SEXO NA RUA: O PONTO DE ENCONTRO EM SP DE QUEM CURTE PRATICAR “DOGGING”.

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Localizada no bairro Paraíso, no centro expandido de São Paulo (SP), uma rua atrás de um batalhão de polícia e com uma pastoral evangélica é o improvável ponto de encontro dos praticantes de dogging, fetiche de transar em lugares públicos e com plateia. Há pelo menos 20 anos, pessoas se encontram ali para fazer sexo casual na calçada, dentro do carro estacionado ou enquanto o veículo está em movimento.
De acordo com a sexóloga Paula Napolitano, o “dogging” está muito ligado ao exibicionismo e voyeurismo. “São pessoas que gostam de ter relações sexuais em locais em que pessoas desconhecidas podem estar envolvidas, seja assistindo ou participando”, diz. O que excita os praticantes é a possibilidade de serem pegos.
A veterinária Vânia, 38, foi a guia turística que levou a reportagem da Universa até o ponto de encontro dos fetichistas. “Já vim aqui duas vezes. Uma delas, eu só virei o bumbum para a janela e levantei a saia”, fala. Ela acha graça, mas não tem vergonha das aventuras sexuais que já viveu ali. “Dessa vez, apareceram pelo menos dez homens já com a calça aberta, mas o meu peguete afastou os caras.”.
Vânia nos pegou de carro na estação Paraíso do metrô e seguimos para o local, onde três ruas desertas se encontram e uma delas desemboca na lateral da avenida 23 de maio, uma das mais movimentadas da capital. Logo ela abriu a jaqueta jeans, deixando à mostra um corpete de renda. “Vim vestida como isca”, fala.
O empresário Tadeu começou a frequentar a rua há 19 anos, quando descobriu o fetiche. “Antes, eu ia muito em casa de swing, mas elas não eram tão comuns como atualmente”, fala. Deu uma pausa nas visitas ao local quando se casou, porém, após a separação, voltou a praticar o “dogging”. “Venho quase todos os dias. Sempre consigo descolar algo.”.
O taxista Rodrigo, por sua vez, prefere visitar o ponto de encontro aos fins de semana. Ele soube do lugar há dez anos por um passageiro. Casado há 16 anos, a mulher dele não sabe da “vida noturna” do marido. “Ela não gosta de nada disso, não tem nada a ver com ela”, diz.