O delegado Giniton Lages, responsável pelo pelo inquérito do crime mais complexo que a Polícia Civil do Rio já enfrentou – o assassinato da vereadora Marielle Franco e Anderson Gomes – soube que iria deixar o caso pela imprensa. Nos bastidores, o comentário é de que o motivo de seu afastamento foram as divergências entre ele e o atual diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), Antônio Ricardo Lima Nunes, nomeado por Wilson Witzel. Giniton foi surpreendido pela notícia de seu afastamento, cujos detalhes soube pela coluna do jornalista Lauro Jardim.
A reportagem do jornal O Globo informa que houve uma disputa interna por protagonismo: “para manter sigilo total, o titular da DH só abria o caso para dois investigadores da sua inteira confiança e as duas promotoras do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O medo de vazamento era grande. Antônio Ricardo, que não escolhera Giniton para o cargo, mas teve que aceitá-lo porque o secretário de Polícia Civil e o governador Wilson Witzel confiavam no trabalho do delegado, não se sentia à vontade em não participar do passo a passo da investigação. Embora fosse o diretor, o seu acesso aos dados do inquérito, inclusive por computador, era bloqueado. A atmosfera ficou pesada entre os dois. Giniton e Antônio Ricardo não se pronunciaram a respeito.”