PRIVATIZAÇÃO DE REFINARIAS FARÁ BRASIL PERDER R$ 110 BILHÕES; ENTENDA

Rafael Tatemoto, Brasil de Fato – A venda de metade das refinarias da Petrobras, a partir do segundo semestre, deve agravar os problemas que Bolsonaro (PSL) diz combater. Essa é a posição da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) sobre a medida, anunciada pela estatal no início da semana.

Ao todo, estão na mira 13 refinarias, nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. Em 2018, a capacidade de refino – somando todas elas – era de aproximadamente 2,2 milhões de barris por dia, e metade dessa capacidade será comprometida com a privatização. Com base neste cálculo, em um ano, o Brasil deixaria de arrecadar aproximadamente US$ 28 bilhões (R$ 110 bi na cotação atual) com a venda das refinarias – utilizando como referência para a estimativa a cotação média do petróleo tipo Brent, adotada pela Petrobras, na última semana. A equipe econômica de Bolsonaro afirma que a entrada de empresas privadas no setor de refino pode levar ao barateamento dos derivados do petróleo, como combustíveis. José Maria Rangel, coordenador da FUP, diz que a medida segue a mesma linha da política de preços adotada pela Petrobras a partir de 2016, que resultou na alta dos produtos. “Para nós, não há novidade nenhuma. Desde o momento que o presidente indicou Paulo Guedes para o Ministério da Economia, nós já sabíamos que isso poderia acontecer a qualquer momento. Hoje, a forma como a Petrobras está colocando em prática a política de realinhamento de preços, já é um demonstrativo de que ela vem atuando como empresa privada”, afirma, indicando que a entidade empreenderá uma campanha para apresentar à população o “prejuízo que a sociedade terá” com a medida. No ano passado, a inflação acumulou cerca de 4%. Ao mesmo tempo, os combustíveis subiram cerca de 15%. Isso porque, na verdade, o custo da exploração e do refino da Petrobras é mais baixo do que das empresas estrangeiras. Ao se estabelecer o preço de acordo com o mercado internacional, a importação foi estimulada e a produção da estatal caiu, mesmo a companhia sendo capaz de atender toda demanda nacional. É o que explica Gerson Castellano, também da FUP. “O que se alega muito é sobre o monopólio estatal sobre as refinarias. É uma grande falácia. Não existe monopólio de refino no Brasil, qualquer empresa pode vir aqui e fazer uma refinaria. Os custos de refino: o nosso está entre os mais baixos de todo mundo. A alegação de preço é infundada. É muito fácil alguém vir aqui comprar [a refinaria] montada, a um preço que a gente sabe que vai ser de banana”, critica. Ao final do governo Dilma Rousseff (PT), 96% da capacidade de refino da Petrobras era utilizada. Já sob a gestão Temer (MDB), o patamar foi rebaixado a 74%. Assim, Castellano alerta que, caso a privatização das refinarias se concretize e se expanda a todas unidades, o efeito será justamente de pressionar os preços para cima. William Nozaki, professor universitário e diretor técnico do Ineep, afirma que não há razão técnica ou econômica para a possibilidade de venda, mas sim uma sinalização política para o mercado internacional. O resultado será a diminuição da estatal, e sua capacidade de dinamizar a economia brasileira. “A justificativa é política. Há uma articulação de três iniciativas que se retro-alimentam: a política de preços flutuante, a abertura do refino e a retirada da Petrobras como acionista majoritária da BR Distribuidora. Observadas em conjunto, mostram a orientação de retirar a Petrobras da área do refino para as importadoras. Toda estratégia atual aponta para transformar a empresa única e exclusivamente em uma companhia de exploração”, analisa. A Petrobras deve enviar ainda este mês ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o modelo pelo qual pretende vender as refinarias, para que o processo possa se dar a partir de junho.

“GOVERNO MOLHA LENHA NA GASOLINA E JOGA NA FOGUEIRA”, DIZ CAMINHONEIRO

Um dos líderes do movimento dos caminhoneiros que paralisou o país em 2018, Wanderlei Alvez, o Dedeco, não poupa críticas à forma como o governo Jair Bolsonaro (PSL) tem conduzido as negociações com a classe e aos anúncios de benefícios feitos na última semana, especialmente após o aumento no óleo diesel. Foi o grupo de Alvez que convocou uma greve da categoria para o próximo dia 29. Eles estão ressentidos por não terem sido recebidos para as conversas que o Palácio do Planalto tem conduzido junto à “ala moderada” dos caminhoneiros, em oposição ao bloco de Dedeco, chamado de “radicais”. Wanderlei garante que, enquanto isso, tem obtido cada vez mais apoio para a paralisação batizada de “Lorenzoni”. Ele reconhece a dificuldade de unificar a categoria em torno de uma liderança. Mas tece críticas também às atuais vozes que se declaram líderes da classe. “É tudo um jogo político. Eles vão lá para defender um interesse específico. Acho que um representante tem de defender toda a categoria. Não interessa se trabalha com tanque, baú, carga seca, cada um puxando o seu transporte”, salienta.
Para Alvez, seria necessário que cada estado tivesse um comando, que falasse das demandas locais. “Mas sem entrar nessa coisa de cooperativa, de receber auxílio do governo. Porque aí vira um jogo de interesses. Você vai bater em Brasília para pedir favor. Não elegi ninguém para bater na porta e pedir favor, mas sim para exigir direitos”, frisa. Dedeco conta que tinha conversas recorrentes com o titular da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na época em que ele era deputado federal, mas garante que foi recentemente bloqueado no WhatsApp pelo ministro, após criticar as medidas anunciadas pelo Planalto. Procurado via assessoria de imprensa, Lorenzoni preferiu não se pronunciar a respeito. Em decorrência desse distanciamento, o caminhoneiro decidiu batizar a paralisação do próximo dia 29 de “Lorenzoni”.

SALÁRIOS ATRASADOS: TRABALHADORES DA LIMPEZA DA UFMT AMEAÇAM GREVE

Os trabalhadores terceirizados que fazem a limpeza da UFMT podem entrar em greve nos próximos dias. Com média salarial de R$ 1 mil, eles denunciam que ainda não receberam a remuneração do mês de março. Com medo de sofrer represálias, eles buscaram coletivamente o Sintuf-MT nesta quarta-feira (17) em busca de apoio e orientação.  “Os trabalhadores da limpeza recebem as menores remunerações da UFMT, é um salário mínimo. São companheiros que não possuem outra fonte de renda e dependem deste valor para sustentar a família. É mil reais para contas de energia elétrica, água, alimentação, remédios, e transporte. Um dia de atraso é aprofundar o caos financeiro destes trabalhadores. Vemos com muita tristeza e indignação este cenário de atraso. O Sintuf dará todo o apoio possível e cobrará resposta da administração da universidade”, destacou a coordenadora administrativa do Sintuf, Leia de Souza Oliveira. Os trabalhadores denunciaram ter conhecimento que a Reitoria está escolhendo quais empresas pagar a cada mês e quais ficarão sem receber. Esta seria uma decisão administrativa. “A UFMT está sem recursos. O governo Bolsonaro cortou todo o recurso de custeio, e esse corte atinge justamente os mais pobres, as pessoas que trabalham na limpeza e segurança. O que assusta é o silêncio da Reitoria que concordo com os cortes”, comentou um trabalhador pedindo pra não ser identificado. Uma reunião junto ao Seeac (Sindicato de todos os trabalhadores terceirizados de Mato Grosso) foi chamada ainda para esta quarta-feira (17). Eles devem avaliar a necessidade de greve cobrando o pagamento de salários. A administração da UFMT já foi oficiada pelo Sintuf sobre a situação.

LULU SANTOS E CLEBSON TEIXEIRA OFICIALIZAM UNIÃO ESTÁVEL

Lulu Santos e o modelo Clebson Teixeira assinaram o termo de união estável nessa sexta-feira (19). A grande novidade foi anunciada pelo cantor em seu Instagram, com direito a uma foto em que eles exibem as alianças de compromisso.  “Ontem, Clebson e eu assinamos o termo de união estável que nos torna perante a lei um casal”, escreveu Lulu Santos, que ainda revelou uma curiosidade sobre a data.”Pedi para que fosse válido a partir de 6 de maio porque nasci no 4 e achei justo que renascesse logo em seguida”. Os pombinhos ficaram noivos no final do mês de janeiro, quando o modelo havia pedido Lulu em casamento no palco da Fundição Progresso, no Rio, onde o músico fazia um show. Para a declaração de amor, Clebson se ajoelhou e mostrou uma aliança. Enquanto isso, o público vibrou e gritou “aceita”. Em setembro do ano passado, o cantor chegou até a lançar uma canção que fala sobre o romance com o amado. A música Hoje em Dia conta a história de amor entre eles, que revelaram o namoro no final de julho de 2018.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA REFORÇARÁ DESIGUALDADE SOCIAL COM CAPITALIZAÇÃO.

Em meio à discussão sobre a (falta de) estratégia política do governo federal para ver aprovada sua Reforma da Previdência, pouco se discute sobre o objetivo da proposta. A dimensão fiscal é importante, mas deveria ser objetivo secundário. Parece blasfêmia dizer isso, mas a necessidade de afastar a pobreza entre os idosos, garantindo-lhes manutenção da qualidade de vida, deveria ser a meta de um sistema previdenciário justo. Como chegar a isso sem quebrar a economia, possibilitando a continuidade do pagamento das aposentadorias e afastando eventuais privilégios é a discussão do caminho. Parece bobagem, mas quando deixamos claro a dignidade dos idosos como objetivo final, temos um projeto de país diferente. O Brasil é um das nações mais desiguais do mundo, com um grande naco de sua classe trabalhadora em extrema vulnerabilidade social. Apesar disso, um sistema de previdência solidário, que tire dos que têm mais para entregar aos que têm menos, é tachado de ultrapassado e inviável por ministros e outros representantes do governo Bolsonaro. Com isso, decretam a morte do atual sistema de repartição (em que os da ativa contribuem para bancar os aposentados), defendendo o de capitalização (em que cada um produz uma poupança individual, com pouca ou nenhuma contribuição ao sistema coletivo). A Constituição Federal prevê que o sistema de seguridade seja bancado não apenas por empregados e empregadores, mas também por tributos e contribuições. Alguns setores, como o financeiro, que não são intensivos em mão de obra, poderiam ser chamados a contribuir mais. Mas é mais fácil bater de frente com dezenas de milhões de trabalhadores do setor privado, pequenos produtores rurais e idosos em situação de miséria do que enfrentar os bancos e o mercado. Até porque essa área neste governo, como foi em tantos outros governos, é coordenada por quem está alinhado aos interesses dos bancos e do mercado.

KARNAL APAGA FOTO COM MORO E BOTA CULPA NO VINHO

Karnal, não o culpo por mais nada, porque entendo perfeitamente a situação, após você explicar que foi o “vinho”. O nosso pensador, ao justificar a foto por razões antropológicas, ensinou uma grande lição aos mais jovens.
“Se beber, não poste”.
É interessante ainda verificar que, em sua explicação, Karnal faz questão de se distanciar de Sergio Moro. Não é mais o “amigo”, o “inteligente”, que ele tinha mencionado na foto. Depois do choque de realidade que tomou, Karnal admite que Moro, para ele, é apenas um personagem da “história”.
A moral da história é que Sergio Moro não é mais nenhuma unanimidade. Ele é associado estreitamente a forças políticas fascistas e de extrema direita. E foi isso que incomodou profundamente milhares de seguidores de Leandro Karnal. E ao próprio Karnal.  Não sei se Sergio Moro é um fascista ou um militante de extrema direita. Mas é certo que todo fascista e militante de extrema-direita do Brasil tem hoje uma foto de Sergio Moro na parede do quarto, ou na tela de descanso do celular. E ninguém quer seguir um historiador que tira fotos com um ícone fascista.

GENERAIS PRECISAM DE LULA PARA EVITAR A RECOLONIZAÇÃO DO BRASIL

A três anos do bicentenário da Independência, o Brasil nunca teve sua soberania tão ameaçada quanto agora. E só é possível compreender o Brasil de hoje quando se estende a visão também para o quadro global. Nesta semana, John Bolton, assessor especial de Donald Trump, afirmou que a “Doutrina Monroe”, que preconiza a América para os americanos, “está mais viva do que nunca”. O que significa que, na visão de Washington, todo o continente, da Terra do Fogo ao Alaska, pertence aos Estados Unidos. Anunciada em 1823, um ano depois do nosso 7 de setembro, pelo então presidente John Monroe, a doutrina era um grito de independência da América contra o colonialismo europeu. Mas ali já se elaborava, no ‘planejamento estratégico’ do futuro Império, que a influência sobre a região seria deveria ser exercida pelos Estados Unidos – e não por outras potências. No século 20, sucederam-se golpes na América Latina fomentados pela Casa Branca. Todos, sem exceção, impuseram governos-fantoche na região, alinhados com os interesses de Washington. Tudo isso já é História, está devidamente documentado por fontes oficiais e também disponível nas próprias universidades norte-americanas. Após a Segunda Guerra Mundial, que deu origem à Guerra Fria, a oposição entre os blocos capitalista e soviético serviu como pretexto para novas intervenções estadunidenses na América Latina para combater o “comunismo” – fantasma sempre usado para que os Estados Unidos impusessem sua hegemonia na região. Por isso mesmo, João Goulart, um fazendeiro que pretendia ampliar a classe média brasileira e alavancar um modelo de desenvolvimento muito mais parecido com o ‘sonho americano’ do que com o regime soviético, foi derrubado. Em 1989, com a queda do Muro de Berlim e o colapso do bloco soviético, analistas internacionais passaram a falar em “fim da História” e na era da hiperpotência americana. No entanto, o desfecho da globalização não foi exatamente aquele traçado nos think tanks de Washington. Não foram as multinacionais norte-americanas que conquistaram a China, a Ásia e todas as regiões do planeta. Ao contrário, foi a China que se converteu na planta industrial do mundo – e também na fronteira do desenvolvimento tecnológico, ao lado de países como a Coréia do Sul. Tanto os Estados Unidos quanto a Europa assistiram ao enfraquecimento de suas bases industriais.

QUANDO O STF CENSUROU ENTREVISTA DE LULA, A EXTREMA-DIREITA COMEMOROU

O Antagonista @o_antagonista, hoje censurado, aplaudiu a censura à Folha em 2018, qdo. o ministro Fux proibiu o jornal de entrevistar Lula. E de publicar a conversa, se já tivesse ocorrido. O Antagonista dizia que o magistrado deveria ser HOMENAGEADO”, escreveu Bergamo pelo Twitter, compartilhando notícia do site. À época, O Antagonista escreveu que “Fux salvou a Folha de S.Paulo”. A jornalista Mônica Bergamo apontou nesta quinta-feira, 18, a contradição do site O Antagonista, alinhado à extrema-direita, ao comentar a censura imposta pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra a revista Crusoé, que é ligada ao site. Moraes mandou que a Crusoé tirasse do ar uma reportagem contra o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo. O jornalista Florestan Fernandes Júnior, da rede Jornalistas pela Democracia, também solicitou ao STF entrevista ao ex-presidente Lula, mas a decisão segue na gaveta de Dias Toffoli. Recentemente, ele cobrou do vice-presidente, Hamilton Mourão, o mesmo ímpeto em defesa da liberdade de expressão para a sua entrevista com o ex-presidente Lula, proibida pelo presidente do STF, Dias Toffoli. “Já que o Mourão virou defensor da liberdade de expressão, que tal ele pedir ao STF a liberação de minha entrevista com o Lula”, disse

STF REVOGA DECISÃO DE FUX DE CENSURAR ENTREVISTA DE LULA

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, liberou nesta quinta (18) o ex-presidente Lula para dar entrevistas à Folha e a outros veículos que pediram autorização para falar com ele na prisão.
Em setembro do ano passado, o ministro Luiz Fux suspendeu uma liminar concedida por Ricardo Lewandowski que autorizava a Folha a entrevistar Lula na prisão, em Curitiba.
Fux não apenas cassou a permissão como disse, em sua decisão, que, se a entrevista já tivesse sido realizada, sua divulgação estaria censurada, estabelecendo uma censura prévia que é expressamente proibida pela Constituição.

ENTREVISTA DE LULA, LIBERADA PELO STF, TORNA-SE UM DOS ASSUNTOS MAIS COMENTADOS

Lula foi condenado no processo do triplex em Guarujá (SP) com uma sentença questionada por vários juristas. Segundo a acusação, ele recebeu um apartamento da OAS como propina em troca de contratos na Petrobrás. Mas o ex-presidente nunca dormiu nem tinha a chave do imóvel. O próprio Ministério Público Federal (MPF) reconheceu na apresentação da denúncia a falta de “prova cabal”, mas o procurador Deltan Dallagnol falou somente em “plena convicção” para denunciar Lula. Preso e silenciado há mais de um ano, o ex-presidente Lula vai finalmente falar aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior e Mônica Bergamo; o reaparecimento de Lula na cena política pode marcar um ponto de virada no golpe que vem destruindo o Brasil desde 2016; “A hashtag #FalaLula está no top do Twitter. Para alguns jornais, no entanto, a notícia de que o STF liberou a entrevista simplesmente não existe”, disse Mônica; “Os jornalistas começam a ver uma luzinha no fim do túnel. Espero que não seja uma miragem”, afirmou Florestan; a pesquisa Vox Pupuli-CUT, apontou que, após um ano preso, Lula é considerado o melhor presidente da história por 48%.
O STF liberou o ex-presidente Lula para dar entrevistas aos jornalistas Florestan Fernandes Júnior, Mônica Bergamo e outros veículos que pediram autorização para falar com ele na prisão. “A hashtag #FalaLula está no top do Twitter. Para alguns jornais, no entanto, a notícia de que o STF liberou a entrevista simplesmente não existe”, postou a jornalista no Twitter.