OAB QUER QUE BARROSO ESCLAREÇA ‘CORRUPTOS EUFÓRICOS’

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OAB QUER QUE BARROSO ESCLAREÇA ‘CORRUPTOS EUFÓRICOS’

Conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sugeriram à direção do órgão que interpele o ministro do Supremo Tribunal Luís Roberto Barroso; após as reportagens do The Intercept, ele disse que tem “dificuldade de entender a euforia que tomou os corruptos e seus parceiros”; advogados querem que o ministro nomeie os eufóricos.

Brasil247 – Conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sugeriram à direção do órgão que interpele o ministro do Supremo Tribunal Luís Roberto Barroso. A informação é da coluna Painel. Após as reportagens do The Intercept, ele disse à GloboNews que tem “dificuldade de entender a euforia que tomou os corruptos e seus parceiros”.

Advogados querem que o ministro nomeie os eufóricos. O conselheiro Guilherme Batochio sugeriu no grupo do conselho que a OAB o questione formalmente.

Uma matéria do Intercept apontou que o ex-juiz federal Sérgio Moro foi além do seu papel de juiz na troca de mensagens com o procurador Deltan Dallagnol. “Moro sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos”, afirma o texto.

Outra reportagem apontou que Dallagnol duvidava da existência de provas contra Lula, acusado de ter recebido um apartamento da OAS como propina. “No dia 9 de setembro de 2016, precisamente às 21h36 daquela sexta-feira, Deltan Dallagnol enviou uma mensagem a um grupo batizado de Incendiários ROJ, formado pelos procuradores que trabalhavam no caso. Ele digitou: ‘Falarão que estamos acusando com base em notícia de jornal e indícios frágeis… então é um item que é bom que esteja bem amarrado. Fora esse item, até agora tenho receio da ligação entre petrobras e o enriquecimento, e depois que me falaram to com receio da história do apto… São pontos em que temos que ter as respostas ajustadas e na ponta da língua'”, diz o site.

Uma publicação revelou, ainda, que procuradores fizeram o possível para impedir entrevista de Lula antes do segundo turno, quando o Supremo Tribunal Federal acatou o pedido de entrevista da Folha de S.Paulo

A procuradora Laura Tessler logo exclamou: “Que piada!!! Revoltante!!! Lá vai o cara fazer palanque na cadeia. Um verdadeiro circo. E depois de Mônica Bergamo, pela isonomia, devem vir tantos outros jornalistas… e a gente aqui fica só fazendo papel de palhaço com um Supremo desse… “. “Ando muito preocupada com uma possivel volta do PT, mas tenho rezado muito para Deus iluminar nossa população para que um milagre nos salve”, disse.

Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu com apenas uma palavra e várias exclamações: “Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”.

Após uma hora, Tessler deixou explícito o que deixava os procuradores tão preocupados: “sei lá…mas uma coletiva antes do segundo turno pode eleger o Haddad”.

GLENN: DOCUMENTOS MOSTRARÃO LIGAÇÃO ESPÚRIA DA MÍDIA COM LAVA JATO

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GLENN: DOCUMENTOS MOSTRARÃO LIGAÇÃO ESPÚRIA DA MÍDIA COM LAVA JATO

Glenn Greenwald, o jornalista que está desmascarando a Lava Jato, tem um veredito, depois de examinar o enorme volume de conversas e mensagens de Sérgio Moro e da equipe da Lava Jato: “É incrível porque, para mim, o tempo todo, a grande mídia não estava reportando sobre a Lava Jato, ela estava trabalhando para a Lava Jato”; ele avisa que as próximas reportagens revelarão as conexões espúrias entre a Lava Jato e a mídia conservadora.

Brasil247 – O jornalista Glenn Greenwald, de posse de um enorme volume de conversas e mensagens de Sérgio Moro e da equipe da Lava Jato, que começaram a ser divulgadas na “Vaza Jato” no último domingo tem um veredito claro sobre a mídia conservadora do país: “É incrível porque, para mim, o tempo todo, a grande mídia não estava reportando sobre a Lava Jato, ela estava trabalhando para a Lava Jato”. Ele avisa que “nós vamos reportar”, ou seja, a série de reportagens que será publicada revelará as conexões espúrias entre a Lava Jato e a mídia conservadora.

As declarações de Greenwald estão em entrevista ao jornalista Thiago Domenici, da Agência Pública, que você pode ler a seguir:

“Se você não quer esses riscos, você não deve fazer jornalismo”, afirma Glenn Greenwald sobre a série do The Intercept Brasil que revelou no último domingo trocas de mensagens nada republicanas entre o então juiz federal Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato.

As revelações, frutos de documentos enviados por uma fonte anônima, podem ter influenciado os rumos das últimas eleições no país e seu conteúdo dinamitou uma série de reações em todas as esferas de poder e da opinião pública.

Na entrevista à Pública, Greenwald fala sobre as reações dos envolvidos e trata da cobertura da imprensa sobre a Lava Jato antes e depois das reportagens do The Intercept Brasil. “Quando a grande mídia transforma Moro e a Força Tarefa em deuses ou super heróis, se torna inevitável o que aconteceu. Os jornalistas pararam de investigar e questionar a Lava Jato e simplesmente ficaram aplaudindo, apoiando e ajudando”, avalia.

Segundo ele, há exceções como a Folha de S. Paulo e jornalistas independentes. E pondera: “preciso falar que depois de publicar o que publicamos, acho que com uma exceção, que é a Globo, a grande mídia está reportando o material de forma mais ou menos justa, com a gravidade que merece”.

Durante o processo de recebimento do material da fonte anônima e da própria produção das reportagens quais foram os momentos mais complicados na tomada de decisão jornalística? Como foi esse processo para vocês?

Para mim foi muito parecido com a reportagem que fizemos com o caso Snowden. Quando você recebe um arquivo gigante, é muito difícil, num primeiro momento, entender o que você tem e o contexto dos documentos que estão nesse arquivo. Segundo, quais os principais documentos que você vai usar, porque, obviamente, estamos lendo conversas privadas entre pessoas, e tem a questão do direito à privacidade mas, por outro lado, essas pessoas estão usando o poder público, então também precisam de transparência — exatamente o que eles fizeram quando interceptaram e divulgaram as conversas privadas do Lula.

Como você avalia a repercussão a partir da própria imprensa brasileira? Hoje, por exemplo, você disse que “a estratégia da Globo é a mesma que os governos usam contra aqueles que revelam seus crimes” e que “a Globo é sócia, agente e aliada de Moro e Lava Jato”.

É incrível porque, para mim, o tempo todo, a grande mídia não estava reportando sobre a Lava Jato, ela estava trabalhando para a Lava Jato. Com uma exceção que é a Folha de S. Paulo. A Folha, para mim, manteve uma distância, uma independência, estava criticando, questionando… Mas a Globo, Estadão, Veja, o tempo todo estavam simplesmente recebendo vazamentos, publicando o que a Força Tarefa queria que eles publicassem. Mas, na realidade, preciso falar que depois de publicar o que publicamos, acho que com uma exceção, que é a Globo, a grande mídia está reportando o material de forma mais ou menos justa, com a gravidade que merece.

Por exemplo, o editorial de hoje [dia 11] do Estadão — que era um dos maiores fãs do Moro — falando que ele deve renunciar e Deltan ser afastado. Isso mostra a gravidade das revelações.

A única exceção é a Globo mas essa é uma exceção enorme por causa do poder do Jornal Nacional que está quase tratando a história somente como um crime — e o único crime que interessa é o da nossa fonte, que eles acham que ela cometeu. Eles não têm quase nenhum interesse nas gravações e no comportamento do Moro, do Deltan. Eles estão falando sobre o comportamento da fonte e, na realidade, eles não sabem nada. Mas é interessante por que isso é comportamento de governo.

Como assim?

Quando você denuncia ações de corruptos ou trata de problemas sobre o governo, ele sempre tenta distrair falando somente sobre quem revelou essa corrupção, quem divulgou esses crimes para criminalizar pessoas, jornalistas ou fontes que revelaram o material. Essa estratégia, não dos jornalistas, é o que a Globo está usando. Porque a Globo e a força-tarefa da Lava Jato são parceiras. E os documentos mostram isso, né? Não é só eu que estou falando isso por causa da Globo. Os documentos mostram como Moro e Deltan estão trabalhando juntos com a Globo e nós vamos reportar, então eu sei disso já e a reportagem está mostrando. Mas o resto da grande mídia está tratando a história com a gravidade que merece. É impossível para todo mundo que está lendo esse material defender o que Moro fez. Impossível!

Se eu entendi, Glenn, você está me dizendo que os documentos que vocês ainda estão trabalhando vão apontar uma relação mais próxima da Globo nesse processo com Dallagnol e Moro, é isso?

Eu não posso falar muito sobre os documentos que ainda não publicamos porque isso não é responsável. Precisa passar pelo processo editorial mas, sim, posso falar que exatamente como disse hoje, a Globo foi para a Força Tarefa da Lava Jato aliada, amiga, parceira, sócia. Assim como a Força Tarefa da Lava Jato foi o mesmo para a Globo.

Muita gente está querendo saber qual vai ser o próximo passo do The Intercept Brasil, as próximas reportagens. Queria que você esclarecesse o que é fundamental para essa apuração estar pronta jornalisticamente, para que vocês soltem novas revelações.

Não somos o Wikileaks. Não estamos simplesmente publicando material que nós temos, sem contexto ou reportando sem entender, sem analisar, sem pesquisar. Estamos fazendo jornalismo. E esses documentos são complexos. Entendo que todo mundo queira ver o que nós temos porque esse material tem interesse público e eles [o público] têm o direito de ver. Mas, por outro lado, nós temos a responsabilidade jornalística para usar o tempo que precisarmos para confirmar que tudo que nós estamos reportando é verdade. Por que se nós cometermos um erro, eles vão usar isso contra a gente para sempre, para atacar nossa credibilidade, da reportagem, de tudo. Por exemplo, todo mundo está falando: “onde estão os áudios?”. É muito complicado reportar áudios. Precisa confirmar quem está falando, precisa confirmar o contexto sobre o que estão falando. Precisa conectar isso com outros materiais, outros documentos e isso leva tempo. Nós vamos publicar logo, mas nós não vamos correr. Nossa prioridade é confirmar que tudo que estamos reportando está informando o público e não enganando o público, como eles fizeram.

Na sua avaliação, até pelo fato de você também ser advogado, se um escândalo como esse, que envolve um ministro da Justiça, fosse nos Estados Unidos, por exemplo, você acha que o ministro conseguiria se manter no cargo? E, pessoalmente, você acha que o Moro deveria renunciar ao Ministério da Justiça?

Eu tenho um amigo, dos meus melhores amigos da vida desde os 11 anos, agora um advogado na Flórida, que depois de ler nosso material, disse: “Se um juiz fizesse o que Moro fez, sem dúvida, esse juiz seria retirado, provavelmente não seria promovido porque é uma infração muito grave, colaborando com um lado e fingindo ser neutro”. Ele me disse ainda que todas as decisões desse juiz ficariam sob dúvida e que é impensável que o juiz pudesse manter qualquer cargo público, muito menos ser ministro da Justiça. Porque agora todos nós sabemos, porque nós lemos exatamente o que ele fez, o que ele disse, que ele vai quebrar qualquer regra de ética que ele quiser para realizar os objetivos dele.

Advogados brasileiros — que não são muito políticos — ficaram chocados e ofendidos quando olharam o material e eu também — porque o juiz tem muito poder, e com esse poder vêm muitas responsabilidades, muitas regras éticas. É um poder enorme para condenar alguém e botar alguém na prisão. E o Moro não quebrou uma regra uma vez, mas o tempo todo ele estava mostrando que ele não se importa nem um pouco com essas regras. Ele achou que era totalmente acima da lei e das regras, e é impossível ter alguém como juiz ou como Ministro da Justiça com essa mentalidade.

Como você avaliou a reação do Moro? Por exemplo, o primeiro pronunciamento escrito foi tuitar sua própria nota oficial via site do Antagonista. O que isso significa?

Primeiro, ele está usando o Antagonista para muitas coisas, o tempo todo. Ele está sempre citando o Antagonista, vazando para o Antagonista, todo mundo sabe disso…

O fato de ele usar o Antagonista mostra, para mim, que agora ele sabe que é o único apoio que vai ter — a identidade dele não é mais de juiz apartidário, agora Moro sabe que é uma figura da direita extremista.

E ele vai continuar assim porque todo mundo sabe que Moro não é uma pessoa contra a corrupção mas uma pessoa que faz corrupção quando quiser. E usar o Antagonista mostra que a única preocupação é o que a direita está pensando sobre os comportamentos dele.

E a reação dele, o que achou?

Foi totalmente arrogante, ele está quase falando: “Está me incomodando ter que responder isso”. E achei muito interessante a arrogância porque é exatamente: “Eu sou Sérgio Moro, eu não devo ser questionado, muito menos acusado”. É justamente essa arrogância que causou esse comportamento antiético: porque ele acha que está acima de tudo.

O vazamento do The Intercept Brasil demonstrou mais uma vez a importância de informações vazadas para jornalistas. O caso de pedido da extradição de Julian Assange foi pouco tratado na imprensa brasileira [Assange está com pedido de extradição para os Estados Unidos com 17 acusações como de espionagem e conluio para obter informações secretas]. Isso pode abrir precedente, com implicações até mesmo fora dos EUA?

Com certeza. Esse é o perigo principal que estão mostrando outros países que tentam criminalizar o jornalismo falando que, se você publica documentos secretos, que é o papel do jornalista, você pode ser processado criminalmente como parte dessa teoria de que está conspirando com a sua fonte. Antes desses episódios, sempre os jornalistas tiveram o direito de publicar qualquer material que eles recebessem, independentemente de como a fonte conseguiu obter os documentos. E esses casos, essas apreensões, são perigosas exatamente porque eliminam essa separação entre jornalista e fonte.

Você acha que a imprensa brasileira cobriu mal a Lava Jato durante esses mais de 5 anos? Queria que você me dissesse se sim ou se não e se você acha que foi falta de capacidade de investigação ou opção política?

Não. Acho que tiveram boa intenção. Corrupção é muito comum aqui no Brasil na direita, esquerda e no centro. Todo mundo chegou no limite e não aguentava mais. Eu entendo o apoio a Lava Jato ao ver políticos poderosos e bandidos finalmente na prisão, é natural. Eu também elogiei a Lava Jato, às vezes, por causa disso. Mas, exatamente como acontece com todos os humanos, qualquer grupo de pessoas que têm poder, como a Lava Jato, também tem a capacidade de abusar desse poder. E quando a grande mídia transforma Moro e a Força Tarefa em deuses ou super heróis, se torna inevitável o que aconteceu. Os jornalistas pararam de investigar e questionar a Lava Jato e simplesmente ficaram aplaudindo, apoiando e ajudando.

Como eu disse, com exceção da Folha, que ficou sempre um pouco mais distante e mais independente e, obviamente, muitos jornalistas independentes. Estou falando sobre a grande mídia.

Eu vi que o Antagonista publicou que “uma denúncia anônima foi protocolada junto ao Ministério Público Federal contra o The Intercept”. E a gente está vendo desde a publicação da reportagem inúmeros ataques a você, ao seu companheiro David Miranda [deputado federal pelo PSOL], ataques homofóbicos, gente pedindo a sua deportação. Enfim, questões que te atingem pessoalmente. Você, sua família e também a equipe do The Intercept Brasil têm uma estratégia de defesa legal e digital? Como vocês estão pensando a questão da segurança daqui para frente?

Sim. Eu e meu marido estivemos juntos no caso do Snowden e nós lutamos contra os governos mais poderosos do mundo e a CIA, NSA Reino Unido… Estávamos sendo ameaçados o tempo todo. Então, nós já conhecemos essas questões muito bem. Eu moro aqui no Brasil há 14 anos, então conheço o Brasil muito bem. Eu sei como funciona.

Nós ficamos muitas semanas planejando como proteger a nos e a nossa fonte contra os riscos físicos, riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa reputação. Nós estamos prontos. Mas não existe nenhuma vida sem riscos. Não se pode eliminar riscos, pode-se tomar medidas para minimizar. Então, a equipe do The Intercept Brasil, que não tem a proteção como alguém com a minha visibilidade, que é casado com um deputado federal… Eles são jovens, 25, 30 anos, e são muito corajosos fazendo esse trabalho destemido. Sim, é muito perigoso, obviamente, e sou alvo dessa campanha para me expulsar do país, chamando-me de inimigo do Brasil, ameaça a segurança nacional e que devo ser preso.

Mas nós sabíamos que tudo isso iria acontecer, mas o que podíamos fazer? Têm jornalistas cobrindo guerras. Têm jornalistas sem visibilidade investigando corrupção contra pessoas muito perigosas.

Se você não quer esses riscos, você não deve fazer jornalismo.

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APÓS DEIXAR CARGO, EX-PRESIDENTE DA FUNAI CRITICA GESTÃO BOLSONARO

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APÓS DEIXAR CARGO, EX-PRESIDENTE DA FUNAI CRITICA GESTÃO BOLSONARO

O general do Exército da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, escolhido pela ministra Damares Alves como presidente da Funai, criticou a gestão Bolsonaro logo após pedir demissão do cargo; “Presidente está muito mal assessorado”, disse ele 

Brasil247 – O general do Exército da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, escolhido pela ministra Damares Alves como presidente da Funai, criticou a gestão Bolsonaro logo após pedir demissão do cargo.

“Quem assessora o senhor presidente não tem conhecimento de como funciona o arcabouço jurídico que envolve a Fundação Nacional do Índio. O presidente está muito mal assessorado a respeito da condução da política indigenista no país. E quem assessora o senhor presidente da República é o senhor Nabhan [Garcia]. Que, quando fala sobre indígena, saliva ódio aos indígenas”, disse Franklimberg Freitas a servidores do órgão, segundo Rubens Valente, da Folha de São Paulo.

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FAMÍLIA DE GLENN GREENWALD RECEBE AMEAÇAS DE MORTE

FAMÍLIA DE GLENN GREENWALD RECEBE AMEAÇAS DE MORTE

O escândalo Vaza Gate, que revela bastidores da Lava Jato, ganhou novos ingredientes. O deputado David Miranda, marido do jornalista Glenn Greenwald, recebeu ameaças de morte. Numa das mensagens, o autor avisa que irá “explodir a cabeça” de sua mãe e alerta que os assassinos não deixam evidências, como no caso de Marielle Franco; a Polícia Federal, chefiada por Sergio Moro, pivô do escândalo, já foi acionada para proteger a família de Greenwald.

Brasil247 – O escândalo Vaza Gate, que revela bastidores da Lava Jato, ganhou novos ingredientes. O deputado David Miranda, marido do jornalista Glenn Greenwald, recebeu ameaças de morte. Numa das mensagens, o autor avisa que irá “explodir a cabeça” de sua mãe e alerta que os assassinos não deixam evidências, como no caso de Marielle Franco, ex-vereadora do Psol que foi assassinada. A Polícia Federal, chefiada por Sergio Moro, pivô do escândalo, já foi acionada para proteger a família de Greenwald.

Confira o vídeo do SBT Brasil e leia reportagem da Reuters sobre o caso:

https://www.facebook.com/Brasil247/videos/2346247535641653/

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, tiveram na manhã desta terça-feira o primeiro encontro após a publicação das reportagens que mostraram a suposta colaboração entre o então juiz da Lava Jato e os procuradores da operação.

De acordo com a assessoria da Presidência, os dois conversaram sozinhos por cerca de 20 minutos no Palácio da Alvorada, antes de saírem juntos, de barco, para um evento no grupamento de Fuzileiros Navais, em Brasília.

O ministro da Justiça foi um dos condecorados no evento e passou a manhã ao lado do presidente, mas saiu logo depois do encerramento sem dar entrevistas.

Em nota, o Ministério da Justiça relatou que a conversa entre Moro e Bolsonaro foi “bastante tranquila” e que o tema do encontro foi a divulgação das supostas mensagens do ministro.

“O ministro rechaçou a divulgação de possíveis conversas privadas obtidas por meio ilegal e explicou que a Polícia Federal está investigando a invasão criminosa. A conversa foi bastante tranquila. O ministro fez todas as ponderações ao presidente, que entendeu as questões que envolvem o caso”, disse a nota divulgada pela pasta.

O site Intercept Brasil publicou no domingo reportagens que mostram suposta troca de mensagens entre Moro, então juiz federal responsável pela Lava Jato em Curitiba, e o coordenador da operação, Deltan Dallagnol. Com base no que diz serem arquivos recebidos de uma fonte anônima, o site mostra supostas conversas entre Moro e Dallagnol sobre decisões, andamento das investigações e sugestões de testemunhas. Moro e os procuradores da Lava Jato negam irregularidades.

No Twitter, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que o líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coleho (MDB-PE), informou que Moro se colocou à disposição para ir à Comissão de Constituição e Justiça do Senado para prestar esclarecimentos sobre as reportagens.

APOIOS

Na segunda-feira, Bolsonaro evitou se manifestar sobre o caso. Coube aos ministros militares e ao vice-presidente, Hamilton Mourão, fazer a defesa de Moro, ao mesmo tempo que fontes palacianas deixavam claro que a intenção era não trazer a crise para dentro do Planalto.

À noite, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, informou que o presidente teria um encontro com Moro nesta terça para “traçar uma linha de ação sobre o assunto”, já que o ministro passara a segunda em Manaus.

Na manhã desta terça foi a vez do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni —que também não havia se manifestado na segunda-feira— defender o ministro da Justiça, usando sua conta no Twitter.

“Moro é uma das pessoas mais corretas, capazes e éticas que conheci neste tempo todo aqui em Brasília. Me sinto honrado em compartilhar com ele e cada um do time Bolsonaro a missão de mudar o Brasil”, escreveu Onyx.

Em meio à potencial turbulência devido à divulgação das alegadas mensagens, admitida à Reuters na segunda-feira por lideranças parlamentares, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi ao Twitter nesta terça para afirmar que blindará a Casa de crises em prol da aprovação de reformas.

“Vamos blindar a Câmara de qualquer crise. Nosso esforço e nosso foco está na aprovação das reformas e de todos os projetos que são essenciais para o Brasil. Nada é mais importante do que o resgate da confiança, com o equilíbrio das contas públicas e a geração de empregos no país”, escreveu Maia.

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CONGRESSO DOS EUA QUER INVESTIGAR ABUSOS DA LAVA JATO

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CONGRESSO DOS EUA QUER INVESTIGAR ABUSOS DA LAVA JATO

O deputado Ro Khanna, da Califórnia, pediu ao governo Trump para investigar o caso envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil; o pedido se deu após a denúncia do The Intercept que mostrou o ex-juiz Sérgio Moro tramado com promotores ações ilegais para condenar o ex-presidente e impedir que o PT retornasse ao governo após ter sofrido um golpe em 2016

Brasil247 – O deputado Ro Khanna, da Califórnia, pediu ao governo Trump para investigar o caso envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil. O pedido se deu após a denúncia do The Intercept que mostrou o ex-juiz Sérgio Moro tramado com promotores ações ilegais para condenar o ex-presidente e impedir que o PT retornasse ao governo após ter sofrido um golpe em 2016.

Khanna afirmou ao site The Intercept: “esta reportagem confirma o que sabíamos o tempo todo – que Moro era um péssimo ator e parte de uma conspiração maior para mandar Lula para a cadeia (…) Embora não seja o caso de os Estados Unidos fazerem um julgamento factual sobre a inocência de Lula, essa reportagem mostra que Moro não era imparcial, mas ‘coordenado’ com os promotores. Isso viola todas as normas e ética judiciais. Espero que a administração Trump apoie uma investigação completa sobre este assunto, uma vez que Lula ainda está na prisão e Moro é ministro da Justiça de Bolsonaro.”

A reportagem destaca que “o presidente Donald Trump abraçou Jair Bolsonaro, o presidente de direita do Brasil que, como Trump, tem uma história de declarações fanáticas, homofóbicas e misóginas.”

E acrescenta: “no domingo, o The Intercept e o The Intercept Brasil publicaram trechos de uma enorme quantidade de documentos secretos, incluindo admissões privadas de dúvidas dos promotores sobre se havia provas suficientes para provar a culpa de Lula. A ampla investigação sobre corrupção, conhecida como Operation Car Wash, remonta a cinco anos e resultou em centenas de pessoas acusadas de centenas de crimes.”

A matéria ainda sublinha que “Lula, que foi eleito presidente em 2002 e 2006, foi indiciado sob a investigação e considerado culpado em 2017 de corrupção e lavagem de dinheiro, acusações relacionadas à aceitação de propinas de empresas de construção. Ele foi condenado a quase 10 anos de prisão. O aprisionamento de Lula o forçou a sair da corrida presidencial de 2018, que se esperava que ele vencesse; isso pavimentou o caminho para Bolsonaro, que então nomeou Moro como ministro da justiça. De acordo com o arquivo, a promotoria também trabalhou em estratégias para evitar uma entrevista na prisão com Lula durante a eleição, com medo de ajudar o Partido dos Trabalhadores.”

JUIZ DOS EUA PROPÕE TRIBUNAL ANTICORRUPÇÃO: BRASILEIRO QUESTIONA PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

JUIZ DOS EUA PROPÕE TRIBUNAL ANTICORRUPÇÃO: BRASILEIRO QUESTIONA PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

“Não seria o caso de se examinar se a corrupção não estaria sendo usada como um instrumento diversionista para justificar golpes de Estado na América Latina?”, retrucou juiz brasileiro

Jornal GGN – Por Patricia Faermann – A perseguição política do Judiciário: foram os últimos 30 minutos de uma jornada de mais de 9 horas da Cúpula Pan-Americana de Juízes que provocou o maior debate do encontro no Vaticano que reuniu juristas e membros do Judiciário de toda América Latina e Estados Unidos, no início desta semana.

Começou com a proposta feita no segundo dia de eventos, 3 de junho, pelo juiz Superior do Distrito de Massachusetts dos Estados Unidos, Mark Lawrence Wolf, de criar um Tribunal Internacional Anti-Corrupção. Em seu histórico de atuação, a ideia já data de 2014, quando ele começou a elaborar uma campanha com artigos para a Brookings Institution [acesse aqui], publicados no The Washington Post, para criar a Corte Internacional Anticorrupção (IACC).

Coincidentemente, em meio a um encontro promovido para debater Direitos Humanos com atores principalmente da América Latina, o juiz norte-americano Wolf estava lá. E a intervenção veio do brasileiro Hugo Cavalcanti Melo Filho, juiz do Trabalho.

“A primeira questão que coloco é se os Estados Unidos da América vão se submeter a esse tribunal anticorrupção, na medida em que ele não se submete ao Tribunal Penal Internacional e nem à Corte Interamericana de Direitos Humanos”, introduziu o magistrado.

Continuando, em seguida: “Não seria o caso de se investigar os problemas relacionados com migração forçada e ataques ao meio ambiente?”. Ao mencionar exemplos de interferências das políticas estadunidenses na região, lembrou do sufocamento econômico contra a Venezuela, que gerou o deslocamento de milhares de cidadãos, e o apoio de Donald Trump à candidatura de Jair Bolsonaro nos esforços de “ameaça planetária ao meio ambiente por seus avanços contra a Amazônia”.

Até chegar à perseguição política:

“Não seria o caso de se examinar se realmente a corrupção que é um câncer efetivo não estaria sendo usada como um instrumento diversionista para justificar, por exemplo, golpes contra Zelaya (Honduras), contra Lugo (Paraguai), contra Dilma Rousseff, a perseguição criminal contra Lula da Silva, que está preso, Alan García (Peru), que se matou, Rafael Correa (Equador) e Cristina Kirchner (Argentina), que está enfrentando dezenas de denúncias por corrupção?”.

Hugo Cavalcanti continuou na crítica: “E justamente contra estes líderes populares, quando nada se viu em relação a corrupção quando estavam a frente do poder desses países pessoas que eram a favor do grande capital. Quando políticos populares estiveram a frente dos governos se desenvolve toda essa teoria da corrupção”.

“A questão que se coloca é: seria mesmo a corrupção a raiz de todos esses males ou estamos ou estamos usando como diversionismo para empanar questões mais graves?”, concluiu, arrancando aplausos e iniciando o debate do encontro.

Acompanhe abaixo:

 

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DOSSIÊ DO INTERCEPT DEVE EXPÔR PARCERIA DA GLOBO COM A LAVA JATO

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DOSSIÊ DO INTERCEPT DEVE EXPÔR PARCERIA DA GLOBO COM A LAVA JATO

É impensável que Moro continue como ministro da Justiça ou em outro cargo público, porque agora todos nós sabemos que ele vai quebrar qualquer regra de ética que quiser para realizar os objetivos dele, diz jornalista do Intercept.

Jornal GGN – Em entrevista à Agência Pública, divulgada nesta terça (11), o jornalista e fundador do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, deu a entender que o dossiê sobre a Lava Jato vai expôr provas de relação íntima entre a Rede Globo e a força-tarefa de Curitiba.

“Eu não posso falar muito sobre os documentos que ainda não publicamos porque isso não é responsável. Precisa passar pelo processo editorial mas, sim, posso falar que exatamente como disse hoje, a Globo foi para a força-tarefa da Lava Jato aliada, amiga, parceira, sócia. Assim como a força-tarefa da Lava Jato foi o mesmo para a Globo”, comentou.

Greenwald também ressaltou que em nenhum momento ele ou outros profissionais do Intercept comentaram sobre a procedência do dossiê sobre a Lava Jato ou forneceram qualquer pista sobre a fonte que entregou os documentos ao site.

O comentário rebate a campanha de Moro e Deltan Dallagnol, em conjunto com a Globo, para dar destaque a uma suposta atuação criminosa de um hacker, numa tentativa de abafar o mérito das conversas de Telegram que mostram o conluio entre Ministério Público e o ex-juiz.

Na entrevista, Greenwald também fez uma análise crítica da cobertura que a grande mídia fez dos 5 anos de Lava Jato. Pare ele, não foi por incapacidade de investigação que a maioria dos veículos tradicionais embarcou na operação, mas por querer incentivar o combate à corrupção. O problema começou quando o incentivo transformou Moro em um herói nacional que não merece o título.

“(…) quando a grande mídia transforma Moro e a força-tarefa em deuses ou super heróis, se torna inevitável o que aconteceu. Os jornalistas pararam de investigar e questionar a Lava Jato e simplesmente ficaram aplaudindo, apoiando e ajudando.”

Para Greenwald, o papel de crítica e análise sobre as ações da Lava Jato ficou por conta da Folha de S. Paulo e de “muitos jornalistas independentes”, ressalvou.

O jornalista também comentou a reação de Moro – um “arrogante” – às revelações do Intercept e acrescentou que é “impensável” sua manutenção em “qualquer cargo público, muito menos ser ministro da Justiça”, porque agora todos sabemos que “ele vai quebrar qualquer regra de ética que quiser para realizar os objetivos dele”.

Leia a entrevista completa aqui.

 

 

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MARCO AURÉLIO: JUIZ DIALOGA COM O MP COM “PUBLICIDADE E TRANSPARÊNCIA”, NÃO PELO TELEGRAM

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MARCO AURÉLIO: JUIZ DIALOGA COM O MP COM “PUBLICIDADE E TRANSPARÊNCIA”, NÃO PELO TELEGRAM

Foto: Agência Brasil

“Todos somos contra a corrupção, mas não o combate a ferro e fogo. Se havia combinação de atos, Ministério Público e juiz, aí realmente se tem algo grave”, disparou o ministro do STF

“Todos nós somos contra a corrupção, mas não o combate a ferro e fogo. Porque aí é retrocesso em termos de Estado democrático de direito. Se havia combinação de atos, Ministério Público e juiz, aí realmente se tem algo grave”, acrescentou o ministro.

O ministro Marco Aurélio Mello diz que viu “com muita tristeza” as reportagens do Intercept que revelam o conluio de Sergio Moro com procuradores da Lava Jato. Na visão dele, um juiz pode dialogar com as partes de um processo, mas deve fazê-lo de com absoluta “publicidade” e “transparência”, não em chats privados no Telegram.
“Vi com muita tristeza. O juiz dialoga com as partes – e o Ministério Público é parte acusadora no processo – com absoluta publicidade, com absoluta transparência. Se admitiria um diálogo com os advogados da defesa? Não. Também não se pode admitir, por melhor que seja o objetivo, não se pode admitir com o Ministério Público. Em direito, meio justifica o fim; o fim ao meio, não”, disse Marco Aurélio.

Questionado se Moro tem perfil de quem merece uma indicação do STF, como promete Jair Bolsonaro, Marco Aurélio indicou que vê o ex-juiz como “desgastado” demais para isso.

O ministro do STF ainda criticou o fato de Moro ter abandonado a magistratura para ser assessor de Bolsonaro.

“Não compreendo que alguém possa virar as costas a uma cadeira de juiz. E ele virou sem ser de uma família rica. Se ele fosse de uma família rica, e pudesse até partir para o ócio com dignidade, muito bem. Como é que se deixa um cargo efetivo dessa forma? Menosprezo à magistratura? Se foi, ele não está credenciado para o Supremo”, disse.

As informações são do UOL.

 

 

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HACKER PREJUDICA MORO, MAS NÃO LIBERTA LULA

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HACKER PREJUDICA MORO, MAS NÃO LIBERTA LULA

Moro em Brasília, na solenidade na Marinha em comemoração à vitória na batalha naval de Riachuelo na guerra do Paraguai, na terça 11 de junho. Foto: Adriano Machado/Reuters

A divulgação pelo The Intercept Brasil da comunicação considerada impertinente entre juiz e procuradores os incomoda, mas não liberta petista

ESTADÃO – José Nêumanne – O hacker que invadiu a privacidade da comunicação entre o juiz Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, particularmente Deltan Dallagnol, o coordenador da força-tarefa, conseguiu, ao ter o resultado de seu crime publicado no jornal online The Intercept Brasil e, em consequência, nos meios de comunicação em geral reproduzido, infernizar a vida dos agentes da lei que encarceraram Lula. Mas dificilmente terá como resultado da divulgação dos posts de Telegram entre julgador e acusadores a libertação do petista, que é réu em sete processos e, no caso em questão, do tríplex do Guarujá, condenado por unanimidade (8 a 0) e nas duas instâncias superiores, o TRF 4 e o STJ, a confirmação dessa condenação. Do ponto de vista jurídico, está sendo, como definiu FHC, “uma tempestade num copo d’água”.

Assuntos para comentário da terça 11 de junho de 2019

1 – Haisem – Que motivos você acha que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teve para considerar que a publicação das mensagens de aplicativo Telegram entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol não passam de “tempestade num copo d’água.

2 – Carolina – Que benefícios poderá Lula gozar com as dúvidas levantadas sobre a Operação Lava Jato com a divulgação das tais mensagens pelo jornal online The Intercept Brasil.

3 – Haisem – Você acredita em eventuais prejuízos para o ex-juiz, provocando sua saída do ministério de Bolsonaro e sua prometida indicação para o Supremo Tribunal Federal daqui a um ano e meio, quando o decano da Corte se aposentará aos 75 anos, e para o procurador em sua carreira bem-sucedida até agora no Ministério Público Federal.

4 – Carolina – Eventuais manifestações de rua, que têm aplaudido a Operação Lava Jato desde 2016 e, em especial, o ministro Sérgio Moro, poderão interferir nos efeitos deletérios das revelações em suas vidas.

5 – Haisem – Por que você chamou Lula de “sujeito oculto do grampo” da Lava Jato na denúncia de Glenn Greenwald em seu artigo semanal no Blog do Nêumanne.

6 – Carolina – Quais são as chances de a crise criada pelo jornal online The Intercept Brasil influencie numa eventual decisão negativa da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal com reunião marcada para o fim deste mês de junho para julgar parcialidade do ex-juiz  Sérgio Moro no julgamento do tríplex do Guarujá, atribuído pelo MP ao ex-preisdente Lula.

7 – Haisem –  Quais são suas expectativas para o julgamento marcado para hoje de mais um recurso da defesa de Lula na citada Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal.

8 – Carolina – Será que o anúncio feito pelo relator da matéria na Comissão Mista de Orçamento, deputado Hildo Rocha (MDB-MA), de votar o pedido de crédito para evitar que o governo Bolsonaro cumpra a “regra de ouro” da Lei de Responsabilidade Fiscal, realmente se confirmará.

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LAVA JATO ACEITOU NOTA FISCAL COM INDÍCIOS DE FALSIFICAÇÃO PARA CONDENAR LULA

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LAVA JATO ACEITOU NOTA FISCAL COM INDÍCIOS DE FALSIFICAÇÃO PARA CONDENAR LULA

Chave das divergências apuradas pela reportagem, o sistema de verificação de autenticidade de notas fiscais de empresas sediadas na capital paulista, como é o caso da TNG, não reconhece como autêntica a nota fiscal 103. O sistema da Prefeitura de São Paulo acusa que o CNPJ é inválido, assim como a chave de verificação, instituída justamente para que os consumidores ou destinatários possam se certificar de que não têm em mãos uma nota “fria”.

A nota fiscal da TNG pode até parecer um grão de areia diante da aparente promiscuidade entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores federais, entre eles Deltan Dallagnol, denunciada neste domingo pelo Intercept. No entanto joga mais lenha na fogueira da Lava Jato. A operação deveria ser marcada também pela displicência dos agentes do MPF e da Justiça Federal ao aceitar como “comprobatório” um documento com indícios tão evidentes de fraude?

Por Cida de Oliveira – O processo que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no caso do tríplex tem entre as provas uma nota fiscal com indícios de falsificação. Emitida pela TNG Elevadores Ltda ME, a nota se refere a serviços de instalação e montagem de um elevador, no valor de R$ 21.200,00, prestados à Tallento Construtora Ltda., que por sua vez foi contratada pela construtora OAS para as obras de reforma de um dos quatro apartamentos de cobertura do edifício Solaris, na praia das Astúrias, em Guarujá, litoral sul paulista.

A RBA teve acesso a uma cópia da nota fiscal incluída nos autos do processo. Comparada com outra nota, de uma empresa idônea, emitida na mesma época, a da TNG apresenta diferenças no layout e também nos dizeres – quando deveriam ser idênticas no formato, já que ambas foram digitalizadas. Visivelmente repleto de erros, o documento fiscal apresentado pela Tallento está listado na própria sentença assinada pelo então juiz federal Sérgio Moro, entre os “documentos comprobatórios” entregues pela força tarefa da operação Lava Jato, coordenada pelo procurador da República Deltan Dallagnol.

Divergências

O número da inscrição da TNG no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), impresso na própria nota fiscal – 07.711.306/0001-60–, não coincide com aquele escrito no recibo de pagamento feito pela tomadora de serviço, a construtora Tallento – 07.711.305.0001-50.  E a construtora teria pago pela instalação do elevador, apesar dos aparentes problemas na nota do prestador de serviço e da imprecisão das informações cadastrais e fiscais .

Segundo a Receita Federal, os dados utilizados pelo setor de contas a pagar da Tallento são os corretos. E podem ser conferidos na ficha de inscrição e de situação cadastral atualizada.

Mas não há nos autos, porém, um documento obrigatório por lei para a correção dos dados cadastrais ou fiscais incorretos na nota emitida, a chamada carta de correção.

Chave

das divergências apuradas pela reportagem, o sistema de verificação de autenticidade de notas fiscais de empresas sediadas na capital paulista, como é o caso da TNG, não reconhece como autêntica a nota fiscal 103. O sistema da Prefeitura de São Paulo acusa que o CNPJ é inválido, assim como a chave de verificação, instituída justamente para que os consumidores ou destinatários possam se certificar de que não têm em mãos uma nota “fria”.

A nota fiscal da TNG pode até parecer um grão de areia diante da aparente promiscuidade entre o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores federais, entre eles Deltan Dallagnol, denunciada neste domingo pelo Intercept. No entanto joga mais lenha na fogueira da Lava Jato. A operação deveria ser marcada também pela displicência dos agentes do MPF e da Justiça Federal ao aceitar como “comprobatório” um documento com indícios tão evidentes de fraude?

 

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