O Estado de S. Paulo descobriu que Jair Bolsonaro pretende destruir a democracia brasileira. “Cresce a inquietante sensação de que Bolsonaro decidiu governar não conforme a Constituição e com respeito às instituições democráticas, mas como um falso Messias cuja vontade não pode ser contrariada por supostamente traduzir os desejos do ‘povo’ e, mais, de Deus”, aponta seu editorial. “Espera-se que a democracia brasileira e suas instituições resistam a essa razia”.
Brasil247 – Jair Bolsonaro representa uma ameaça à democracia no Brasil, aponta editorial do jornal Estado de S. Paulo, publicado nesta terça-feira, sobre sua convocação a uma marcha fascista no próximo domingo. “Cresce a inquietante sensação de que Bolsonaro decidiu governar não conforme a Constituição e com respeito às instituições democráticas, mas como um falso Messias cuja vontade não pode ser contrariada por supostamente traduzir os desejos do ‘povo’ e, mais, de Deus. Ao que parece, Bolsonaro passou a acreditar de fato na retórica salvacionista que permeou sua campanha eleitoral, alimentada por alguns assessores e pelos filhos com o intuito de antagonizar o Congresso – visto como o lugar da ‘velha política’ e, portanto, como um obstáculo à regeneração prometida pelo presidente”, diz o texto.
O editorial aponta claramente o risco de uma quebra da ordem institucional. “Ao cabo de cinco meses de governo, em que todos os indicadores sociais e econômicos apresentaram sensível deterioração, fruto de sua inação administrativa e da descrença generalizada e cada vez maior na sua capacidade de governar, Bolsonaro começa a flertar com a ‘ruptura institucional’, expressão que apareceu no texto que o presidente chancelou ao distribuí-lo na sexta-feira passada”, aponta.
“O reiterado apelo de Bolsonaro ao ‘povo’ para fazer valer uma suposta ‘vontade de Deus’ envenena a democracia e colabora para a ampliação da cisão social entre os brasileiros e destes com a política. A esta altura, parece cada vez mais claro que Bolsonaro não estava para brincadeira quando disse, em março, que não chegou ao governo para ‘construir coisas para nosso povo’, e sim para ‘desconstruir muita coisa’. Espera-se que a democracia brasileira e suas instituições resistam a essa razia”, conclui o texto.
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