

O senador de Nova Jersey e também pré-candidato à presidência, Cory Booker, foi mais longe e disse que Trump era “responsável” pelo que aconteceu. “Quando você tem o presidente do mais alto escritório moral da nossa terra falando de ‘invasões’, ‘infestações’ e ‘países de merda’, esse tipo de coisa que sai de sua boca danifica o tecido moral do nosso país. Ele é responsável”, disse o democrata e acrescentou: “Ele é responsável porque não tomou medidas para condenar a supremacia branca”.

O autor do manifesto, que usa o conceito de invasão, frequente na retórica trumpista, parece antecipar que os dedos acusadores seriam apontados para o presidente quando o massacre fosse cometido. Suas opiniões sobre a imigração, diz o autor do manifesto, “são anteriores a Trump e sua campanha à presidência”.

Trump não avaliou até agora os possíveis motivos racistas do assassino de El Paso, nem respondeu às críticas dos democratas nos seis tuítes que dedicou a um massacre ao qual se refere como “não apenas trágico, mas um ato de covardia”. O chefe de gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, defendeu o presidente afirmando que os ataques não têm a ver com razões de origem política. “Parece-me inadequado fazer essa conexão. São pessoas doentes”, afirmou Mulvaney em uma entrevista à ABC. “O presidente está tão triste e irritado quanto vocês”.

Mais pré-candidatos democratas se juntaram às críticas ao presidente por alimentar o ódio. “O nacionalismo branco é o mal, está inspirando as pessoas a cometerem assassinatos e está sendo consentido nos mais altos níveis pelo Governo norte-americano. Isso tem que acabar”, declarou o candidato democrata Pete Buttigieg. Outra concorrente do mesmo partido, Amy Klobuchar, disse que “Trump alimenta muito o ódio neste país”. Os pré-candidatos também fizeram chamamentos para impor urgentemente um controle sobre a venda de armas de fogo.

Os democratas há muito denunciam a agressiva retórica do presidente em relação aos imigrantes que cruzam a fronteira mexicana e seus recentes comentários depreciativos sobre congressistas de cor. “Não tenho nada com isso, porque muita gente está de acordo comigo”, respondeu o presidente quando perguntado há algumas semanas se estava preocupado que seus ataques a quatro deputadas democratas negras pudessem dar argumentos aos nacionalistas brancos.

O fato de o assassino ter escolhido El Paso —a mil quilômetros de sua casa, nos arredores de Dallas, Patrick Crusius dirigiu cerca de nove horas para cometer seu massacre—, a cidade fronteiriça por excelência, com 85% de população hispânica, tem um dramático poder simbólico. El Paso é, assim como Ciudad Juárez (México), da qual está separada apenas por uma cerca fronteiriça, uma vibrante cidade grande no deserto de dois milhões de habitantes.

Os hispânicos estão neste lugar desde o século XVII, muito antes dos antepassados de outros cidadãos que agora se dizem guardiões da genuína identidade norte-americana. A chegada à cidade de milhares de famílias da América Central em busca de asilo nos últimos meses sobrecarregou a guarda de fronteira e os serviços de acolhida, e colocou este lugar no centro do debate político. A Administração Trump tentou utilizá-la como símbolo dessa suposta invasão que inclui criminosos perigosos e estupradores, e os democratas denunciam a incapacidade do presidente de responder a uma crise humanitária.

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“NÃO VAMOS ADMITIR UMA PRAÇA QUE ESTEJA CHEIA DE MORADOR DE RUA”, DIZ COMANDANTE NÁDIA

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“NÃO VAMOS ADMITIR UMA PRAÇA QUE ESTEJA CHEIA DE MORADOR DE RUA”, DIZ COMANDANTE NÁDIA

Chefe da pasta participou de coletiva neste sábado – Robinson Estrásulas / Agencia RBS

Gaúcha ZeroHora – Secretária de Desenvolvimento Social e Esporte de Porto Alegre destacou que prefeitura tenta auxiliar esse público vulnerável com uma série de programas sociais, mas enfrenta resistência.

A secretária de Desenvolvimento Social e Esporte de Porto Alegre, Comandante Nádia, afirmou, em entrevista coletiva neste sábado (11), que “morador de rua não tem o direito de ter cadeira, cama, mesa, banho, tudo na rua”. A declaração foi dada após a secretária ser questionada sobre qual seria a postura do Executivo em relação a moradores de rua que pretendem frequentar o Restaurante Popular sem ingressar em programas assistenciais do poder público.

— Morar na rua significa com a sua roupa e a sua mochila — acrescentou.

A chefe da pasta chamou atenção para programas da prefeitura, como o que auxilia moradores de rua que pretendem retornar ao município de origem e o aluguel social. A secretária destacou que o governo não vai aceitar integrantes desse grupo vulnerável que não querem ajuda habitando lugares de circulação pública:

— Nós não vamos admitir uma cidade, uma praça que esteja cheia de morador de rua. É um lugar público e as pessoas não podem levar seus filhos, seus pets. Não têm condições de caminhar nem em uma calçada, porque uma pessoa se acha no direito de morar na rua.

A secretária disse que existe orçamento para auxiliar essas pessoas, mas que parte do público alvo não quer participar dos programas.

— Eu tenho R$ 1,8 milhão para investir em morador de rua que quer entrar no Mais Dignidade. Nós estamos oferecendo a oportunidade. Nós precisamos que essa pessoa também queira ou se adapte ao novo olhar de não assistencialismo barato, mas sim um assistencialismo que promova a independência das pessoas.

A secretária participou de coletiva onde foi apresentada uma alternativa temporária, mas somente para moradores de rua, ao fechamento do Restaurante Popular, efetivado na última quinta-feira (9). Para quem vive na rua, será montada uma estrutura no Ginásio Tesourinha, no bairro Menino Deus. Dentro de uma carreta com 18 metros de extensão, estacionada próximo do prédio, serão produzidas as refeições.

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DITADURA NUNCA MAIS! | FRENTE POVO SEM MEDO CONVOCA ÀS RUAS EM NOME DE DEMOCRACIA, JUSTIÇA E MEMÓRIA

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DITADURA NUNCA MAIS! | FRENTE POVO SEM MEDO CONVOCA ÀS RUAS EM NOME DE DEMOCRACIA, JUSTIÇA E MEMÓRIA

MTST.Org – Coerente com seu histórico de luta e sua intransigência frente às ameaças contra a democracia brasileira, a Frente Povo Sem Medo convoca todos e todas para um grante protesto na próxima segunda-feira, 5 de agosto.

ato público “Ditadura Nunca Mais” acontecerá em São Paulo, com concentração às 18 horas, em frente ao Masp (Avenida Paulista), e deve marchar até a antiga sede do DOI-CODI, onde pessoas eram torturadas durante o regime militar.

“Bolsonaro ultrapassou uma linha vermelha”

A mobilização é uma resposta popular ao que o governo Bolsonaro promoveu nos últimos dias: uma escalada autoritária, clara e inaceitável, no Brasil. Com palavras, atacou a memória de Fernando Santa Cruz, desaparecido politico da ditadura militar (1964-1985), revelando sua cumplicidade com crimes contra  a humanidade, além de fazer piada com mais de 57 mortes num presídio do interior do Pará.

Bolsonaro também ameaçou a liberdade de expressão ao cogitar a prisão do jornalista estadunidense Glenn Greenwald — que vem revelando, junto ao The Intercept Brasilos absurdos cometidos pela operação Lava Jato — e apoiar a Portaria 666, de Sergio Moro, que facilita a deportação de estrangeiros.

Jair Bolsonaro quer intimidar a sociedade e quem resiste aos seus abusos. Ao mesmo tempo em que ataca direitos conquistados pela Constituição de 1988, como a Previdência Pública e a autonomia universitária, curva a soberania nacional a interesses estrangeiros.

“Por todas essas razões, em desagravo a todas as vítimas da ditadura militar e contra a escalada antidemocrática no país, a Povo Sem Medo decidiu chamar esse ato público”

É preciso reagir antes que seja tarde.

Vamos às ruas!

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