.
Em protesto à presença de chanceler de Maduro na ONU, Brasil deixou suas cadeiras vazias no Conselho de Direitos Humanos, nesta quinta-feira. Foto: Jamil Chade
Itamaraty boicota discurso de ministro de Relações Exteriores da Venezuela na ONU
Uol Notícias | Jamil Chade – GENEBRA – Jorge Arreaza, ministro de Relações Exteriores do governo de Nicolas Maduro, acusa o governo brasileiro de estar se submetendo às ordens do presidente americano, Donald Trump. Em uma conversa com o UOL, em Genebra, o chanceler de Caracas foi duro contra Jair Bolsonaro e sua política externa. “Submissão total”, declarou.
O Brasil é quem lidera uma iniciativa na ONU para que se crie uma comissão de inquérito internacional para investigar os crimes cometidos por Nicolas Maduro. Caracas, porém, tenta reunir votos suficientes para impedir a aprovação da proposta. Parte dos governos europeus também é contrário à proposta do Itamaraty, alegando que a medida poderia isolar ainda mais o regime de Maduro e impedir canais de diálogo.
A crise na Venezuela é ainda um dos temas das reuniões desta semana do chanceler Ernesto Araújo, em viagem à capital dos EUA.
Já Arreaza está nas Nações Unidas, em Genebra, para denunciar o que ele chama de “medidas unilaterais”, tomadas pelo governo dos EUA e apoiada por seus aliados.
“Exigimos o levantamento das medidas coercitivas unilaterais contra nosso país”, declarou o ministro. “Exigimos a devolução de empresas, ativos e dinheiro roubado da Venezuela. Exigimos o fim do bloqueio comercial e financeiro a nosso povo”, disse.
O argumento do venezuelano é de que a atual crise foi gerada por conta dos impactos das sanções americanas, visão que não é compartilhada pela alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
Boicote
Sem reconhecer o governo de Maduro como sendo legítimo, o Itamaraty fez questão de boicotar nesta quinta-feira o evento no Conselho de Direitos Humanos da ONU destinado a debater sanções econômicas.
As cadeiras reservadas ao Brasil ficaram vazias, enquanto os diplomatas tomaram lugares mais afastados para demonstrar o protesto diante da presença do chanceler.
O evento contou com intervenções de mais de duas dezenas de governos e fortes declarações contra sanções por parte da China, Rússia e outros países.
…