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Foto feita por astronauta da Nasa, em 24 de agosto, mostra a floresta amazônica tomada por incêndios
“Se nós queremos falar de conservação da Amazônia, é fundamental nós dizermos quem está atacando e destruindo os nossos territórios”, diz líder do MST
Publicado por Redação RBA – São Paulo – Se em anos anteriores, o Dia da Amazônia, 5 de setembro, passou despercebido, desta vez será diferente. Não por um motivo nobre, mas graças à crise ambiental em que o governo Bolsonaro jogou o país, com suas declarações contra as medidas ambientais, o que foi um “acendedor” das queimadas na região da floresta.
Nesta quinta-feira (5), são realizados atos em várias cidades do país contra a destruição da floresta. Haverá caminhadas e panfletagens. A atividade também vai questionar o impacto de grandes obras para os povos tradicionais (veja agenda abaixo).
Antecipando-se à data, o plenário da Câmara dos Deputados promoveu uma comissão geral na manhã desta quarta-feira (4) para debater a preservação e a proteção da Amazônia. Um dos destaques da sessão foi a fala do membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Luiz Zarref.
“Se nós queremos falar de conservação da Amazônia, é fundamental nós dizermos quem está atacando e destruindo os nossos territórios. Tem nome. Quem está em cima do trator puxando o correntão é o agronegócio. Quem está nas dragas, destruindo os nossos territórios é a indústria da mineração. São os megaprojetos de logística para roubar os nossos minérios, a nossa biodiversidade, que estão destruindo a Amazônia”, afirmou.
“As queimadas que nós estamos vendo são uma etapa de um processo que já vem de quatro anos, de violência, de destruição dos nossos territórios, de grilagem de terra, de desmatamento. E depois que passar a temporada dessas queimadas históricas e recordes, mais violência virá, portanto, é fundamental que nós digamos quem são os responsáveis e quem estimula esses responsáveis, que é o governo Bolsonaro”, disse ainda.
No Amapá, a mobilização será no município de Ferreira Gomes. A proposta, segundo Moroni Bemuyal Guimarães, representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), é dialogar com secretarias do estado, escolas, representações indígenas e o sindicato dos servidores federais.
“O Amapá é o estado mais preservado entre aspas. O agronegócio está chegando com tudo aqui e nós temos quatro hidrelétricas que também vieram causar um grande estrago, principalmente as nossas populações ribeirinhas, pescadores, quilombolas e também ameaçando as nossas comunidades indígenas”, alerta.
Frede Rênero, da coordenação do MAB de Itaituba, no Pará, afirma que os ciclos econômicos de exploração da floresta não trouxeram benefícios para seus habitantes.
“Fazer um ato em defesa da Amazônia é muito importante, considerando os vários ciclos econômicos que essa região já viveu, que retiraram o direito do povo dessa região, e que de fato não melhoraram a vida do povo. A vida dessas populações está em risco, porque em grande parte nós dependemos da floresta, dependemos da Amazônia para sobreviver”.
Segundo Rênero, os projetos para a Amazônia serviriam apenas aos interesses de grandes grupos econômicos.
“Uma coisa é importante: a gente ajudar a população a refletir, porque a Amazônia tem que servir para melhorar a vida do povo e que ela não tem que servir para melhorar a vida de alguns, que em grande parte são os banqueiros, os grandes fazendeiros, as grandes corporações que têm se apossado e se apropriado do território com o intuito de explorar a cada vez mais encher os bolsos de dinheiro”, afirma.
Os atos estão confirmadas quatro cidades do Pará (Belém, Itaituba, Altamira e Marabá); em três do Ceará ( Fortaleza, Caucaia e Jaguaribara); em Manaus (AM), Macapá (AP), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Brasília m(DF) e São Paulo e Eldorado (SP).
Programação
Belém do Pará
17h às 20h – Mercado de São Brás
Ato político com exposição e apresentação de grupos populares, incluindo o Batuque das Marias e outros grupos. Às 20h, haverá caminhada até o Museu Emílio Goeldi, com abraço simbólico à instituição
Itaituba – Pará, dias 5, 6 e 7
15h – Auditório do Sintepp
Aula pública no dia 5, seguida de panfletagem no caminho da avenida Getúlio Vargas, onde será realizado o desfile da Semana da Pátria. No dia 6, a programação será no instituto Federal do Pará (IFPA). No dia 7, em articulação com a Igreja católica, haverá um apelo à questão da água potável e da sua importância para a Amazônia.
Marabá – Pará
19h – Vila do Espírito Santo
Ato ecumênico.
Altamira – Pará
8h – Praça da Bíblia
O ato terá participação de ativistas, organizações populares, professores e estudantes universitários, com aula pública na avenida Pedro Gomes.
Ferreira Gomes – Amapá
8h – Praça do bairro da Montanha
Ato com organizações ambientais, estudantis e da juventude, movimento sindical, entidades religiosas, pescadores, ribeirinhos, quilombolas e artistas.
Presidente Figueiredo – Amazonas
Vila de Balbina – horário ainda não definido
Porto Alegre – Rio Grande do Sul
17h – Esquina democrática
São Paulo – Capital, dia 5
17h – Na Praça da República
Na capital paulista, o evento se une a III Marcha das Mulheres Indígenas.
Eldorado – São Paulo
9h às 12h – No quilombo do Sapatu.
Brasília – Distrito Federal
17h – Concentração na Rodoviária do Plano Piloto às 17h e caminhada até o Ministério do Meio Ambiente
*Com informações do Brasil de Fato
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