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Diário do Centro do Mundo/POR DONATO – A nova gota saída do conta-gotas do site The Intercept (agora em parceria com a Folha de S.Paulo) é mais uma prova de que os pedidos de Moro para que obstáculos que não o ajudassem fossem tirados da frente foram atendidos.
Já tínhamos conhecimento de sua insatisfação com Laura Tessler no que se referia ao “desempenho” da procuradora em audiências – que de fato resultou no seu afastamento – e na aliviada concedida para FHC.
Agora vem a público um pedido feito por Sergio Moro a Deltan Dallagnol para que o MBL interrompesse o protesto que realizava em frente ao apartamento do ministro do STF Teori Zavascki.
“Não sei se vcs tem algum contato, mas alguns tontos daquele movimento brasil livre foram fazer protesto na frente do condomínio do ministro”, enviou o juiz pelo Telegram.
O arremate da mensagem é típico da república de Curitiba: “Isso não ajuda, evidentemente.”
Os ‘tontos’, segundo Moro, estavam lá em Porto Alegre, em frente ao apartamento, chamando Teori de traidor, ‘bolivariano’ e pelego, ostentando faixas com “Deixa o Moro trabalhar”.
Pois bem, ainda que Deltan Dallagnol afirme em resposta que achava melhor não se envolver com o protesto, a realidade é que o grupo que lá estava e que prometia voltar no dia seguinte e todos os demais dias para “passar mensagem até que o povo brasileiro seja ouvido”, não mais voltou.
Coincidência? Mais uma? Ou a ordem partiu do hacker?
Para situar rapidamente o leitor: à época (março de 2016), Moro tinha aprontado mais uma das suas. A gravação e vazamento do áudio de Lula haviam resultado em um pito de Teori (então relator da Lava Jato) pelos métodos fora-da-lei do juiz.
O grupo mais ruidoso era uma tal Banda Loka Liberal que fazia a parte musical das manifestações pró-impeachment do MBL. Aquelas papagaiadas que provocam vergonha alheia.
Um dos organizadores era Tiago Menna, que prometeu voltar no dia seguinte juntamente com o grupo para “passar a nossa mensagem até que o povo brasileiro seja ouvido”.
“A ideia é que eles não tenham descanso enquanto não derem o descanso que a gente merece. E o descanso a que eu me refiro é uma democracia de verdade, com divisão entre os poderes e decisões sem intervenção do governo”, disse o abestalhado que agora assiste a Bolsonaro queixar-se de ser relegado a rainha da Inglaterra.
Contudo, no dia do protesto do fã clube de Kataguiri, uma nova cagada veio à tona. Planilhas que deveriam estar sob sigilo tornaram-se públicas. Moro temeu que isso parecesse uma afronta ao STF e pediu que seu escudeiro Dallagnol desse uma dura no delegado responsável e encontrasse uma saída.
“Vem porrada”, escreveu Dallagnol ao delegado Márcio Anselmo, da PF.
A explicação de ambos para o juiz: foi descuido.
Mais um.
Foi ‘descuido’, ‘desculpas’ daqui, ‘escusas’ dali. Curioso como as irregularidades e ilegalidades dessa turma são meros descuidos e pedidos de desculpas funcionam como cumprimento de pena.
Aos demais, mesmo sem provas, são condenados. Interessante isso.
Sergio Moro precisa explicar urgentemente o que queria dizer com “Isso não ajuda”. Não ajuda a quem? Não ajuda a que?
O grupelho não mais voltou lá por quê?
Estamos à disposição para respostas objetivas de perguntas idem.
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