A trama começou do jeito tradicional da velha política, aquela que o presidente Jair Bolsonaro prometia combater.
O parlamentar foi forçado por seus colegas a se licenciar do cargo por quatro meses. A ideia era abafar o escândalo. Mas, na prática, o problema ainda continua.
O congressista será substituído pelo seu filho e sócio, Pedro Rodrigues, que, conforme revelou VEJA, também é acusado de desvio de dinheiro público controlado pelo Ministério da Saúde.
Após ser exonerada de sua função, a servidora Maria Madalena Ferreira Gomes, ex-chefe de logística do DSEI Leste de Roraima, decidiu contar tudo o que sabia à Polícia Federal. Em um depoimento sigiloso, ela revelou que “os verdadeiros donos” do órgão eram Pedro Rodrigues, filho do senador, e Jean Frank Padilha Lobato, apontado como operador do parlamentar. Em entrevista a VEJA, Maria Madalena detalhou como funcionava o suposto esquema de arrecadação de propinas. De acordo com ela, os fornecedores tinham que desembolsar até 20% do valor do contrato. Caso contrário, os recursos não seriam liberados ou os serviços poderiam ser suspensos. “O Pedro Rodrigues operava o esquema para o pai. Era ele quem pedia e pegava a propina que variava de 10% a 20% do valor dos contratos”, diz ela.