IGREJAS TORNARAM-SE LAVANDERIAS PARA O DINHEIRO DAS MILÍCIAS

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A Revista Forum publicou nesse fim de semana entrevista com a professora Jacqueline Muniz, pesquisadora também vinculada ao INCT/INEAC.

INEA.UFF.BR – Escrito por Claúdio Salles – Professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), antropóloga e cientista política diz que o desmanche das UPPs possibilitaram a “neomiliciazão do Rio de Janeiro”, que voltaram a financiar carreiras políticas

Professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), antropóloga e cientista política, Jacqueline Muniz disse em entrevista a Renato Rovai, editor da Fórum, que muitas agremiações religiosas são montadas com o intuito de se tornarem lavanderias do dinheiro do crime angariado pelas milícias no Rio de Janeiro.

“Lavanderias do dinheiro do crime passa por agremiações religiosas. Onde é que você vai lavar o dinheiro do crime, você vai usar as agremiações religiosas porque cada uma delas tem um CNPJ. Então você pode criar uma casa de oração ali na esquina, lavar o dinheiro do crime e com isso também produzir intolerância religiosa, destruição de terreiros nas comunidades populares”, disse a especialista em segurança pública, que contou, em entrevista à Fórum a história das milícias, ou o que ela chama de comandos armados.

Segundo ela, a formação desse grupos armados para controle territorial é histórica e o desmanche das UPPs possibilitaram a “neomiliciazão do Rio de Janeiro”.

“As UPPs significavam prejuízo para as economias criminosas e boa parte das carreiras políticas, tanto do político local ao Senado, que financiavam a carreira com esse dinheiro”, disse ela, sobre o movimento de instalação das milícias nas comunidades periféricas do Rio, que começou nos anos 80.

Jacqueline Muniz ressalta que a formação de grupos armados para controles territoriais é muito comum “quando não se tem controle sobre os meios de força (forças armadas e polícias)”.

“Sempre que você tem governos débeis, incapacidade de governar e controlar a polícia, o fenômeno da milícia emerge. Quem dá o alvará de funcionamento para os domínios territoriais armados é o Estado, são setores do governo. É como se o Estado terceirizasse suas funções”, diz ela.

Confira o vídeo da entrevista no link abaixo:

“A MILÍCIA DE BOLSONARO SEGUE O SCRIPT DA ELEIÇÃO, COMBATENDO A FRAUDE DA LAVA JATO COM FAKE NEWS”, DIZ JEAN WYLLYS

 

 

 

 

 

 

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GREENWALD SOBRE FAKE NEWS CONTRA ELE: REDE BOLSONARISTA PODERIA AO MENOS NÃO ERRAR TRADUÇÃO

Leia isso. Qualquer um com uma racionalidade mínima ou tempo para pensar sobre isso imediatamente reconhece a estupidez desequilibrada disso, mas o objetivo é espalhar isso o suficiente para que as pessoas tenham suspeitas:

https://twitter.com/ggreenwald/status/1140412019583197187

Primeiro vamos definir o que é Comunista :
Comunista é quem quer tudo em comum ( justiça /igualdade para todos ) . Quem precisa ser igualado é quem tem menos , os Pobres.
O grande problema da Sociedade está no Sistema Econômico ;
nos preços há Comunismo ; é igual para todos ( e ninguém reclama …) . Nos salários há Capitalismo, uns explorando os outros.
Lamentavelmente o Pobre / Povão é tão estúpido que, não percebe que o Capitalismo, malandramente,  se utiliza do Comunismo dos preços para explorar os Pobres.
A essa igualdade /Justiça que o Comunismo propõe, nosso Mestre Jesus chamou de Fraternidade .
Então ser Cristão é seguir ao Cristo e sua doutrina.
Quem não defende a Igualdade/Fraternidade/Comum nidade , NÃO, NÃO é Cristão

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PAULO GUEDES É O PRÓXIMO A CAIR DO GOVERNO BOLSONARO

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) é uma verdadeira balbúrdia, para usar a expressão do ministro da Educação. Só nas últimas horas ocorreram três importantes demissões.

1- General Santos Cruz (Secretaria de Governo); 2- Joaquim Levy (BNDES); e 3- Marcos Barbosa Pinto (diretor do BNDES).

O próximo a ser demitido, anote aí, será o ministro da Economia, Paulo Guedes, por não entregar “resultados” a Bolsonaro.
Quanto ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, se cai ou não cai, é um espetáculo à parte.

A sorte do ex-juiz da Lava Jato depende do jornalista Glenn Greenwald, criador do Intercept.

 

 

 

 

VAZAMENTO DE DADOS CRESCE E JÁ É 2º MAIOR ATAQUE DIGITAL AO GOVERNO FEDERAL

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VAZAMENTO DE DADOS CRESCE E JÁ É 2º MAIOR ATAQUE DIGITAL AO GOVERNO FEDERAL

Desde que o site Intercept começou a publicar as mensagens trocadas pelo ministro da Justiça Sergio Moro, quando ainda era juiz, com os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, a segurança cibernética virou motivo de preocupação — surgiu todo tipo de hipótese de como os envolvidos poderiam ter se protegido.

Ainda que atuando como funcionários públicos, os envolvidos provavelmente tiveram seus celulares pessoais invadidos por algum hacker, que obtiveram as conversas mantidas pelo Telegram. Entretanto, os vazamentos de informação viraram também um problema crescente para a administração pública federal. Esse tipo de incidente cresceu pouco mais de 19 vezes em seis anos e virou o segundo maior tipo de ataque sofrido pelos sistemas do governo federal.

LEIA MAIS AQUI.

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NOVO LASER DESTRÓI CÉLULAS CANCERÍGENAS E BLOQUEIA METÁSTASES.

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NOVO LASER DESTRÓI CÉLULAS CANCERÍGENAS E BLOQUEIA METÁSTASES.

O dispossitivo a laser nos vasos sanguíneos (aqui, em um rato) pode detectar células circulantes escassas. Foto: Universidade de Arkansas

Criado um novo laser que consegue destruir células cancerígenas e tem potencial de inibir metástases, que são a principal causa de mortes pela doença.

Cientistas da Universidade do Arkansas, nos Estados Unidos, desenvolveram um protótipo para destruir células cancerígenas que circulam na corrente sanguínea. A nova técnica para tratamento do melanoma, o câncer de pele, foi publicada na revista Sciense.

“Em um paciente, nós destruímos 96% das células cancerígenas”, disse Vladimir Zharov, líder da pesquisa, ao IEEE Spectrum.

E ele foi além: “Esta tecnologia tem o potencial de inibir significativamente a progressão da metástase”, afirmou.
A notícia é animadora, já que a disseminação de tumores para outras regiões do organismo é a principal causa de mortes por câncer.

Criado um novo laser que consegue destruir células cancerígenas e tem potencial de inibir metástases, que são a principal causa de mortes pela doença.

Cientistas da Universidade do Arkansas, nos Estados Unidos, desenvolveram um protótipo para destruir células cancerígenas que circulam na corrente sanguínea. A nova técnica para tratamento do melanoma, o câncer de pele, foi publicada na revista Sciense.

“Em um paciente, nós destruímos 96% das células cancerígenas”, disse Vladimir Zharov, líder da pesquisa, ao IEEE Spectrum.

E ele foi além: “Esta tecnologia tem o potencial de inibir significativamente a progressão da metástase”, afirmou.

A notícia é animadora, já que a disseminação de tumores para outras regiões do organismo é a principal causa de mortes por câncer.

Como

O procedimento é totalmente não-invasivo, ou seja, é feito do lado de fora do corpo do paciente.

De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo, ao apontar o laser nessas células tumorais, elas acabam absorvendo muito mais energia de calor do que as células normais, o que as faz expandir e colapsar, ou seja, morrer.

O uso de tecnologias com laser é uma tendência no desenvolvimento de terapias contra o câncer.

Além da Universidade do Arkansas, outras instituições de pesquisa realizam trabalhos similares que buscam aumentar a eficiência da técnica para que ela possa ser utilizada em larga escala nos tratamentos do futuro.

Com informações da Galileu

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A LAVA JATO USOU O JUDICIÁRIO PARA FINS POLÍTICOS.

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A LAVA JATO USOU O JUDICIÁRIO PARA FINS POLÍTICOS.

theintercept.com – João Filho – SUSPEITAVA-SE que a Lava Jato era um grupo político articulado entre membros do Ministério Público e o judiciário. Os indícios apontavam um conluio entre procuradores e um juiz que atuava para influenciar o jogo político-partidário e manipular a opinião pública. Faltava o batom na cueca. Não falta mais.

Os diálogos revelados pelo Intercept mostram que a Lava Jato desfilava como uma deusa grega da ética na sociedade, mas atuava à margem da lei na alcova. Em nome do combate à corrupção, o conluio atropelou princípios jurídicos básicos e arrombou o estado de direito. As provas são tão explícitas que não há mais espaço para divergências.

A Lava Jato usou indevidamente o aparato jurídico para atender interesses políticos. O Código de Ética do Ministério Público, o estatuto da magistratura e a Constituição foram todos burlados. É um caso claro de corrupção.

Durante o processo que levou um ex-presidente para a cadeia, o juiz orientou, recomendou alterações de estratégias, antecipou uma decisão e até indicou uma testemunha para acusação. A defesa, que reiteradamente pediu a suspeição do juiz, fazia papel de trouxa enquanto ele e o procurador combinavam estratégias de acusação pelos seus celulares.

No grupo do Telegram batizado de “Incendiários ROJ”, integrado por procuradores da Lava Jato, Dallagnol demonstrava preocupação com a principal prova da acusação. A convicção demonstrada em público contrastava com a insegurança no escurinho do Telegram. As conversas mostram a obsessão de Dallagnol em manter o caso de Lula nas mãos de Moro a qualquer custo. Os “incendiários” tinham plena consciência de que estavam ultrapassando os limites da irresponsabilidade.

Moro e Dallagnol enganavam a opinião pública quando em diversas oportunidades garantiram a lisura do processo. O réu não teve direito a um julgamento justo e imparcial. Os diálogos revelam uma articulação de estratégias para condená-lo mesmo antes da apresentação da denúncia. O processo foi corrompido, comprometendo o julgamento das instâncias superiores. Qualquer interpretação diferente dessa está fadada ao ridículo e cairá na lata do lixo da história.

O juiz e os procuradores se viam como heróis com uma missão: “limpar o congresso”. Mas essa limpeza era seletiva. A Lava Jato criaria aliados na política. O então deputado Onyx Lorenzoni dos Democratas se tornou um deles. Ele foi o principal apoiador das “Dez medidas contra a corrupção” — o projeto de lei criado pelos procuradores lavajatistas disfarçado de iniciativa popular.

Quando perguntado pelo Estadão sobre a intenção de “limpar o congresso”, Sergio Moro se mostrou inseguro. Primeiro não reconheceu a autenticidade da frase. Depois a justificou. E, por fim, afirmou não lembrar se é o autor.

Estadão: Em um diálogo que lhe é atribuído, o sr. fala em limpar o Congresso. O sr. reconhece essa fala como sua?

Moro: Não, não reconheço a autenticidade desse tipo de afirmação. Vamos dizer assim, em uma conversa coloquial, pode ser até algo que se diga “olha, tem um problema”. Vamos dizer que estamos falando de um Congresso que na época tinha o Eduardo Cunha como presidente (da Câmara), uma pessoa que comprovadamente cometeu crimes, tinha contas milionárias na Suíça, então era uma situação bastante diferente. Mas eu não tenho como recordar se há dois, três anos atrás eu tenha efetuado uma afirmação dessa espécie

O uso do poder do Estado para interferir nas eleições também está explícito nas conversas entre procuradores. Faltando 12 dias para a eleição, os lavajatistas traçaram estratégias para impedir a entrevista de Lula e dificultar a vitória de Haddad.

Moro chega a chamar réus de “inimigos” em uma conversa com Dallagnol. Está tudo ali, textualmente. Meses depois, a Lava Jato emplacou um ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Onyx acabou virando colega de trabalho de Sergio Moro, que o perdoou publicamente pelos casos de caixa 2 (inclusive o da JBS, uma das empresas investigadas pela Lava Jato).

Haverá alguém capaz de continuar negando as intenções políticas da operação?

Acreditava-se que Moro trabalhava como linha auxiliar da acusação, mas ficou claro que ele era o chefe da Lava Jato. Ele dava broncas, cobrava ações e recomendou a Dallagnol que enquadrasse uma procuradora que apresentou mau desempenho nas audiências. Dallagnol prestava reverências a Moro, muitas vezes usando um tom messiânico: “A sociedade quer mudanças, quer um novo caminho, e espera líderes sérios e reconhecidos que apontem o caminho. Você é o cara”.

Em um dos trechos do vazamento, Dallagnol revela que teve uma conversa — “reservada, é claro” — com o ministro do STF Luiz Fux. Nessa época, Moro tinha sido duramente criticado pelo ministro Teori Zavascki, morto num acidente aéreo em 2017, que questionou sua imparcialidade após a divulgação ilegal do áudio da conversa entre Dilma e Lula.

Dallagnol conta para os procuradores que “Fux disse quase espontaneamente que Teori fez queda de braço com Moro e viu que se queimou”. Ou seja, segundo Fux, na queda de braço entre um juiz de primeira instância que cometeu ilegalidade e um juiz da suprema corte, venceu o primeiro. Esse é o tamanho do poder que Sergio Moro tem sobre o judiciário brasileiro.

Dallagnol revelou ainda que, segundo Fux, os procuradores da Lava Jato podiam contar com ele o que fosse preciso. A força-tarefa contava com um homem de confiança no STF. As palavras de Dallagnol deixam claro que Fux não se debruçaria sobre o mérito no caso, mas atuaria de acordo com o que foi combinado com o conluio lavajatista. Ao saber da conversa, Moro comemorou “In Fux we trust” (No Fux, a gente confia).

As primeiras reações de Moro e Dallagnol com a Vaza Jato foram reveladoras. Nenhum deles negou as conversas, o que sugere uma confissão indireta da autenticidade. Preferiram minimizar o conteúdo dos diálogos e investir na imagem de vítimas de violação de privacidade.

Sergio Moro, chamado de “russo” pelos procuradores, não viu “nada demais” na reportagem, mas considerou “bastante grave” a “invasão e a divulgação”. Em entrevista a Pedro Bial em abril, o ministro da Justiça deu uma opinião diametralmente oposta sobre o vazamento ilegal da conversa entre Lula e Dilma: “o problema ali não era a captação ilegal do diálogo e sua divulgação. O problema era o conteúdo do diálogo.”

O desespero tomou conta da força-tarefa. Três notas foram emitidas após a publicação da reportagem, enfatizando a “ação criminosa de um hacker” — o que era apenas uma suposição. Sem ter como negar os fatos, a Lava Jato iniciou uma guerra de narrativas. Manchetes sobre hackers invadindo celulares de procuradores passaram a pipocar no noticiário, numa tentativa de jogar areia nos olhos da opinião pública. Relacionar essas invasões com o que foi publicado pelo Intercept não serve a outro objetivo senão embaçar a realidade.

Moro e Lava Jato mudaram a versão inicial. Passaram a dizer que os hackers poderiam ter adulterado os conteúdos, mesmo após não terem negado nem uma vírgula. Essa não vai colar. A força-tarefa teria totais condições de comprovar a adulteração. Bastaria resgatar os arquivos das conversas no Telegram e comparar com o que foi publicado. Curiosamente, a maioria dos procuradores que foram alvos de ataque cibernético, incluído Dallagnol, tem relutado em entregar seus celulares para a perícia da Polícia Federal.

A Globo, como tem sido costume da imprensa nos últimos anos, abraçou integralmente a versão lavajatista e atuou como gestora de redução de danos. Uma suposta invasão de hackers ganhou mais relevância no noticiário global que o hackeamento da ordem jurídica comandado pela Lava Jato. Minimizaram um fato e maximizaram uma suposição.

No dia seguinte à publicação da Vaza Jato, O Globo deu o mesmo peso de importância para as “conversas de Moro com procuradores” e para a “ação de hackers”. Diferentemente do que aconteceu em 2016, quando o jornal publicou a conversa entre Lula e Dilma na capa do jornal sem sequer citar a ilegalidade do vazamento. Sergio Moro e Globo estão sintonizados na mesma incoerência.

Capas do jornal O Globo em 17 de março de 2016 e 11 de junho de 2019.

Carlos Sardenberg, um dos principais colunistas do jornal, não viu nada demais nos diálogos. Em sua última coluna, chamou o conluio entre juiz e acusador de “coordenação formal de trabalho” e os métodos da Lava Jato de “inovação na investigação”. Parece que Sardenberg combinou só com o “russo”. Faltou combinar com a Constituição. Ele termina a coluna dizendo que o “pessoal do Intercept Brasil não faz jornalismo. É pura militância”. Isso me leva a crer que o jornalista não publicaria os diálogos se os tivesse recebido. Se dependesse desse tipo de jornalismo, a população não saberia que funcionários públicos atuaram à margem da lei.

Criou-se agora um falso debate sobre a publicação dos vazamentos. Mas não existe dilema ético quando se publica fatos de interesse público que os poderosos queriam esconder. Essa é a função principal e mais nobre do jornalismo.

É importante esclarecer que as revelações da Vaza Jato não provam a inocência de todos os acusados pela operação. Prova apenas que a Lava Jato não é inocente e que os processos comandados por ela estão contaminados por interesses políticos. Essa não é uma história de mocinhos contra bandidos.

A Lava Jato ganhou poderes imensos. Com apoio da imprensa e da população, conseguiu colocar um ex-presidente na cadeia com provas frágeis, peitou o STF e emplacou um ministro da Justiça. A força-tarefa chegou até a pleitear a administração de um fundo bilionário privado, que seria financiado pelas multas pagas pela Petrobrás.

Em nome de um bem maior, boa parte do jornalismo brasileiro abdicou de fiscalizar esse que hoje é o núcleo político mais poderoso do país. Preferiu atuar como porta-voz da República de Curitiba. A história se encarregará de separar os jornalistas que cumpriram o seu papel fiscalizador do poder dos que preferiram ignorar os fatos e surfar a onda fácil do lavajatismo.

O apoio popular estava ancorado na crença de que esses heróis trabalhavam com máxima transparência e rigor ético. O povo foi enganado. Não foi à toa que Sergio Moro perdeu 10 pontos de popularidade logo após à Vaza Jato.

Mas o ministro da Justiça de Bolsonaro ainda é a figura política mais popular do país. Mesmo com os fatos escancarados, ainda vai demorar para o mito se desfazer. Divindades não são desconstruídas do dia pra noite.

Sergio Moro sonhou entrar para a história como Giovanni Falcone, o juiz que enfrentou a máfia italiana. Mas pode acabar como o justiceiro “russo”, um miliciano jurídico que hackeou a ordem constitucional para combater seus “inimigos”.

‘TEMOS UM ARQUIVO COLOSSAL’ DA LAVA JATO, DIZ EDITOR DO INTERCEPT

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'TEMOS UM ARQUIVO COLOSSAL' DA LAVA JATO, DIZ EDITOR DO INTERCEPT

O editor-executivo do Intercept, Leandro Demori, da equipe liderada por Glenn Greenwald, afirma que os arquivos obtidos pelo site contêm “centenas e centenas de áudios, mensagens e vídeos”, que constituem “um arquivo colossal”; Demori diz que não há dúvida em relação à autenticidade dos arquivos que causaram a liquidação da reputação de Sérgio Moro e Deltan Dallagnon e devem enterrar a Operação Lava Jato

Brasil247 com O Povo – O editor-executivo do Intercept, Leandro Demori, da equipe liderada por Glenn Greenwald, afirma que os arquivos obtidos pelo site contêm “centenas e centenas de áudios, mensagens e vídeos”, que constituem “um arquivo colossal”. Demori diz que não há dúvida em relação à autenticidade dos arquivos que causaram a liquidação da reputação de Sérgio Moro e Deltan Dallagnon e devem enterrar a Operação Lava Jato. As informações são de uma entrevista ao jornal cearense O Povo, que você pode ler a seguir:

O senhor acha que cabia ao site, e de modo geral ao jornalista, essa preocupação com a origem da informação? Vocês, em algum momento, chegaram a se perguntar se deveriam ou não publicar esse conteúdo?

Nós não estamos falando sobre a nossa fonte, então não dá informação sobre isso. Mas, nesse caso, a gente adotou o mesmo padrão de qualquer outro caso, que é o mesmo padrão adotado pelo melhor Jornalismo feito no mundo inteiro, que é: você recebe uma informação, um pacote de documentos, verifica a autenticidade e verifica se existe Interesse público naquilo. A partir do momento em que os documentos são autênticos e são de interesse público, você faz uma apuração consistente em cima para não cometer nenhuma injustiça. E, depois, você leva isso a conhecimento público. É assim que se faz bom jornalismo no New York Times, no The Guardian, no Washington Post, no La Republica, no Le Monde Diplomatique e na melhor Imprensa europeia e norteamericana. Então foi exatamente isso que a gente fez.

Há uma quase ansiedade em relação aos próximos capítulos da série Vaza Jato, do “The Intercept Brasil. Qual é a real dimensão do conteúdo que vocês têm em mãos?

A gente não esta falando sobre o tamanho do arquivo. Não posso responder isso. O que posso dizer é que é um arquivo muito grande, um arquivo colossal, e que foram centenas e centenas de diálogos de grupos e de situações. Estamos falando ai de anos, praticamente a maior parte dos anos da Operação Lava Jato. E realmente muito grande, já fizemos um sobrevoo até agora, lá conseguimos mergulhar um pouco mais, mas é um trabalho de longo prazo. E uma maratona, não é uma corrida de 100 metros.

Há prognóstico de novos conteúdos ainda nesta semana?

Intercept não está falando nem quais são as próximas matérias nem quais são as próximas pessoas diretamente envolvidas, não está divulgando prazos ou datas. Não fizemos isso. Não estamos fazendo isso para evitar especulações, porque é um assunto delicado que trata de interesses públicos e que mexe com muita coisa. O que fizemos nesta semana foi publicar os contextos dos fatos de uma das reportagens, que era aquela reportagem que mostrava os diálogos do ex-juiz Sergio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.

Adotou-se uma postura, comum ao Intercept, que foi publicar na integra os diálogos com o contexto. Isso vai ser seguido nas próximas reportagens? Vão sempre publicar a integra dos conteúdos?

A gente vai publicar sempre tudo que for possível, mantendo a intimidade e a privacidade das pessoas, e mantendo também algumas histórias que eventualmente estejamos apurando. Essa é a estratégia.

Até agora, uma parte dos veículos de imprensa deu mais importância à origem das mensagens e ao modo pelo qual elas foram obtidas do que propriamente ao conteúdo. Como avalia isso do ponto de vista jornalistico?

Olha, pra mim isso tudo é mau jornalismo. O que interessa mais à população brasileira, ou seja, o que tem maior Interesse público nesse debate? É a isso que se diz jornalismo. Jornalismo é uma profissão que lida fundamentalmente com interesse público. A gente serve à sociedade. Portanto, jornalismo é um serviço. O que ter mais interesse público neste momento no Pais: saber como operaram procuradores e o juiz da maior ação de combate à corrupção da história do Brasil? Ou você ficar especulando se houve ataque hacker de celular de x, ou z? Quem define a linha editorial a partir das especulações não está servindo ao interesse público. Se não serve ao interesse público, faz mau jornalismo. Os motivos, não sei.

O senhor acha que cabia ao site, e de modo geral ao jornalista, essa preocupação com a origem da informação? Vocês, em algum momento, chegaram a se perguntar se deveriam ou não publicar esse conteúdo?

Nós não estamos falando sobre a nossa fonte, então não dá informação sobre isso. Mas, nesse caso, a gente adotou o mesmo padrão de qualquer outro caso, que é o mesmo padrão adotado pelo melhor Jornalismo feito no mundo inteiro, que é: você recebe uma informação, um pacote de documentos, verifica a autenticidade e verifica se existe Interesse público naquilo. A partir do momento em que os documentos são autênticos e são de interesse público, você faz uma apuração consistente em cima para não cometer nenhuma injustiça. E, depois, você leva isso a conhecimento público. É assim que se faz bom jornalismo no New York Times, no The Guardian, no Washington Post, no La Republica, no Le Monde Diplomatique e na melhor Imprensa europeia e norteamericana. Então foi exatamente isso que a gente fez.

Obviamente que vocês sabiam que aquele conteúdo era, e é, explosivo e provocaria um terremoto politico em Brasilia e na própria Operação Lava Jato. Vocês estavam preparados para esta repercussão, inclusive do ponto de vista jurídico?

A partir do momento em que a gente recebeu o material, e começou a avaliar o material, identificando a autenticidade dele, a gente entendeu que aquilo era algo muito grande e muito importante por se tratar de uma operação que, nos últimos anos tornou conta do noticiário e mexeu muito com o cenário politico, econômico e eleitoral. Uma operação que mexeu muito com a vida social do Brasil. Do emprego ao voto, foi isso que a Lava Jato fez, para o bem e para o mal. A gente sabia que aquilo teria impacto bastante relevante. Obviamente a gente se cercou de muitas precauções. O Intercept tem uma preocupação jurídica muito forte, porque a gente sabe que pode ser alvo de guerra jurídica. Estamos preparados por isso. Nossos advogados leram todas as matérias, Tínhamos muita preocupação de não usarmos palavras equivocadas e cometemos injustiças. E depois nós nos asseguramos de que o arquivo fosse resguardado num lugar seguro fora do País para que não sofresse tentativa de bloqueio de conteúdo, com o sequestro do arquivo. Ou que o arquivo fosse copiado, roubado ou caísse em mãos erradas, fazendo com que todas as informações que são privadas, de foro intimo, que o Intercept não vai divulgar, causasse algum tipo de dano público à pessoa.

A decisão de fazer a publicação seriada, ou por capítulos, se deve exclusivamente à extensão do conteúdo? Porque o País fica em suspenso aguardando as próximas revelações. Acha que isso cria um clima prejudicial ou é natural diante de uma tarefa desse tamanho?

A ideia é basicamente organizar a cobertura, não deixar que isso fique solto. A gente criou um sistema organizado, que as pessoas possam ter uma ideia de timeline também, que possam voltar e entender as histórias, que crie organização e não se perca nisso. A ideia de fazer desse jeito foi por causa disso.

Quando receberam as informações, deve ter havido dúvida em relação à autenticidade do conteúdo. Nesse momento, vocês partiram
para uma fase de checagem para saber se algumas informações correspondiam a atitudes a desdobramentos na Lava Jato?

A gente fez vários processos de checagem de autenticidade, um deles fol esse, de bater fases e datas que aconteceram na Operação Lava Jato na época. Para saber se o mundo real estava correspondido naquela massa gigantesca de chats e situações que seria impossível que alguém conseguisse fraudar aquilo com aquela riqueza de detalhes. Outra coisa: existe a voz de cada um dos personagens. A gente consegue identificar, é facilmente perceptível quem está conversando. E outra coisa é que não temos só chats, mas também áudios. Temos um monte de arquivos de áudios e videos. Centenas e centenas e centenas de áudios. Esses áudios não são falsificáveis. impossível que alguém conseguisse falsificar, com a voz das pessoas envolvidas nesse processo, centenas e centenas. Eles estão ali para corroborar também a autenticidade. E, claro, tem a análise técnica. Existe uma forma de avaliar tecnicamente que esses arquivos tem uma autenticidade. Tanto garantimos, que quando as reportagens começaram a sair, nenhum dos envolvidos (ex-juiz, procurador e Lava Jato) colocou em dúvida a autenticidade do material. O atual ministro Inclusive falou que não via nada de mais nas conversas. Não há dúvida em relação à autenticidade, e qualquer tentativa de voltar atrás nas opiniões é mero esforço de mudar a narrativa da história.

Foi isso que o ministro e o procurador fizeram. Disseram que havia a possibilidade de que o hacker tenha feito enxertos ou adulterado uma ou outra declaração que estava contida ali. Acha que isso é uma mudança de narrativa de Moro e Dallagnol?

Eu vou responder com o que o ministro Sergio Moro falou, porque acho que mais claro do que isso é impossível. A gente colocou na nossa reportagem que ia deixar muito claro que o Intercept recebeu material muito antes de o ex-juiz declarar que seu celular tinha sido supostamente hackeado. Mesmo assim, quando Moro declara que seu celular foi hackeado, ele mesmo diz que nada foi subtraído do celular dele.

Uma das consequências da divulgação das reportagens tem sido uma reação raivosa nas redes sociais. Como vocês avaliam os riscos, inclusive pessoais? Vocês têm recebido ameaças?

A redação do Intercept já recebe ameaças há bastante tempo. A gente trata de temas complexos. Basta lembrar que a gente fez uma grande cobertura do assassinato da vereadora Marielle Franco, fomos o primeiro veículo a apontar o envolvimento de milícias. Enfrentamos também um processo eleitoral bastante turbulento com ameaças constantes. A gente tem uma expertise nisso e estamos preparados.

Que imagem surge da Lava Jato a partir do arquivo de vocês? Há uma fissura na imagem da força-tarefa?

O que dá pra saber até agora, pelas reportagens, é que a chave de leitura da Lava Jato mudou. E ela necessariamente precisa mudar. A partir das revelações que o Intercept trouxe, veem-se claramente multas intenções por trás da operação que não estavam à luz do sol. Muita gente, antes do domingo passado, poderia ter convicções pessoais sobre a não isenção do ex-juiz Moro ou sobre exageros e passadas de linha dos métodos da força-tarefa, mas agora, à luz do que já foi publicado, percebe-se uma outra ótica de olhar a operação. Essa ótica é mais do mundo real, da vida real. Não é a ótica da linguagem burocrática, não é a ótica das entrevistas de paletó, não é a ótica dos microfones oficiais, não é a ótica das coletivas de Imprensa. Agora temos uma ótica realmente de como operou a Lava Jato.

É possível que haja outras menções a figuras do Judiciário ao longo dos próximos capítulos?

Para evitar especulações, a gente não pode falar. Não podemos. O que foi mostrado no programa do Reinaldo Azevedo, na última quarta-feira, foi porque o ex-juiz Sergio Moro, que não contestou a autenticidade dos diálogos, disse que não via nada de mais naquele tipo de relacionamento. O que fiz foi trazer um trecho de pequeno diálogo entre Moro e Dallagnol citando um ministro do STF (Luiz Fux) para mostrar de novo para que a população julgue esse tipo de relação.

 

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