247 – Depois de as projeções indicarem que o PIB deverá cair no primeiro trimestre, o que não acontecia desde setembro pós-golpe em 2016, agora são os indicadores da indústria e do consumo de energia que mostram a economia brasileira em queda livre. Segundo levantamento feito pela LCA Consultores, ao longo do mês de março o fluxo de veículos pesados nas rodovias brasileiras caiu 1,2% e o consumo de energia encolheu 2,2%. A confiança do setor industrial também registrou queda de 1,8% e o uso da capacidade instalada permaneceu estável em relação ao mês anterior. Em linha com a queda dos indicadores, as vendas de papelão ondulado recuaram 7,7% e a produção e venda de veículos tiveram queda de 18,3% e de 16,8%, respectivamente.
As projeções para março seguem a tendência de queda registrada em fevereiro e, caso se confirmem, deverão levar o país a ter queda na atividade econômica no primeiro trimestre, algo que não acontece desde o último trimestre de 2016, depois do golpe contra Dilma Rousseff, quando o recuo foi de 0,6%. (Leia no Brasil 247).
Segundo dados do Banco Central, a queda do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, em fevereiro foi a maior desde maio de 2016. O indicador recuou 0,73%. Em janeiro, o IBC-Br já havia registrado uma contração de 0,31%. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, o banco Itaú estima que a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) deve cair 0,7% em março, em relação a fevereiro com ajuste, e ter uma queda de 5,1% na comparação anual. O banco Safra também projeta uma retração de 0,7% em março e a LCA projeta uma queda de 0,9%.
O baixo desempenho dos indicadores e a queda na confiança da retomada do crescimento econômica encontra eco no número de desempregados, que segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) alcança 13,1 milhões de brasileiros. Com a perspectiva de retração da economia esta situação não deve ser revertida a curto prazo, a despeito das afirmativas contrárias por parte da equipe econômica do governo Jair Bolsonaro.