ESTUDANTES DE TODOS OS ESTADOS FAZEM ATO EM BRASÍLIA CONTRA CORTES DE DIREITOSESTUDANTES DE TODOS OS ESTADOS FAZEM ATO EM BRASÍLIA CONTRA CORTES DE DIREITOS

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ESTUDANTES DE TODOS OS ESTADOS FAZEM ATO EM BRASÍLIA CONTRA CORTES DE DIREITOSESTUDANTES DE TODOS OS ESTADOS FAZEM ATO EM BRASÍLIA CONTRA CORTES DE DIREITOS

Manifestação bloqueou o trânsito na capital federal / Foto: Rebeca Belchior/CUCA da UNE

Em passeata, 15 mil participantes do 57º Congresso da UNE promovem “tsunami da educação” na Esplanada dos Ministérios

Patricia Portales – Brasil de Fato | Brasília (DF) – Cerca de 15 mil estudantes, vindos de todo o Brasil para participar do 57° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), realizaram, na manhã desta sexta-feira (12), uma passeata bloqueando o tráfego de automóveis na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O ato demarcou a posição da UNE contra a reforma da previdênciacontra os cortes orçamentários na educação e, diante de um cenário com quase 14 milhões de desempregados, pela luta a favor do direito ao emprego. O Conune continua até domingo (14).

A concentração ocorreu ao lado da Biblioteca Nacional e a marcha seguiu até o Congresso Nacional.

A presidenta da UNE, Marianna Dias, foi uma das coordenadoras do ato. “Não dá para que o governo de [Jair] Bolsonaro mate o nosso futuro sem que a gente grite em alto e bom som que nós queremos mais educação, que nós queremos mais futuro, que nós queremos mais trabalho e mais emprego digno para as pessoas”, bradou Dias do alto do carro de som para a “tsunami da educação “, como ela nomeou a mobilização realizada.

Além da UNE, também participaram dirigentes de diversas entidades, diretórios acadêmicos e partidos políticos. Parlamentares estiveram presentes, como as deputadas Jandira Fegalli (PCdoB-RJ), Gleisi Hoffmann (PT/PR) e os deputados Assis Carvalho (PT-PI), Orlando Silva (PCdoB-SP), João Daniel (PT-SE), Valdenor Pereira (PT-BA), Paulo Teixeira (PT-SP), entre outros.

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, fez uma mensagem de apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à luta dos estudantes e trabalhadores pela defesa dos direitos sociais.

Hoffmann também se disse orgulhosa das mobilizações realizadas em maio. “Os estudantes nunca faltaram à nação brasileira. Nos principais momentos da história, nos mais críticos, vocês estavam à frente das manifestações. foi assim na ditadura militar e vai ser assim de novo para enfrentar o governo de [Jair] Bolsonaro”, declarou.

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Guilherme Boulos (PSol) também discursou para os estudantes, em uma fala que destacou a importância da atuação dos jovens contra o desmonte na educação e na previdência pública promovidos pelo governo.

A união entre estudantes e trabalhadores foi celebrada por Vera Lucia, candidata do PSTU às últimas eleições presidenciais, que compareceu para saudar aos jovens estudantes presentes na passeata do 57º Conune.

Crítico das ações entreguistas do governo brasileiro para com os Estados Unidos, o deputado Orlando Silva destacou o protagonismo e a responsabilidade do movimento estudantil para proteção e defesa da soberania e da democracia no Brasil. “Lá dentro, nós somos minoria, mas nas ruas nós somos maioria e temos que mobilizar o nosso povo”, convocou o parlamentar, fazendo referência ao Congresso Nacional.

Conhecidas pelas siglas 15M e 30M, as mobilizações realizadas nos dias 15 e 30 de maio deste ano, contra os cortes orçamentários na educação, foram destacadas em diversas falas de dirigentes sindicais e representantes de diretórios estudantis.

Além dessa memória, o estudante Guilherme Bianco, do Coletivo Mutirão e também diretor da UNE, ressaltou a força do movimento estudantil e as expectativas de que o Conune deixe como fruto um calendário de lutas “para energizar a juventude de norte a sul do Brasil”.

Toda a “disposição de luta da base, dos estudantes e da classe trabalhadora” contra o conservadorismo no poder foi elogiada pelo estudante Marcelo, do Coletivo Liberdade e Luta.

Ele defendeu que o movimento não deve negociar com o governo, mas avançar nos pleitos das minorias, e protestou contra o pagamento da dívida pública.  “Não foi a classe trabalhadora que assumiu e não somos nós que temos que pagar ela”, alegou. O estudante também clamou por uma atuação forte da UNE contra a venda de setores da Petrobras, mais uma medida privatista do governo de Jair Bolsonaro (PSL).

Edição: Rodrigo Chagas