MAIA QUER ANTECIPAR VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA E PEDE PARECER ATÉ 15 DE JUNHO

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MAIA QUER ANTECIPAR VOTAÇÃO DA PREVIDÊNCIA E PEDE PARECER ATÉ 15 DE JUNHO

Presidente da Câmara reiterou urgência da reforma e disse que busca votar a proposta no plenário no primeiro semestre com a maior economia possível.

economia.ig.com.br – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer antecipar o calendário de votação da reforma da Previdência. Ele afirmou, nesta terça-feira (28), que pedirá ao relator da proposta, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), que apresente seu parecer na comissão especial antes do dia 15 de junho.

“O tempo está ficando apertado e pedi ao relator que antecipe em uma semana ou cinco dias a leitura do texto. Esperamos chegar na economia que o ministro Paulo Guedes deseja para a Previdência [R$ 1 trilhão]”, disse Maia ao deixar a sede do Ministério da Economia, onde se reuniu com Guedes, secretários e outros 13 parlamentares.

Caso a apresentação do relatório seja antecipada, deve haver tempo da proposta ser votada também no plenário da Câmara ainda no primeiro semestre. “Eu sou sempre um otimista. A gente precisa terminar a matéria na Câmara no primeiro semestre”, cobrou o presidente da Casa.

Maia relatou que o encontro serviu para tratar também de projetos urgentes para o país, além da Previdência . O principal deles, segundo avalia, é a reforma do Estado. “Trouxe comigo um grupo de deputados de vários partidos para podermos organizar a votação de temas importantes para modernizar e melhorar a eficiência do Estado”, acrescentou.

Outro projeto que deve ser votado é o que trata do orçamento impositivo, que obriga o governo a Executar emendas de bancada de parlamentares. Maia afirmou que o governo negocia com parlamentares mudar esse texto para permitir que o dinheiro arrecadado com um megaleilão de petróleo seja dividido com estados e municípios.

ECONOMIA ‘MODELO’ PARA AMÉRICA DO SUL, CHILE TEM PREVIDÊNCIA EM XEQUE

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ECONOMIA 'MODELO' PARA AMÉRICA DO SUL, CHILE TEM PREVIDÊNCIA EM XEQUE

Presidente do Chile, Sebastian Piñera — Foto: Carlos Lemos/Reuters

País visitado por Bolsonaro nesta semana cresceu 4% em 2018, tem taxa de desemprego de 7% e inflação de 2,4% – mas há mais de uma década tenta consertar problemas graves em seu sistema de aposentadorias.

G1/GLOBO – Em 2018, enquanto o Brasil registrava, pelo segundo ano consecutivo, crescimento de 1%, a economia chilena avançou 4%. O desempenho não foi episódico – há anos os indicadores são superiores à média da América Latina. O país visitado pelo presidente Jair Bolsonaro nesta semana tem taxa de desemprego de 7% e inflação de 2,4%.

O modelo de estabilidade macroeconômica e o equilíbrio fiscal do Chile – cuja dívida pública bruta não passa de 25% – é uma inspiração para economistas de orientação liberal de países do continente.

Uma das reformas pioneiras feitas no país, porém, é hoje um dos principais desafios do Chile. Em 1983, o sistema público de Previdência foi convertido em privado e passou a seguir um modelo de capitalização – no qual se inspirariam anos mais tarde México, Colômbia e Peru.

Décadas depois, uma geração de aposentados submetidos às mudanças instituídas no regime do ditador Augusto Pinochet recebem benefícios muito inferiores ao necessário para cobrir suas necessidades básicas.

O problema foi objeto de uma grande reforma em 2008, na gestão de Michelle Bachelet, que criou um pilar solidário (público) para o sistema. Dez anos depois, o presidente Sebastián Piñera – com quem o Bolsonaro se reúne neste sábado – prepara novas mudanças para tentar elevar o valor médio das aposentadorias e diminuir o nível de pobreza na terceira idade.

O modelo de crescimento do Chile

Professora da Universidade Adolfo Ibáñez, Andrea Repetto ressalta que “o Chile está há 40 anos fazendo reformas na direção de uma economia mais robusta”.

A ditadura Pinochet, que se estendeu de 1973 a 1990, abriu a economia e promoveu uma série de mudanças pró-mercado com base na cartilha neoliberal da chamada Escola de Chicago, onde estudaram diversos membros da equipe econômica do general.

Desde a redemocratização, continua a economista, os governos de diferentes orientações que se revezaram no poder sempre estiveram preocupados com a estabilização macroeconômica. “Essa é uma peça fundamental (do modelo de crescimento).”


Dívida do setor público no Chile — Foto: BBC Brasil

Nesse sentido, o país mantém um Banco Central independente, “autenticamente autônomo” – que permitiu, através da política de juros, derrubar a inflação que chegou a 26% em 1990 para os atuais 2,4%.

Além disso, há uma ideia sedimentada de que o setor público não pode gastar mais do que arrecada. Um “compromisso fiscal” que era informal e virou lei cerca de uma década atrás – uma espécie de teto de gastos à chilena, mas com o avanço das despesas condicionado não à inflação, como é o caso da emenda constitucional aprovada no Brasil em 2016, mas à expectativa de arrecadação.

“Existe a noção de que o Estado precisa poupar para estar preparado para o momento em que eventualmente o preço do cobre caia”, pondera a pesquisadora chilena.

O cobre é há décadas elemento importante da economia chilena. Segundo o analista da Oxford Economics James Watson, o setor de mineração responde por algo entre 7% e 10% do PIB.

Apesar de o percentual ser menor que no passado, a flutuação dos preços da commodity ainda tem impacto direto sobre a economia. A queda nos preços do cobre no período entre 2014 e 2017, exemplifica o economista, foi um dos principais responsáveis pela desaceleração da atividade.

Para ilustrar a relevância do setor, Andrea Repetto lembra a greve de 43 dias em 2017 no maior campo de cobre do mundo, da mineradora Escondida, que, sozinha, derrubou o crescimento do primeiro trimestre.

Miguel Ricaurte, economista-chefe para a região andina do Banco Itaú, ressalta que “a administração responsável” da arrecadação fiscal proporcionada pelo cobre permitiu que outros setores também se desenvolvessem no decorrer das últimas décadas.

“Dito isso, o Chile ainda precisa diversificar sua matriz produtiva e de exportações para ser menos dependente dos ciclos das matérias-primas.”

A capitalização da Previdência e o aumento da pobreza
O crescimento econômico, entretanto, não foi suficiente para conter os desequilíbrios do sistema de aposentadorias do país, que desde 1983 segue um modelo de capitalização gerido pelo setor privado.

O principal problema do modelo chileno é o baixo valor dos benefícios. De acordo com Felipe Bruno, líder de Previdência da consultoria Mercer no Brasil, nove em cada dez aposentados no país recebe o equivalente a menos de 60% de um salário mínimo, que hoje é de cerca de US$ 450.

A principal razão, segundo Guillermo Larráin, professor da Universidade do Chile, é o fato de que as contribuições feitas pelos trabalhadores – hoje de 10% do salário – não são suficientes para garantir uma renda que satisfaça as necessidades básicas dos chilenos aposentados.


Pilar solidário foi instituído em 2008, no governo de Michelle Bachelet — Foto: Alexandre Durão/G1

Apenas para efeito de comparação – já que o modelo brasileiro é essencialmente diferente do que vigora no vizinho -, a contribuição previdenciária paga pelos empregados no Brasil vai de 8% a 11% da remuneração, mas as empresas recolhem para o INSS o equivalente a 20% do salário do funcionário.

“Quando a reforma foi feita no Chile, existia um otimismo irracional a respeito da capacidade de poupança do sistema”, diz o economista.

Além da questão da contribuição em si, as oscilações da economia chilena – que, como a maioria dos países do continente, alterna ciclos de crescimento com períodos de crise – prejudicaram a rentabilidade dos fundos de pensão.

Ao contrário do sistema público, no sistema de contas individuais as taxas de juros são extremamente importantes, porque determinam quanto o que foi poupado vai valer no futuro e, portanto, o nível de renda dos aposentados.

Felipe Bruno, da Mercer, ressalta ainda o fato de que há pouca concorrência entre gestoras de fundos de pensão no país, que cobram taxas de administração muitas vezes elevadas e que muitas vezes são pouco transparentes.

O sistema já sofreu mudanças nas últimas décadas e passa novamente por uma reforma.

Em 2008, lembra Andrea Repetto, foi instituído o pilar solidário, que passou a pagar benefícios assistenciais àqueles em situação de vulnerabilidade social.

Nessa época foram criadas, por exemplo, a chamada Pensión Básica Solidária de Vejez (PBSV), que varia entre US$ 180 e US$ 215, e o Aporte Previsional Solidario de Vejez (APSV), subsídio pago a quem ganha menos de US$ 470, para complementar a renda.

Essa mudança, diz a economista, em paralelo ao crescimento econômico, é um dos principais responsáveis pela expressiva e recente redução da pobreza no país – que, de acordo com os números do Banco Mundial, caiu de 26% no ano 2000 para cerca de 8% em 2015.

Em outubro do ano passado, o presidente Sebastián Piñera propôs novas alterações na legislação para tentar elevar gradualmente o nível baixo das aposentadorias e reduzir o nível de pobreza e vulnerabilidade dos chilenos na velhice.

A proposta encaminhada ao Congresso prevê um aumento gradual da alíquota previdenciária de 10% para 14%. A diferença seria paga pelas empresas, que até então só contribuíam em casos de profissões insalubres.

“Sabemos que hoje as aposentadorias são muito baixas e inferiores às expectativas de nossos idosos”, disse ele durante o pronunciamento.

As medidas, que ainda precisam ser aprovadas pelo Legislativo chileno, preveem também um reforço do pilar solidário. A previsão é que esse tipo de gasto cresça de 0,8% para 1,12% do PIB.

Em comunicado veiculado em rede nacional, Piñera ressaltou que, dos 2,8 milhões de aposentados no Chile, mais da metade – 1,5 milhão – necessitam de auxílio do pilar solidário.

Do total de pessoas que dependem do pilar solidário, 62% são mulheres – que em geral têm uma participação mais intermitente no mercado de trabalho, muitas vezes interrompida pela maternidade.

IMPEACHMENT DE BOLSONARO DESANDA: RODRIGO MAIA É CONTRA E MOURÃO NÃO É CONFIÁVEL

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IMPEACHMENT DE BOLSONARO DESANDA: RODRIGO MAIA É CONTRA E MOURÃO NÃO É CONFIÁVEL

Os presidentes do STF, Dias Toffoli, da Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Davi Alcolumbre, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (Foto: Agência Brasil)

Revista Fórum – As informações são da coluna de Mônica Bergamo. Maia, que votou a favor do impeachment de Dilma, afirma desta vez que deputados não podem recorrer a atalhos antidemocráticos.

De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, as discussões sobre um eventual impeachment de Jair Bolsonaro, que ganharam impulso na semana passada, começaram a arrefecer.

A razão principal, conforme apurado pela colunista, é que o vice-presidente, Hamilton Mourão, não inspira confiança suficiente no universo político para ganhar apoio e assumir o cargo.

O mesmo não acontecia, por exemplo, com Michel Temer, quando era o vice de Dilma Rousseff.

A outra razão é que o tema está, neste momento, fora do radar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Maia, que votou a favor do impeachment de Dilma, já afirmou a interlocutores que, se os deputados pregam o fortalecimento das instituições, não podem recorrer a atalhos antidemocráticos, tentando criar um ambiente “sem base” para o impeachment.

Sem a anuência dele, que comanda a pauta do parlamento, propostas de impedimento não conseguem prosperar.

Ele tem se posicionado também contra as propostas de semipresidencialismo, que limitariam o poder de Bolsonaro.

Mourão se torna presidente nos casos de impeachment, renúncia ou morte do presidente. Ele só não assumiria caso o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) casasse a chapa completa que concorreu à eleição em 2018 — Bolsonaro como presidente e ele como vice.

Caso isso ocorresse antes de Bolsonaro e Mourão completarem dois anos de mandato, seriam convocadas eleições diretas. Depois de dois anos, eleições indiretas.

 

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BOLSONARO PEDE E JOVEM PAN DEMITE MARCO ANTONIO VILLA

BOLSONARO PEDE E JOVEM PAN DEMITE MARCO ANTONIO VILLA

O apresentador da Jovem Pan Marco Antonio Villa foi demitido da emissora; o afastamento seria decorrente das críticas ao governo Jair Bolsonaro e membros da atual gestão como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP); com a demissão, a Jovem Pan torna-se explicitamente bolsonarista, de olho em verba publicitária; liberdade de expressão em xeque

Brasil247 – Crítico do governo Jair Bolsonaro, o apresentador da Jovem Pan Marco Antonio Villa foi demitido da emissora. O afastamento seria decorrente das críticas à gestão do atual presidente e membros como o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o escritor Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro.

Com a demissão, a Jovem Pan torna-se explicitamente bolsonarista, de olho em verba publicitária.

Villa foi porta-voz da extrema-direita no processo que terminou com o golpe contra Dilma Rousseff, em 2016. Agora a direita começa a punir quem se mostra contra suas políticas. A liberdade de expressão está definitivamente em xeque.

Uma das críticas do apresentador ao governo aconteceu em março, quando o jornalista rechaçou a ideia de liberar o acesso ao Brasil de norte-americanos sem visto. Também bateu duro no deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), para quem brasileiro que migra ilegalmente para os Estados Unidos é uma vergonha.

“A questão do visto. Sem reciprocidade? Quer dizer que americano entra no Brasil sem visto e o brasileiro [não pode fazer o mesmo]? Aí, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro, diz que o brasileiro que é imigrante clandestino nos EUA é uma vergonha. Vergonha é você, Eduardo, que põe boné do Trump. Você é uma vergonha, não o brasileiro que vai lá trabalhar. É inacreditável a irresponsabilidade”, disse Villa.

“Esta viagem está sendo desastrosa e, não o digo com prazer, os resultados serão desastrosos”, acrescentou

O apresentador também já afirmou que o chanceler Ernesto Araújo está a serviço de uma potência estrangeira. “Quando eu falo de política externa, penso no nosso Brasil. A recuperação econômica não pode ser prejudicada pela irresponsabilidade de uma política externa a serviço de interesses antinacionais e que coloquem em risco a segurança do Brasil”, disse ele em comentário publicado no site da emissora no dia 14 deste mês.

 

MPF AUTORIZA DONO FORMAL DO SÍTIO DE ATIBAIA A VENDER O IMÓVEL

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MPF AUTORIZA DONO FORMAL DO SÍTIO DE ATIBAIA A VENDER O IMÓVEL

Parecer foi entregue ao juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Nele, a força-tarefa da Lava Jato solicita avaliação judicial da propriedade, o que reforça que o imóvel não é de Lula.

O mesmo Ministério Público Federal (MPF), que acusa Lula de ser proprietário do famoso sítio de Atibaia, se posicionou favoravelmente à solicitação do empresário Fernando Bittar, o verdadeiro dono do imóvel, para vender a propriedade.O parecer foi entregue ao juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Nele, a força-tarefa da Lava Jato solicitou uma avaliação judicial da propriedade rural.

“O Ministério Público Federal se manifesta favoravelmente ao pedido formulado por Fernando Bittar, requerendo que seja realizada a avaliação judicial do sítio Santa Bárbara e após, para que o requerente realize a venda do imóvel pelo valor mínimo indicado na avaliação, apresentando a proposta de compra a esse i. juízo, ficando condicionado que os valores decorrentes da venda sejam depositados em conta judicial”, disseram os procuradores.


MPF autorizou Fernando Bittar a vender o imóvel que rendeu condenação ao ex-presidente Lula

A decisão reforça os argumentos apresentados pelos advogados de defesa do ex-presidente de que Lula não é dono do sítio, conforme quiseram forçar os procuradores da Lava Jato.

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RELATOR ESPECIAL DA ONU EXPLICA COMO MULTINACIONAIS ALIMENTAM A ULTRADIREITA

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RELATOR ESPECIAL DA ONU EXPLICA COMO MULTINACIONAIS ALIMENTAM A ULTRADIREITA

As 500 empresas multinacionais privadas têm 52% do PIB do mundo, que monopolizam um poder econômico-financeiro, ideológico e político que jamais um imperador ou papa teve na história da humanidade.

As 500 empresas multinacionais privadas têm 52% do PIB do mundo (todos os setores reunidos, bancos, serviços e empresas). Elas monopolizam um poder econômico-financeiro, ideológico e político que jamais um imperador ou papa teve na história da humanidade. Eles escapam de todos os controles de estado, parlamentares, sindicais ou qualquer outro controle social. Eles têm uma estratégia só: maximização dos lucros, no tempo mais curto e não importa a qual preço humano.

Elas são responsáveis, sem dúvida, por um processo de invenção científica, eletrônica e tecnológica sem precedentes, e de fato extraordinário. Até o fim da URSS, um terço dos habitantes do mundo vivia sob algum tipo de regime comunista. Havia a bipolaridade da sociedade dos Estados. O capitalismo estava regionalmente limitado.

A partir de 1991, o capitalismo se espalhou como fogo de palha por todo o planeta e instaurou uma só instância reguladora: a mão invisível do mercado. Isso também produziu uma ideologia que totalmente alienou a consciência política dos homens. Há, hoje, uma ideologia que dá legitimidade a uma só instância de regulação: o neoliberalismo. Esse sistema sustenta que não são os homens, mas os mercados que fazem a história e que as forças do mercado obedecem às leis da natureza.

Relator especial da ONU explica como as “sociedades multinacionais privadas” tornaram-se as verdadeiras donas do mundo, e impedem qualquer Estado, cidadão ou política social de conter fome, pobreza e as crises humanitárias

Jean Ziegler é uma ave rara na cena política suíça, encarnando há quase meio século a figura do intelectual público de projeção global. Seu ativismo político e atuação internacional, como relator especial da ONU, rendeu-lhe uma extensa gama de inimigos, não só entre os bancos, empresários e lideranças conservadoras, mas até mesmo no campo mais progressista. Mas Ziegler continua um observador ativo, e nota que os cidadãos das grandes democracias vivem um “desespero silencioso e secreto”.

Ele, porém, não perde a esperança e insiste que a resposta à atual crise está no fortalecimento de uma sociedade civil planetária. Para Ziegler, os acontecimentos nos últimos anos e a impotência do sistema político em dar respostas mostram que a “democracia representativa está esgotada”.

Eis a entrevista

Vemos em diferentes partes do mundo uma reação popular contra partidos tradicionais e contra a política. Também vemos a vitória de políticos como Orban, Trump, Salvini e Bolsonaro. Por qual motivo o sr. acredita que estamos vendo essa onda?

O mundo se tornou incompreensível para o cidadão, que não mais consegue ler o mundo. As 500 empresas multinacionais privadas têm 52% do PIB do mundo (todos os setores reunidos, bancos, serviços e empresas). Elas monopolizam um poder econômico-financeiro, ideológico e político que jamais um imperador ou papa teve na história da humanidade. Eles escapam de todos os controles de estado, parlamentares, sindicais ou qualquer outro controle social. Eles têm uma estratégia só: maximização dos lucros, no tempo mais curto e não importa a qual preço humano.

Elas são responsáveis, sem dúvida, por um processo de invenção científica, eletrônica e tecnológica sem precedentes, e de fato extraordinário. Até o fim da URSS, um terço dos habitantes do mundo vivia sob algum tipo de regime comunista. Havia a bipolaridade da sociedade dos Estados. O capitalismo estava regionalmente limitado.

A partir de 1991, o capitalismo se espalhou como fogo de palha por todo o planeta e instaurou uma só instância reguladora: a mão invisível do mercado. Isso também produziu uma ideologia que totalmente alienou a consciência política dos homens. Há, hoje, uma ideologia que dá legitimidade a uma só instância de regulação: o neoliberalismo. Esse sistema sustenta que não são os homens, mas os mercados que fazem a história e que as forças do mercado obedecem às leis da natureza.

E qual é a implicação disso para o cidadão?

As forças do mercado trabalham com as forças da natureza e o homem é dito que não é mais o sujeito da história. No neoliberalismo, não é mais o homem que é o sujeito da história. Cabe ao homem se adaptar a esse mundo.

De fato, entre o fim da URSS no começo dos anos 1990, e o ano de 2000, o PIB mundial dobrou. O volume do comércio se multiplicou por três e o consumo de energia dobrou em quatro anos. Isso é um dinamismo formidável. Mas isso tudo ocorreu de uma forma concentrada e nas mãos de um número reduzido de pessoas.

Se considerarmos a fortuna pessoal dos 36 indivíduos mais ricos do mundo, segundo a Oxfam, ela é igual à renda dos 4,7 bilhões de pessoas mais pobres da humanidade. A cada cinco segundos, uma criança com menos de dez anos morre de fome ou de suas consequências imediatas.

E no mesmo relatório sobre a insegurança alimentar no mundo da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) diz: no atual estado de seu desenvolvimento, a agricultura mundial poderia alimentar normalmente 12 bilhões de seres humanos. Ou seja, quase o dobro da humanidade – somos 7,7 bilhões de pessoas hoje. Não há fatalidade. A fome é feita pelas mãos do homem e pode ser eliminada pelos homens. Uma criança que morre de fome é assassinada.

Isso é sustentável?

De forma alguma. A desigualdade não é só moralmente vergonhosa. Mas ela também faz com que o estado social seja esvaziado. Os mais ricos não pagam impostos como deveriam. Os paraísos fiscais, o sigilo bancário suíço – que continua – isso tudo ainda permite uma enorme opacidade. Empresas são contratadas para criar estruturas que impedem que os reais donos do dinheiro sejam encontrados em sociedades offshore. Os documentos revelados pelos Panama Papers mostram muito bem isso. Portanto, podemos dizer que as maiores fortunas do mundo e as maiores multinacionais pagam os impostos que querem.

E qual a consequência disso?

O fato que os mais ricos pilham o país e não pagam impostos gera duas situações: esvaziam a capacidade social de resposta dos governos e impedem contribuições obrigatórias dos países mais ricos às organizações especializadas da ONU que lutam contra a miséria no mundo. Portanto, esse sistema mata.

No fundo, essa ditadura do mercado faz com que os cidadãos entendam que não é o governo pelo qual eu votei que tem o poder de definir o destino. Isso cria uma insegurança completa e a desigualdade não é controlável. Se não bastasse, o cidadão é informado que seu emprego passa por um período profundo de flexibilização. A França, a segunda maior economia da Europa, tem 9 milhões de desempregados e três quartos dos empregos no setor privado são contratos de duração limitada (CDD, contrato de duração determinada). Outros milhões vivem de forma precária, como a maioria dos aposentados.

Quem são, portanto, os atores que influenciam o destino econômico de um país?

Vou dar um exemplo. As sociedades multinacionais privadas são as verdadeiras donas do mundo. Nos EUA, sob a administração Obama, foi criado uma lei que proibia o acesso ao mercado americano de minerais que tenham sido extraídos por crianças em suas minas, principalmente do Congo. O cobalto, por exemplo, foi um deles.

Essa lei gerou a mobilização de Glencore, RioTinto e tantas outras, denunciando que era inaceitável, pois era contra a liberdade dos mercados. Uma das primeiras medidas que Donald Trump tomou ao assumir o governo, em janeiro de 2017, foi a de acabar com essa lei. Como este, existem muitos outros exemplos no meu livro.

Em quais setores?

A agricultura é outro. Em 2011, três semanas antes da reunião do G7 em Cannes, o então presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi à televisão e declarou que iria propor que a especulação nas bolsas e no mercado financeiro fosse proibida, principalmente sobre o arroz, milho e trigo e outros produtos agrícolas de base. Isso seria uma forma de lutar contra o aumento de preços dos alimentos básicos, especialmente nos países mais pobres.

Faltando poucos dias para o G7, a França retirou sua proposta, depois de ter sido pressionada pelas grandes empresas do setor, como Unilever, Nestlé e outras. Essa mobilização impediu uma ação do presidente da França.

Portanto, voltando ao ponto inicial: o capitalismo é o modo de produção que mais mostrou vitalidade nos avanços tecnológicos e de inovação e tem uma produtividade muito superior a qualquer outro do passado, incluindo o da escravidão. Mas, ao mesmo tempo, o modelo capitalista escapa de todo o controle político, sindical ou da ONU. Eu insisto: ele funciona sob apenas um princípio, que é o da maximização dos lucros, no tempo mais curto possível e a qualquer preço.

E o que isso significa para uma democracia?

É um sistema que priva o cidadão, mesmo numa democracia, de todo tipo de resposta efetiva à precariedade, à desigualdade que destrói o estado social. E é nesse contexto que se cria uma espécie de desespero silencioso e secreto entre os cidadãos. E, como sempre ocorreu na história e como ocorreu nos anos 30 na Alemanha, é neste momento que vêm os grupos de extrema-direita com sua estratégia de criar um bode expiatório.

De que forma?

O discurso é simples. Eles chegam a declaram ao cidadão: sim, sua situação é insuportável. Você tem razão. Não falam como outros que tentam dar esperanças ou dizer que as coisas vão melhorar. Mas, num segundo momento, o que fazem? Apresentam um bode expiatório para essa crise. Na Europa, eles são os imigrantes e os refugiados.

Justamente, em comum, esses movimentos denunciam a entrada de estrangeiros em seus países. Como o senhor avalia?

São governos europeus que cometem crimes contra a humanidade, ao recusar de examinar os pedidos de asilo dos refugiados. O direito a pedir asilo é uma convenção internacional de 1951, ratificada por todos os países, e os governos são obrigados a receber os pedidos.

Os eslovacos, por exemplo, aceitaram apenas 285 refugiados, sob a condição de que sejam cristãos. Em outros locais, como na Hungria, crianças estão na prisão. Mas mesmo assim esses governos continuam sendo sancionados pela UE, que continua a lhes enviar dinheiro. Só Viktor Orban (primeiro-ministro húngaro) recebeu 18 bilhões de euros no ano passado em fundos de solidariedade da Europa. As sanções, portanto, são inexistentes.

E qual tem sido o resultado dessa estratégia desses grupos populistas na Europa?

Eles mudam de paradigma e ganham força. Basta ver os resultados do partido Alternativa para a Alemanha (AfD). Hoje, eles têm o mesmo número de representantes no Parlamento que o tradicional SPD, o partido social democrata alemão que já nos deu políticos como Willy Brandt. O mesmo ocorreu com Matteo Salvini na Itália, Viktor Orban na Hungria, e ainda na Holanda, na Áustria. A estratégia do bode expiatório é uma estratégia que tem funcionado. Além disso, a consciência coletiva está sendo cimentada por uma ideologia neoliberal de que o homem não é mais o sujeito da história e que apenas pode se adaptar à situação e às forças do mercado, que obedecem às leis naturais.

Mas, voltando ao ponto da representatividade, tal cenário não ameaça minar a própria democracia?

Jean Jacques Rousseau publicou seu livro O Contrato Social em 1762, que foi a Bíblia para a revolução francesa. Ele descreveu a soberania popular e o fato de dar a voz a alguém para me representar. A delegação é um pilar do contrato social. Mas esse contrato social, que é a fundação da República, está esgotado. Essa democracia representativa está esgotada.

O povo não acredita mais nela. O povo vê que, ao votar em um deputado, não é ele que toma decisões, mas a ditadura mundial das oligarquias do capital financeiro globalizado. Portanto, há uma percepção de que ela não serve para nada. Não é ele quem vai garantir meu trabalho.

Ao mesmo tempo, esse povo não está disposto a abrir mão de seu poder e nem de sua capacidade de intervenção. No caso dos Coletes Amarelos, na França, um dos pontos principais é o apelo por um referendo popular como mecanismo. O que eles estão dizendo: o Parlamento faz o que quer. Queremos ter o direito de propor leis, de votar por elas. Hoje, a democracia representativa não funciona, num período de total alienação.

Quais são as respostas possíveis?

Retirar essa placa de cimento das consciências, que foi imposta. Liberar a consciência dos homens que é, por natureza, uma consciência de identidade. Se uma pessoa, seja de qual classe social ele for ou de qualquer religião, vir diante dele ou dela uma criança martirizada, algo de si afunda. Ele se reconhece imediatamente nela. Somos a única criatura na terra com essa consciência de identidade. E é por isso que milhões de jovens na Europa e na América do Norte se mobilizam em imensos cortejos, todas as semanas, pela sobrevivência do planeta e contra o capitalismo. O que eles estão dizendo aos seus governos? Que assim não podemos continuar. Façam algo contra essa ordem canibal do mundo.

A questão climática pode ser decisiva nesse contexto para modificar a forma de pensamento?

Pelo Acordo de Paris, cada um dos 190 estados que assinaram assumiu obrigações precisas para limitar as emissões de CO2 na atmosfera. 85% do CO2 emitido vem de energias fósseis. O acordo pede que as cinco maiores empresas de petróleo reduzam 50% de suas emissões até 2030 e de dar parte dos lucros ao desenvolvimento de energia alternativas, como solar, eólica e outras.

Mas o que é que ocorreu desde 2015? As cinco grandes empresas de petróleo do mundo aumentaram, em média, sua produção em 18%. E financiaram energias alternativas somente em 5%. Os jovens dizem: isso não funcionará.

Então, existe esperança?

Por anos, fui membro do Conselho Executivo da Internacional Socialista. Seu presidente, Willy Brandt, dizia a nós jovens, como eu, Brizola e Jospin: não se preocupem. A cada votação, vamos avançar aos poucos e as pessoas vão se dar conta. Lei por lei, vamos instaurar uma democracia social, igualdade de oportunidades e justiça social. Mas isso não ocorreu. No lugar do progresso da democracia social, o que vimos foi a instauração da ditadura mundial de oligarquias do capital financeiro globalizado que dá suas ordens, mesmo aos estados mais poderosos.

Desde a queda do Muro de Berlim em 1989, a liberalização do mercado e a perda do poder normativo dos estados avançou mais que nunca e, ao mesmo tempo, a desigualdade social aumentou. Mas Brandt também nos dizia: quando vocês falarem publicamente, é necessário dar esperança. O discurso deve ser analiticamente exato. Mas ele precisa ser concluído com uma afirmação de esperança. Caso contrário, é melhor ficar em casa.

Mas onde está essa esperança?

É a sociedade civil planetária. É a misteriosa fraternidade da noite, a miríade de movimentos sociais – Greenpeace, Anistia Internacional, movimento antirracista, de luta pela terra – que lutam contra a ordem canibal do mundo, cada qual em seu domínio. São entidades que não obedecem a um comitê central ou a uma linha de partido, e que funcionam por um só princípio: o imperativo categórico.

Emmanuel Kant dizia: “a desumanidade infligida a um outro humano destrói a humanidade em mim”. Eu sou o outro e outro sou eu. Essa consciência, em termos políticos, cria uma prática de solidariedade entre os indivíduos e reciprocidade entre povos. Mas essa sociedade é invisível. Não tem uma sede. Ela é visível cinco dias por ano, no Fórum Social Mundial, organizado pelos brasileiros em Porto Alegre.

O escritor francês George Bernanos escreveu: “Deus não tem outra mão que seja a nossa”. Ou somos nós que mudaremos essa ordem canibal do mundo, ou ninguém o fará.

Notas:
[1] Jean Ziegler ocupa hoje a vice-presidência do Comitê Consultivo do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

[2] Em seu novo livro – Le capitalisme expliqué à ma petite-fille (en espérant qu’elle en verra la fin) – O capitalismo explicado à minha neta (com a esperança que ela veja o fim), da editora Seuil, o sociólogo tenta dissecar o sistema atual de produção e suas consequências para a cidadania.

[3] Ziegler já foi deputado federal, professor da Universidade de Genebra e professor da Universidade Paris Sorbonne. No início do século XXI, ele foi ainda o primeiro relator da ONU para o direito à alimentação.

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RICOS JÁ ENTENDERAM QUE BOLSONARO NÃO RESOLVE

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RICOS JÁ ENTENDERAM QUE BOLSONARO NÃO RESOLVE

Presidente do Instituto Vox Populi, o sociólogo Marcos Coimbra constata que os mais ricos “já entenderam que Bolsonaro não resolve” a questão econômica do País e que tal sentimento chegará na base da sociedade; “Até o fim desse semestre, o que existe de bolsonarismo vai diminuir a cada dia”, projeta o analista; assista.

Brasil247 – Presidente do Instituto Vox Populi, empresa que realiza pesquisas de opinião, o sociólogo Marcos Coimbra constata, em participação no programa “Giro das 11”, na TV 247, que os mais ricos “já entenderam que Bolsonaro não resolve” a questão econômica do País e que tal sentimento chegará na base da sociedade. “Até o fim desse semestre, o que existe de bolsonarismo vai diminuir a cada dia”, projeta o analista.

Ao observar os atos pró-Bolsonaro ocorridos neste domingo (26), Coimbra considera que “para a manifestação ter consequência significativa, ela teria que ser muitas vezes maior do que foi”. “Do jeito que aconteceu, não mudou em nada”, ressalta.

“Participaram do ato, como bem lembrou o jornalista Juca Kfouri, ‘gente gorda e branca’, pessoas que gostam de teses fascistas, que não aceitam divergências. Essas pessoas foram às ruas aplaudir o presidente e não para defender as reformas propostas pelo governo, como foi divulgado pela mídia”, elucida.

Ao analisar a queda brusca de popularidade do capitão reformado, Coimbra considera que Bolsonaro fez duas promessas que não serão alcançadas em apenas um ano. “Ele prometeu segurança aos mais pobres e o equilíbrio da economia aos mais ricos, isso é algo impossível”, aponta.

O analista considera que a oposição deve ser propositiva em relação ao governo. “Não é correto ficar nesse revanchismo porque a oposição perdeu a eleição, mas sim porque Bolsonaro é um péssimo presidente e está cercado de incompetentes”, pondera.

Assista o vídeo.

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APROVAÇÃO DE BOLSONARO ENTRE INVESTIDORES CAI DE 86% PARA APENAS 14% – JÁ PODE RENUNCIAR

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APROVAÇÃO DE BOLSONARO ENTRE INVESTIDORES CAI DE 86% PARA APENAS 14% - JÁ PODE RENUNCIAR

PLANTÃO BRASIL – Despencou a aprovação do governo de Jair Bolsonaro entre importantes agentes financeiros que atuam no mercado brasileiro. Em abril, 28% consideravam o desempenho do presidente “ótimo” ou “bom”. Agora, a taxa caiu para 14%.

Ao mesmo tempo, disparou de 24% para 43% os que rejeitam Bolsonaro.


Esses são os principais resultados de uma pesquisa (íntegra) que vem sendo realizada regularmente pela XP Investimentos com 1 público seleto de investidores institucionais. Trata-se de 1 grupo formado por gestores de recursos, economistas e consultores. Foram entrevistadas 79 pessoas nos dias 22 a 24 de maio.

A XP também faz pesquisas regulares sobre popularidade presidencial entre todos os eleitores. No último levantamento, Bolsonaro viu pela primeira vez em seu mandato a curva de aprovação ficar abaixo da de rejeição: 36% a 34%.

BOLSONARO AVALIADO PELO MERCADO

Eis alguns outros temas abordados pelo levantamento da XP divulgado nesta 2ª:

-expectativa de governo: caiu de 60% para 27% a expectativa positiva (ótimo+bom) para o restante do mandato do governo Bolsonaro. A expectativa negativa (ruim+péssimo) saltou de 13% para 23%, alta de 10 pontos percentuais;

-relacionamento com o Congresso: a maioria dos investidores institucionais (71%) acha que vai ficar como está. Para 16%, o relacionamento com o Congresso vai piorar. Outros 13% acham que vai melhorar;

-avaliação do Congresso: melhorou em relação a abril. O percentual de agentes do mercado que classificam como ótima ou boa a atuação do Legislativo subiu de 15% para 32%. O grupo que avalia como ruim ou péssimo caiu de 40% para 25%;

-reforma da Previdência: 80% dos agentes financeiros acham que será aprovada em 2019, mesmo percentual registrado em fevereiro. A economia esperada com a reforma é de R$ 700 bilhões em 10 anos;

-dólar e Bolsa: sem reforma da Previdência, os operadores do mercado financeiro estimam que a B3 cairia 20%, para 75.000 pontos, e o câmbio subiria 12%, para R$ 4,50. Já se uma reforma com impacto de 50% da proposta inicial for aprovada, eles estimam que a Bolsa pode subir 7% e o câmbio ficar em R$ 3,90.

 

 

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CONGRESSO REVIDA COM CASSAÇÃO DE MANDATO DE BOLSONARO

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CONGRESSO REVIDA COM CASSAÇÃO DE MANDATO DE BOLSONARO

O k-suco promete ferver nesta semana em Brasília. O Congresso Nacional planeja o revide com a revogação do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

As manifestações de domingo (26), apesar de centrar fogo no parlamento, não intimidaram os congressistas. Ao menos 70% se sentiram atingidos pelas críticas bolsonaristas.

Uma das possibilidades de retaliação é com a aprovação do “recall” para o mandato de Bolsonaro e o fim da reeleição para presidente da República.

A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) já pronta e será analisada nesta terça (28) pelo colégio de líderes. A iniciativa conta com a simpatia de parlamentares do DEM, PSDB, MDB e PP. Ela é relatada pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

O objetivo do Congresso –e do Centrão– é poder remover o presidente sem a necessidade do processo de impeachment. A ideia consiste na coleta de 10% de assinatura dos eleitores que compareceram às urnas na eleição presidencial (cerca de 16 milhões de eleitores). O próximo passo seria convocado um referendo popular para decidir se revoga ou não o mandato de Bolsonaro.

Se aprovado pelo Senado, onde tramita, a PEC ainda precisaria passar pelo crivo da Câmara. A casa é presidida por Rodrigo Maia (DEM-RJ), alvo preferencial de correligionários do capitão nesse domingo.

BOLSONARO DESPENCA 72 PONTOS, DIZ PESQUISA XP

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BOLSONARO DESPENCA 72 PONTOS, DIZ PESQUISA XP

Pesquisa da XP Investimentos divulgada nesta segunda-feira (27) revela que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) despencou 72 pontos em aprovação, durante quatro meses, entre agentes do mercado.

De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 22 e 24 de maio (antes, portanto, das manifestações de domingo), a percepção ótima ou boa do governo do pesselista despencou de 86% em janeiro para atuais 14%.

Na prática, o mercado está dizendo que já abandonou Bolsonaro e não acredita mais na ladainha da reforma da previdência (fim da aposentadoria) proposta pelo demissionário ministro da Economia, Paulo Guedes.

“No sentido oposto, o nível de ruim ou péssimo saltou de 1% para 43% no mesmo intervalo”, diz a pesquisa da XP, que sondou 79 investidores institucionais, entre gestores de recursos, economistas e consultores de grupos nacionais e estrangeiros.

Apesar do pessimismo do mercado, Jair Bolsonaro ainda tem um “piso” de apoio aproximado de 20% da população — como demonstrou o ativista social Milton Alves, de Curitiba, em seu artigo no Blog do Esmael.

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