PAULO COELHO NARRA TORTURA E ESTRAGA A “FESTA” DE BOLSONARO.

Compartilhe em suas redes sociais:

Combateram todos que acharam que deviam combater.
Prenderam a quem quiseram prender.
Torturaram a quem quiseram torturar.
Mataram a quem quiseram matar.
Essa é a essência de todas as ditaduras. Tudo é liberado para quem detém o poder. Nada precisa ser explicado.

O artigo de Paulo Coelho em que narra as torturas de que foi vítima em maio de 1974, no Washington Post de hoje – “Fui torturado pela ditadura do Brasil; é isso que Jair Bolsonaro quer celebrar”? – é mais importante e contundente que qualquer um de seus best-sellers. E a sua grande contribuição para a democracia brasileira. O testemunho pessoal do escritor mais popular do país e um dos mais lidos no mundo desmente a narrativa fantasiosa que Bolsonaro tenta impor aos brasileiros.
É um artigo histórico.
Paulo Coelho não era militante político, nem ativista, nem fez parte de qualquer grupo de esquerda, seja de luta armada ou desarmada. Apenas um compositor, parceiro de Raul Seixas. Nada mais.
Ainda assim, foi sequestrado em seu apartamento e submetido a violentas torturas – como choques nos genitais, confinamento em sala gelada e outros suplícios inquisitoriais que conta em detalhes e é preciso ter estômago para ler até o fim – sem que houvesse qualquer acusação contra ele a não ser uma delação cuja autoria ele desconhece até hoje.
E apesar dos seus apelos de que assinaria qualquer confissão que seus algozes quisessem para não ser torturado.
Paulo Coelho mostra que os militares não combateram apenas quem queria implantar uma ditadura de esquerda, uma “nova Cuba” – na visão delirante de Bolsonaro.
Entre a sua versão da história e a de Bolsonaro, certamente seus leitores ficarão com a sua.
Paulo Coelho jogou água no chope de Bolsonaro