Ricupero diz que o presidente da República “não é apresentável em quase nenhuma capital, talvez nem mesmo nessas que visitou”.
O ex-ministro Rubens Ricupero, experiente diplomata com atuação em organismos multilaterais e acadêmico na área de relações internacionais, que conhece a fundo, diz que a política externa do governo Bolsonaro é de destruição e pode transformar o Brasil em pária internacional; Ele afirma em entrevista que o presidente da República “não é apresentável em quase nenhuma capital, talvez nem mesmo nessas que visitou”.
247 – O ex-ministro Rubens Ricupero, experiente diplomata com atuação em organismos multilaterais e acadêmico na área de relações internacionais, que conhece a fundo, diz que a política externa do governo Bolsonaro é de destruição e pode transformar o Brasil em pária internacional.
Ricupero diz que o presidente da República “não é apresentável em quase nenhuma capital, talvez nem mesmo nessas que visitou”.
Ele alerta que é preciso deter o “franco retrocesso do Brasil”, sob o risco de “sermos percebidos como são hoje vistos alguns dos governos que Bolsonaro e Araújo admiram, expressão do populismo e do obscurantismo de extrema direita”.
Essas contundentes opiniões, em que faz uma ampla análise dos cem primeiros dias do governo, foram dadas em entrevista ao Blog do Jamil Chade,
Para Ricupero, o prestígio diplomático do Brasil ” aproxima-se do seu ponto mais baixo”.
Ricupero critica o desempenho do chanceler Ernesto Araújo, a quem qualifica como “uma figura menor que, de repente, se viu alçado a essa posição, graças a ligações que têm com Eduardo Bolsonaro, com o ideário esdrúxulo e excêntrico do presidente”.
Para o ex-ministro, a política externa não pode ser analisada em separado do conjunto da ação do governo. “Eu não acredito na possibilidade de isolar um setor e dizer: olha esse setor se salva e o resto é uma banda podre. Na verdade os governos são uma unidade. Por isso que eu acho que quando se avalia a política externa, é bom nunca perder de vista o que está acontecendo no resto. Esse início de governo, sem dúvidas nenhuma, é um dos piores de que se tem memória em toda história da república, talvez o pior em termos de confusões, de escolhas inadequadas, de dificuldade de articulação”.