O presidente Jair Bolsonaro (PSL) revelou neste domingo (12) que fez acordo para indicar o ministro da Justiça, Sérgio Moro, para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Eu fiz um compromisso com ele, ele abriu mão de 22 anos de magistratura. A primeira vaga que tiver lá [no STF], estará à disposição”, contou o capitão ao jornalista Milton Neves, durante entrevista na rádio Bandeirantes.
Há quem avalie que o Senado pode barrar o ex-juiz da lava jato, como analisa o jornalista Ricardo Cappelli. A sabatina é conditio sine qua non para o indicado do presidente da República integrar a corte suprema.
“No mesmo dia que a Folha de S. Paulo pede [em editorial] que Moro deixe o governo, Bolsonaro revela o acordo feito para indicá-lo ao STF. Coincidência?”, questiona o jornalista.
“A primeira vaga que tiver eu tenho esse compromisso e se Deus quiser nós cumpriremos esse compromisso. O Brasil inteiro vai aplaudir”, aposta Bolsonaro.
O próximo ministro a se aposentar no STF, em novembro de 2020, é o decano Celso de Mello. Ele completará 75 anos. Em julho de 2021 será a vez de Marco Aurélio Mello deixar o Supremo.
A indicação de Sérgio Moro para o STF é, segundo o PT, paga de Bolsonaro pela prisão política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista é mantido encarcerado na Polícia Federal de Curitiba desde 7 de abril de 2018, o que teria facilitado a vitória eleitoral do ex-militar.
“Não é mais especulação. Está confirmado! O próprio Jair Bolsonaro assume que tem COMPROMISSO político com Sergio Moro para indicá-lo para o STF como PAGAMENTO pela condenação e prisão de Lula”, reagiu o deputado Paulo Pimenta, líder da bancada do PT na Câmara.
Ouça o áudio:
.