.
Há mais de um ano, os termos laranjas, fantasmas e rachadinhas rondam as manchetes sobre a vida política da família Bolsonaro; acusações de assessores que receberam sem registrar entrada nos órgãos públicos se somam a denúncias de devolução de salários em gabinetes e outras tantas ações sub-reptícias; conheça o nome dos 116 envolvidos nesse que um dos maiores escândalos de corrupção da história política brasileira
Da Agência Pública – Laranjas, fantasmas, rachadinha. Há mais de um ano, esses termos rondam as manchetes sobre a vida política da família Bolsonaro. Acusações de assessores que receberam sem registrar entrada nos órgãos públicos se somam a denúncias de devolução de salários em gabinetes, suspeitas de candidatas que repassaram verba pública para líderes do partido e até mesmo indícios de ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. A Pública reuniu os nomes de todos os envolvidos nessas denúncias e descreve quais as acusações sobre cada um.
Separamos os 116 nomes de pessoas e empresas em cinco grandes grupos que podem ser selecionados no menu abaixo: Fantasmas no gabinete de Jair Bolsonaro, Acusações no gabinete de Flávio Bolsonaro, Envolvidos com Flávio Bolsonaro têm sigilo quebrado, Candidatas laranja no PSL e Suspeitas no gabinete de Carlos Bolsonaro.
A lista será atualizada sempre que houver uma nova denúncia ou quando os casos forem julgados.
Veja aqui a lista com os 116 nomes ligados ao escândalo da família Bolsonaro.
As primeiras suspeitas de funcionários fantasmas envolvendo o PSL de Jair Bolsonaro começaram dentro do seu próprio gabinete durante seus mandatos como deputado federal. Em janeiro de 2018, foi revelado que Walderice Santos da Conceição, “a Wal do Açaí”, recebia salário como assessora apesar de trabalhar em uma sorveteria em Angra Dos Reis (RJ).
Em 2019, a Pública revelou uma série de assessores de Jair Bolsonaro que também eram pagos com dinheiro público, mas não registraram entrada na Câmara dos Deputados. Ao todo, 11 funcionários se enquadram nessa situação, sendo que alguns deles trabalharam também como assessores de seus filhos.
Em dezembro de 2018, a Operação Furna da Onça, da Polícia Federal, obteve um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre operações suspeitas de dezenas de assessores e ex-funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Dentre eles, estava Fabrício Queiroz, ex-assessor do então deputado estadual e hoje senador da República Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair.
O relatório apontou que Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em 12 meses, com mais de uma centena de saques de pequeno valor. As transações levantaram suspeitas de ocultação de patrimônio e de “rachadinha” — quando assessores que recebem salários devolvem parte do dinheiro para o político.
Ao longo de 2019, as investigações envolvendo assessores do gabinete de Flávio Bolsonaro implicaram outros funcionários e ex-funcionários. O próprio Jair Bolsonaro empregou alguns desses assessores, como a filha de Queiroz, Nathalia.
Em abril de 2019, o Ministério Público do Rio de Janeiro quebrou o sigilo de mais de 90 pessoas e empresas ligadas a Flávio Bolsonaro que podem estar envolvidas nos repasses. Há também suspeitas de lavagem de dinheiro com transações de imóveis. Entre as pessoas que tiveram o sigilo quebrado, estão parentes da segunda esposa de Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle.
Em 2019, surgiram diversas suspeitas de candidatas laranja do partido dos Bolsonaro: candidatas mulheres que receberam recursos do partido, tiveram votação inexpressiva e teriam devolvido parte do dinheiro para lideranças do partido. As acusações implicaram o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que chefiavam o PSL nacional e o de Minas Gerais, respectivamente.
Duas suspeitas que rondam o gabinete de Carlos Bolsonaro: uma assessora alegou nunca ter trabalhado para o vereador e um funcionário possuía dupla função, recebendo como assessor enquanto também trabalhava na equipe de Jair, em 2018.
…