É grande a probabilidade do gerente do seu banco ter lhe oferecido um título de capitalização.
O mais comum é aquele onde você “investe” se dinheiro e concorre a alguns prêmios pela loteria federal, e ainda recebe seu dinheiro de volta. Alguns ainda dizem que corrigem pela TR (que inevitavelmente é péssima).
Pois nesta semana recebi dois e-mails de leitores do blog, perguntando se a capitalização era um bom investimento. A verdade é que não é um investimento, e sim uma modalidade de loteria, já que você troca a remuneração do seu capital por sorteios.
Este tipo de produto bancário está crescendo como nunca. Para se ter uma idéia, o volume de recursos neste “mico” saiu de R$ 6,4 bilhões em 2004 para R$ 9,0 bilhões em 2008, um aumento de mais de 40% em 4 anos.
O título de capitalização é um grande negócio para o banco. Remunera uma merreca, e ainda utiliza o recurso da forma que quiser para fazer intermediação. Só para comparar, a poupança remunera 6% ao ano mais a TR, e o banco é obrigado a utilizar 50% da carteira em financiamento imobiliário, cujos juros são muito mais baixos do que outras modalidades.
No título de capitalização, a maioria remunera apenas a TR, e o banco ainda pode utilizar o recurso para aplicar no que quiser, como por exemplo, para emprestar no cheque especial a uma belíssima taxa de 160% ao ano.
Alguns bancos mais agressivos na captação promovem campanhas com viagens para o exterior para os gerentes que mais vendem títulos de capitalização.
Para quem não se recorda, Silvio Santos ficou milionário com o seu famoso “Carnê do Baú”, que era uma forma de capitalização, onde prêmios eram sorteados, e no final você recebia o recurso de volta, sob a forma de produtos das “Lojas do Baú”.
Como você não quer dar dinheiro para banqueiro, corra do mico.
“ Grande Empresas Brasileiras de Capitalização que faliram nos anos de 70/80/90 : GBOEX ; CAPEMI ; MONTEPIO ; DELFIN.”