DESTRUIÇÃO DE BOLSONARO PRODUZIU UMA IMAGEM DRAMÁTICA QUE SERÁ O SÍMBOLO DA LUTA PELA AMAZÔNIA – E PODE FAZER O BRASIL PERDÊ-LA

DESTRUIÇÃO DE BOLSONARO PRODUZIU UMA IMAGEM DRAMÁTICA QUE SERÁ O SÍMBOLO DA LUTA PELA AMAZÔNIA – E PODE FAZER O BRASIL PERDÊ-LA

Brasil247 – A cena em que um tamanduá mirim tenta fugir de uma queimada na Amazônia, registrada pelas lentes do fotógrafo Araquém Alcântara, tem tudo para se tornar o símbolo de uma luta internacional pela preservação da Amazônia, assim como as imagens de ursos sobre calotas de gelo que derretem passaram a simbolizar os efeitos do aquecimento global. O risco da insensatez de Jair Bolsonaro é que o Brasil receba sanções contra o agronegócio e, no limite, venha até a perder a soberania sobre a Amazônia.

A imagem é dramática. Cego pelo fogo, um tamanduá mirim tenta fugir de uma queimada na região Amazônica. Mais uma. Dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019. Neste ano, o número de queimadas aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2018. Foram 71.497 focos neste ano. Destes, 13.641 ocorreram no Mato Grosso, onde foi captada a imagem pelo fotógrafo Araquém Alcântara.

A devastação acontece num momento em que Jair Bolsonaro ataca deliberadamente o meio ambiente. O Brasil acaba de perder R$ 150 milhões que eram destinados pela Alemanha e pela Noruega ao Fundo Amazônia e os dois países foram insultados por Bolsonaro. No caso da Noruega, o presidente do Brasil chegou até a publicar um vídeo com imagens da Dinamarca para atacar os noruegueses sobre matanças de baleias – e até agora não se retratou.

O estímulo de Bolsonaro à destruição da floresta amazônica terá dois efeitos práticos. O primeiro será fazer com que países europeus imponham sanções ao agronegócio brasileiro. Dias atrás, os principais meios de comunicação da Alemanha cobraram punições ao agronegócio brasileiro (saiba mais aqui) – o que pode favorecer exportações de soja e de alimentos dos Estados Unidos, país para o qual Bolsonaro bate continência. Ou seja: o país que mais se favorece com a destruição da Amazônia é justamente aquele governado por Donald Trump.

O segundo efeito, mais perigoso para o Brasil, é o lançamento de uma campanha para que o país perca soberania sobre a maior parte de seu território, uma vez que seria declarado incapaz de preservar a floresta. Como a Amazônia é fundamental para equilíbrio ecológico global, ela poderá vir a ser declarada patrimônio da Humanidade – e não mais do Brasil – uma vez que o governo brasileiro age deliberadamente para destruí-la.

Neste caso, o tamanduá cego pelo fogo de Araquêm Alcântara poderá se tornar uma imagem tão icônica quanto os ursos sobre calotes de gelo no Ártico, que se tornaram símbolo do aquecimento global.

Abaixo, um vídeo emocionante do fotógrafo:

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HUCK CRITICADO POR BOLSONARO E LULA NO MESMO DIA

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HUCK CRITICADO POR BOLSONARO E LULA NO MESMO DIA
O apresentador retomou discurso semelhante ao de um futuro candidato presidencial | Foto: TV Globo / Divulgação

Apresentador vira alvo ao sinalizar retomada do projeto de candidatura à Presidência e coloca a Globo em alerta

Noticias Terra | Jeff Benício – Na tarde de sábado (17), Luciano Huck apareceu ao vivo na tela da Globo para mobilizar a audiência do Caldeirão na campanha Criança Esperança. A foto que o apresentador postou no Instagram gerou centenas de comentários. Elogios, sim, mas também ásperas cobranças a respeito da suposta compra de um jatinho com financiamento do BNDES.

A suspeita em relação ao negócio com dinheiro público foi levantada por Jair Bolsonaro durante conversa com jornalistas na sexta-feira (16), em Brasília.

O presidente reagiu aos comentários de Luciano Huck contra sua gestão, feitos em um evento com 300 estudantes no Espírito Santo.

“Com todo respeito a esse governo, que foi eleito de forma democrática, não acredito que ele é o primeiro capítulo da renovação, mas o último capítulo do que não deu certo”, afirmou o global à plateia.

“Ele falou que eu sou o último capítulo do caos. Se ele comprou jatinho, ele faz parte do caos, ajudou naqueles empréstimos de quase meio trilhão de reais”, retrucou Bolsonaro.

“Eu não faria isso (tomar empréstimo para comprar jatinho) porque eu tenho vergonha na cara.”

Horas depois dessa declaração bélica do presidente, Luciano Huck ficou na mira de Lula.

O líder petista, preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, atacou indiretamente o apresentador ao criticar a Globo durante entrevista exibida no canal de YouTube do jornalista Bob Fernandes.

“Bolsonaro foi o monstro que surgiu. Não era o que a Globo esperava, certamente”, disse o ex-presidente condenado na Operação Lava Jato. “A Globo esperava alguém do time deles. Não tiveram a coragem de lançar o Luciano Huck.”

O apresentador chegou a ser tratado como pré-candidato ao Planalto em 2017. A desistência oficial foi comunicada em fevereiro do ano passado.

A ideia de se lançar presidenciável não saiu da cabeça de Huck. Ele mantém contato com políticos e movimentos da sociedade civil a fim de construir uma plataforma eleitoral.

Uma eventual candidatura do artista vai colocar a Globo em situação delicada. A emissora terá a sua imparcialidade jornalística ainda mais contestada ao cobrir a campanha de seu contratado.

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“NÃO HÁ HIPÓTESE DE EU NÃO VENCER!”, EXCLAMA HADDAD EM TUÍTE QUE VIRALIZOU NAS REDES

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“NÃO HÁ HIPÓTESE DE EU NÃO VENCER!”, EXCLAMA HADDAD EM TUÍTE QUE VIRALIZOU NAS REDES
Fernando Haddad (Foto: Agência Brasil)

Revista Fórum – Ex-prefeito de São Paulo foi condenado na Justiça Eleitoral por suposta prática de caixa 2 em sua campanha de 2012; em entrevista, petista afirmou, indignado, que já provou que a delação que o levou à condenação é mentirosa.

O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, conhecido nas redes sociais com o codinome “Poste” por ser o candidato que representava o presidiário Luiz Inacio Lula da Sila, que cumpre pena em Curitiba por corrupção, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, propinas, julgado e condenado a mais de 25 anos de prisão, foi ao Twitter no início da noite desta terça-feira (20) para comentar a decisão da Justiça Eleitoral, que o condenou por suposta prática de caixa 2 em sua campanha para a prefeitura da capital paulista em 2012.

“Não há hipótese de eu não vencer!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”, exclamou Haddad em uma postagem que já viralizou nas redes sociais.

Twitter:

A maior parte dos comentários do tuíte são de apoio ao petista. “Estamos com vc, ninguém solta a mão de ninguém!”, escreveu uma internauta. Outros, no entanto, usaram o espaço de comentários para fazer alertas. “Cuidado, o Lula foi preso sem provas”, postou outro usuário do Twitter. As milícias bolsonaristas das redes sociais também lotaram o Twitter de Haddad com críticas.

Condenação 

O juiz Carlos Inouye Shintate decidiu nesta segunda-feira (19) pela condenação de Fernando Haddad por caixa dois em processo que investigava a relação da campanha do petista para a Prefeitura de São Paulo em 2012 com a empreiteira UTC. Ele ainda foi absolvido de outras duas acusações que apontavam formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Mentira do delator 

Antes da postagem no Twitter, Haddad concedeu entrevista à Folha de S. Paulo em que afirmou: “Levei quatro anos da minha vida para provar que o Ricardo Pessoa [ex-presidente da UTC] havia mentido na delação dele. O juiz afastou essa acusação. E o que ele fez? Me condenou por algo de que não fui acusado”.

Indignado, o petista prosseguiu: “Agora vou sofrer mais dois. E a repercussão na minha vida? No meu ganha pão? Na vida da minha família? Vou eu agora explicar que fui condenado por algo de que não fui acusado. Como aguenta isso?”.

A defesa de Haddad divulgou uma nota afirmando que vai recorrer da decisão que “carece de lógica”. “O juiz absolveu Fernando Haddad de lavagem de dinheiro e corrupção. E condenou-o por por crime do qual não foi acusado”, apontam os advogados.

Leia a íntegra.

A defesa de Fernando Haddad recorrerá da decisão do juiz Francisco Shintate, da primeira Vara Eleitoral. Em primeiro lugar, porque a condenação sustenta que a campanha do então prefeito teria indicado em sua prestação de contas gastos com material gráfico inexistente. Testemunhas e documentos que comprovam os gastos declarados foram apresentados. Não há razoabilidade ou materialidade que sustentem a decisão.
Em segundo lugar, a sentença é nula por carecer de lógica. O juiz absolveu Fernando Haddad de lavagem de dinheiro e corrupção. E condenou-o por por crime do qual não foi acusado.

Em um Estado de Direito as decisões judiciais devem se pautar pela lei. O magistrado deve ser imparcial. Ao condenar alguém por algo de que nem o Ministério Público o acusa, o juiz perde sua neutralidade e sua sentença é nula.

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ATÉ MORO ACHOU “SOBERBA” A ESCULTURA QUE DALLAGNOL QUIS ERGUER PARA SIMBOLIZAR A DESTRUIÇÃO DA POLÍTICA E DO JUDICIÁRIO

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ATÉ MORO ACHOU
Deltan Dallagnol e Segio Moro (Foto: ABr)

Brasil247 – Infelizmente para Deltan, o chefe de força-tarefa, Sergio Moro (não exatamente reconhecido por sua humildade), rejeitou a proposta como prematura. “Melhor deixar para depois”, disse o chefe a Deltan. Moro disse que homenagens “devem vir de terceiros”, postou o jornalista Glenn Greenwald, sobre o novo capítulo da Vaza Jato.

O plano traçado por Deltan Dallagnol para levantar uma escultura em Curitiba que homenageasse a Lava Jato e simbolizasse a destruição dos sistemas político e jurídico do Brasil (saiba mais aqui) foi rechaçado pelo ex-juiz Sergio Moro, que considerou a ideia “soberba”. À frente da Lava Jato, Deltan conseguiu destruir todo o setor de engenharia nacional, a democracia brasileira e também o sistema político tradicional. O Judiciário, que se tornou refém da Lava Jato, acabou perdendo completamente a credibilidade, uma vez que mantém o ex-presidente Lula há mais de 500 dias como preso político. A vaidade de Deltan mereceu uma sequência de tweets de Glenn Greenwald, editor do Intercept:

Twitter:

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O DEFLAGRA NOVA FASE E PRENDE GENRO DE EMÍLIO ODEBRECHT

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LAVA JATO DEFLAGRA NOVA FASE E PRENDE GENRO DE EMÍLIO ODEBRECHTLAVA JAT

Brasil247 – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a 63ª fase da Operação Lava Jato. Os alvos de prisão são o ex-executivo da Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson. Ferro é genro de Emílio Odebrecht e diretor jurídico da empreiteira. A corporação investiga a suspeita de pagamentos periódicos da empresa a ex-ministros.

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (21) a 63ª fase da Operação Lava Jato. Os alvos de prisão são o ex-executivo da Odebrecht Maurício Ferro e o advogado Nilton Serson. Ferro é genro de Emílio Odebrecht e diretor jurídico da empreiteira.

De acordo com a PF, são cumpridos dois mandados de prisão temporária e 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia.

A corporação investiga a suspeita de pagamentos periódicos da Odebrecht a dois ex-ministros identificados na planilha da empreiteira como “Italiano” e “Pós-Itália”. Em depoimento, Marcelo Odebrecht afirmou que “Italiano” era o codinome do ex-ministro Antônio Palocci e “Pós-Itália” era Guido Mantega.

O pagamento da propina seria para aprovar medidas provisórias que instituiriam o programa chamado de Refis da Crise. A PF informou que foi determinado o bloqueio de R$ 555 milhões dos investigados.

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DORIA DISPARA CONTRA BOLSONARO E DIZ QUE JAMAIS NOMEARIA O FILHO PARA EMBAIXADA

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DORIA DISPARA CONTRA BOLSONARO E DIZ QUE JAMAIS NOMEARIA O FILHO PARA EMBAIXADA

Brasil247 – “Eu jamais nomearia meu filho nem ninguém da minha família para nenhuma função pública, ainda mais numa circunstância de uma embaixada que é a mais importante embaixada brasileira no exterior”, disse Doria sobre a intenção de Bolsonaro de acomodar Eduardo, seu filho 03, na chefia da representação diplomática do Brasil em Washington.

O governador de São Paulo, João Doria, escancarou a guerra interna na direita brasileira, depois que Jair Bolsonaro vazou a sua compra de um jatinho, com financiamento estatal, ao abrir a caixa-preta do BNDES (saiba mais aqui).

“Eu jamais nomearia meu filho nem ninguém da minha família para nenhuma função pública, ainda mais numa circunstância de uma embaixada que é a mais importante embaixada brasileira no exterior”, disse Doria, em entrevista a Josias de Souza, sobre a intenção de Bolsonaro de acomodar Eduardo, seu filho 03, na chefia da representação diplomática do Brasil em Washington.

Doria disse ainda que Bolsonaro é uma ameaça ao agronegócio brasileiro. “No caso da Comunidade Europeia posso afirmar que a reação foi muito forte. E pode colocar em prejuízo o agronegócio brasileiro. Se não houver uma mudança de discurso, esse risco é real.” O tucano também criticou os ataques a Alberto Fernández na Argentina – “a Argentina é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil” – e criticou a adesão automática às posições de Donald Trump. “Ele é presidente dos Estados Unidos, não das Américas ou da América Latina –nem tampouco presidente do Brasil. O presidente do Brasil pode e deve a meu ver manter relações equilibradas com a China e com a América.”

Aécio e Frota

Doria também elogiou a entrada de Alexandre Frota no PSDB e falou sobre Aécio Neves. “O PSDB deu ao deputado Aécio Neves a oportunidade para que ele fosse o protagonista da sua decisão, não aquele que vai receber a decisão do partido. Sendo bem claro e objetivo: Nesse momento eu defendo que o deputado Aécio Neves se afaste do PSDB. Ou seja afastado.”

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PROJETO DE DESTRUIÇÃO | GOVERNO ANUNCIA NESTA QUARTA GRANDE LIQUIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO NACIONAL

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PROJETO DE DESTRUIÇÃO | GOVERNO ANUNCIA NESTA QUARTA GRANDE LIQUIDAÇÃO DO PATRIMÔNIO NACIONAL
Os Correios, empresa pública criada em 1663 e que mantém alto padrão de atendimento, está na mira do governo Bolsonaro / Marcelo Camargo | Agência Brasil

17 empresas públicas devem ser coladas à venda ou extintas, entre elas os Correios, a Eletrobras e a Telebras

Redação | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O governo Jair Bolsonaro (PSL) anuncia nessa quarta-feira (21) seu plano de liquidação do patrimônio nacional, que prevê a venda ou extnção de empresas públicas como Correios, Telebras e Eletrobras.

Segundo o site Poder360, 17 empresas estão no plano de desmonte do Estado brasileiro elaborado pelo ministro da Economia, o rentista Paulo Guedes, homem do mercado financeiro que já anunciou mais de uma vez que pretende “vender tudo”.

Para enfrentar o projeto de entrega do patrimônio público, será lançada em 4 de setembro, durante seminário na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar e Popular em Defesa da Soberania Nacional.

Veja abaixo a lista das empresas que Bolsonaro pretende vender ou extinguir, segundo o Poder360:

Emgea (Empresa Gestora de Ativos);

ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias);

Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados);

Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social);

Casa da Moeda;

Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo);

Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais);

CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos);

Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A.);

Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo);

EBC (Empresa Brasil de Comunicação);

Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada);

Telebras

Correios

Eletrobras

Lotex (Loteria Instantânea Exclusiva);

Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo).

Edição: João Paulo Soares

SEGURANÇA PÚBLICA | POLICIAIS SÃO SUSPEITOS DE PARTICIPAR DE UMA A CADA CINCO CHACINAS NO BRASIL

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SEGURANÇA PÚBLICA | POLICIAIS SÃO SUSPEITOS DE PARTICIPAR DE UMA A CADA CINCO CHACINAS NO BRASIL
No massacre do Carandiru, em 1992, 111 presos foram mortos pela Polícia Militar; PMs foram julgados e condenados pela chacina no presídio / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Pesquisa da Fundação Perseu Abramo mapeia homicídios violentos com três ou mais vítimas fatais

Emilly Dulce | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O Brasil assistiu, nesta terça-feira (20), à execução de um sequestrador que portava uma arma de brinquedo. A ação foi comemorada pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). O assassinato é apenas um entre vários que vêm sendo realizados pelas forças de segurança no país, com cada vez menos resistência ou oposição por parte dos chefes do Executivo.

Entre 2016 e 2018, a imprensa reportou a ocorrência de 242 chacinas no Brasil, com 1.175 vítimas fatais. Em pelo menos 21,1% dos casos relatados, há suspeita de participação de policiais, segundo a pesquisa “Chacinas e Politização das Mortes no Brasil”, realizada pela Fundação Perseu Abramo.

De acordo com o relatório, em 94% das ocorrências houve utilização de arma de fogo. Nos homicídios em geral, o percentual chega a 72%.

A próxima etapa da investigação, realizada pelo projeto Reconexão Periferias, é a produção de um mapa com informações de chacinas ocorridas durante toda a última década.

Por trás das mortes estão diversas dinâmicas da violência no Brasil, como ação ilegal de policiais, facções criminosas e milícias, rebeliões em presídios, feminicídios e conflitos agrários.

As chacinas, portanto, não são um fenômeno homogêneo, destaca a pesquisadora Jacqueline Sinhoretto, socióloga e líder do Grupo de Estudos Sobre Violência e Administração de Conflitos (Gevac) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

Ela explica que a participação de policiais – dentro e/ou fora de serviço em grupos de extermínio – é um fenômeno muito próprio do Brasil, e destaca que o uso privado da violência exacerbada por agentes de segurança do Estado desmente a lógica de que apenas o crime é violento.

“Nós tínhamos uma expectativa de encontrar muito da violência social e o que a gente está vendo é muito da violência estatal. Esses conflitos que acontecem dentro das penitenciárias e aqueles com participações de policiais têm a ver com dinâmicas do Estado, e não apenas com uma violência disseminada na sociedade”, afirma Sinhoretto.

Escassez de informações

A maior parte dos casos levantados diz respeito à atuação policial em serviço. Conforme o relatório, o estado do Rio de Janeiro se destacou pelo maior número de chacinas cometidas por policiais durante operações (planejadas).

Em São Paulo, apesar de as taxas de homicídios dolosos terem caído, ainda são recorrentes os casos de chacinas, muitos deles ligados a policiais fora de serviço. O levantamento pretende caracterizar as ocorrências, vítimas, autores, instrumentos, prováveis motivações e eventuais repercussões dos casos.

“Uma coisa que fica muito clara é que não dá para tratar todos os casos da mesma forma. Eles têm motivações muito distintas, então isso significa, necessariamente, que o que vai funcionar para reduzir a violência em São Paulo é diferente do que vai funcionar no Rio de Janeiro ou no Ceará”, enfatiza o pesquisador e sociólogo David Marques, coordenador de projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Na ausência de estatísticas oficiais sobre chacinas, os pesquisadores recorreram à notícias de veículos de imprensa de todo país para investigar e divulgar as ocorrências. Apesar de não ser tipificada pelo Código Penal, a terminologia é bastante utilizada pela mídia para designar homicídios violentos com três ou mais vítimas fatais.

A base de dados, coletada pelo buscador Google, apresenta limitações inerentes à relação entre atividade jornalística e fontes policiais. Raça/cor, por exemplo, é uma informação que grande parte dos veículos de imprensa não tem como prática noticiar. Na pesquisa, a fonte para a classificação foram as fotos disponibilizadas nas reportagens.

“Se por um lado não é um dado oficial, por outro ele permite a aproximação de uma informação que não existe oficialmente. E também traz detalhes e características do caso, das vítimas, dos autores e da motivação”, analisa Marques.

Sinhoretto argumenta que os resultados parciais revelam um paradoxo: por um lado, existe a banalização da extrema violência e, por outro, as ocorrências de chacinas despertam reações de organizações populares. Surgidos da dor da perda de parentes, movimentos como “Mães de Maio” e “Mães de Acari” denunciam e exigem justiça pelas violências do Estado.

“Só que essa luta contra a violência não consegue se exprimir em políticas públicas. Quer dizer, quem elabora as políticas públicas de Segurança não necessariamente responde aos movimentos sociais de luta contra a violência. Então, as políticas públicas de redução da violência no Brasil estão, historicamente, marcadas pela ausência de participação social, mesmo aquelas que tiveram a intenção de se aproximar da linguagem dos direitos humanos”, avalia a socióloga.

Os pesquisadores apontam que o aparato estatal deveria estar voltado para a prevenção da violência — algumas das tendências poderiam ser previstas e evitadas — e resolução de conflitos sociais ligados com esses contextos. Sinhoretto e Marques ressaltam a importância de políticas públicas mais efetivas de controle da atividade policial, punição para atuações violentas e investimentos em um trabalho qualificado de investigação e inteligência com ações de curto, médio e longo prazos.

Insegurança Pública e facções prisionais

A avaliação dos sociólogos é que boa parte da violência no Brasil — não apenas o fenômeno das chacinas — está associada ao “efeito perverso das políticas estatais”. Na prática, segundo eles, o funcionamento e a administração do sistema de Justiça brasileiro não colaboram para a redução da violência no país.

Sinhoretto argumenta que não adianta priorizar o encarceramento em massa enquanto não se promova uma proposta efetiva de gestão penitenciária ou que realmente possibilite a reintegração social dessas pessoas.

“O que acontece no Brasil é o encarceramento em massa, onde as cadeias são depósitos de pessoas e, disso, brotam novos conflitos, que acabam realimentando o ciclo da violência ao invés de preveni-lo. Então, nós acreditamos que as respostas que estão sendo dadas a esses eventos violentos não são satisfatórias. Elas não amenizam o problema e, ao contrário, vieram agravar a situação por causa do encarceramento desenfreado”, analisa Sinhoretto.

Para Marques, é preciso priorizar a punição dos crimes mais graves e violentos. O que acontece, no entanto, é o encarceramento de jovens, na maior parte das vezes, pobres, negros, presos com pouca quantidade de drogas, sem armas de fogo e/ou cometimento de violência.

No cárcere, esses jovens — que cometeram delitos menos graves — são expostos a um ambiente de disputas entre diversos grupos e facções criminosas, explica o pesquisador. Produzido pelo FBSP, o “Anuário Brasileiro de Segurança Pública: Análises dos Estados e Facções Prisionais” analisa a expansão do crime organizado nos anos de 2014 a 2017.

Em 29 de julho deste ano, uma rebelião no Centro de Recuperação Regional de Altamira (PR) deixou pelo menos 58 mortos, alguns decapitados. Dois dias depois, na transferência de detentos, realizada com o objetivo de separar lideranças de facções criminosas em disputa, outros quatro foram mortos no interior de um veículo oficial.

De acordo com texto de introdução do relatório do FBSP, que apresenta um mapa da Segurança Pública nos 27 estados brasileiros, escrito por Camila Nunes Dias e Bruno Paes Manso, “enquanto não conseguirmos transformar o nosso modelo de política de segurança cujos pilares são a guerra às drogas, a polícia militar e a prisão, permaneceremos presos neste labirinto esquizofrênico em que a ânsia da população por uma sociedade pacificada tem como respostas ações que aumentam a violência letal e aprofundam o nosso histórico fosso socioeconômico, a exclusão e a vulnerabilidade da democracia brasileira”.

“É um sistema prisional dominado pela lógica das facções, onde o Estado não consegue oferecer condições dignas de cumprimento de pena. Isso significa, necessariamente, que você está tirando jovens de baixa inserção criminal e colocando-os no centro das redes do crime organizado. Na prática, isso só fortalece o poder dessas facções”, corrobora Marques.

Futuro temerário

Em dezembro de 2018, o então presidente Michel Temer (MDB) instituiu o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSP) com a finalidade de reduzir homicídios e demais crimes violentos letais. Com duração de 10 anos, outras metas definidas foram a prevenção e repressão de situações de exploração sexual, o enfrentamento às estruturas do crime organizado, assim como a elevação do nível de percepção de segurança da população.

Marques pondera, no entanto, que o PNSP tem sido ignorado pelos gestores de Segurança Pública. Ele argumenta que os estudiosos da violência no país se preocupam ainda mais com o governo Bolsonaro na incerteza sobre o futuro do projeto.

O pesquisador critica as políticas adotadas pelo atual governo, como a flexibilização do porte e da posse de armas de fogo e o pacote “anticrime”apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.

“Era uma bandeira durante a campanha presidencial que a questão da Segurança Pública seria priorizada. O que nós temos visto não tem nada a ver com projeto político ou propostas mais concretas que, de fato, sirvam ao aperfeiçoamento da Segurança Pública”, argumenta Marques.

“Além do que, nós temos uma preocupação muito grande hoje – como pessoas que estudam a violência no Brasil – com o futuro das estatísticas criminais, as estatísticas oficiais. Porque nós temos um governo que está intervindo na produção de informação científica do próprio Estado”, manifesta Sinhoretto sobre a qualidade dos levantamentos oficiais e a importância da imprensa como uma fonte independente do governo.

Mais do que alertar para o problema, a pesquisa “Chacinas e Politização das Mortes no Brasil” tem o objetivo de preparar o terreno para a construção de alternativas, em termos de políticas públicas, para a garantia da democracia e da vida. O relatório pretende se consolidar como uma base de dados em constante evolução para monitorar as chacinas no Brasil e cooperar para a maior compreensão do fenômeno.

Edição: Rodrigo Chagas

BDF EXPLICA | VÍDEO | QUAIS OS IMPACTOS DO “BLOQUEIO TOTAL” DE DONALD TRUMP CONTRA A VENEZUELA?

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BDF EXPLICA | VÍDEO | QUAIS OS IMPACTOS DO
As primeiras sanções dos EUA contra a Venezuela datam de 2014 / Foto: Nicholas Kamm/AFP

O Brasil de Fato explica as últimas medidas dos EUA com objetivo de isolar completamente o governo de Nicolás Maduro.

Michele de Mello | Brasil de Fato | Caracas (Venezuela) – O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou, na semana passada, a imposição de uma Ordem Executiva que congela todos os bens e dinheiro do Estado venezuelano em território estadunidense.

O decreto determina que transações relacionadas a medicamentos e alimentos não seriam proibidas, no entanto, enfatiza que toda a assistência financeira, material ou tecnológica será bloqueada.

Para analistas, a medida significa um “bloqueio total” contra a Venezuela, por suas características socioeconômicas: um país produtor de petróleo e importador de bens de consumo.

Como reação imediata, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro suspendeu as mesas de diálogo com a oposição na ilha caribenha de Barbados.

O governo também lançou a campanha internacional “No Más Trump”, que busca denunciar a ilegalidade da Ordem Executiva e buscar apoio a um abaixo assinado que será entregue às autoridades estadunidenses.

Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos bloqueiam econômica e financeiramente outro país. Cuba é o exemplo mais antigo, que desde 1962, sofre com as escassez provocada pela asfixia comercial, política e diplomática imposta pela Casa Branca.

Quer entender os efeitos reais desse bloqueio para o povo venezuelano? O Brasil de Fato te explica neste vídeo:

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ARBITRARIEDADE | DEFESA APONTA VIOLAÇÕES NA EXTRADIÇÃO DO EX-GUERRILHEIRO CHILENO MAURICIO NORAMBUENA

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ARBITRARIEDADE | DEFESA APONTA VIOLAÇÕES NA EXTRADIÇÃO DO EX-GUERRILHEIRO CHILENO MAURICIO NORAMBUENA
“Comandante Ramiro”, como é conhecido, é figura histórica da esquerda chilena / Foto: Divulgação/Kaos en la red.

Militante passou 16 dos 17 anos em que esteve preso no Brasil isolado na solitária e foi extraditado nesta terça (20)

Luiza Mançano | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O governo brasileiro extraditou na madrugada desta terça-feira (20) o ex-guerrilheiro e militante político chileno Mauricio Hernández Norambuena, detido no Brasil desde 2002 após participar do sequestro do publicitário brasileiro Washington Olivetto, realizado como parte de uma estratégia de arrecadação de fundos internacionais para o financiamento do Exército de Libertação Nacional (ELN), da Colômbia.

O caso ganhou novos contornos em março deste ano, após uma visita do presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PSL) ao Chile, onde se reuniu com o presidente Sebastián Piñera, um de seus principais aliados na América do Sul. Após a viagem internacional, o Ministério da Justiça solicitou a liberação antecipada do cumprimento da pena no Brasil, para que o ex-guerrilheiro fosse extraditado ao Chile.

Foram 17 anos e 3 meses de prisão no Brasil, 16 dos quais “na solitária”. A extradição ocorreu sem que o governo brasileiro tivesse divulgado, ou mesmo disponibilizado à defesa do chileno, documentação que comprovasse a legalidade do ato. Quando os advogados de Norambuena, tanto no Chile quanto no Brasil, receberam a cópia dos ofícios, a extradição já havia ocorrido.

Na última segunda (19), um pedido de habeas corpus foi entregue ao relator do caso no STF, o ministro Celso de Mello, por considerar ilegal a decisão do Ministério de Justiça de realizar a extradição sem que tivesse sido divulgado o compromisso do Estado chileno.

A advogada de defesa, Sabrina Diniz, integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (RENAP), afirma que esta é a principal irregularidade da extradição em um processo marcado por diversas violações.

“A nosso ver, esta extradição foi feita a toque de caixa entre o governo de Bolsonaro e do governo de Piñera, foi sendo articulada às escuras, a defesa não sabia disso”, comenta.

Articulação às escuras

Em respeito à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de 2004 sobre o caso, Norambuena não poderia ser extraditado caso o Chile não se comprometesse a garantir que sua pena não ultrapasse os trinta anos estabelecidos pela justiça brasileira.

Ele tem duas condenações duas condenações à prisão perpétua em seu país natal.

A Lei de Imigração Brasileira (nº 13.445/2017) e o Acordo de Extradição entre os Estados parte do Mercosul (ratificado pelo Brasil em 2004) proíbem a extradição caso não haja comutação das penas de prisão perpétua. No norma brasileira, há ainda a exigência de que o Estado requerente compute “o tempo da prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição”.

Com a celeridade e a falta de informações do processo, a defesa brasileira de Norambuena viu-se com poucos instrumentos de ação.

A advogada Sabrina Diniz afirma que tanto a transferência de Norambuena do presídio de Avaré para a sede da Polícia Federal, na quinta-feira (15), quanto a extradição desta madrugada foram realizadas às escondidas, sem que a defesa e os familiares fossem avisados.

Segundo ela, de quinta até sábado (17), o chileno ficou desaparecido. Nem a família, nem a advogada tinha notícias de seu paradeiro. Diniz questiona a forma como foi feita a extradição foi feita, sem qualquer pronunciamento do Estado.

“Às 23h30 [da segunda, 19] eu liguei e o agente da Polícia Federal, que não quis se identificar, me deu a informação de que a extradição não seria realizada nem existia qualquer trâmite na Polícia Federal. Então se eu não tivesse ido pra lá, eu nem sequer saberia, ou saberia pela imprensa no dia seguinte, que ele tinha sido extraditado”, relata a advogada.

Diniz afirma ainda ter sido coagida por integrantes da Polícia Federal que inclusive teriam questionado-a se ela não “entendia português” após impedirem as tentativas de comunicação com o seu cliente na base aérea e se recusarem a informar seus nomes.

“A resposta foi de que ‘ninguém tem nome aqui não’, então não consegui a resposta sobre a identificação de nenhum dos agentes da PF que acompanharam o Maurício até a base aérea, o comandante estava lá, tinha representante do governo chileno, e eu não fui autorizada a falar com ele antes da extradição”, denunciou.

Norambuena chegou ao Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez na capital chilena, Santiago, ao redor das 4h desta terça-feira (20), como informam os meios de comunicação locais, e de lá foi transferido para a Prisão de Máxima Segurança (CAS na sigla em espanhol).

A chegada do chileno foi confirmada pelo desembargador Mario Carroza após uma visita realizada ao centro de detenção. Os próximos passos do caso ainda não estão definidos e as declarações de Carroza dão conta de que ele tampouco sabia da versão apresentada pelo Brasil sobre um compromisso firmado entre governos.

“Devo receber os documentos do Brasil que dizem respeito aos 30 ou 40 anos, que é um tema que ainda não foi resolvido”, declarou o desembargador.

Embora o presidente chileno Sebastián Piñera tenha declarado, também nesta manhã, que o Chile respeitará a decisão do STF, que estabelece a pena máxima de 30 anos, o ministro de Justiça do país, Hernan Larraín, já declarou que não consideraria a possibilidade de computar 17 anos de pena cumpridos por Norambuena no Brasil.

No ofício pedindo a extradição, porém, a Embaixada Chilena declara às autoridades brasileiras ter “conhecimento do disposto no artigo 96 da Lei nº 13.445/2017”. Este artigo, entre outros pontos, exige que a pena cumprida pelo extraditado no Brasil seja computada.

Histórico

No ano da prisão de Mauricio Hernández Norambuena no Brasil, o Chile exigiu sua extradição. No ano seguinte, o ex-guerrilheiro teve sua prisão preventiva para a extradição decretada. Em 2004, o STF decidiu que a extradição seria realizada apenas se o Chile se comprometesse a comutar as duas penas de prisão perpétua a que Norambuena foi condenado em seu país natal em uma pena de 30 anos, no máximo.

O ex-guerrilheiro cumpriu pena no Brasil em isolamento por 16 anos – tornando-se o preso que passou mais tempo na solitária no Brasil –, uma vez que o Chile rejeitou o acordo e manteve as condenações no país.

Para a advogada de defesa do militante chileno, o processo judicial contou com diversas irregularidades

Segundo ela, Norambuena teria direito a regime semiaberto desde 2011, mas nos últimos oito anos foi mantido em isolamento sob o argumento de que seria muito perigoso, com base em sua história pregressa no Chile e, até mesmo na suposição de que teria ligações com facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), narrativa explorada por diversos meios de comunicação.

“São critérios subjetivos que mesmo dez, vinte anos depois do ocorrido, o Judiciário brasileiro continuou argumentando como se isso permanecesse real, tendo em vista do tempo que ficou preso, para impedir o acesso a um direito que qualquer preso brasileiro teria. Nunca nenhum preso ficou tanto tempo em solitária como o Maurício, nem os chefes de organizações criminosas que o Judiciário diz que o Maurício teria contato. Argumentação que foi desmentida pelo próprio Judiciário quando determinou sua transferência do presidio federal para o estadual dizendo que nunca houveram provas ou indícios de que ele teria contribuído com qualquer facção criminosa no Brasil”, declara a advogada.

Trajetória

Mauricio Hernández Norambuena tem 61 anos, nasceu em Valparaíso, no Chile, e é ex-comandante da Frente Patriótica Manuel Rodríguez (FPMR), criada em 1983 para combater a ditadura militar no país (1973-1990).

Em 1993, Norambuena foi julgado e condenado a duas prisões perpétuas por colaborar em ações realizadas no período militar, entre elas, o assassinato de Jaime Guzmán, funcionário de Pinochet para assuntos políticos e jurídicos. Três anos após sua condenação, Norambuena e outros dois militantes foram resgatados do cárcere em uma ação realizada pela FPMR.

Nos anos posteriores, o chileno colaborou no Exército de Libertação Nacional (ELN), na Colômbia, e foi preso no Brasil após participar do sequestro do publicitário brasileiro Washington Olivetto, realizado como parte de uma estratégia de arrecadação de fundos internacionais para o financiamento da guerrilha colombiana.

Edição: Rodrigo Chagas