A decisão de quebrar os sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, atinge também cinco pessoas que atuaram no gabinete dele e de seu pai – que também pode ser envolvido no tsunami. A quebra dos sigilos, pedida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro é ampla, atinge um total de 86 pessoas e nove empresas, e tem por finalidade original investigar a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador
Brasil247 – A decisão de quebrar os sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, atinge também cinco pessoas que atuaram no gabinete dele e de seu pai.
A informação é dos repórteres Catia Seabra e Italo Nogueira, da Folha de S.Paulo: “A quebra dos sigilos bancário e fiscal na investigação sobre as movimentações financeiras do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, atinge ao menos cinco ex-assessores de Jair Bolsonaro”.
Esses assessores trabalharam no gabinete de Jair Bolsonaro, na Câmara dos Deputados, e no de Flávio, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de janeiro de 2007 a dezembro de 2018.
A quebra dos sigilos, pedida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro é ampla, atinge um total de 86 pessoas e nove empresas, e tem por finalidade original investigar a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta bancária de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador.
A reportagem lembra que integrantes de órgãos de controle chamaram de “avassaladora” a devassa de mais de dez anos nas contas do filho do presidente e de pessoas ligadas a ele. Este cenário se agrava com a investigação de pessoas que também trabalharam para Jair Bolsonaro.
Lula cumpre pena de 8 anos e 10 meses na sede da Polícia Federal, em Curitiba, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso triplex (foto: Miguel SCHINCARIOL/AFP)
De acordo com Adilson Aparecido Rodrigues Cruz, da 34ª Vara Cível de São Paulo, as empresas deveram devolver cerca de 66,67% da cota-parte do apartamento 141
Agência Estado – O juiz Adilson Aparecido Rodrigues Cruz, da 34.ª Vara Cível de São Paulo, determinou que a empreiteira OAS e a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop) devolvam solidariamente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva 66,67% da cota-parte do apartamento 141 adquirida pela ex-primeira dama Marisa Leticia no condomínio Mar Cantábrico, atual Solaris, no Guarujá, litoral paulista. O edifício é o mesmo onde fica o triplex, pivô da condenação do petista na Operação Lava Jato e pela qual Lula cumpre pena de 8 anos e 10 meses de prisão em Curitiba.
“Julgo parcialmente procedente a ação de restituição de valores pagos que Marisa Letícia Lula da Silva (depois, espólio de Marisa Letícia Lula da Sila, representando pelo seu inventariante Luiz Inácio Lula da Silva) ajuizou contra Bancoop Cooperativa Habitacional dos Bancários e OAS Empreendimentos S/A em recuperação judicial”, determinou o magistrado.
O juiz afastou alegações de prescrição do caso e acolheu o pedido da defesa da família Lula. “Declaro abusivas as cláusulas referidas e, na adequação dos valores devidos, condeno a parte ré, solidariamente, a pagar à parte autora a quantia de 66,67% referente ao acolhido cálculo, atualizado e com juros legais”, anotou o magistrado.
O Solaris era da Bancoop, a cooperativa fundada nos anos 1990 por um núcleo do PT. Em dificuldade financeira, a Bancoop repassou para a OAS empreendimentos inacabados, o que provocou a revolta de milhares de cooperados – eles protestam na Justiça que a empreiteira cobrou valores muito acima do previsto contratualmente.
Na ação distribuída para a 34.ª Vara Cível da Capital, a família Lula afirmou que, em abril de 2005, assinou o Termo de Adesão e Compromisso de Participação com a Bancoop e adquiriu “uma cota-parte para a implantação do empreendimento então denominado Mar Cantábrico”. A previsão de entrega, de acordo com a defesa, era 2007.
Segundo o documento, subscrito pelos advogados Roberto Teixeira, Cristiano Zanin Martins, Maria de Lourdes Lopes e Rodrigo V. Domingos, a Bancoop reservou previamente uma unidade do edifício que seria construído para Marisa Letícia.
“No caso, o apartamento 141 no Edifício Navia, uma unidade padrão, com três dormitórios (um com banheiro) e área privativa de 82,5 metros quadrados”, descreveram os criminalistas.
Os advogados afirmaram que Marisa Letícia pagou a entrada de R$ 20 mil, as prestações mensais e intermediárias até setembro de 2009. Segundo os criminalistas, naquele ano, a Bancoop repassou o empreendimento à OAS e deu duas opções aos cooperados: solicitar a devolução dos recursos financeiros integralizados no empreendimento ou adquirir uma unidade da OAS, por um valor pré-estabelecido, utilizando, como parte do pagamento, o valor já pago à Cooperativa.
A defesa relatou que Marisa Letícia à época não se manifestou sobre o tema, mas o fez em 2015 quando pediu a restituição dos valores colocados no empreendimento. Os advogados sustentaram que, desde então, a Bancoop “não realizou a devolução do valor investido ou forneceu qualquer justificativa” e também que “ao assumir o empreendimento e comercializá-lo, a OAS se tornou corresponsável pelo ressarcimento da cota-parte dos cooperados”.
Na sentença, o juiz Adilson Aparecido Rodrigues Cruz afirmou que “é parcialmente procedente porque, no adiante, inviável carrear a culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor”.
“Sopesa, de modo bastante preponderante, que ao tempo da manifestação da vontade de Marisa Leticia Lula da Silva em não prosseguir com a aquisição da unidade autônoma o imóvel já havia sido entregue. A consequência, fundamentada à frente, é a restituição parcial do total das parcelas pagas”, registrou o magistrado.
“A então adquirente Marisa Letícia Lula da Silva não deu causa ao atraso da obra, pagou todas as prestações tidas pelas partes como devidas até a transferência de direitos e obrigações para a OAS Empreendimentos S.A e, de outro lado, a despeito de ter ela assinado a declaração à restituição com a quitação total à cooperativa não recebeu, nos autos, quaisquer quantias à restituição parcial ou total do valor devido.”
O caso triplex
A denúncia da Operação Lava Jato contra Lula no caso triplex apontou que Lula recebeu uma propina milionária da OAS. O Ministério Público Federal afirmou que os valores foram “corporificados na disponibilização do apartamento” no Guarujá.
“O ex-presidente, quando o empreendimento imobiliário estava com a Bancoop – Cooperativa Habitacional dos Bancários, teria pago por um apartamento simples, nº 141-A, cerca de R$ 209.119,73, mas o Grupo OAS disponibilizou a ele, ainda em 2009, o apartamento 164-A, triplex, sem que fosse cobrada a diferença de preço”, relatou a sentença do ex-juiz federal Sérgio Moro.
“Em 2014, o apartamento teria sofrido reformas e benfeitorias a cargo do Grupo OAS para atender ao ex-presidente, sem que houvesse igualmente pagamento de preço. Estima o Ministério Público Federal os valores da vantagem indevida em cerca de R$ 2.424.991,00, assim discriminada, R$ 1.147.770,00 correspondente à diferença entre o valor pago e o preço do apartamento entregue e R$ 1.277.221,00 em reformas e na aquisição de bens para o apartamento.”
Durante a investigação, peritos da Polícia Federal analisaram documentos apreendidos durante a Operação Aletheia – a primeira ofensiva contra o ex-presidente, em março de 2016. Um deles foi a “Proposta de adesão sujeita à aprovação” assinada por Marisa Letícia Lula da Silva.
Os peritos identificaram que “a numeração original aposta no campo APTO/CASA sofreu alteração por acréscimo denominada inserção, sem prévia alteração substrativa, isto é, os lançamentos anteriores não foram suprimidos”. Os investigadores concluíram que originalmente a proposta foi preenchida com o número 174 para identificação da unidade em aquisição, sendo em seguida sobreposto a ele o número 141.
Defesas
A advogada Gabriella Fregni, que defende a Bancoop, afirmou. “Como ficou demonstrado nos autos, a Bancoop realizou a transferência de todo o empreendimento denominado “Seccional Mar Cantábrico”, situado no Guarujá, onde foi construído o Edifício Solaris. Fato é que, em 08.10.2009, os cooperados da Seccional Mar Cantábrico decidiram pela transferência do empreendimento para a OAS Empreendimentos S/A, através do denominado “Termo de Acordo para Finalização da Construção do Residencial Mar Cantábrico com Extinção da Seccional Residencial Mar Cantábrico e Transferência de Direitos e Obrigações para a OAS Empreendimentos S/A”. Em 27.10.2009, o referido Termo foi levado para ratificação pela Assembleia Geral da Seccional Mar Cantábrico e após aprovação, tal Acordo foi homologado judicialmente em 11.11.2009. Portanto, claramente a Bancoop não possui legitimidade para responder pela restituição de qualquer valor, razão pela qual irá recorrer para que a responsabilidade exclusiva da OAS por toda e qualquer restituição relativa ao empreendimento em questão seja reconhecida judicialmente, afastando, assim, a responsabilidade da Bancoop.”
A reportagem está tentando contato com a OAS. O espaço está aberto para manifestação.
A defesa do ex-presidente Lula divulgou a seguinte nota:
“Sentença proferida hoje (25/04) pelo juiz da 34ª. Vara Cível da Comarca de São Paulo (Processo no. 1076258-69.2016.8.26.0100), Dr. Adilson Aparecido Rodrigues Cruz, reforça a arbitrariedade da condenação imposta ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no chamado caso do ‘tríplex’ do Guarujá.
Referida decisão julgou parcialmente procedente ação proposta pelo Espólio de Marisa Letícia Lula da Silva, representada pelo inventariante, o ex-Presidente Lula, para, dentre outras coisas, condenar a OAS EMPREENDIMENTOS S/A e a BANCOOP – COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS a restituir parte dos valores pagos pela ex-Primeira Dama objetivando a aquisição de um apartamento no Condomínio Mar Cantábrico, atual Condomínio Solaris, no Guarujá.
Conforme observou o juiz, a ‘então adquirente MARISA LETÍCIA LULA DA SILVA não deu causa ao atraso da obra, pagou todas as prestações tidas pelas partes como devidas até a transferência de direitos e obrigações para a OAS EMPREENDIMENTOS S.A e, de outro lado, a despeito de ter ela assinado a declaração à restituição com a quitação total à cooperativa (fls. 41/42) não recebeu, nos autos, quaisquer quantias à restituição parcial ou total do valor devido’.
Ainda de acordo com o magistrado, D. Marisa ‘não esteve’ na assembleia realizada pela BANCOOP para deliberar sobre as novas regras do empreendimento após a sua transferência para a OAS ‘e também por isto, o acordado com a OAS e o deliberado em Assembleia não vinculou e não vincula a parte autora/seus sucessores ao que lhe é devido de valores respectivos às questões dos autos’.
Está-se diante de mais uma decisão judicial que demonstra que Lula e seus familiares jamais receberam um apartamento no Guarujá como vantagem indevida; na verdade tal decisão reafirma que D. Marisa adquiriu uma cota da BANCOOP que daria direito a um apartamento no atual Condomínio Solaris caso todos os valores correspondentes fossem pagos. D. Marisa fez os pagamentos dos valores correspondentes e após a transferência do empreendimento para a OAS não recebeu nem o apartamento, nem a restituição dos valores por ela investidos.
A sentença proferida pelo ex-juiz Sérgio Moro considerou que esse aspecto seria ‘crucial neste processo’ (item 301), e condenou Lula com base em um depoimento mentiroso de Leo Pinheiro e com base em afirmado descumprimento de obrigações em relação à OAS que D. Marisa jamais se vinculou, como reconhecido na sentença proferida nesta data. É o que se verifica, por exemplo, no item 374 da sentença proferida pelo ex-juiz Sérgio Moro (‘374. Então o que se tem presente até o momento é que Luiz Inácio Lula da Silva e sua esposa, diferentemente dos demais cooperados do antigo Empreendimento Mar Cantábrico, depois alterada a denominação para Condomínio Solares, não atenderam o prazo de trinta dias contados da assembleia, em 27/10/2009, dos cooperados para celebrar novo contrato com a OAS Empreendimentos ou para requerer a devolução dos valores pagos’). O mesmo ocorreu com as decisões judiciais posteriormente proferidas para manter a condenação de Lula.
Fica cada vez mais claro que Lula e sua família jamais receberam qualquer vantagem indevida da OAS ou de qualquer outra empresa. Lula e seus familiares, em realidade, são credores da OAS porque pagaram valores e nada receberam em troca, conforme reconheceu a sentença proferida nesta data.
Levaremos às instâncias cabíveis mais este substancial elemento para demonstrar que Lula não praticou qualquer crime e que sua absolvição revela-se inafastável de um processo justo, que jamais foi garantido ao ex-Presidente até o momento.
PLANTÃO BRASIL – À frente de um governo que cultua a ignorância e pretende destruir a educação e a soberania do Brasil, Jair Bolsonaro partiu para o confronto e decidiu provocar milhões de brasileiros que saíram e estão saindo às ruas neste 15 de maio. Do Texas, onde foi receber uma premiação após ser impedido de ir a Nova York, ele xingou os estudantes brasileiros, chamando-os de de “idiotas úteis”. E ainda atacou os desempregados do país, dizeno que “não têm qualquer qualificação”
Bolsonaro parece alheado do que está acontecendo no país; disse que “a maioria ali é militante”, referindo-se aos milhões de manifestantes.
O que ele disse na porta do hotel onde ficará hospedado: “É natural, é natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”.
Enquanto isso, as ruas do país, nas capitais, cidades grandes, médias e pequenas, estão ocupadas por manifestações em defesa da Educação e em protesto contra os ataques de Bolsonaro e seu governo, especialmente o ministro Abraham Weintraub, às universidades e escolas.
Bolsonaro chegou a dizer na rápida entrevista que os milhões de desempregados do país “não têm qualquer qualificação” atribuindo o fato ao PT. Enquanto seu governo desmonta a educação do país, resultado de uma construção de anos durante os governos Lula e Dilma, Bolsonaro tenta vender uma ficção, acusando “a garotada, com 15 anos de idade”, de não saber “uma regra de três simples”. No entanto, quem tem dado seguidas demonstrações de desconhecer a regra de três têm sido o ministro da Educação, em suas apresentações públicas.
O que disse Bolsonaro: “Se você pega as provas, que acontecem de três em três anos, está cada vez mais ladeira abaixo. A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro destas pessoas? Fala-se que tem muito desempregado, 14 milhões, mas parte deles não têm qualquer qualificação porque esse cuidado não teve pelo PT ao longo de 13 anos”.
Oposição vaia Abraham Weintraub, que distorce o discurso sobre os recursos destinados para a Educação e ofende os brasileiros ao dizer que eles não sabem ler; segundo ele, as bolsas de mestrado e doutorado estavam destinadas à “áreas que não produzem ciência”, se referindo às ciências humanas
Brasil247 – O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem feito um show de ofensas contra estudantes, educadores e até contra os parlamentares ao prestar esclarecimentos sobre o bloqueio de verba feitos à Educação pelo governo Jair Bolsonaro. Ele foi vaiado diversas vezes por deputados da oposição.
Weintraub insistiu em vários momentos que muitos brasileiros não sabem ler ou fazer interpretações. “A gente consegue dizer que hoje o Brasil é uma nação de pessoas que conseguem ler o ônibus que está vindo”, declarou. “As nossas crianças não aprendem a ler na escola. A gente tem um índice muito grande de onda de fracasso”, acrescentou.
Segundo ele, as bolsas de mestrado e doutorado estavam destinadas a “áreas que não produzem ciência”, se referindo às ciências humanas. Sua fala estimulou uma espécie de disputa entre a Educação Superior e a básica, dando mais importância ao ensino fundamental, como se fosse necessário privilegiar um deles.
A técnica e a ciência são essenciais para educação, e não “discussões ideológicas dentro da sala de aula”, discursou. O foco deve ser o desenvolvimento de professores técnicos “sem blá blá blá” e o Plano Nacional de Alfabetização tem que ser embasado em “método e técnica”.
O ministro citou ainda como “boa notícia” os recursos “de corrupção” que segundo ele foram “recuperados” pela Lava Jato e estão voltando para o Brasil.
Ataques do governo Bolsonaro à Educação, por meio de corte de recursos e desrespeito contra professores, o conhecimento e a ciência levou às ruas nesta quarta-feira 15, em todos os Estados, estudantes, professores e trabalhadores do setor, após apenas pouco mais de quatro meses de mandato; há também universidades e escolas públicas e privadas paradas em todo o Brasil; de Dallas, após ter sido literalmente expulso de Nova York, Bolsonaro chama todos de “idiotas”, sem ideia das consequências da mobilização popular
Brasil247 – Ataques do governo Bolsonaro à Educação, por meio de corte de recursos e desrespeito contra professores, o conhecimento e a ciência levou às ruas nesta quarta-feira 15, em todos os Estados, estudantes, professores e trabalhadores do setor, após apenas pouco mais de quatro meses de mandato. Há também universidades e escolas públicas e privadas paradas em todo o Brasil.
De Dallas, nos Estados Unidos, após ter sido literalmente expulso de Nova York, Bolsonaro chama os estudantes de “idiotas úteis”, que “não têm nada na cabeça”, sem ideia das consequências que a mobilização popular pode trazer para o seu mandato.
“É natural, é natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”, disse Bolsonaro ao ser questionado sobre os atos.
Paralelamente, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, presta esclarecimentos sobre o bloqueio de verbas na Educação no plenário da Câmara, que o convocou com 307 votos a 82 nesta terça-feira 14.
Os próprios integrantes do governo federal admitiram que a declaração de Weintraub sobre a “balbúrdia” nas universidades estimularam a greve.
Ele nunca foi o vice dos sonhos da tropa de choque bolsonarista (Exército Brasileiro/Divulgação)
DCM – POR JOSÉ CÁSSIO – Ao solicitar o apoio da Força Nacional com a justificativa de “evitar danos ao patrimônio público e aos servidores” por causa da greve nas universidades marcada para a tarde desta quarta, 15, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, está jogando no colo do vice-presidente Hamilton Mourão a grande oportunidade que ele precisa para mostrar que é possível entrar pela porta dos fundos e sair pela da frente na vida pública.
Com Bolsonaro fora – após ser chutado de Nova York, vai receber em Dallas, no Texas, uma placa da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos -, é Mourão o mandatário responsável por coordenar as forças públicas ao longo do dia.
Cabe a ele, portanto, a decisão de recrudescer, botando os cães para cima dos estudantes, ou exercer o papel de moderador, entendendo, sim, que a ordem precisa ser mantida, mas aceitando que a livre manifestação é um direito da sociedade.
Se bancasse um tom mais ameno, não seria a primeira vez que o vice iria se contrapor aos pontos de vista do mandatário número 1. Isso vem acontecendo com frequência desde a vitória nas urnas.
Em setembro do ano passado, por exemplo, semanas antes do primeiro turno, enquanto Bolsonaro rosnava para os venezuelanos que atravessavam a fronteira em busca de refúgio no Brasil, Mourão já externava opinião diferente.
“O Brasil sempre auxiliou as demais nações”, disse num debate organizado pelo Facebook e pela revista Veja. “Não podemos virar as costas aos nossos irmãos venezuelanos”.
Neste mesmo encontro, confrontado sobre as posições de Bolsonaro, diametralmente contrárias às suas, não abaixou a guarda.
“O cabeça da chapa será o comandante do Brasil, não o dono”, respondeu.
De janeiro para cá, foram diversas as vezes em que Mourão divergiu de Bolsonaro e, salvo alguma exceção, em todas mostrou ponderação em um tom mais elevado.
Nesta tarde, ainda que não se possa cravar que o pedido da intervenção policial tenha sido uma ordem de Bolsonaro ao ministro Weintraub, Mourão está novamente diante de uma boa oportunidade para mostrar que tem respeito pelas opiniões contrárias e especialmente que não é mais um nesta máquina de moer gente em que se transformou o Brasil.
O general da reserva nunca foi o vice dos sonhos do capitão.
Foi preterido, incialmente, por Marco Feliciano, Janaína Paschoal e até pelo príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que nesta semana discursou na câmara sobre as homenagens pelos 131 anos da Lei Áurea e afirmou que a “escravidão é tão antiga quanto a humanidade” e, por isso, “é quase um aspecto da natureza humana”.
Marco Feliciano, numa articulação tabajara com Olavo de Carvalho e os irmãos Bolsonaros, chegou a pedir o seu impeachment no mês passado.
“Mourão tem conduta indecorosa, desonrosa e indigna”, argumentou. “É um conspirador”.
A depender de como vai conduzir as coisas hoje, o vice pode até continuar causando urticária na tropa de choque bolsonarista.
Para os brasileiros cansados de tanta histeria, porém, ele tem a chance de dar mais um passo da porta dos fundos em direção à da frente.
Revista Fórum – “Onde estão os caras feias, os identificadores de problemas, os escritores de cartas para aliados “desbocados”? O silêncio não tem nada a ver com a descoberta de seus devidos lugares. O que está por vir, pode derrubar o Capitão eleito (SIC)”, tuitou o filho de Bolsonaro
Em mais uma mensagem em tom enigmático no Twitter na manhã desta quarta-feira (15), o vereador Carlos Bolsonaro (PSC/RJ) afirmou que “o que está por vir” pode derrubar o pai, Jair Bolsonaro (PSL), da Presidência.
“Onde estão os caras feias, os identificadores de problemas, os escritores de cartas para aliados “desbocados”? O silêncio não tem nada a ver com a descoberta de seus devidos lugares. O que está por vir, pode derrubar o Capitão eleito. O que querem é claro!”, tuitou o 02 do clã Bolsonaro.
Acompanhado do texto, o vereador publicou um vídeo em que o jornalista e teólogo Daniel Lopez, seguidor de Olavo de Carvalho que faz parte da rede de extrema-direita nas redes sociais, analisa a MP 870, que reorganiza o Estado sob o comando de Bolsonaro e corre o risco de não ser aprovada pelo Congresso Nacional.
Onde estão os caras feias, os identificadores de problemas, os escritores de cartas para aliados “desbocados”? O silêncio não tem nada a ver com a descoberta de seus devidos lugares. O que está por vir, pode derrubar o Capitão eleito. O que querem é claro! https://t.co/9gARtuC63K
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) May 15, 2019
Caso a Medida Provisória não seja aprovada – ou caduque, estourando o prazo para votação -, Bolsonaro terá que retornar a estrutura de governo de Michel Temer. Este parece ser o medo de Carlos Bolsonaro, que pode derrubar Bolsonaro.
Recriação de ministérios
Reportagem do jornal O Estado de S.Paulo nesta quarta-feira (15) diz que uma dúvida jurídica atormenta o Palácio do Planalto. Tudo porque, se a medida provisória que trata da reforma administrativa não for aprovada até 3 de junho pelo Congresso, perderá a validade. A situação já seria preocupante por si só, não fosse um detalhe ainda pior: se for derrotado nessa votação, o governo poderá ter de recriar até dez ministérios.
Editada em janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro, a MP 870 diminuiu o número de pastas, de 29 para 22. O Planalto enfrenta dificuldades na Câmara e no Senado e já foi informado de que, se a medida não receber sinal verde, todas as fusões de ministérios serão desfeitas e repartições sairão do limbo.
O ex-presidenciável do PDT voltou a atacarLula ao classificar o ex-presidente como um “defunto eleitoral” e um “enganador profissional”, durante participação no programa Provocações, da TV Cultura, agora apresentado por Marcelo Tas; segundo Ciro Gomes, “no PT todo mundo sabe que do ponto de vista eleitoral o Lula é carta fora do baralho”.
Brasil247 – O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) voltou a atacar Luiz Inácio Lula da Silva ao classificar o ex-presidente como um “defunto eleitoral” e um “enganador profissional”, durante participação na reestreia do programa Provocações, da TV Cultura, agora apresentado por Marcelo Tas.
Ciro diz ter ficado “deprimido” ao assistir a entrevista que Lula concedeu da prisão aos jornais El País e Folha de S. Paulo pela falta de autocrítica. “Eu conheço o Lula. Ele é um encantador de serpentes, um enganador profissional. Não tem um companheiro com quem ele não tenha sido desleal ao longo da vida inteira, ele cultiva isso”, afirmou.
De acordo com ex-ministro, “no PT todo mundo sabe que do ponto de vista eleitoral o Lula é carta fora do baralho”. “Como manejar este defunto eleitoral é muito delicado para todos eles. Ele fez uma lei que determina que num País com quatro graus de jurisdição, no 2º grau de condenação, você perde os direitos políticos. Ele está inelegível até fazer 90 anos”.
Ciro disse ainda que, se Lula se considera um preso político, deveria ter pedido asilo em alguma embaixada. “A petezada amalucada não percebe a incongruência. Se eu sou acusado falsamente e ameaçado de prisão arbitrária e política, eu iria a uma embaixada pedir asilo e denunciar. Se Lula se acha um preso político, é a única saída. Sugeri isso”.
Brasil247 – A onda de protestos contra o bloqueio de verba na Educação feito pelo governo Jair Bolsonaro alcançou todos os estados brasileiros ainda na manhã desta quarta-feira (15); as 26 unidades da Federação e o Distrito Federal registraram mobilizações; universidades e escolas também paralisaram atividades; os atos contam com apoio de entidades ligadas a movimentos sociais, a partidos políticos e também sindicalistas.
Em São Paulo, estudantes saíram às ruas ainda ao nascer do sol para protestar. O estado também registrou atos em Campinas e em Sorocaba, no interior.
Em Belo Horizonte, uma multidão de manifestantes tomaram a Praça da Estação.
No Rio de Janeiro, universidades e escolas aderiram aos protestos e suspenderam as aulas.
Na capital da Bahia, Salvador, nada menos que de 25 mil pessoas entre estudantes, docentes, servidores e pai de alunos participaram do ato realizado no bairro de Campo Grande.
Os atos protestos alcançaram todas as regiões do estado de Pernambuco.
No Rio Grande do Norte, a governadora Fatima Bezerra (PT), afirmou ser “preciso discutir sobre um retrocesso, sobre um equívoco brutal que é o corte de recursos na Educação”. “A comunidade acadêmica está seriamente ameaçada, sem falar no impacto social e econômico que isso causará. O desemprego crescerá”, disse ela no Facebook.
“Estou aqui não somente como governadora, mas principalmente como professora e como cidadã que sou. O que está em questão é a cidadania e a dignidade do povo. Quero conclamar a sociedade norte-riograndense, não só os pais e familiares dos alunos do IFRN, mas a classe empresarial, a OAB, todas as entidades representativas norte-riograndenses para fazer parte desta luta”, acrescentou.
Em Goiânia (GO), a Secretaria Municipal de Educação e Esporte de Goiânia informou que “69% das instituições de ensino da rede municipal aderiram ao movimento, totalizando 245 unidades, que suspenderam suas atividades do dia”.
À frente de um governo que cultua a ignorância e pretende destruir a educação e a soberania do Brasil, Jair Bolsonaro partiu para o confronto e decidiu provocar milhões de brasileiros que saíram e estão saindo às ruas neste 15 de maio; do Texas, onde foi receber uma premiação após ser impedido de ir a Nova York, ele xingou os estudantes brasileiros, chamando-os de de “idiotas úteis”; e ainda atacou os desempregados do país, dizendo que “não têm qualquer qualificação”.
Brasil247 – À frente de um governo que cultua a ignorância e pretende destruir a educação e a soberania do Brasil, Jair Bolsonaro partiu para o confronto e decidiu provocar milhões de brasileiros que saíram e estão saindo às ruas neste 15 de maio. Do Texas, onde foi receber uma premiação após ser impedido de ir a Nova York, ele xingou os estudantes brasileiros, chamando-os de de “idiotas úteis”. E ainda atacou os desempregados do país, dizendo que “não têm qualquer qualificação”
Bolsonaro parece alheado do que está acontecendo no país; disse que “a maioria ali é militante”, referindo-se aos milhões de manifestantes.
O que ele disse na porta do hotel onde ficará hospedado: “É natural, é natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”.
Enquanto isso, as ruas do país, nas capitais, cidades grandes, médias e pequenas, estão ocupadas por manifestações em defesa da Educação e em protesto contra os ataques de Bolsonaro e seu governo, especialmente o ministro Abraham Weintraub, às universidades e escolas.
Bolsonaro chegou a dizer na rápida entrevista que os milhões de desempregados do país “não têm qualquer qualificação” atribuindo o fato ao PT. Enquanto seu governo desmonta a educação do país, resultado de uma construção de anos durante os governos Lula e Dilma, Bolsonaro tenta vender uma ficção, acusando “a garotada, com 15 anos de idade”, de não saber “uma regra de três simples”. No entanto, quem tem dado seguidas demonstrações de desconhecer a regra de três têm sido o ministro da Educação, em suas apresentações públicas.
O que disse Bolsonaro: “Se você pega as provas, que acontecem de três em três anos, está cada vez mais ladeira abaixo. A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro destas pessoas? Fala-se que tem muito desempregado, 14 milhões, mas parte deles não têm qualquer qualificação porque esse cuidado não teve pelo PT ao longo de 13 anos”.
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