HADDAD DEFENDE MANUELA E DIZ QUE AMBOS DERROTARÃO O FASCISMO

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HADDAD DEFENDE MANUELA E DIZ QUE AMBOS DERROTARÃO O FASCISMO

(Foto: Thallita Oshiro)

Brasil247 – Cabeça da chapa presidencial que teve Manuela D´Ávilla (PCdoB-RS) como vice, em 2018, Fernando Haddad (PT-SP) escreveu neste sábado mensagen de apoio à ex-deputada, dizendo que ela “tem sido vítima dos golpes mais baixos desde a campanha” e que seguirão “firmes até derrotar o fascismo”.

Cabeça da chapa presidencial que teve Manuela D´Ávilla (PCdoB-RS) como vice, em 2018, Fernando Haddad (PT-SP) escreveu neste sábado mensagen de apoio à ex-deputada, dizendo que ela “tem sido vítima dos golpes mais baixos desde a campanha” e que seguirão “firmes até derrotar o fascismo”.

Já Pablo Capilé, da Casa Fora do Eixo, lembrou que, diferentemente da “corja que governa o país”, Manuela “se prontificou na hora a entregar todas as mensagens de seu celular para a justiça”.

Citada no depoimento do “hacker” Walter Delgatti à Polícia Federal, em nota, Manuela D’Ávila confimou que repassou o contato do jornalista Glenn Greenwald, mas que a pessoa não era necessariamente Walter. “Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza”, explicou.

Com Manuela sob ataque da direita, apoiadores da ex-deputada colocaram a hashtag #EuApoioManu entre as mais comentadas no Twitter. Veja algumas manifestações:

https://twitter.com/uneoficial/status/1154934648100839425?s=20

 

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GLENN NÃO ACREDITAVA QUE JUIZ MORO PUDESSE SER MAIS CORRUPTO COMO MINISTRO: ‘EU ESTAVA ERRADO’

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GLENN NÃO ACREDITAVA QUE JUIZ MORO PUDESSE SER MAIS CORRUPTO COMO MINISTRO: 'EU ESTAVA ERRADO'

Glenn Greenwald e Sergio Moro (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado | Lula Marques)

Brasil247 – O jornalista do Intercept Brasil, Glenn Greenwald, escreveu neste sábado (27) que, durante os últimos dois meses em que esteve lendo todas as impropriedades que Sergio Moro “disse e fez nas sombras como um juiz”, não achou que “seria possível que ele fosse mais corrupto e abusasse de seu poder mais como Ministro da Justiça. Eu estava errado”, disse.

O jornalista do Intercept Brasil, Glenn Greenwald, escreveu neste sábado que, durante os últimos dois meses em que esteve lendo todas as impropriedades que Sergio Moro “disse e fez nas sombras como um juiz”, não achou que “seria possível que ele fosse mais corrupto e abusasse de seu poder mais como Ministro da Justiça. Eu estava errado”, disse.

Glenn comentou sobre editorial da Folha postado por seu companheiro de Intercept Brasil, Leandro Demori, cujo parágrafo final diz:

“Ao buscar informações sobre uma investigação sigilosa e usá-las para difundir conclusões prematuras e confundir o público, o ministro da Justiça desrespeita essa autonomia, prejudica o trabalho policial e compromete aquele que deveria ser seu único objetivo —o esclarecimento dos fatos”.

 

VALE A PENA LER E ENTENDER O IMBROGLIO TELEGRAM HACKEADO

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VALE A PENA LER E ENTENDER O IMBROGLIO TELEGRAM HACKEADO
Então deixa eu ver se entendi. Mês passado foram postadas no Intercept conversas privadas entre Moro, Dalagnol e outras figuras ilustres da Lava Jato. Embora Moro tenha afirmado que as conversas não tinham “nada de mais” (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/06/nao-vi-nada-demais-diz-moro-sobre-mensagens-com-procurador-da-lava-jato.shtml), ficou preocupado com a possibilidade dos celulares dos envolvidos terem sido hackeados. O hackeamento teria se dado através do Telegram, aplicativo que já chegou a oferecer o valor de mais de 1 milhão de reais pra qualquer um que conseguisse quebrar sua criptografia   (https://extra.globo.com/noticias/brasil/telegram-ja-ofereceu-11-milhao-para-hacker-que-quebrasse-criptografia-23731172.html)
vale lembrar que o Telegram já havia sido banido da Rússia por se negar a repassar dados ao governo russo, o que mostra que sua criptografia é complexa demais até mesmo pro serviço secreto do Putin (https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/05/02/Por-que-o-Telegram-foi-bloqueado-na-R%C3%BAssia-e-no-Ir%C3%A3).
 Apesar da preocupação, nenhum dos envolvidos nas conversas vazadas topou entregar seus celulares à Polícia Federal, o que não apenas ajudaria a rastrear o hacker como também poderia mostrar que as mensagens expostas haviam sido forjadas https://revistaforum.com.br/vaza-jato-nenhum-dos-procuradores-entregou-o-celular-para-a-pericia-da-policia-federal/).
 A certa altura, chegou-se à conclusão de que o culpado pelos vazamentos era o hacker mais procurado do mundo, o russo Evgeniy Mikhailovich Bogachev, também conhecido como Slavic, e que ele teria recebido US$308 mil em bitcoins do Glenn Greenwald pelo serviço (https://moneytimes.com.br/suposto-hack-no-computador-de-glenn-greenwald-revela-esquema-de-pagamento-a-hacker-russo-em-bitcoins/).
Porém, ontem, mesmo sem a cooperação das pessoas que tiveram seus celulares hackeados, a PF descobriu que o hacker não era russo, mas morava em Araraquara https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/pf-caca-hacker-que-invadiu-celular-de-moro/).
Conhecido como Vermelho (vermelho = comunista, entenderam?), o hacker de Araraquara passou os últimos 8 anos inativo no Twitter, até que, pouco depois de começarem as matérias do Intercept, ele convenientemente voltou a twittar uma série de mensagens em apoio ao trabalho de Greenwald (https://www.metropoles.com/brasil/policia-br/suspeito-de-hackear-moro-voltou-ao-twitter-dias-antes-da-vaza-jato).
Além de ser o hacker menos precavido da História – seus perfis digitais possuem todas as informações que a PF precisaria pra apanhá-lo – Vermelho – que é filiado ao DEM, partido aliado do governo Bolsonaro (https://www.diariodocentrodomundo.com.br/hacker-preso-pela-pf-estava-com-twitter-adormecido-desde-2011/) – não apenas confessou imediatamente os crimes, como também revelou que as mensagens foram forjadas. Ou seja, o cidadão teve todo o trabalho pra quebrar a criptografia do Telegram não para roubar conversas reais, mas para inventar conversas que não têm “nada de mais” e que ele poderia ter inventado sem precisar invadir o celular de ninguém. Mesmo tendo conseguido invadir o Telegram, ele não quis o 1 milhão que a empresa pagaria a quem realizasse tal proeza, preferindo lucrar com a venda para o PT das conversas forjadas com conteúdo “nada de mais” (https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/07/24/advogado-do-dj-preso-hacker-queria-vender-mensagens-de-moro-para-o-pt.htm).
No entanto, agora descobriu-se que, embora o rapaz estivesse em Araraquara, os tweets de Vermelho vinham sendo postados de… Brasília! (https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/tuites-do-hacker-vermelho-aparecem-como-postados-de-brasilia/).
 Nesse momento, o advogado de Vermelho está alegando que o rapaz tem problemas psiquiátricos (https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/07/25/defesa-diz-que-preso-suspeito-de-hackear-autoridades-tem-problema-psiquiatrico.ghtml), o que pode levar à sua absolvição. Tipo o Adélio, sabe? (https://www.correiodoestado.com.br/cidades/sem-visitas-adelio-bispo-quer-ficar-perto-da-familia/357359/)
Rapaz, e a gente achando que os roteiristas dos filmes dos Transformers é que subestimavam a inteligência do público…
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BLOGUEIRO LIGADO AO CLÃ BOLSONARO CRIA FAKE NEWS SOBRE INTERNAÇÃO DE GLENN POR USO DE COCAÍNA

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BLOGUEIRO LIGADO AO CLÃ BOLSONARO CRIA FAKE NEWS SOBRE INTERNAÇÃO DE GLENN POR USO DE COCAÍNA

Revista Fórum – Lucas Rocha – Autor da fake news propagada por Bolsonaro sobre a jornalista Constança Rezende, d’O Estado de S.Paulo, Allan dos Santos agora divulga informações sobre suposta internação de Glenn Greenwald, que não foram confirmadas pela clínica citada pelo blogueiro.

O site Terça Livre, do blogueiro Allan dos Santos, divulgou uma informação de que o jornalista Glenn Greenwald teria sido internado no Rio de Janeiro por infarto após uso de cocaína. Fontes ouvidas pela Fórum na Clínica São Vicente não tinham conhecimento sobre o caso, que está sendo tratado internamente como mais uma fake news. A Fórum também entrou em contato com a assessoria de imprensa da clínica, que confirmou que o jornalista não está internado.

Em publicação, Allan dos Santos afirma que “a Clínica São Vicente, na Gávea, Rio de Janeiro, confirmou ao Terça Livre na madrugada desta sexta-feira (26/7), que Glenn Edward Greenwald, jornalista do Intercept, foi internado lá às pressas e transferido em seguida para o Hospital Samaritano, no Botafogo, também no Rio de Janeiro”. No texto, o blogueiro diz ainda que “uma outra fonte informou que ele possui histórico de internações na Clínica São Vicente por abuso de drogas”.

Allan dos Santos é ligado ao clã Bolsonaro. Fez parte da rede de propagação de fake news durante a campanha presidencial e já esteve com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. As reportagens do seu blog são usadas frequentemente pelos filhos do presidente para embasar teses sobre conspirações políticas.

O blogueiro também é o autor da fake news  compartilhada por Bolsonaro no Twitter em março, atacando a  jornalista Constança Rezende do jornal O Estado de S. Paulo. “Ela é filha de Chico Otavio, profissional do ‘O Globo’. Querem derrubar o Governo, com chantagens, desinformações e vazamentos”, escreveu Bolsonaro à época. Em tom de denúncia, a fake news tratou uma entrevista da jornalista em inglês como conspiração da mídia para “arruinar a vida de Flávio Bolsonaro e buscar o Impeachment do Presidente Jair Bolsonaro”.

Ex-seminarista e ex-professor de inglês, Allan transformou-se num herói virtual para os bolsonaristas. Na posse, ele obteve credencial especial para circular livremente, enquanto jornalistas ficaram confinados em guetos definidos pelo governo. Além de Bolsonaro, constam na lista de entrevistas amistosas do blogueiro, as do guru Olavo de Carvalho e do líder da extrema-direita, Steve Bannon.

O blogueiro também teve as despesas pagas pelo PSL para participar da Cúpula Conservadora das Américas, em dezembro de 2018.

Fake News
Ao ser questionado nas redes pela veracidade da informação sobre Glenn, o próprio  blogueiro tentou sustentar a possível notícia falsa. “Afirmamos que Glenn Greenwald FOI (verbo no passado) internado às pressas na Clínica São Vicente e que depois FOI levado ao hospital Samaritano. Se a clínica e o hospital dizem que ele não ESTÁ (verbo no presente) lá, é pura retórica”, publicou no Twitter.

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JN ESCLARECE INFORMAÇÃO SOBRE INTERCEPT

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JN ESCLARECE INFORMAÇÃO SOBRE INTERCEPT

Por Jornal Nacional – Agora uma correção.

Na quarta-feira (24), no Jornal Nacional, nós lembramos que o site Intercept tem divulgado diálogos no Telegram atribuídos ao então juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato.

Nós dissemos que o Intercept afirmou ter recebido os diálogos de fonte anônima e que o site sempre negou que essa fonte fosse um hacker.

Na quarta-feira mesmo, depois da reportagem do JN, o Intercept nos enviou uma nota pedindo que nós publicássemos uma errata.

Na nota, o site afirma que a informação que nós publicamos é falsa. O Intercept diz que a edição do JN “informou equivocadamente ao público que negamos que a fonte fosse um hacker”.

A nota do Intercept acrescenta: “Nunca negamosmporque não comentamos assuntos relacionados à fonte, exatamente como nos garante o princípio de sigilo que consta na Constituição federal”.

Está feito o esclarecimento pedido pelo site Intercept.

Veja o vídeo AQUI.

 

HÁ 66 ANOS, GRUPO LIDERADO POR FIDEL CASTRO PLANTAVA A SEMENTE DA REVOLUÇÃO CUBANA

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HÁ 66 ANOS, GRUPO LIDERADO POR FIDEL CASTRO PLANTAVA A SEMENTE DA REVOLUÇÃO CUBANA

O levante, que acabou falhando, tinha como objetivo desencadear a luta armada contra a ditadura de Fulgêncio Batista / Foto: Reprodução

Conquista do Quartel Moncada, em 1953, é considerada o embrião do processo revolucionário que triunfaria em 1959

Tiago Ângelo | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Em 26 de julho de 1953, um grupo de até então desconhecidos guerrilheiros foi responsável por organizar a insurgência que é considerada o embrião da Revolução Cubana. O assalto ao Quartel Moncada, como o marco ficou conhecido, completa 66 anos nesta sexta-feira (26).

A ação foi protagonizada por um pequeno contingente formado por 131 jovens militantes. Fidel Castro, Abel Santamaria e Raúl Castro lideraram a empreitada. O levante, que acabou falhando, tinha como objetivo desencadear a luta armada contra a ditadura de Fulgêncio Batista (1952-1959).

O cônsul de imprensa de Cuba em São Paulo, Antonio Mata Salas, explicou em entrevista ao Brasil de Fato que Fidel Castro, aos 25 anos, considerava “necessário iniciar um pequeno motor que ajudasse a dar partida no motor maior: as massas. Esse pequeno motor foi a ação armada contra o quartel Moncada em Santiago de Cuba”.

O levante fracassou porque o fator surpresa, fundamental para o sucesso da ação, acabou não funcionando. No entanto, embora a ofensiva não tenha saído vitoriosa, Mata considera que ela acendeu o pavio que levou, mais tarde, ao triunfo da Revolução Cubana.

“Cinco anos, cinco meses e cinco dias depois da ação de Moncada, teve êxito a derrubada da tirania de Batista, [que era] apoiada pelos EUA. Assim, o revés de 26 de julho se converteu em vitória”, conta.

Seis revolucionários acabaram morrendo durante o assalto. Outros 55, entre eles Abel Santamaria, foram feitos prisioneiros e posteriormente foram executados ou assassinados durante sessões de tortura.

Os irmãos Castro sobreviveram e acabaram condenados a 15 anos de prisão. Fidel, que era advogado, decidiu pronunciar sua defesa diante do tribunal. Sua declaração ficaria conhecida como “A História me Absolverá” e circularia em forma de livro pelo mundo afora.

Os líderes foram anistiados dois anos depois, em 1955, e se exilaram no México. Foi durante o exílio que conheceram Ernesto Guevara, o Che, outro importante personagem da Revolução. Foi também no México que o grupo responsável por colocar fim ao governo de Batista ganhou um nome: Movimento 26 de Julho.

Para Everton Souza, do Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, o assalto ao Quartel Moncada também significou um marco importante para a concretização do processo revolucionário que estava por vir.

“Se foi a derrota de uma batalha, também foi o espaço de acumulação de forças para que se ganhasse a guerra. Então, a gente diz que na verdade pode até ter sido uma derrota militar, mas foi uma grande vitória política, pois a partir dali o movimento ganhou grande visibilidade. Fidel ganhou muita visibilidade e repercussão na sociedade cubana”

O próprio Fidel também compartilhava essa visão. Para ele, não teria havido revolução sem Moncada.

“Em primeiro lugar, [Moncada] iniciou um período de luta armada que não terminou até a derrota da tirania. Em segundo, criou novas lideranças e uma nova organização que repudiava o conformismo e o reformismo, que eram combatentes e decididos e que no próprio julgamento levantaram um programa de transformações socioeconômicas e políticas exigidas pela situação em Cuba”, disse Castro anos mais tarde, já como presidente da República cubana.

Além do assalto ao quartel Moncada, o dia 26 de julho de 1953 também é marcado pelo ataque ao Quartel Carlos Manuel de Céspedes. A data é feriado na ilha, quando é comemorado o Dia Nacional da Rebeldia Cubana.

Edição: Rodrigo Chagas

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GOVERNADOR DE PORTO RICO RENUNCIA APÓS VAZAMENTOS E 11 DIAS DE PROTESTOS

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GOVERNADOR DE PORTO RICO RENUNCIA APÓS VAZAMENTOS E 11 DIAS DE PROTESTOS

“Hoje lhes anunciou que renunciarei ao cargo de governador na sexta-feira, dia 2 de agosto, às 17h”, afirmou Rosselló / Foto: Brendan Smialowski/AFP

Ricardo Rosselló não suportou as intensas manifestações contra sua permanência no cargo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) – O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, anunciou sua renúncia na noite de quarta-feira (24) após quase duas semanas de protestos contra sua permanência no cargo. As manifestações começaram após a divulgação de conversas em que o político tecia comentários ofensivos contra mulheres, homossexuais e vítimas do furacão Maria.

A ilha é um “estado livre associado” do EUA, “um território não incorporado” – na prática, uma espécie de colônia. Seus habitantes não elegem presidente. A representação máxima da vontade popular é o cargo de governador, que está sujeito à autoridade norte-americana.

“Após escutar as críticas e falar com minha família, tomei a seguinte decisão com desprendimento: hoje lhes anuncio que renunciarei ao cargo de governador na sexta-feira, dia 2 de agosto, às 17h”, afirmou o governador demissionário em um vídeo de 14 minutos divulgado no Facebook.

A declaração foi recepcionada com alegria pela multidão que desde o começo da tarde de quarta estava concentrada na frente de La Fortaleza, sede do governo em San Juan. Os manifestantes já esperavam o pronunciamento oficial após sobre a renúncia.

Rosselló disse que estava disposto a enfrentar qualquer desafio, acreditando que sua posição prevaleceria sobre a dos manifestantes, mas decidiu atender à “demanda do povo”.

Vazamentos

As manifestações começaram depois que o Centro de Jornalismo Investigativo teve acesso a cerca de 900 páginas de conversas entre Rosselló e assessores no aplicativo de mensagens Telegram.

Nas conversas, o governador fez ataques homofóbicos ao cantor Ricky Martin, além de tratar membros da oposição e jornalistas em tom jocoso e sexista. Em um dos trechos, ele chama a ex-presidente do Conselho de Nova York, Mellissa Mark Viverito, de “vadia”.

A prefeita de San Juan, Yulin Cruz, também foi alvo de ofensas. Em uma das trocas de mensagens, o fiscal chefe de Porto Rico, Christian Sobrino Vega, representante de Rosselló no conselho federal, afirmou que estava “salivando de vontade de atirar” em Cruz. Em resposta, o governador disse que o fiscal faria “um grande favor”.

Não foram poupadas nem mesmo as vítimas do Furacão Maria, desastre que atingiu Porto Rico em cheio em 2017, deixando mais quase 3 mil mortos. Na conversa, Rossello questiona a verba destinada aos médicos forenses.

“Agora que estamos nesse assunto, não temos alguns cadáveres para alimentar os nossos corvos?”, disse. A fala foi interpretada como uma referência aos críticos do governo.

O cantor Ricky Martin, que assumiu publicamente sua homossexualidade em 2010, também foi alvo. “Ricky Martin é um machista tão chauvinista que ele dorme com homens porque mulheres não estão à altura. Puro machismo. […] Nada diz opressão patriarcal como o Ricky Martin”.

Rosselló pediu desculpas pelas declarações durante uma entrevista concedida ao canal norte-americano Fox News. “Eu usei palavras pelas quais me desculpei, mas eu também tomei medidas para ajudar os setores mais populares da nossa sociedade […] peço desculpas por todas as coisas que eu disse”.

Para tentar amenizar o clima, o governador chegou a dizer que não se candidataria à reeleição. Ainda assim, as pressões não cessaram.

Manifestações

Após o vazamento, diversos manifestantes foram às ruas em uma jornada de protestos que durou 11 dias. O maior deles ocorreu nesta segunda-feira (22), quando os atos tomaram a principal avenida de San Juan.

As manifestações tiveram a presença de inúmeros artistas, como os cantores Ricky Martin, Benito Martínez (Bad Bunny), e dos ex-membros da Banda Calle 13, René Pérez (Residente) e Ileana Mercedes Cabra (Ile).

Ricky Martin rechaçou as declarações feitas por Rosselló. “O povo te pede, você brincou com os sentimentos, brincou com a saúde mental do povo”, disse.

Segundo a organização dos protestos, cerca de 500 mil pessoas participaram das manifestações de segunda-feira.

Corrupção

Os vazamentos implicando Rosselló foram apenas o estopim de uma insatisfação que já vinha ganhando força em Porto Rico nas últimas semanas.

Em 10 de julho, o Ministério Público do país pediu a prisão de seis funcionários acusados de desviar mais de US$ 15 milhões em fundos federais para a recuperação de Porto Rico após a passagem do Furacão Maria.

Poucos dias antes das conversas serem vazadas, o FBI ordenou a prisão de duas ex-funcionárias de Rosselló como parte de uma investigação relacionada a programas de saúde e educação.

A ex-diretora executiva da Administração de Seguros de Saúde de Porto Rico (ASES), Angela Ávila, e a ex-secretária de Educação, Julia Keleher, renunciaram antes de serem detidas.

Quem irá assumir temporariamente o cargo de Rosselló será a secretária de Justiça, Wanda Vázquez. Em um comunicado divulgado pelo jornal El Nuevo Día, Vázquez afirmou que assumirá “a missão histórica que nos impõe a Constituição do Estado Livre Associado de Porto Rico e as leis aplicáveis”.

Edição: João Paulo Soares

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ABAIXO-ASSINADO PELA ANULAÇÃO DOS JULGAMENTOS DE LULA

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ABAIXO-ASSINADO PELA ANULAÇÃO DOS JULGAMENTOS DE LULA

Exmos. Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal

Os signatários se dirigem aos senhores, integrantes da máxima Corte judicial do Brasil, respeitosamente, para requerer a anulação dos julgamentos das ações penais contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Preso político, conquistou reconhecimento internacional por suas contribuições para os direitos humanos, a erradicação da fome e da miséria, a paz e a cooperação mundiais.

Diante das novas provas apresentadas nas matérias do portal da Internet The Intercept Brasil, diálogos entre o ex-juiz Sérgio Moro e os procuradores da força-tarefa da chamada operação Lava Jato, resta efetivamente demonstrado que o magistrado de primeira instância portou-se como chefe informal das investigações e do Ministério Público, atuando por meio de aconselhamentos, repreensões e orientações, repassando conteúdos de decisões antes que fossem tomadas, dicas de supostas provas, e determinando ordem das fases da operação. Tudo em diálogo por meio de aplicativo e reuniões presenciais.

Rompeu, desse modo, o juiz, a determinação de imparcialidade e impessoalidade, fixadas pela Constituição Federal de 1988, pelo Código de Processo Penal e pelo Código de Ética da Magistratura. Sua suspeição é irrefutável, e tem como consequência a nulidade absoluta do processo, na forma prevista no inciso IV, do artigo 254, c/c inciso I, do artigo 564, ambos do Código de Processo Penal.

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Para assinar o ABAIXO ASSINADO, CLIQUE AQUI.

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MULHERES NEGRAS DENUNCIAM NAS RUAS O RACISMO POR TRÁS DE PAUTAS DO GOVERNO BOLSONARO

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MULHERES NEGRAS DENUNCIAM NAS RUAS O RACISMO POR TRÁS DE PAUTAS DO GOVERNO BOLSONARO

Centenas de mulheres e homens presenciaram um ato realizado em São Paulo (SP), na praça da República / Foto: Rute Pina

Rute Pina | Brasil de Fato | São Paulo (SP) – Movimento autônomo afirma que pacote “anticrime” e reforma da Previdência vão impactar mais na vida da população preta. Com nove grandes temas e reivindicações, mulheres negras fizeram um ato na contra o racismo em São Paulo (SP) nesta quinta-feira (25), Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.

A 4ª Marcha das Mulheres Negras de São Paulo percorreu ruas do centro da capital paulista com o mote “sem violência, racismo, discriminação e fome! Com dignidade, educação, trabalho, aposentadoria e saúde!”.

::Os Brasis de Sebastiana e Isabella: duas gerações de mulheres que resistem ao racismo

As mulheres foram puxadas pelo bloco afro Ilú Oba de Min e fizeram trajeto até o Largo do Paissandú, onde encerraram a manifestação na frente da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

Entre as diversas pautas, elas pontuaram os impactos da reforma da Previdência para as mulheres negras e ressaltaram como uma “política racista” o pacote anticrime do ministro da justiça Sérgio Moro. Além pontuar luta pela extinção do feminicídioLGBTfobia, mortalidade materna, violência obstétrica e racismo religioso e ambiental.

A sambista e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) nota que o slogan deste ano da marcha é grande. Segundo ela, porque as mulheres negras são as primeiras a sentirem as políticas impopulares.

::Entrevista: É importante ver a sociedade por uma lente negra, diz fundadora do Black Lives Matter

“Quando a gente olha o manifesto, a gente observa que aumentou os tópicos porque aumentou o sofrimento, a demanda, as injustiças”, disse a deputada. “Todo mundo sabe que, quando o bicho pega e tudo fica ruim, a coisa fica pior para a mulher negra.”

Outro tema inserido neste ano pela marcha é a volta da fome, que, segundo o manifesto, vitima principalmente mulheres negras empobrecidas pelo país. Nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro negou que exista fome no país.

A ativista Neon Cunha integrar afirmou que a marcha é também o momento de centralizar as demandas das periferias das grandes cidades. “As mulheres encarceradas, as mulheres que estão recolhendo lixo, as domésticas, as invisíveis; e mais do que isso,  as mulheres que movimentam as nossas periferias, as faveladas, as mães das vítimas do Estado, que movem a estrutura dessa sociedade”, afirmou.

Veterana do movimento negro, Regina do Movimento Negro Unificado (MNU) afirmou que, desde a década de 1970, as entidades pautam a “tríplice exploração e discriminação da mulher negra”. “Nós chamamos à luta contra o feminicídio porque são as nossas mulheres, jovens e negras, que estão morrendo”, assevera.

Já a escritora Nilma Bentes, uma fundadoras do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará, falou sobre a importância do reconhecimento da negritude pelas jovens: “As mulheres negras que estão fazendo uma revolução com seus crespos estão, de fato, fazendo uma descolonização da rebeldia. O que o colonizador queria e quer é que a gente se sinta inferior e não avance. Ao a gente assumir a nossa negritude de uma forma digna e ir para luta de forma equitativa, estamos alterando a rebeldia.”

À frente da marcha, um bloco das religiões de matrizes africanas explicitou as formas de atuação do racismo religioso. A ialorixá (mãe de santo) Claudia Rosa, da Rede Nacional de Religiões Afro-brasileira e Saúde, diz que a luta da religiões de matrizes africanas é contra a intolerância.

“Tudo o que está acontecendo com nossas religiões não é porque cultuamos os orixás. Toda a intolerância e racismo vem pelo fato que essa é uma religião vinda dos negros, que veio nos navios, veio acorrentada”, explica.

No ato, a prisão da liderança Preta Ferreira e outros militantes do movimento de moradia também foi lembrada nas falas políticas durante o ato. Ela foi presa há um mês, no dia 24 de junho.

Além da capital paulista, a marcha desta quinta ocorreu em Salvador e Belém. A data também celebra o Dia Nacional de Teresa de Benguela, líder quilombola que organizou a resistência à escravidão, no século 18. No Rio de Janeiro, a mobilização ocorre no domingo (28).

Edição: Rodrigo Chagas

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IMAGENS MOSTRAM AVANÇO DO GARIMPO ILEGAL NA AMAZÔNIA EM 2019

IMAGENS MOSTRAM AVANÇO DO GARIMPO ILEGAL NA AMAZÔNIA EM 2019

Frentes de garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena Kayapó, no Pará, em julho de 2019; manchas claras indicam atividade mais recente.

João Fellet e Camilla Costa – Da BBC News Brasil em São Paulo e Londres – Imagens de satélite analisadas pela BBC News Brasil revelam uma expansão recente nos focos de garimpo ilegal em terras indígenas da Amazônia ocorrida desde janeiro deste ano.

Indígenas e ambientalistas atribuem o avanço – verificado em diferentes pontos do Pará e de Roraima – a declarações do presidente Jair Bolsonaro em favor da exploração mineral em terras indígenas e ao que consideram um afrouxamento do combate a crimes ambientais pelo governo.

O crescimento dos focos de garimpo ocorre num momento em que o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) mostra uma alta nos índices de destruição na Amazônia e tem seu trabalho contestado pelo presidente, para quem a divulgação de dados de desmatamento pode prejudicar o país em negociações internacionais.

As imagens avaliadas pela BBC são da Planet Labs, empresa americana que mantém mais de cem satélites em órbita e fazem fotografias diárias de todo o globo.

A atividade foi monitorada em três das terras indígenas brasileiras que mais sofrem com garimpos ilegais de ouro: a Kayapó, a Munduruku (ambas no Pará) e a Yanomami (em Roraima e no Amazonas). Somados, os três territórios ocupam uma área equivalente à do Estado de São Paulo e abrigam alguns dos trechos mais preservados da Amazônia brasileira.

A BBC comparou fotos de garimpos – identificados pela BBC ou por grupos que monitoram a atividade – feitas no início do ano e nas últimas semanas. Nos três territórios monitorados houve um aumento das manchas que indicam a ação de garimpeiros. O fenômeno ocorreu tanto em garimpos antigos, alguns criados há mais de uma década, quanto em garimpos recentes.

Uma ferramenta permite contrastar as fotografias, arrastando para a direita ou para a esquerda as setas no centro da imagem. As diferenças na coloração das imagens se devem a fatores climáticos ou ao uso de fotos feitas por satélites diferentes, com graus distintos de resolução.

As fotografias foram enviadas a dois especialistas em imagens de satélite: o geólogo Carlos Souza Jr., do Imazon, e o geógrafo Marcos Reis Rosa, da Arcplan. Ambos confirmaram se tratar de focos de garimpo em expansão. Algumas frentes de garimpo retratadas ocupam áreas tão extensas quanto dezenas de campos de futebol.

Procurados pela BBC, o Ministério do Meio Ambiente, a Funai e a Polícia Federal não se pronunciaram sobre o avanço da atividade nem sobre as críticas à atuação dos órgãos até a publicação da reportagem.

Ouro yanomami

Em junho, a BBC publicou uma reportagem mostrando que o ouro se tornou em 2019 o segundo produto mais exportado por Roraima, embora o Estado não tenha nenhuma mina operando legalmente.

Autoridades investigam se o metal vem sendo extraído ilegalmente do território yanomami, onde, segundo indígenas, ao menos 10 mil garimpeiros estariam operando atualmente.

CLICÁVELGarimpo na Terra Indígena Kayapó

Julho de 2019

Terra Indígena Kayapó em julho de 2019

Janeiro de 2019

Terra Indígena Kayapó em janeiro de 2019

Coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sonia Guajajara diz que indígenas de diferentes partes da Amazônia têm relatado “um aumento absurdo nas invasões” de garimpeiros desde o início do governo Bolsonaro.

Ela afirma que declarações do presidente em defesa da extração de minérios em terras indígenas estão estimulando os garimpeiros. Enquanto era deputado federal e quando concorria à Presidência, Bolsonaro disse várias vezes ser favorável à exploração econômica desses territórios para melhorar as condições de vida das comunidades indígenas.

Em abril, ao receber um grupo de indígenas de Roraima favoráveis à mineração, o presidente afirmou que “o índio não pode continuar sendo pobre em cima de terra rica”.

CLICÁVELAvanço do garimpo ilegal na Terra Indígena Munduruku entre fevereiro e julho de 2019

Julho de 2019

Terra Indígena Munduruku em julho de 2019

Fevereiro de 2019

Terra Indígena Munduruku em fevereiro de 2019

A Constituição de 1988 prevê a exploração mineral em terras indígenas desde que ela seja regulamentada por leis específicas. Como as leis jamais foram aprovadas, a atividade é ilegal.

Desde 1996, tramita no Congresso um projeto de lei para regulamentar a mineração em terras indígenas. O governo Bolsonaro tenta agora destravar a pauta.

Segundo Sônia Guajajara, porém, a grande maioria das comunidades indígenas brasileiras é contrária à regulamentação da atividade por temer seus impactos sociais e ambientais.

No fim de 2018, a Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georreferenciada (Raisg), que reúne oito ONGs ambientalistas latino-americanas, publicou um relatório sobre ameaças à Amazônia. O documento identificou garimpos ilegais em 18 terras indígenas no Brasil.

CLICÁVELAvanço do garimpo na Terra Indígena Yanomami entre janeiro e julho de 2019

Julho de 2019

Terra Indígena Yanomami em julho de 2019

Janeiro de 2019

Terra Indígena Yanomami em janeiro de 2019

Em alguns territórios, balsas reviram o leito dos rios em busca de metais preciosos. Em outros, além das balsas, há frentes de garimpo com escala quase industrial, onde retroescavadeiras e dragas cavam crateras na mata. É o caso de boa parte dos garimpos da região do Tapajós, no Pará, onde imagens de satélite mostram grandes “cicatrizes” abertas na floresta. .

Além da derrubada de árvores, a atividade provoca assoreamento de rios, desvia cursos fluviais e cria lagos artificiais que servem como criatórios de mosquitos. Não por acaso, a malária é comum em zonas de garimpo na Amazônia.

Em algumas áreas reviradas pelas máquinas, os danos são permanentes, sem possibilidade de regeneração completa.

Outro problema é a poluição com mercúrio, usado por garimpeiros para facilitar a aglutinação de grãos de ouro. Quando despejado nos rios, o mercúrio contamina peixes e quem se alimenta deles, alojando-se em toda a cadeia alimentar.

Garimpo no TapajósDireito de imagemPLANET LABS

Image caption”Cicatrizes” causadas pelo garimpo na região do Tapajós, no Pará, em imagem feita em julho de 2019

A intoxicação pela substância pode provocar danos neurológicos e malformação em bebês. Em 2016, um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Socioambiental (ISA) revelou que, em algumas aldeias yanomami, o índice de pessoas contaminadas por mercúrio chega a 92%.

O garimpo também é associado ao aumento de conflitos, de prostituição e de doenças nas áreas indígenas onde se instala.

Em maio, o líder yanomami Davi Kopenawa afirmou em uma conferência sobre mudanças climáticas na Universidade Harvard (EUA) que Bolsonaro quer “que os garimpeiros continuem até estragar nossos rios”.

“Queria que o governo tomasse as providências para a retirada dos invasores do garimpo da terra demarcada e homologada”, afirmou.

Fragilização dos órgãos ambientais

Para o engenheiro florestal Paulo Barreto, pesquisador associado do Imazon, o desmatamento na Amazônia tem sido estimulado não só pelas declarações de Bolsonaro, mas também pela fragilização dos órgãos fiscalizatórios.

“Criou-se um clima de vale tudo, e as pessoas acham que não serão punidas se desmatarem”, ele afirma à BBC.

Por ordem do ministro do Meio Ambientel, Ricardo Salles, o orçamento anual do Ibama – principal agência ambiental federal – foi reduzido em R$ 89 milhões neste ano, um quarto do valor total.

Salles diz que a redução foi um contigenciamento (suspensão temporária) exigida de vários órgãos do governo, e que o Ibama está remanejando recursos para não prejudicar suas operações em campo.

Garimpo KayapóDireito de imagemIBAMA

Image captionTerra Indígena Kayapó, no Pará, abriga frentes de garimpo com área equivalente à de dezenas de campos de futebol

Em entrevistas, o ministro tem rejeitado a avaliação de que houve um afrouxamento no combate a crimes ambientais.

Para ambientalistas, porém, Salles vem minando o órgão não só com cortes, mas também com seus posicionamentos. No início de julho, madeireiros incendiaram um caminhão-tanque do Ibama em Rondônia. Duas semanas depois, o ministro viajou ao Estado e se reuniu com madeireiros, a quem chamou de “pessoas de bem que trabalham neste país”.

“O que acontece hoje no Brasil, infelizmente, é o resultado de anos e anos e anos de uma política pública da produção de leis, regras, de regulamentos que nem sempre guardam relação com o mundo real”, disse Salles na reunião, segundo a Folha de S. Paulo. “O que estamos fazendo agora é justamente aproximar a parte legal do mundo real que acontece em todo o país de norte a sul.”

Bolsonaro já se queixou várias vezes do Ibama e se comprometeu a acabar com o que considera uma “indústria da multa” promovida pelo órgão.

Em 2012, o próprio Bolsonaro foi multado em R$ 10 mil pelo Ibama por pescar em uma área de proteção ambiental em Angra dos Reis (RJ). A multa foi anulada em dezembro de 2018, poucos dias antes de Bolsonaro assumir a Presidência.

Garimpo em Mato Grosso

Direito de imagemSEMA-MT

Image captionCratera de garimpo ilegal em Mato Grosso

Nesta semana, o presidente voltou a ser criticado por ambientalistas ao contestar práticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão federal responsável por monitorar o desmatamento na Amazônia.

Segundo Bolsonaro, a divulgação de informações pelo órgão pode dificultar negociações do Brasil com outros países – como as relacionadas ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Líderes europeus têm expressado preocupação quanto ao aumento do desmatamento no Brasil e às ações de Bolsonaro no setor ambiental.

Em abril, uma carta publicada na revista Nature e assinada por 607 cientistas e duas organizações indígenas criticou o governo Bolsonaro por “trabalhar no sentido de desmantelar as políticas contra o desmatamento”. Segundo o documento, “a nova administração do Brasil ameaça direitos dos indígenas e as áreas naturais que eles protegem”.

Aumento do desmatamento

Algumas semanas antes da crítica de Bolsonaro ao Inpe, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, disse que os índices de desmatamento da Amazônia são “manipulados”.

No início do mês, o Inpe divulgou que houve um aumento de 88% no índice de desmatamento da Amazônia em junho em comparação com o mesmo mês de 2018.

Um portavoz do órgão associou o resultado ao aumento nas grilagens de terra e nas atividades agrícolas e minerárias na região.