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O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Aristides Veras dos Santos, avalia que as mudanças nas aposentadorias dos trabalhadores rurais e dos assalariados na Reforma da Previdência deve aumentar o êxodo rural, os bolsões de miséria em municípios, reduzir a oferta de alimentos e encarecer o custo de vida no País
Brasil247 – O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos, avalia que as mudanças nas aposentadorias dos trabalhadores rurais da economia familiar e dos assalariados na Reforma da Previdência deve aumentar o êxodo rural, os bolsões de miséria nas cidades, reduzir a oferta de alimentos e encarecer o custo de vida em todo o país. De acordo com números da entidade, em 45% dos municípios brasileiros a renda das aposentadorias rurais é maior do que o valor recebido do governo federal via Fundo de Participação dos Municípios.
“Ao desmontar esse sistema de proteção, o governo vai criar um problema sério na sociedade como um todo”, disse Aristides, em entrevista ao Blog do Sakamoto. “A intenção do governo tanto com os segurados especiais quanto com os assalariados é transferir todos para o BPC [Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos em situação de miséria], ou seja, do Regime Geral para a Assistência Social. O que é um absurdo. Reduzir a Previdência e aumentar o BPC é a prova de que o Estado brasileiro não está criando as condições para incluir trabalhadores no seu sistema de produção e na cidadania”, complementa.
Em seu projeto enviado ao Congresso Nacional, o governo do presidente Jair Bolsonaro propôs aumento de 65 para 70 anos a idade mínima para idosos em condição de miserabilidade (menos de R$ 249,50 de renda familiar mensal per capita) possam receber o salário mínimo mensal do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Em contrapartida, quer desembolsar uma fração desse total – R$ 400,00 – dos 60 aos 69 anos.
“Quando os legisladores fizeram a Constituição de 1988, trouxeram os rurais para o Regime Geral da Previdência a fim de corrigir uma injustiça. O que o Bolsonaro quer fazer agora é cometer essa injustiça.”
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